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3.1 - Localização, condições climáticas e período experimental

O trabalho experimental foi realizado nas instalações do Hospital Veterinário, na Clínica Médica de Eqüinos e Laboratório

de Patologia Clínica da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, localizada no município de Belo Horizonte, presente na região da Zona Metalúrgica do Estado de Minas Gerais, situado a 19º 55’ de latitude S e 43º 56’ de longitude W Gr., a altitude média de 832 m e clima do tipo Cwa, de acordo com a classificação de Köeppen, que se caracteriza por inverno predominantemente seco e verão chuvoso. Os dados meteorológicos descritos acima e contidos na Tab. 17 (valores médios), foram obtidos junto ao Instituto Nacional Meteorologia (INMET) - 5º Distrito de Meteorologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Foram realizadas medições diárias da temperatura máxima, mínima e umidade relativa do ar no interior da sala de realização do experimento durante o período de execução do trabalho (Tab. 18), com auxílio de termômetros para temperatura ambiente mínima e máxima e de bulbo seco e úmido.

O período experimental compreendeu o intervalo dos meses de abril a setembro de 2006.

3.2 - Animais Experimentais

Foram utilizados doze eqüinos adultos, fêmeas, sem raça definida, com peso médio de 248,46 ± 38,93 kg (171 a 310 kg) e escore da condição corporal médio de 3,00, segundo escala de Houston e Radostits (2002). Estes animais foram adquiridos na região de Felixlândia, Minas Gerais.

Tabela 17 - Dados meteorológicos médios durante o período experimental. Período (mês/ano) Temp. média (ºC) Temp. máxima média (ºC) Temp. mínima média (ºC) Precipitação pluviométrica (mm/mês) Umidade relativa do ar(%) Insolação diária * (mensal) Abril/06 22,3 27,3 18,9 54,8 68,0 191,2 Maio/06 20,0 25,7 16,0 45,7 61,0 231,4 Junho/06 18,3 23,2 14,6 5,8 63,0 215,4 Julho/06 19,3 25,3 14,6 3,2 53,0 236,2 Agosto/06 21,1 27,0 17,0 21,6 55,0 242,7 Setembro/06 21,0 27,0 16,8 89,2 59,0 213,8

Fonte: INMET – 5o Distrito de Meteorologia - MAPA *Horas de sol direto, sem obstrução de nuvens.

Tabela 18 - Temperatura máxima, temperatura mínima e umidade relativa do ar no interior da sala de hemodiálise (média ± desvio padrão).

Período (mês/ano) Temperatura máxima (ºC) Temperatura mínima (ºC) Umidade relativa do ar (%) Julho/06 22,50 ± 0,71 20,25 ± 0,87 60,25 ± 19,41 Agosto/06 23,12 ± 1,23 21,69 ± 1,55 77,69 ± 5,06 Setembro/06 22,75 ± 2,25 21,13 ± 1,69 76,75 ± 9,07

Previamente à aquisição e transporte, os animais foram submetidos à sorologia para anemia infecciosa eqüina, cujos resultados não apontaram indivíduos positivos. Todas as éguas foram encaminhadas à Escola de Veterinária da UFMG, e alocadas em dois piquetes, sendo seis animais em cada, onde permaneceram durante um período de 30 dias em observação. Nesse período de quarentena foram realizados exames clínico e hematológico (hemograma e pesquisa de hemoparasitas). Todos os animais receberam tratamento ectoparasiticida a base de deltametrina7 tópica, aplicada por meio de pulverizador a cada sete dias, totalizando três aplicações. Para o tratamento endoparasiticida foi empregada uma associação medicamentosa contendo

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Butox®- Laboratórios Intervet – Brasil.

ivermectina e pamoato de pirantel8, sendo aplicadas duas doses com 21 dias de intervalo entre as mesmas.

As fêmeas foram avaliadas quanto à função reprodutiva por meio da palpação transretal, sendo diagnosticado quatro animais gestantes, em períodos gestacionais que variaram entre o terceiro e quinto mês de gestação.

O manejo nutricional utilizado durante todo período experimental consistiu de fornecimento diário de capim elefante (Pennisetum purpureum) picado ad libitum, associado à cerca de 4 kg/animal de feno de Tifton (Cynodon sp.). Além destes, foi oferecida ração comercial9 para eqüinos adultos (Anexo 7.1), uma vez ao dia, na quantidade de 1kg/animal,

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Centurion® - Laboratório Vallée – Brasil. 9

sal mineral10 (Anexo 7.2) na quantidade de 100 g/animal, e água ad libitum. Os primeiros 90 dias foram considerados período de adaptação, no qual as éguas foram acompanhadas diariamente, e somente aquelas consideradas clinicamente sadias foram empregadas neste estudo.

Nos dias de realização do procedimento dialítico as fêmeas eram retiradas do piquete pela manhã, sem alimentação prévia, e permaneciam em jejum até o término do protocolo de coleta de amostras.

3.3 Delineamento Experimental

Os animais foram, inicialmente, separados de acordo com o peso, escore corporal e estado reprodutivo (gestante ou não gestante). Em seguida foram sorteados aleatoriamente para formação de quatro grupos experimentais de seis animais cada. As éguas do grupo I (controle) foram reutilizadas nos grupos II e IV, obedecendo a um intervalo mínimo de 21 dias. Os animais utilizados no grupo III foram os mesmos do grupo II, após 48 horas. Os tratamentos experimentais estão descritos na Tab. 19.

3.4 - Protocolo de sedação e cateterismo

Para realização deste trabalho a contenção dos animais foi realizada por métodos físicos e químicos. Na contenção física dos animais foi utilizado cabresto e tronco de contenção para eqüinos. A contenção química foi efetuada pelo uso

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Guabiphos Centauro 80 – Guabi Nutrição Animal – Brasil.

intravenoso de xilazina 10%11 na dose de 0,4 mg/kg de peso corporal, associada a acepromazina 2%12, na dose de 0,008 mg/kg de peso corporal. O procedimento de sedação precedeu o cateterismo em todos os grupos, e em alguns animais dos grupos II, III e IV houve a necessidade de repetição do protocolo sedativo após a terceira hora de diálise.

Em todos os grupos o cateterismo foi realizado após a sedação dos animais, e foi precedido de tricotomia ampla do sítio de punção, seguida pela anti-sepsia com solução de polivinilpirrolidona13 e álcool 70º. Todos os cateteres foram inseridos na veia jugular externa, no terço médio do pescoço, unilateralmente nos animais dos grupos I, II e III e bilateralmente nos animais do grupo IV. Após a introdução, a fixação externa do cateterismo foi realizada por meio de sutura na pele, como descrito a seguir para cada grupo especificamente. Em todos os grupos foi utilizada salina 0,9%14 como solução de preenchimento para evitar a obstrução intraluminal dos cateteres.

Para o cateterismo dos animais do grupo I foi utilizado cateter de teflon15 de uso periférico, para acesso vascular temporário, mono-lúmen tamanho 14 G e 4,8 cm de comprimento. A inserção deste cateter foi feita por meio de punção direta, sendo fixado à pele por sutura com fio de algodão B10.

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Sedomin®, König, Brasil. 12

Acepram 1,0%®, Univet, Brasil. 13

Povidine®, Riodeine, Brasil. 14

Solução de cloreto de sódio 0,9% – Fresenius Medical Care.

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Tabela 19 - Grupos experimentais.

Grupos experimentais

Grupo I Animais sadios submetidos a cateterismo central unilateral e protocolo de

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