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ANO PERÍODO TRIMESTRAL AVULSO INTERIOR ATRASADO

Que Coisa é essa? Uma história da imprensa ilustrada entre a Bahia e o Rio de Janeiro

ANO PERÍODO TRIMESTRAL AVULSO INTERIOR ATRASADO

set – dez 1897 1$000 1 tostão - -

dez 1897 – mai 1898 10 tostões 1 nickel 1$500 $200 jul – ago 1898 15 tostões 1 nickel 2$000 $200

set 1898 – ago 1899 15 tostões 1 nickel 2$000 $200

set – dez 1899 15 tostões 1 nickel 2$000 $200

jan – set 1900 1$500 $100 2$000 $200

set – jun 1901 1$500 $100 2$500 $200

set – out 1904 1$500 $100 2$500 $200

Nessa primeira fase não foi divulgado o valor de compra para os moradores do interior. Apenas no dia 19 de dezembro do mesmo ano o jornal passou a mencionar em seu cabeçalho o valor de compra destinado aos moradores do interior, este saia ao preço de 1$500 mil e quinhentos réis a assinatura trimestral. Em sua edição do dia 28 de dezembro do mesmo ano, A Coisa realizou novo reajuste de seus valores, passando a figurar da seguinte maneira: dez tostões para a assinatura trimestral dentro da capital, um níquel o número avulso e 1$500 mil e quinhentos réis para os moradores do interior que se interessassem pela retirada dos exemplares na redação.

Ainda no mês de julho do primeiro ano de sua existência, A Coisa realizou uma nova reforma nos preços, passando a quinze tostões para assinatura trimestral dentro da capital, um níquel o número avulso e 2$000 dois mil réis para assinantes do interior com condições de retirada dos números na redação. Esses valores se mantiveram até o mês de agosto do segundo ano d’A Coisa, já em 1899.

As vendagens do periódico e sua popularidade superaram as expectativas da associação de amigos que o produziam logo no início. Tanto que em 26 de dezembro de 1897 foram esgotados os exemplares impressos, sendo necessária a reprodução de uma nova tiragem, conforme publicação constante no topo do lado esquerdo da capa da edição de número 18, bem abaixo do cabeçalho: “acha-se a venda na agencia o n. 3 d’«A Coisa», que, tendo se esgotado a edição, resolvemos reproduzil-o (sic)”.64 Foi, também, próximo dessa

data, motivado pela demanda, que se divulgou o valor cobrado pelos números antigos aos interessados em adquirir o periódico.

O jornal divulgou no mesmo espaço de capa, junto à notícia do esgotamento de seus exemplares, uma lista contendo os nomes de seus correspondentes em grandes cidades da região nordeste. No reclame constam os nomes dos correspondentes de Maceió, Ladisláo Rocha, em Pernambuco, João Ezequiel, na Parahyba, Neves Filho, e no Ceará, Chrisolido Gomes. Todos esses indícios evidenciam a tentativa de projeção, a empolgação inicial e o interesse que o periódico parecia despertar entre seus associados, parceiros e leitores.

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A partir do segundo ano A Coisa deixa de ser comercializado exclusivamente em sua redação localizada na Rua do Collegio e passa a divulgar pontos de vendas espalhados em lugares diferentes na cidade do Salvador. Já em setembro de 1898, o periódico passou a ser comercializado em três pontos, sendo um deles na Avenida Magnólia, junto ao Theatro São João, na Venda do Senhor Francisco, no Gravatá, e no Salão Americano, na Rua do Julião. No terceiro ano acrescentou-se aos pontos de comércio existentes os endereços do Au Pantheon, na Praça de Palacio, e na Quitanda do Senhor Manoel dos Passos, em Coqueiros (Pillar), n. 106.

Com o passar dos meses, com a popularização e aceitação pública do periódico, aumentava-se o número de exemplares impressos, embora esses números não tenham sido divulgados, podendo apenas ser deduzido sua ampla impressão e circulação, devido o aumento dos pontos de venda e sua longa vida de regularidade, se comparada aos inúmeros veículos chistosos, críticos e ilustrados que nasciam e morriam com pouco mais de cinco números editados. Na segunda metade do segundo ano de vida, A Coisa conquistou pontos de venda no Elevador, em baixo (Elevador Lacerda, na Cidade Baixa), Charriot, em baixo, na Venda do Senhor Jeronymo, no Largo da Lapinha, na venda do Senhor Domingo Teixeira da Rocha, localizado na Rua da Poeira, e na Venda do Senhor Antonio, na Rua d’Alphandega, n. 38. É nesse mesmo período que o semanário deixa de anunciar as vendas para os interessados de fora da Capital da província. A nova orientação era que o interessado pela assinatura deveria ir até a redação para sua retirada, o que nos leva a interpretar como uma possível dificuldade dos seus editores na organização da distribuição logística para atender aos assinantes do interior da província, haja vista que o valor de compra para o interior se mantinha divulgado, apesar de ser reajustado de forma que esse saia mais caro que a assinatura trimestral comercializada dentro da capital baiana.

De setembro a dezembro de 1899 a assinatura trimestral d’A Coisa para o território soteropolitano saia a 1$500 mil e quinhentos réis, o valor do número avulso saia ao preço de um níquel, a assinatura para o interior se mantinha ao preço de 2$000 dois mil réis, e as edições atrasadas ao valor de $200 duzentos réis. Ao final do mês de setembro, quando da comemoração de seu quarto ano de existência, no ano de 1901, o único valor ajustado foi o da assinatura trimestral para assinantes do interior, que passava a ser comercializado ao preço de 2$500 dois mil e quinhentos réis. Valores esses mantidos até a última publicação do periódico

que sofreu um intervalo de pouco mais de três anos, voltando a ser editado em seu oitavo ano, já em 1904, quando foi definitivamente encerrado no mês de outubro.65

Ao longo do seu quarto ano novos pontos de venda foram conquistados, sendo eles no Depósito de Cereaes do Senhor Luiz de Araújo Guimarães, no Maciel de Baixo, na Venda do Largo da Saúde, no Tolete de Flora, na Ladeira do Tabão, n. 64, no Plano Funicular do Pilar, em baixo, na Venda do Senhor Gomes, no Jogo do Carneiro, e finalmente no Depósito de charutos no Alto do Plano Inclinado.

Das cores do papel

Desde o lançamento do seu primeiro número, impressiona uma das ações que distinguia A Coisa de seus possíveis concorrentes, além do conteúdo chistoso, político, literário e ilustrado agrupados num mesmo semanário, foi a escolha do papel como suporte de sua impressão que chamou atenção. Como a técnica da coloração de gravuras ainda não era possível para a tipografia e litografia da época - considerando seus custos e a limitação tipográfica do contexto no território da Bahia -, seus criadores conseguiram mesclar os números lançados utilizando papeis em três ou quatro principais colorações distintas: a cor salmão, o verde e o alaranjado, e ainda, o roxo ou lilás. A Coisa se iniciou com pequeno formato próximo das medidas de uma folha de papel in-8, o caderno de quatro páginas se formava pela dobradura ao meio do papel. Um único papel em cores possibilitava um caderno de quatro faces em cores.

Tabela 3: Demonstrativo do uso do papel em cor no periódico

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