• Nenhum resultado encontrado

2013, O ANO PRODIG IOSO

No documento Guardiola Confidencial - Marti Perarnau (páginas 135-200)

“O homem mais perigoso é aquele que tem medo.” LUDWIG BÖRN

Mom ento 27

O m edo e a clarividência Munique, 5 de setembro de 2013

Um a das fraquezas de Guardiola é que ele é m uito m edroso. Tem e ser atacado. O defeito foi crescendo enquanto sua carreira com o j ogador se desenrolava: frágil fisicam ente e sem grandes virtudes atléticas, ele tinha que cuidar sozinho de um a área gigantesca do cam po. Jogava só diante do perigo, com o m edo am arrado às chuteiras, porque era um a presa fácil e um alvo óbvio: se pudessem batê-lo, se conseguissem superá-lo, toda a estrutura de j ogo do Barça podia ruir. Cresceu com esse tem or e, com o antídoto, cultivou o atrevim ento.

Pep é m uito valente, porque é m uito m edroso. Quando treina-

va o Barcelona, explicou dezenas de vezes que preferia enfrentar os tim es que j ogavam m ais fechados, perto do próprio goleiro. Ainda que essas equipes fossem sem pre difíceis de derrotar em razão da estrutura defensiva ferrenha, o técnico não reclam ava: “Nesses casos, a bola sem pre está m uito longe do m eu gol e eu corro um perigo m enor”. Ou sej a, prefere tim es assim porque o am edrontam m enos.

Mas Pep com pensa o m edo com um atrevim ento que, em certas ocasiões, pode se tornar excessivo. Desenvolveu os anticorpos exigidos e, com o técnico, confrontou o tem or perm anente com doses extraordinárias de audácia e determ inação. Para não ser atacado, decidiu atacar sem pre, com o propósito de corrigir seu defeito. Já com provam os nas duas Supercopas, a alem ã e a europeia, que de tão ousado ele às vezes se torna tem erário: a escalação de Thom as Müller no m eio de cam po é um bom exem plo.

Um a das virtudes de Guardiola para confrontar o m edo, contudo, é a clarividência. Talvez sej a um dom ou um a qualidade desenvolvida ao observar Johan Cruy ff, que tam bém tem o talento de intuir os acontecim entos. É provável que esse traço estej a relacionado com o tem or de que falam os. Por ser m edroso, ele não apenas recorre ao atrevim ento, m as tam bém à sua capacidade apurada de percepção: tenta antecipar o que vai acontecer. Dessa form a, a virtude se m anifesta para com pensar o defeito.

Podem os recordar, por exem plo, um a de suas respostas no dia 28 de m aio de 2011, no estádio de Wem bley, assim que term inou a Cham pions League vencida pelo Barcelona diante do Manchester (3 a 1) — depois de um a das grandes exibições do Pep Team catalão. Em m eio à euforia pela vitória, lem braram -no dos rum ores de que ele só perm aneceria em Barcelona por m ais um ano (com o acabou acontecendo) e de que sir Alex Ferguson acabara de aconselhá-lo publicam ente a seguir no Barça, porque nenhum outro lugar seria m elhor para

ele. Guardiola, então, deu m ostras de sua intuição: “Em outro clube não sei o que acontecerá. Terei que ver quais j ogadores esse outro clube tem e talvez tenha problem as para encontrar atletas tão bons com o estes do Barça. Mas será um desafio para m im , claro. A pessoa deve buscar desafios dentro de si m esm a. Chegará um m om ento em que o certo será ir para outro clube e tentar j ogar da m elhor m aneira possível com outros j ogadores. O técnico depende dos j ogadores e da form a com o eles j ogam . Será um grande desafio”.

Dois anos m ais tarde, a realidade confirm ou suas previsões. Por que realm ente ele foi em bora do Barça? Porque a som a dos problem as se tornou m aior que a som a dos encantos. O radical desapego do presidente Rosell e o desgaste do próprio Pep e dos j ogadores pesou m ais que o desej o de seguir vencendo. Por que ele aceitou o Bay ern? Hoeneβ e Rum m enigge lhe inspiraram grande confiança, m as a razão principal foi a vontade de voltar a j ogar m uito bem com outros j ogadores.

Depois da final da Supercopa europeia, em 30 de agosto de 2013, em Praga, perguntaram a Guardiola se ele se sentia o m elhor técnico do m undo: “Com o Barça”, respondeu, “talvez em um m om ento específico eu tenha sido o m elhor técnico do m undo. Mas agora não é assim : hoj e eu não sou. Tenho que voltar a provar. Especialm ente aos m eus j ogadores”.

Convencer os j ogadores: esse é o prim eiro passo para vencer o desafio. No m om ento, eles parecem confiar em Guardiola. Basta ver a reação de Ribéry após m arcar o gol em Praga ou a sensação coletiva de segurança durante a conversa que antecedeu a cobrança de pênaltis. Quando fala, o capitão Lahm sem pre em prega o verbo lernen (aprender). Utiliza-o em todas as frases, deixando bem claro o m om ento que a equipe está vivendo, o de aprendizagem de um novo “idiom a”. Ribéry resum irá com precisão: “Pep é com pletam ente diferente de Hey nckes, m as estam os contentes com ele”.

“O m ais im portante são os j ogadores”, Guardiola repete seguidas vezes. Está tão à vontade que costum a dar tapas na cara ou chutes no traseiro de seus j ogadores. São seus gestos tradicionais, um costum e que no início pode surpreender, m as que todos acabam entendendo. Quando está preocupado, ele coça a cabeça. Quando quer expressar um a ideia, gesticula com o um louco. Tam bém em m atéria de gestos, atletas e técnico terão que se habituar a um a nova linguagem .

No início de setem bro, j á instalado no centro de Munique, Pep sente-se m uito bem na cidade. “Estou feliz. Munique é m uito bonita, e no clube todos nos apoiam .”

A que dedica as doze horas de trabalho? Metade delas à profunda análise do adversário, que costum a ocupá-lo durante dois dias e m eio. Boa parte do tem po restante é em pregada nos treinam entos ou na preparação das próxim as sessões

com Buenaventura, Torrent e Gerland. Por fim , todos os dias Pep passa um a ou duas horas em conversas individuais com os j ogadores, às vezes com a aj uda de vídeos ou sim plesm ente indo tom ar um café ou fazer um a refeição para falar de problem as pessoais. Esses são os m om entos-chave, que realm ente im portam , e Guardiola aprendeu que deve dispensar a eles o tem po que for necessário. O que faz então em Säbener? Estuda, analisa, investiga, pensa, desconstrói j ogadas dos outros e m ovim entos do futebol do passado, reinventa… Observa, reflete, fala e convence.

A convocação para as seleções nacionais fez a m aioria dos j ogadores deixar Säbener Straβe poucas horas depois da dram ática conquista da Supercopa europeia nos pênaltis em Praga. Quase não deu tem po de com em orar a vitória. Guardiola logo ficou praticam ente sozinho na cidade esportiva, um a vez que Javi Martínez iria passar por cirurgia e Mario Götze tinha o tornozelo engessado — ou sej a, nas sem anas seguintes am bos dividiriam o departam ento m édico com Thiago e Schweinsteiger. Com esses quatro, seria possível form ar um m eio-- cam po excepcional: duro, sério, forte e criativo. Mas esse sonho Pep terá que adiar até m eados do outono.

Seu verdadeiro anseio, no entanto, é dirigir um grupo de j ogadores da base, treiná-los, cuidar de seu desenvolvim ento, ensinar-lhes os fundam entos do j ogo e extrair o m áxim o de cada um deles. Talvez consiga isso algum dia, ainda que tenha que esperar bastante: um ciclo de três anos em Munique, a m enos que se prolongue, e possivelm ente outro ciclo na Inglaterra. Quem sabe depois disso ele decida abandonar a elite m undial e dedicar-se à form ação dos j ovens.

Um dia no final de 2010, no Cam p Nou, Guardiola ordenou que dois garotos — Gerard Deulofeu e Rafa Alcântara, irm ão de Thiago — participassem do treino dos adultos pela prim eira vez. E ao final m e explicou suas sensações: “É bom dem ais estar com eles. É m uito m ais fácil treinar com esses garotos que com os m ais velhos, m uito m ais. Eu m e sinto m ais treinador. Com os m ais velhos, você tem que cuidar do que está dizendo e de com o fala, se estam os vindo de vitória ou derrota, deve m edir as palavras, reparar na cara de um e outro… Já esses rapazes, você pega pelo pescoço, aperta e esprem e cada um , com o se fossem um a laranj a. É m ais gratificante e m ais divertido”.

Esses prim eiros dias de setem bro são os m ais prazerosos para ele. Tem apenas quatro j ogadores para treinar (Starke, Rafinha, Contento e Kirchhoff), que trabalham com a equipe b. O Bay ern ii tam bém estreia o treinador. Matthias Sam m er havia contratado o holandês Erik ten Hag e, durante as duas prim eiras sem anas de setem bro, Guardiola e Hag com partilharão os treinos para que o Bay ern ii com ece a j ogar com o padrão da equipe principal. A experiência será frutífera: a equipe b fará um cam peonato esplêndido e se transform ará no tim e que m ais m arcou e m enos sofreu gols — apesar de, no fim , não conseguir subir

para a terceira divisão, em razão de um gol tom ado no últim o segundo do j ogo decisivo.

Guardiola está de olho na base do Bay ern. Alguns dos grandes nom es atuais, com o Müller, Lahm , Schweinsteiger e Alaba, saíram das equipes m enores de Säbener Straβe, m as atualm ente não se vislum bra um a geração tão excepcional. Herm ann Tiger Gerland, que treinou tim es j uvenis do clube desde 1990 e tem faro especial para detectar j ovens valores, não se m ostra otim ista a curto prazo, ainda que existam exceções notáveis, com o Høj bj erg e Green. Pep se afeiçoou m uito a Gerland: “Ele está m e aj udando dem ais, dem ais. Explica os detalhes da Bundesliga, de cada clube, de cada j ogador. É um a pessoa m uito leal ao Bay ern, e acho ótim o que o clube tenha proposto a ele que trabalhássem os j untos. Confio nele e em seus conselhos. Gosto do fato de ele respeitar os j ogadores e de os j ogadores o respeitarem ”.

Além de trabalhar com os j ovens e com partilhar os treinam entos, sem a tensão da com petição, com alguém tão próxim o com o Gerland, em dias assim Guardiola pode conversar com lendas do futebol m undial com o Gerd Müller, colaborador de Erik ten Hag no Bay ern ii, e Mehm et Scholl, cuj o filho Lucas j oga no sub-19. Mas seus m om entos de prazer são breves, e ele não deve se distrair. Está pensando na questão m édica. Há detalhes que o preocupam , com o a lenta recuperação de Götze e Schweinsteiger, m as ele diz entender a gravidade de am bas as lesões. Além disso, teve o episódio de Dortm und com Neuer e Ribéry, que quarenta horas depois do j ogo j á estavam treinando com o se nada tivesse acontecido. Guardiola pediu então que fossem m odificados os protocolos dos fisioterapeutas: em caso de lesões leves, os j ogadores viaj ariam com a equipe e a decisão seria tom ada no últim o m om ento. Mais tarde, refletiu sobre o dr. Müller-Wohlfahrt: sem discussão, um a autoridade. Por sua clínica no centro de Munique passaram m uitos dos m elhores atletas do m undo, j á que o profissional possui um a extraordinária habilidade exploratória: é capaz de diagnosticar a m aioria das lesões sim plesm ente com as m ãos. Ele se especializou tam bém no em prego de pequenas inj eções de substâncias hom eopáticas, que aplica nas áreas doloridas. Velocistas com o Usain Bolt, m aratonistas com o Paula Radcliffe, ou golfistas com o Txem a Olazábal confirm am que as “m ãos salvadoras” do m édico curaram suas graves dores, m usculares ou articulares. Na clínica de Müller-Wohlfahrt j á estiveram Michael Jordan, Cristiano Ronaldo, Andy Murray, Boris Becker, inclusive Luciano Pavarotti e Bono, entre outros.

Mas Guardiola gostaria que algum m édico estivesse sem pre presente nos treinos em Säbener Straβe. Havendo qualquer incidente, os fisioterapeutas é que são cham ados. E se acontece algo de grave? Müller-Wohlfahrt, no entanto, alega que passar o dia todo na cidade esportiva resultaria em perda de tem po para ele ou algum dos seus auxiliares, e que para os j ogadores lesionados não representa

um esforço excessivo deslocar-se até sua clínica na Dienerstraβe, no bairro antigo de Munique — instalada no prédio que foi a residência do im perador Luís iv da Baviera, no século xiii. Na clínica m w, o doutor atende um núm ero alto de pacientes todos os dias. Quando um atleta do Bay ern precisa de um diagnóstico, é atendido de im ediato, m as na clínica, não na cidade esportiva. A tem porada term inará sem que o assunto estej a resolvido de m aneira plenam ente satisfatória para todos.

Mom ento 28

A receita para ganhar a liga

“As ligas são ganhas nas últim as oito rodadas, e são perdidas nas oito prim eiras.” Munique, 13 de setembro de 2013

“É bem parecido com um a receita”, diz Guardiola. A experiência lhe perm itiu chegar a esta conclusão: é preciso evitar perder a liga nos prim eiros dois m eses do cam peonato. Seus adversários podem lhe tirar pontos, m as não m uitos. A eventual desvantagem deve ser m entalm ente aceitável, de dois ou três pontos, quatro no m áxim o, ao térm ino dessas oito rodadas. Ainda que você estej a atrás, m antém o líder por perto; em um confronto direto, poderá alcançá-lo. Assim , terá condições de lutar pelo título nas últim as oito rodadas, dem onstrando a verdadeira força da sua equipe no m om ento de decidir a disputa. Nessa arrancada final não se pode falhar, trata-se do m om ento decisivo em que o tim e precisa render o m áxim o para conquistar a vitória. Essa é a teoria.

Estam os ainda m uito no início do cam inho. Disputaram -se quatro rodadas da Bundesliga; o Bay ern está em segundo, a dois pontos do Borussia Dortm und, seu grande rival. A equipe de Munique j á está no lim ite. Além da questão dos pontos, com eçam a surgir os problem as. Outro tropeço com o em Friburgo e…

Vollgas foi a palavra que Uli Hoeneβ utilizou para explicar o ritm o que esperava do Bay ern a partir de setem bro: velocidade m áxim a. Guardiola concordou: “O presidente diz que tem os que ir com velocidade m áxim a e tem razão. Com eça um dos grandes m om entos do ano, com Liga, Cham pions e Copa, e estam os preparados para o desafio”. Ainda que reservadam ente Pep estej a tenso, preocupado com os dois pontos de desvantagem , diante da im prensa se m ostra tranquilo: “Não m e sinto pressionado por essa desvantagem . Desde que fui contratado pelo Bay ern, sabia que m inha passagem por Munique seria de m uita pressão. Foram apenas quatro j ogos e o im portante é saber com o estarem os em m aio. Estou convencido de que, depois da parada de inverno, estarem os bem colocados. Sinto que estam os bem , farem os um a boa tem porada. Acho que em abril e m aio estarem os em condições de lutar pelos títulos”.

Guardiola se sente m uito à vontade com Uli Hoeneβ. Sendo um verdadeiro fanático por futebol, não poderia encontrar am biente m elhor que o do Bay ern, onde grandes lendas do esporte passeiam por Säbener Straβe. Com petir com Hoeneβ para ver quem engole m ais salsichas rostbratwurst durante o alm oço, tom ar café diariam ente com Rum m enigge, falar sem pre nos treinos com Paul Breitner, ler as m udanças de opinião do Kaiser Beckenbauer, pisar no m esm o

gram ado que o Torpedo Gerd Müller, der Bomber der Nation, e dividir os problem as da equipe com Matthias Sam m er são luxos incalculáveis para alguém obcecado pelos m itos do futebol com o ele.

Hoeneβ e Rum m enigge enfrentam problem as. O prim eiro, por conta de um a evasão de im postos que m eses m ais tarde o levará à prisão. O segundo, porque no passado não declarou alguns relógios de m uito valor que lhe foram presenteados no Catar, o que acarretou um a m ulta pesada. Apesar das evidências (Hoeneβ confessara diante da Fazenda alem ã), não se pode esperar que Guardiola fosse crítico com eles. Afinal, o técnico foi contratado pelos dois. Suas palavras, portanto, pisavam o terreno do politicam ente correto: “Hoeneβ é o coração e a alm a do clube. Para m im , tem um a im portância im ensa. Quando você o escuta falar do Bay ern, percebe o significado que o clube tem para ele: é tudo para Uli”.

Nesse ponto, eu m e perm ito fazer um a reflexão sobre o m odelo de gestão do Bay ern, tão debatido em toda a Europa por seu sucesso notório. É um clube sem dívidas, com grande capacidade de gerar receitas por m últiplos canais, apoiado por excelentes patrocinadores, com um estádio perm anentem ente cheio, m ais de 230 m il sócios, faturam ento anual superior a 430 m ilhões de euros, lucros recorrentes de tem porada em tem porada j á há vinte anos, m ais de um m ilhão de cam isas vendidas em 2013, um a tesouraria próspera e, é claro, sucesso esportivo extraordinário. É indiscutível que a m aneira de gerir o clube é sensacional, além de ser exceção se com parada a diversos casos de clubes europeus que flertam com a quebra técnica. Contudo, de m aneira generalizada, atribui-se esse sucesso ao sim ples fato de o clube ser dirigido por ex-j ogadores com o Hoeneβ e Rum m enigge, o que na m inha opinião, não é correto. O Bay ern é bem adm inistrado porque os dois foram bons adm inistradores, não porque foram j ogadores.

Quando teve que abandonar o futebol, em 1979, por causa de um a lesão no j oelho, Hoeneβ, que tinha apenas 27 anos, foi nom eado diretor com ercial do Bay ern. Desde então, acum ulou 35 anos de experiência na gestão, conheceu todas as áreas e detalhes da entidade e, nessas três décadas e m eia, encontrou o m elhor cam inho para construir um clube sólido, gigantesco porém sustentável, e esportivam ente am bicioso — m as que não perdeu o espírito de um a grande fam ília. A seu lado, Rum m enigge acrescentou um a visão m oderna e global do esporte, m as adicionou especialm ente um estilo de direção que com bina na m edida certa a responsabilidade individual e a tom ada das grandes decisões pelo grupo.

“Vollgas”, disse Hoeneβ. Guardiola encom endou um estudo estatístico sobre o ataque do Bay ern durante as prim eiras cinco sem anas de com petição, porque não está satisfeito com a eficácia dos seus atacantes. Os dados são contundentes:

nos sete j ogos disputados antes da parada para as partidas entre seleções, a equipe de Guardiola chutou 162 vezes ao gol, um a m édia de 23 vezes por j ogo, e conseguiu dezesseis gols: a taxa de eficiência é de 10 por cento, m as a tendência é de queda. O Bay ern se defende m elhor dos contra-ataques adversários, m as a cada j ogo piora a precisão nas finalizações. Nos dois últim os, a eficiência baixou para 5 por cento.

Na sexta-feira, 13 de setem bro, m eia hora antes de com eçar o treino, Guardiola m ostra os núm eros aos j ogadores, que acabaram de voltar dos j ogos com as seleções. Não lhes pede que acertem m ais nas finalizações, porque isso seria um exagero: eles não erram por querer. Mas pretende que tenham consciência de com o estão m al na hora de chutar e insiste na necessidade de cortar na raiz qualquer contragolpe do rival.

No dia seguinte, o Bay ern j oga na Allianz Arena contra o Hannover 96. E chega a tem pestade.

Mom ento 29

A “tem pestade Sam m er” Munique, 15 de setembro de 2013

Guardiola ficou surpreso positivam ente com a reação de Uli Hoeneβ e Kalle Rum m enigge no dia seguinte à Supercopa europeia em Praga, quando os principais dirigentes do Bay ern saíram em sua defesa: “As declarações de Mourinho são descaradas […]. Talvez estivesse vendo outro j ogo”. O técnico do Chelsea dissera em Praga: “Sem pre que j ogo contra Guardiola, acabo com um j ogador a m enos: deve ser um a prem issa da uefa”. O que Mourinho esqueceu

No documento Guardiola Confidencial - Marti Perarnau (páginas 135-200)

Documentos relacionados