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120 ANOS: BREVE HISTÓRICO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO – RIO CLARO DO SUL – PR

Anderson SPEGIORI, SChr

Aos 18 de setembro de 2016, com a presença do bispo diocesano de União da Vitória, Dom Agenor Girardi, e do atual pároco, Pe. Anderson Spe- giorin SChr, foi celebrada uma grande festa em comemoração dos 120 anos da fundação da paróquia, a mais antiga da referida diocese. Antes da celebração da Santa Missa solene, a comunidade paroquial acolheu a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida.

É bom recordar, pelo menos brevemente, a história da referida paróquia fortemente ligada à colonização polonesa.

A partir do ano 1855, por iniciativa de Zacarias de Góis e Vasconcelos (1815 – 1877), político brasileiro do Império e representante do Partido Li- beral, presidente do Paraná (1853), Deputado Geral e Senador desde 1864, o estado do Paraná foi colocado no rumo da colonização estrangeira.

Foi baixada a lei número 29 de 21 de março de 1855, que determinava a promoção da imigração de estrangeiros para a província do Paraná, princi- palmente de colonos.

No ano 1884 saiu de Campo Largo uma caravana de 15 famílias de agricultores que, passando por Palmeira, penetraram num território até agora intacto. Depois de dois meses atingiram a região localizada à margem esquer- da de um rio, onde fundaram um pequeno povoado, com moradias provisó- rias, e lhe deram a denominação de Rio Claro, em virtude da limpidez das águas do rio. Daquele grupo, s conhecidos somente três chefes de famílias: Frederico Carlos Franco de Souza, João Teixeira de Lima e Antônio Rodrigues de Lima.

A primeira leva dos imigrantes poloneses fixou-se na região a partir do ano 1890, e alguns anos mais tarde chegaram colonos europeus ucranianos.

Em 1891 foi criada legalmente a Colônia de Rio Claro do Sul, às mar- gens do rio Iguaçu, constituída por 1 371 lotes, dos quais 79 formavam a sede

da colônia, sendo os demais distribuídos por 9 linhas principais e 18 vicinais. Graças ao progresso da região e à índole católica dos povoadores, foi erigida uma capela em louvor de Nossa Senhora do Rosário.

Em 1892 criou-se o distrito de Rio Claro do Sul, cujo território perten- cia ao município de São João do Triunfo.

Por meio de uma circular do dia 26 de novembro de 1895, o bispo da nova diocese de Curitiba, D. José de Camargo Barros, criou uma capelania eclesiástica provisória com sede principal na colônia São Mateus, onde residia o capelão principal, que podia ter capelães nas colônias determinadas pelo Bispo, isto é, “Rio Claro, Água Branca e Palmyra”, (L.T. I, p. 34). Os capelães deveriam ser aprovados para essas residências, tendo a jurisdição delegada pelo capelão cura principal.

A assistência espiritual já existia antes da criação da capelania. Se- gundo os arquivos, já no ano 1892 atuava nesse território o Pe. Ludovico Pr- zytarski, padre polonês do clero diocesano, que celebrou ali alguns batiza- dos. Começou a residir em Rio Claro como capelão desde o ano de 1896 e lá trabalhou até 1907. A obra principal dele foi a construção da igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, com uma torre de 50 metros de altura, toda de madeira. Era tão imponente e fascinante que o povo a chamava “Czestochowa Paranaense”.

No ano 1907 a capelania de Rio Claro foi assumida pelo Pe. Silvestre Kandora, da Congregação da Missão (Padres Vicentinos), cujos padres traba- lharam ali até maio de 1968.

Por meio de um decreto do dia 16/12/1911, o bispo D. José de Camar- go Barros criou “o Curato de Rio Claro, [...] desmembrado fique do Curato de São João do Triunfo todo este território que até ao presente a ele pertenceu, e elevado a curato independente, tendo por sede o núcleo principal Rio Claro” (L.T. I, p. 91).

No começo a paróquia pertenceu à diocese de Curitiba, até 1929, quando uma bula papal, ao organizar a Igreja no Paraná, transferiu uma parte da paróquia para a nova diocese de Ponta Grossa, e a outra continuou como parte da antiga diocese de Curitiba.

desde 15 de abril de 1912 era sede de um município desmembrado de São Mateus do Sul. No dia 21 de setembro de 1912, com a instalação oficial, foram criados dois distritos desse município, em Rio Claro do Sul e Dorizon.

criada a paróquia de São Pedro, e Rio Claro tornou-se parte desta. Em agosto de 1951 foi devolvido à igreja de Rio Claro do Sul o título de igreja matriz.

Em 7 de janeiro de 1952, iniciou-se a construção da nova igreja pa- roquial, que terminou no dia 25 de maio de 1953, com a bênção solene da comunidade (L.T. I, p. 132).

Com a saída dos Padres Vicentinos em maio de 1968, a partir de junho do mesmo ano a paróquia foi atendida pelos padres da Sociedade de Cristo para os Emigrados Poloneses da Paróquia São Pedro de Mallet.

Em janeiro de 1970, o Pe. Sigismundo Szwajkiewicz SChr, pároco de Mallet, muda-se para Rio Claro do Sul, assumindo a paróquia como pároco.

Hoje a paróquia de Rio Claro faz parte da diocese de União da Vitó- ria, que foi criada em 3 de dezembro de 1976 pela bula “Qui divino” do Papa Paulo VI, desmembrada da arquidiocese de Curitiba e das dioceses de Guara- puava e Ponta Grossa.

No dia 17 de março de 1996 a igreja paroquial de Nossa Senhora do Rosário foi eregida canonicamente em Santuário Mariano diocesano.

A primeira romaria diocesana ao Santuário Mariano aconteceu no dia 19 de outubro de 1997. Foi um marco histórico para paróquia e a diocese. Nes- se evento estiveram presentes mais de 4 mil pessoas.

Dia 16 de maio de 1999 aconteceu a 1ª Romaria Vocacional da nossa diocese. A partir daquele ano o Santuário recebe duas romarias diocesanas e várias pequenas romarias de várias paróquias e vários movimentos que atuam na diocese.

Um capítulo à parte na história da comunidade paroquial de Rio Cla- ro é a história da gruta de Nossa Senhora de Lourdes.

Tudo começou no tempo do Pe. Estanislau Piasecki. Numa época de bastante seca, o padre encontrou uma vertente próxima da igreja e resolveu então construir no local uma gruta com a ajuda de toda a comunidade. A inau- guração da gruta ocorreu no dia 13 de maio de 1940. Naquele dia os fiéis saí-

ram da igreja matriz em procissão até a gruta, onde o Pe. Bronislau Kozlowski celebrou a missa. Participaram desse evento os padres: Estanislau Piasecki, Inácio Zabrzeski − pároco de Rio Claro, Pe. Porzycki de São Mateus e Pe. Pi- nocy, vigário de Mafra. Após a missa e a bênção, com o acompanhamento da banda local, houve uma festa, e o lucro foi destinado para o pagamento das despesas da construção da gruta e para Cruz Vermelha.

Atualmente a gruta serve de local de visitação, oração, agradecimen- tos e também de reflexão, pois o contato com a natureza proporciona a paz e a harmonia.

Rio Claro foi também abençoada pelo trabalho das irmãs religiosas. Primeiro as Irmãs de Caridade de São Vicente. Não temos fontes que possam indicar o ano da chegada das irmãs a Rio Claro. Sabemos que começaram a trabalhar como professoras no Colégio Santa Clara, mas também organi- zavam diversos cursos, como: costura, tricô, crochê, pintura, culinária, entre outros.

Trabalharam também no hospital, que durante determinado período de tempo atendia os doentes da região. Infelizmente não temos dados e maio- res informações. Na década de 1920 aproximadamente, houve a mudança do colégio Santa Clara para perto da igreja, onde hoje se localiza o colégio, que atende as reuniões pastorais e a catequese.

O colégio foi usado como escola até 15 de novembro de 1959, quando foi bento o Grupo Escolar de Rio Claro do Sul, que até hoje serve como escola.

O colégio onde se encontrava o Instituto Santa Clara passou a ser ape- nas moradia das irmãs. No dia 14 de janeiro de 1966 às Irmãs da Caridade de São Vicente deixam o colégio, e mais tarde vendem o lote e a construção para a igreja Nossa Senhora do Rosário em 17 de outubro de 1975.

O colégio tinha sido ocupado pelas Irmãs Mensageiras do Amor Divi- no, que, além de cuidarem da igreja, promoviam cursos. No dia 21 de março de 1983 a madre superiora pediu a transferência das irmãs, o que aconteceu no dia 4 de setembro de 1983.

Até hoje as pessoas da comunidade lembram a presença e o trabalho das irmãs de ambas as congregações.

igreja matriz, 12 capelas e 6 escolas.

A partir do ano 1892 até hoje, atuaram na paróquia aproximadamente 47 padres, como capelães, párocos e coadjutores. Atualmente a comunidade paroquial é dirigida pelo Pe. Anderson Spegiorin, SChr, que, junto com várias pastorais, movimentos, apostolados e vários líderes leigos, não medem esfor- ços para continuar os trabalhos de evangelização.