• Nenhum resultado encontrado

Apêndice B – Análise dos Relatórios da CTI e da CEIF UC dos GIR de

Atendendo os GIR de 2017, a CTI, considerou o SNPC deveria a apostar em APC com diferentes capacidades, formação e competências adequadas. Orientando assim, para “a

atuação para a adoção de forças especializadas, com elevado nível de qualificação, destinadas à resolução destas problemáticas, o que não se coaduna com amadorismos”

(CTI, 2017, P.8), mas pelo contrário, conseguida através de um elevado grau de exigência e profissionalização. Também o CEIF da UC, considera a necessidade de profissionalização no combate a incêndios, pois os GIR de 2017, evidenciaram as fragilidades de um sistema apoiado de excessivamente no voluntariado, sendo clara a necessidade de “uma

profissionalização dos quadros de proteção civil, acompanhada de uma formação rigorosa e de condições suficientes para o desempenho das missões” (2019, p.244).

Ainda no âmbito da qualificação é referida a necessidade de uma uniformidade de formação e procedimentos dos vários APC, através da realização de ações formação conjunta e estandardizada, com intercâmbio de conhecimentos e experiência. A formação deverá ser ainda vocacionada para os domínios da proteção civil e da defesa da floresta contra incêndios como a exigência de níveis de escolaridade superiores e devidamente certificados (CTI, 2017).

Alerta-se para uma carência de uma uniformidade, também no que concerne “as

competências de comando, liderança, de organização ou de logística, normalmente associadas ao perfil castrense”, considerando que devem ser características assumidas por

todos os operacionais (CTI, 2017, p.8), permitindo uma interoperabilidade de todo o sistema. Apesar de ter sido enaltecido que “as forças profissionais de intervenção (GIPS e

FEB) estão preparadas, ao nível operacional, para intervenções nas fases ATI e de ATA”,

a CTI advertiu para facto de o seu “efetivo ser limitado (…) dificilmente podendo cobrir, de

um ponto de vista geográfico, as diversas emergências que se manifestam nos períodos críticos” (CTI, 2017, p. 8).

No âmbito da atividade operacional considera que “as iniciativas nos domínios da

prevenção e do combate deveriam ser protagonizadas, pelo menos nos seus pilares básicos, por entidades com a mesma orientação e, se possível, com a mesma inserção institucional”,

ou seja, por forma a igualmente o combate ser protagonizado e realizado por operacionais que “acompanharam as intervenções de prevenção, e vice-versa” por forma a gerar situações de aproveitamento das “oportunidades criadas pela prevenção para aumentar o

IV

agentes que se empenham no ataque desconhece a região e, ainda pior, não acompanharam as medidas executadas de prevenção estrutural” e que “os intervenientes na prevenção e gestão florestais não participam nas decisões operacionais de combate aos incêndios”.

Defende, que “os elementos das diversas estruturas, designadamente dos operacionais

profissionais (FEB e GIPS) devem acompanhar e/ou participar nas ações de prevenção estrutural, designadamente nas intervenções de gestão de combustíveis”, aproveitando das

melhores condições para o combate. Considera ter de existir uma estreita ligação entre as várias fases de atuação na mitigação de um IF, desde a sua prevenção ao seu rescaldo e reabilitação.

Tempo por base as datas dos GIR de 2017 a CTI (2017) considera que, inclusive, deverá ser aumentado a prontidão, independentemente da época do ano, devendo ser ajustado em função das condições de risco de incêndio e não em função do calendário. Invoca-se assim, a necessidade de maiores níveis de vigilância móvel, pré-posicionamento dos meios de combate, em local estratégico, em função da visibilidade, do risco estrutural e meteorológico, das acessibilidades, e dos meios existentes na região, face a qualquer necessidade de IR. Em consonância, a CEIF que refere que “na eventualidade do

desenvolvimento de um incêndio com maiores dimensões, as equipas de reforço ao combate possam chegar aos TO da forma mais rápida”. (CEIF, p.234)

Outra consideração, sobejamente debatida é ter de se realizar uma maior fiscalização para garantir cumprimento das medidas de prevenção estrutural, nomeadamente abrangendo vias rodoviárias e aglomerações populacionais que se tem demonstrado muito deficiente. (CTI, 2017, p.16), uma vez que, uma carga combustível muito elevada e mal gerida juntamente com a falta de limpeza da envolvente das estradas permitiu que muitas pessoas nos IGR de 2017, fossem colhidas em plena fuga (CEIF, 2017, p.224-225).

Necessidade de aumentar a capacidade em “debelar o fogo nascente na primeira meia

hora após a eclosão”, dado que o tempo decorrido desde a ignição e os meios empregues

em ATA, que foram insuficientes para as condições do dia.

No que concerne o combate a IR, a CTI, recomenda que, “em termos operacionais, os

dois tipos de intervenção deveriam recorrer a especificações técnicas e a modalidades de combate diferentes”, ou seja, existir uma maior especialização, no ATI e no ATA. Dessa

forma, enquanto o ATI é essencialmente caracterizado pela rapidez de atuação, o ATA é caracterizado por uma intervenção mais musculada, sendo que no passado já era reforçada por forças profissionais, designadamente dos GIPS.

V Técnicos Florestais (GTF) com a GNR, sobretudo através dos GIPS, afirmando que “alguns técnicos mencionaram também que o esforço de fiscalização e sensibilização da GNR/GIPS é insuficiente e pouco articulado com os GTF” tendo de haver um maior e melhor trabalho de aproximação e sensibilização. Sendo que ainda nesse seguimento considera que “o processo global de notificação, aplicação de coimas e execução da rede secundária é deficiente”, reconhecendo a necessidade de simplificar o sistema e a torna-lo, mas eficaz. (CEIF, 2017)

O CEIF da UC, considera fundamental melhorar o diálogo e articulação entre os vários intervenientes, nomeadamente com as entidades locais, considerando que “muito

dependente das relações pessoais (…) procurando fomentá-las por meio de treinos e exercícios, deverão ultrapassar-se as barreiras institucionais e envolvendo as entidades que possam dar uma contribuição para o problema”. (2017, p.210), envolvendo-as na sua

resolução, tornando assim as operações de proteção civil mais eficientes em situações similares que venham a acontecer no futuro (CEIF, 2019, p.234).

A CEIF, recomenda uma maior integração de recursos técnicos e de conhecimento científico em todas as tarefas de gestão dos incêndios florestais, desde a vigilância e monitorização das florestas, à redução e utilização da biomassa, sistemas de apoio à decisão no emprego de meios e no planeamento do combate, além do uso das tecnologias de apoio à decisão na definição de estratégias e avaliação do comportamento do fogo (CEIF, 2017, p.227). Há a recomendação de que deve ser desenvolvido um protocolo de informação do ponto de situação que seja harmonizado, contemplando fotografias e/ou vídeos, e que reduza o desequilíbrio das capacidades de comunicação dos operacionais no terreno. Para além disso, estes elementos seriam importantes numa análise técnica ou forense da situação. (p.236)

Entre outras, a CTI refere ainda a necessidade de não repetir as falhas de comunicações do SIRESP (CTI, 2017), devendo, portanto, sofrer adaptações para fazer face as necessidade. Para além disso, a “geolocalização” dos meios no combate é fundamental aparelho de comunicação, consideramos que devem ser feitos esforços para que a localização de cada equipa no TO possa ser conhecida a todo o momento, para além de promover as condições de segurança dos operacionais. (CEIF, 2019, p.236-237)

No caso de se ter de proceder a evacuações, a CEIF (2017) refere que tem de haver uma comunicação prévia que dê tempo de preparação às pessoas, existindo simultaneamente uma priorização de evacuação seletiva e com maior acompanhamento. Salvaguarda-se o facto, de se poder ter de recorrer à obrigatoriedade na evacuação, dado que muitas pessoas

VI resistem a ser afastadas das suas casas pelos mais diversos motivos (CEIF, 2019, p.239).

As fatalidades registadas entre a população civil evidenciaram a necessidade de se “criar mais e melhor prevenção de incêndios, mais e melhores programas de sensibilização

e de apoio à população, com vista a melhorar a sua segurança. (…) assim como as medidas de gestão de combustível em torno das casas (CEIF, 2019, p.248). Isto porque, “embora não seja de excluir a ação dolosa na origem de um grande número de ignições, parece estar estabelecido que muitas delas se deveram, como se disse, a queimas e queimadas intencionais” (CEIF, 2019, p.249).

Apesar do sucedido nos GIR de 2017 a CTI (2017) vem destacar o facto que estas forças deverão estar disponíveis para todas as emergências e não só para os IR.

VII