• Nenhum resultado encontrado

1

0 hr 0 min ... então, voltando, o quê que eu fiz: analisei o motivo, tá... procurei a cara tonal dele.

Primeiro pensei que talvez coubesse numa escala octatônica... Pensei na octatônica de... mi, começando com tom, né, tom semitom... e não fechou, porque no final das contas é... ele tem uma tríade menor dentro dele, né. Então, isso é um... isso é um probleminha... ter uma tríade menor dentro dele, não um probleminha, mas... faz com que não encaixe em escala octatônica. Depois eu procurei a tonalidade em que ele se encaixava... primeiro tentei em mi menor. Claro que não funcionou porque o... o bemol, né... ele é parte maior (toca).

0 hr 1 min Tô vendo agora se ele encaixa na octatônica de mi começando com semitom... (tocando) semitom, tom, semitom, tom, semitom, uau! Tom, semitom... È, ele não encaixa agora por causa que a octatônica de mi começando com semitom tem ré bequadro e o tema tem ré#... Tema, só relembrando...

(toca o tema)

0 hr 1 min Bom, depois tentei em si, não consegui... resultava num, nas primeiras cinco notas de si maior e na finalização do tretacorde superior de si, como o tretacorde da escala menor harmônica, né...

(toca) então, também não funcionou... então eu tive o mega insight de pensar em sol# menor... (toca) pedal em sol#... que é muito interessante porque começa como dissonância, né... pensando num acorde sustentado de sol# menor, então: apojatura, resolve, apojatura inferior, resolve, terça menor. Com possibilidade de harmonização disso com napolitana, seja lá menor, né... lá maior, desculpa... (toca) resolvendo... ou ainda na resolução de ??? bemol 6 que fica mais bonito... fica...

0 hr 2 min (solfejando) desculpa, desculpa, desculpa, não valeu isso... (continua solfejando e tocando)... si menor...(tocando) que é bem bonito. Eu vou reservar isso, sei lá, prá quase o final da música, assim... pouco depois dos dois terços, a seção áurea... sei lá... não sei expor certinho, não vou ficar falando isso que não sou besta... e tentar ocultar isso, essa possibilidade, né, esses acordes menores e maiores todo o tempo, possivelmente saturando as tonalidades com terças menores e maiores prá que não seja definível uma tonalidade no momento e que esse momento tonal seja percebido como uma revelação, como algo que estava potencial o tempo todo e de repente se... se desvela. ???

5

0 hr 4 min Então agora vou notar num papel separado essa idéia tonalmente escrita. Normalmente eu faço algumas opções prévias, algumas idéias, estruturas, ou técnicas, sei lá, acordes, e depois eu encho de anotações paralelas enquanto escrevo. Eu sempre componho pulando algumas linhas... então... mas agora eu vou anotar num papel separado prá ficar mais bonitinho, organizado.

0 hr 4 min É engraçado que quando eu vi o primeiro tema eu pensei que aquele láb, não é láb, é sol#... e eu achei que era por causa do... do salto: sol# si, né, láb si, prá não ficar uma segunda aumentada...

ou da direção do intervalo também... quer dizer, prá cima, né... mas agora eu vejo que é por causa... talvez eu soubesse no fundo que a tonalidade fosse ??? Mas isso tudo é bobagem porque então o sol não seria sol, seria fá dobrado#... então eu acabei de falar uma bobagem, mas tudo bem, isso acontece.

0 hr 5 min Tô escrevendo agora em cifras, estranhamente... a harmonização tonal, né... lá maior, sol#

menor... que bobagem... eu fiz um erro, eu escrevi dó# maior. Ré# maior, sol# menor, mi maior. E eu tô pondo a harmonia tradicional em cima, ou seja... poxa, é napolitano bemol 2, né... bemol 2... seis que é primeira inversão, né. Só prá saber em que inversão eu fiz isso, então... (toca). Eu tô vendo todas notas subindo... eu vou prá... “putz”, isso aqui não é muito bom... tudo bem, depois eu resolvo as inversões... (toca) prá sol# como tônica “6/4” na verdade... ah, mais funciona porque ela tá preparando uma dominante...

(sempre tocando) muito bom!... então, cinco, né... (toca). De novo tônica “6/4”, porque dai eu só tenho que subir o baixo prá eu ter... bemol 6 maior... perfeito.

0 hr 7 min (toca o tema harmonizado) Ah, se eu fosse Beethoven... (toca)ou Brahms, ainda... (toca) Tô tentando fazer algumas poliritmias de 2 e 3 prá parecer mais “brahmsminiano”... (toca) ??? então... (toca) mais Beethoven... (toca) ??? mão esquerda... (toca) ...fazer mais em cima isso... fica mais brilhante... dando mais algumas tocadinhas prá entrar, sei lá... (toca) isso é bem Beethoven, viu, Beethoven? (toca) ??? mão esquerda... (toca) bonito isso... vai... vai ter um momento... bonito isso... vai surgir de repente e se abrir...

0 hr 10 min Opa! Tem que pensar em forma... er... tá, no final das contas, tenho 4h prá compor... e eu tenho pouca coisa.... Tenho que escrever curto então senão vai ser impossível, né... eu já tô pensando em peça de cinco minutos, é verdade, prá isso se revelar bem... e então eu vou ter que definir uma coisa bem densa prá isso fazer sentido, quer dizer, prá eu conseguir gerar ocultamento suficiente prá o desvelamento ser um pleasure post bond... ser um finalmente, uma chegada muito desejada. Que mais eu faço, então como eu começo... com acorde, talvez... seria ruim identificar o tema já no começo... Talvez eu... e então eu vou dar uma analisada agora nas alturas do tema, ver se eu consigo gerar ah... formas, quer dizer, 1, 2, 3,

4, 5, eu tenho cinco... se eu consigo gerar uma outra forma com os mesmos intervalos, que tenda ao total cromático, né, talvez dez notas, vou usar duas, ou talvez duas formas em que uma deixe duas faltando, deixe outras duas faltando, não sei... eu vou dar uma analisada... nas possibilidades de combinatória buscando uma saturação cromática... quero evitar usar série, mas talvez usar tropos. Agora tô saindo do piano e tô escrevendo na escrivaninha.

10

0 hr 12 min Se o tema tem mi, ré#, sol, sol#, si, vou por isto em ordem ascendente, então: rè#, mi, sol, sol#, si... ré#, mi, talvez começar com fá, fá#, dai vou pular uma terça, vai prá lá, acho que vai dar certo...

acho que vai dar certo, que quero dizer é o encaixe em que a mesma forma tende ao total cromático, sem repetir nenhuma das notas. então, fá, fá#, sobe uma terça... menor, certo? Lá, lá#, e agora que o bicho pega... terça maior... lá#, ré... perfeito, não repetiu nenhuma. Então, quer dizer, forma original ascendente (toca),... e a segunda forma, um tom acima (toca)... deixa eu ver... verificando se a transposição está certa...

é, tá errada a transposição... É, porque o último intervalo era terça menor e eu fiz terça maior, então vai prá dó#... ainda da certo, ufa! Quer dizer, original (toca)... segunda transposição, primeira transposição um tom acima (toca)... não repete nenhuma das notas, check: deixa eu ver: ré#, mi, forma 1 , fá, fá#, forma 2, sol, sol#, forma 1 , lá, lá#, forma 3, forma 2, (se corrigindo) si forma 1, dó#... então, é interessante notar que nas primeiras quatro notas, somando a forma 1 e a forma 2 eu tenho uma escala cromática... ré#, mi, fá, fá#, sol, sol#, lá, lá# eu chego até o si na forma um mas, de repente, falta o dó na forma 2... talvez na forma 3 em que eu... o que fica faltando da soma da forma 1 e da forma 2 é dó e ré bequadro. Eu vou ver se tem alguma uma outra forma em que eu consiga essas duas notas e eu tô com medo que isso não possa acontecer porque dó e ré são dois tons juntos e esse motivo... a normalização, digamos da ordem desse motivo em forma ascendente, não tem... nenhum lugar tem dois tons seguidos...??? circular...

0 hr 16 min Essa foi a forma engraçada em que se revelou que era sol# menor, porque eu ouvi isso (toca) ah, que ??? acorde menor com sétima maior e sexta menor, então, parece final de música de jazz. Eu poderia começar alguma coisa assim, mas ficaria romântico demais pro meu gosto. Digamos, eu gostaria se outra pessoa compusesse, mas eu teria vergonha de compor...

0 hr 16 min Bom, então primeiramente eu vou precisar de quatro formas prá conseguir completar o total cromático, vamos ver... eu procurei um buraco aqui prá encaixar essa, que eu vi aquele salto de mi prá sol na forma um, pensei em começar no fá. Tenho um outro buraco que é de sol# prá si, então, se eu começar no lá, logo pro sol#, vamos ver no quê é que dá... vamos chamar de forma 3... então... vamos ver... ela dá: lá, lá#, hum... daí ela salta prá si menor, dó#, ré e salta terça menor e vai pro fá... Ótimo, ela também não repete nenhuma das notas da forma 1... o que é muito engraçado de se pensar... ela tem três notas em comum...

quatro notas em comum com a forma 2... quer dizer, a relação forte é de 1 prá 2 (sem notas em comum) e 1 prá 3, 2 prá 3. 2 prá 3 é uma relação fraca, uma relação de continuidade... digamos, um paralelo de um mi maior e sol# menor, duas notas em comum... pensando agora no estudo que o professor Rodolfo ensinou hoje, de cadências tonais como é... graus de extensão, dependendo do número de notas em comum...

esquisito isso... bem estranho... quer dizer, quando eu vou de uma ... o caminho para a dominante ??? parta da subdominante, que eu não tenho nenhuma nota comum, quer dizer, relativa da subdominante, que é da dominate, da subdominante, também não tem nenhuma nota em comum... é uma relação forte que vai para a dominante e a relação da dominante para a tônica é meio forte, têm uma só nota em comum, então... quer dizer, tô pensando em relações fortes, né... de 1 prá 2 e de 1 prá 3 e fracas de 2 prá 3 porque têm três nota em comum... acho que são três... Céus, quatro... quatro notas de cinco é muita coisa... mudo o fá#, que a 2 (forma) tem e a 3 não têm, o ré, que a 3 têm e a 2 não tem...

0 hr 19 min É engraçado isso, porque eu normalmente começo meio poeticamente com uma inspiração... uma coisa... eu tenho... eu imagino um som e o nome que vem junto, alguma coisa assim... mas agora tô trabalhando com material dado, então, tô sentido que a minha composição está muito... muito física... muito... muito trabalhando com o material musical e pouco pensando no som que eu quero ouvir...não consigo pensar no som que eu quero ouvir ainda... tô pensando agora em começar com blocos, talvez saturando... mas acho que isso não... não vai... vai ter um caráter de muito diferente do... do pseudo romântico que quero atingir quase no final da peça, então, vai ter pouco tempo prá chegar lá...

0 hr 20 min Poxa vida... onde é que está o terceiro furo? Então, no original tinha ré#, mi, daí eu tinha um furo em fá, fá#, tinha sol, sol#, tinha um furo em lá, lá#... daí tinha si... óbvio: dó dó#...hum, mas daí eu vou chegar no mi... dó, dó#, mi, e não vai ficar bom porque dó, dó#, mi... fá, deixa eu ver...essa é a forma 4...

se começar em dó... dó, dó#, terça menor, mi, já em comum ... fá, láb, já em comum também, é uma “titica”

isso porque tem duas notas em comum.. não vai ficar bom... “poxa”, mas eu precisava de uma forma que tivesse um dó... eu não tenho, eu não consigo ter dó em nenhum lugar... podia ficar sem nenhum dó, não seria um defeito.. ia ser interessante... nenhum dó na música inteira... pensando nisso, guardando idéia prá frente...

15

0 hr 21 min Se eu começo com dó#... dó#, ré, ok, fá, fá#, ok, lá... é, essa é minha outra forma de encaixe... vou anotar ela... (escreve) Vou chamar de forma 4 começando em dó#... então, dó#, ré, pula terça menor, fá, fá#, terça menor, lá. Muito parecido com as outras duas, né... de 4 (forma) prá 2 eu tenho uma, duas, três, quatro notas em comum... de 4 prá 3 eu tenho uma , duas , três , quatro notas em comum... tá, decidi! Eu vou deixar você inteira sem nenhum dó, nenhum dó... então, o meu total cromático, digamos, vai ser de onze notas... as relações de 1 prá 2 são fortes... de 1 prá 3 são fortes... de 1 prá 4 são fortes... e as relações de 2 prá 3 , de 3 prá 4 , e de 2 prá 4 são relações fracas. A nota peculiar que 2 traz em relação ao, digamos...agora tô vendo 2,3 e 4, o que tem uma em relação à outra... 2 em relação a 3, apresenta o fá# de diferente e o resto é igual... 2 em relação ao 4, apresenta... fa, fa#... o lá# de diferente... então eu tenho duas notas próprias, digamos... o lá# e o fá#... o fá é compartilhado por todos, o lá é compartilhado por todos...

todos, digo 1,2,3,4... o dó# é compartilhado por todos...

0 hr 23 min (toca) ...e aqui tem um acorde aumentado, o que tá muito bom... porque serve de antípoda, digamos, para aquela tentação de cair num acorde menor do original, né... ou em diminutos, pela preponderância de terças menores... essa é uma bobagem... não cai em diminutos... tem tanto maiores quanto menores... exatamente o mesmo tanto...

0 hr 24 min Deixa eu ver, o 3 (montando um acorde com a forma), em relação ao 4... o quê que tem...tem o lá# de diferente e o 3 em relação ao 2, eu tenho o ré de diferente. O 4 em relação ao 2 tem o ré de diferente e o 4 em relação ao 3, eu tenho o fá# diferente. Então ficou elegante aqui, porque ficou sempre uma nota em comum, digamos, 2: fá é em comum com 3 e 4; fá# muda num deles; lá é comum em 3 e 4; lá#

muda; dó# é comum em 3 e 4... forma 3: lá é comum, lá# não é comum; dó# comum; ré, não comum, fá, comum... 4, dó#, comum, ré, não comum, fá, comum, fá#, não comum, lá, comum.

0 hr 25 min Eu vou tentar... acho que eu vou começar saturando com isso... eu acho que eu vou buscar uma coisa meio neo-romântica, mas no gesto... nuvens de quiálteras e arpejos... mas... nuvens de quiálteras e arpejos, mas tudo... saturado, não deixando cair em tonalidades... vamos ver no que é que dá... tô voltando para o piano... vou improvisar um pouco agora com essas tonalidades, ver no que é que dá...

0 hr 26 min Engraçado, olhando para a folha agora pensei... prá folha que tem o tema... em que ela começa com o compasso, o tema, escrita na clave de sol bonitinho... esse pesquisador é louco se ele acha que eu vou começar com o tema assim, na mão direita... na clave de sol... de jeito nenhum. Tipo, será que ele espera que eu dê continuidade ao tema?Não, eu não vou encarar assim, vou encarar como material. Vou até separar para poder começar de novo. Quer dizer, eu vou começar não na folha em que ele escreveu o tema, mas em uma outra folha. (toca)

20

0 hr 27 min Forma 2... é o comum (montando o acorde), né, e o não comum é esse aqui (toca asformas arpejadas)...Agora tô mudando a forma... (tocando)... Ah! Os não comuns! Olha que bacana. Os não comuns, somando, eu tenho o fa# e o lá# 2, e acrescento o ré no 3, lá#, ré e no 4 eu já tenho ré. É outro acorde aumentado. Então eu tenho soma de dois aumentados. Ótimo, ótimo, ótimo. (tocando)

0 hr 28 min Tá o quê eu tô fazendo? Eu tô arpejando aqui na mão esquerda as notas comuns das formas 2, 3 e 4, e fazendo trêmulo nas notas específicas. Então de 2 eu tenho..(tocando) E agora eu vou fazer uma cadeia de segundas menores e maiores (cantarolando) prá cair na forma 1, talvez mais harmonizado bonitinho..ré..ré# e o si onde? (toca) Aqui no meio. E isso é minha abertura.

0 hr 29 min Vou tentar escrever isso tudo. Então o que eu fiz? Eu fiz... (toca) começando com esses arpejos dessa .... aumentado... com trinados na mão direita que vão variando... definindo forma ora 2, ora3, ora 4, saturando, saturando, quando eu saturo eu exponho que o total é... são 2 acordes aumentados, faço uma cadência... uma cadência... uma escalinha descendente com (toca) notas, de por exemplo, segundas menores, segundas menores, é... terças maiores, terças menores... não caindo muito das formas padrão (toca) mas será possível? (toca) E caindo com ... (toca) não caindo no mi aqui.. (sempre tocando) dá a falsa impressão de mi como tônica, como pedal dessa música e... e cair na... é... deixar isso... é daí vou usar esses semi-tons. (toca) Eu não posso deixar isso tão óbvio, não posso deixar isso tão óbvio. Tá, eu vou escrever isso tudo e quando chegar lá eu penso... eu penso no caminho...

0 hr 31 min Tá, agora eu tô pensando em como escrevo o ritmo...1,2, vou tentar deixar esse compasso ternário, a partir do começo. 1, 2, 3... (cantando, tocando e contando o tempo) fá#, dó#... Vou deixar isso bem pianístico... (toca) 1, 2, 3... Tá, vou sair do piano um pouquinho agora prá não ficar me arriscando a ficar tocando e escrever direito o que eu tô pensando. Do piano para a mesinha. Virei...

0 hr 33 min Provavelmente eu acho que eu vou compor agora mais na mesa e só tocando uma nota no piano de vez em quando. É sempre tentador ficar tocando no piano, porque você fica improvisando, improvisando, improvisando, e não chega a lugar nenhum. Tá, agora eu penso que eu tenho que acabar logo essa música porque já deve estar bastante tempo de experiência científica. 1, 2, 3, pensando no tempo ...

Hum, moderato talvez (cantando). 1, 2 (escrevendo) “tacatequim” (cantando várias vezes o primeiro gesto da mão esquerda) 2, 3... Tá, eu quero fazer mais lento, mais estendido que 60 , 1,2,3,(cantando). Tá, tô pensando em qual tercina que é isso (tocando) nesse começo... (conta o compasso e experimenta).

Quero ficar intensificando isso. Então vamos lá, começa com fá (canta), talvez oitava abaixo, tudo... (toca).

Achei melhor na oitava original... é menos óbvio a opção de “densamento”. No grave, isso tá tudo tão escuro já... eu vou por no grave ainda... vai ficar evidente demais, evidente demais...

25

0 hr 37 min Quero deixar claro esse semitom que eu comecei com fá no baixo e vou caminhar prá mi no baixo. Que engraçado, não é uma forma que aparece em nenhuma das formas, essa relação de fá com mi, não aparece... e nem forma 1, 2, 3, 4 nada... não aparece... é bom, hêhê é bom! (rindo... toca) 1, 2, 3...

Escrevendo isso aí... fá (toca) Eu vou escrever o lá na clave de sol... integrar mais a sonoridade ... não, vai ficar muito escuro, vai ficar muito borrado tudo. (escreve) Por motivos estéticos visuais, vou escrever na oitava de baixo... prá dar a impressão de peso ... e pôr sinal de oitava ... Cheio de... já fiz 3 erros, nem comecei a escrever a música e já usei o apagador, a borracha demais. Então vamos lá... fá no grave... fá...

pondo o rascunho aqui do meu lado... não ter que ficar voltando no piano... (escrevendo a música no papel). Fá, dó#... lá, lá em cima... lá de oitava... isto. (solfeja) Com uma tercina de... quer dizer, três no lugar de uma semicolcheia. Calculando valores... valores de... o lá segura com uma colcheia pontuada prá dar as três vezes... três travessões... e tercina, acho que assim vai deixar claro, no lugar de dois.. tá certo, mi parece que tá certo. Deixa eu ver... colcheia pontuada... ah... colcheia pontuada conflitaria com semicolcheia... as três divididas em duas fusas, que pro três fusas não vai dar certo. 1, 2... Pondo... tô pegando só mão esquerda por enquanto. Tô usando uma tecla solta como régua, não trouxe régua. Tô fazendo embaixo o compasso, já prá poder estimar o espaço gráfico com mais precisão.

0 hr 42 min Isso aqui ta meio “Lisztiano” na verdade, o que não é uma coisa boa. Tô com vergonha, meu professor odeia Liszt. “Tacatequim” (cantarolando)

0 hr 42 min (sempre escrevendo) Tô tentando gerar uma espécie de tenuto aqui na mudança de compasso... do primeiro pro segundo compasso. Quais valores que “vai” dar certo isso? Quero dividir em partes... 2 partes iguais. Uma colcheia pontuada... então vai ter que dar uma semicolcheia pontuada, semicolcheia pontuada. Uns valores interessantes aqui. Engraçado que está dando uns valores rítmicos que eu não costumo usar. Ó, fiz um erro já. Tô preocupado se o meu copista, digamos, quem transcrever os meus rabiscos, vai saber identificar o quê que é erro e o quê que é composição. Quer dizer... (sempre escrevendo) Um tenuto nesse dó#... Opa, quebrei a “pontinha” do lápis já. Esse compasso seguinte vou fazer igual a mão esquerda, mas vou mudar mais rápido a mão direita ... Então, copiando o primeiro compasso. Vou ver se encaixa tudo no que restou no mesmo sistema... torcendo prá que o meu copista saque que eu tô só repetindo e que portanto prá fazer isso mais rápido eu vou fazer isso meio, mais só rabiscado, minha letra é horrível, eu sei disso, todos sabem disso. Tô tentando fazer aqui. Eu me preocupo muito com que... a música, a composição não se perca em bobagens como transcrição. Eu tô com medo com esses valores tão certinhos assim. Engraçado, pus o tempo em cima e agora tô pondo embaixo, mas...

0 hr 44 min (sempre escrevendo) Pausa de mão direita. Escrevendo a mão direita, pausa de...

colcheia, não, minto, pausa de semicolcheia... o tema entra forte piano. Então, primeiro fá#, lá# na forma 2.

Tô pondo forma 2 em cima como legenda (toca) Vou escrever fá# e trinado com lá# ...Forte piano, três vezes iguais, aqui tá ficando uma música mais repetitiva do que eu costumo, mas eu sempre acho que podia repetir mais e nunca repito, então vamos ver no quê que dá. Três vezes a mesma coisa... pensando que essa música vai ficar completamente diferente do que o meu professor faria, por exemplo, sei lá... “tacatequim”,

“tacatequim”... (cantarolando) Semínima igual a 50 eu vou por, eu tô pensando 60 eu sei, mas eu quero mais lento, mais sustentado.

0 hr 46 min Agora eu vou tentar deixar a mão direita um pouco mais desvinculada... então... não parar certinho quando a mão esquerda entra... Então, (toca) agora vai prá... trêmulo... é, trinado... lá#, trilo com ré... eu vou ligar isso meio tempo... metade do segundo tempo, né. Trilo, repetindo trilo em cima... essas coisas que são repetitivas... fica trinado, trinado, trinado, muitas vezes eu vou prá frente e esqueço de anotar e às vezes eu lembro depois e às vezes não lembro e isso é um problema. Então, meio tempo aqui... isso eu

0 hr 46 min Agora eu vou tentar deixar a mão direita um pouco mais desvinculada... então... não parar certinho quando a mão esquerda entra... Então, (toca) agora vai prá... trêmulo... é, trinado... lá#, trilo com ré... eu vou ligar isso meio tempo... metade do segundo tempo, né. Trilo, repetindo trilo em cima... essas coisas que são repetitivas... fica trinado, trinado, trinado, muitas vezes eu vou prá frente e esqueço de anotar e às vezes eu lembro depois e às vezes não lembro e isso é um problema. Então, meio tempo aqui... isso eu