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Artigo 81

Apelação de sentença condenatória ou absolutória ou da pena

Será possível apelar, em conformidade com as Regras de Procedimento e Prova, de uma sentença pronunciada de acordo com o artigo 74 , conforme disposto a seguir: O Promotor poderá apelar por algum dos motivos seguintes: Vício de procedimento; Erro de fato; ou Erro de direito; O condenado, ou o Promotor, em seu nome, poderá apelar por algum dos motivos seguintes: Vicio de procedimento; Erro de fato; ou Erro de direito; Qualquer outro motivo que afete a equidade ou a regularidade do processo ou da sentença.

a) O Promotor ou o condenado poderão apelar de uma sentença, em conformidade com as Regras de Procedimento e Prova, em razão de uma desproporção entre o crime cometido e a pena aplicada; Se o Tribunal, ao conhecer da apelação de uma sentença, considerar que há base para revogar a condenação em todo ou em parte, poderá convidar o Promotor e o condenado a apresentarem seus argumentos, em conformidade com as alíneas a) ou b) do parágrafo 1º do artigo 81, e poderá proferir nova decisão quanto à condenação, de acordo com o artigo 83; O mesmo procedimento será aplicável, em se tratando de apelação de sentença condenatória, quando o Tribunal considerar que há base para reduzir a pena ao conhecer de uma apelação contra a sentença considere que unicamente há base para reduzir a pena em virtude do parágrafo 2º a).

a) Salvo se a Câmara de Primeira Instância determinar de forma diferente, o acusado permanecerá preso enquanto a apelação estiver sendo decidida. Quando a duração da prisão for superior à da pena de reclusão imposta, o condenado será posto em liberdade. Não obstante, se o Promotor também apelar o livramento poderá estar sujeito às

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condições enunciadas na alínea seguinte; Em caso de sentença absolutória, o acusado será posto em liberdade de imediato, observadas as seguintes normas: Em circunstâncias excepcionais e considerando-se, entre outras coisas, o risco concreto de fuga, a gravidade do delito e a probabilidade de êxito na apelação, a Câmara de Primeira Instância, a requerimento do Promotor, poderá determinar que o réu permaneça preso enquanto durar a apelação; As decisões da Câmara de Primeira Instância em virtude do inciso precedente poderão ser objeto de apelação, em conformidade com as Regras de Procedimento e Prova. Observado o disposto nas alíneas a) e b) do parágrafo 3º, a execução da decisão ou sentença será suspensa durante o prazo fixado para a apelação e enquanto durarem os procedimentos de apelação. Artigo 82 Apelação de outras decisões Qualquer das partes poderá apelar, em conformidade com as Regras de Procedimento e Prova, das seguintes decisões: Uma decisão relativa à jurisdição ou à admissibilidade; Uma decisão que autorize ou denegue o livramento do indivíduo; Uma decisão da Câmara de Questões Preliminares de agir de ofício, em conformidade com o parágrafo 3º do artigo 56; Um decisão relativa a uma questão que possa afetar de forma significativa a condução equânime e expedita do processo ou o resultado do julgamento, e para o que, na opinião da Câmara de Questões Preliminares ou da Câmara de Primeira Instância, uma resolução imediata da Câmara de Apelações poderia acelerar o processo. O Estado interessado ou o Promotor, com a autorização da Câmara de Questões Preliminares, poderá apelar de uma decisão adotada por essa Câmara, em conformidade com o parágrafo 3º d) do artigo 57. A apelação será conduzida em procedimento sumário. A Apelação não produzirá, por si mesma, efeito suspensivo, salvo se a Câmara de Apelações assim determinar, mediante prévia solicitação e em conformidade com as Regras de Procedimento e Prova. O representante legal das vítimas, o condenado ou o proprietário de boa fé dos bens afetados por uma medida adotada em virtude do artigo 73 poderão apelar, em conformidade com as Regras de Procedimento e Prova, da decisão que determine qualquer forma de reparação.

Artigo 83

Procedimentos de apelação

Para os fins dos procedimentos previsto no artigo 81 e no presente artigo, a Câmara de Apelações terá todas as atribuições da Câmara de Primeira Instância A Câmara de Apelações, se decidir que os procedimentos objeto de apelção foram injustos e que isso afetou a regularidade da sentença ou da pena, ou que a sentença ou a pena apeladas foram materialmente afetados por erros de fato ou de direito ou de vícios de procedimento, poderá: Revogar ou emendar a sentença ou a pena; ou Determinar a realização de novo julgamento em outra Câmara de Primeira Instância Para esses fins, a Câmara de Apelações poderá devolver uma questão de fato à Câmara de Primeira Instância que originalmente conheceu a causa a fim de que esta a dirima e lhe informe adequadamente, ou poderá ela mesma solicitar provas para dirimí-la. Quando o apelo da sentença ou da pena tiverem sido interpostos unicamente pelo condenado, ou pelo Promotor em nome deste, as mesmas não poderão ser modificadas em prejuízo do condenado. A Câmara de Apelações, se ao conhecer de uma apelação contra a pena, considerar que há uma desproporção entre o crime e a pena, poderá modificá-la, em conformidade com o disposto na Parte VII. A sentença da Câmara de Apelações será aprovada por maioria dos Juízes que a compõem e pronunciada em audiência pública. A sentença enunciará as razões em que se fundamenta. Quando não houver unanimidade, a

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sentença deverá conter as opiniões da maioria e da minoria, caso em que qualquer Juiz poderá pronunciar uma opinião separada ou dissidente sobre uma questão de direito. A Câmara de Apelações poderá pronunciar a sentença na ausência do réu absolvido ou condenado.

Artigo 84

Revisão de sentença condenatória ou de pena

O condenado ou, no caso de morte do mesmo, o cônjuge, os descendentes, os ascendentes, procurador legalmente habilitado, com poderes outorgados pelo próprio réu, ou o Promotor, em seu nome, poderão requerer à Câmara de Apelações que revise uma sentença condenatória definitiva ou uma pena pelas seguintes causas: Descoberta de novas provas que: Não estavam disponíveis à época do julgamento por motivos que não possam atribuídos, total ou parcialmente, à parte que houver requerido a revisão; e Sejam tão importantes que, se tivessem sido apresentadas durante o julgamento, provavelmente teriam ensejado outro veredito; Constatação de que um elemento de prova decisivo, apreciado no julgamento e com base no qual deu-se a condenação, era falso ou teria sido objeto de adulteração ou falsificação; A prática, no caso em questão, por parte de um ou mais Juízes que tiverem participado da decisão relativa à sentença condenatória ou da confirmação das acusações, de desvio de conduta grave ou descumprimento de suas funções, de gravidade suficiente para justificar o afastamento de tal ou tais juízes do cargo, de acordo com o artigo 46.. A Câmara de Apelações indeferirá o pedido de revisão se o considerar infundado. Se determinar que o pedido deve ser atendido, poderá, conforme o caso: Reconvocar a Câmara de Primeira Instância original; Constituir uma nova Câmara de Primeira Instância, ou Reter sua jurisdição sobre a matéria, a fim de, após ouvir as partes na forma prevista nas Regras de Procedimento e Prova, determinar se a sentença deve ser revisada.

Artigo 85

Indenização de indivíduos presos ou condenados

O indivíduo que tiver sido vítima de prisão ou detenção ilegal terá direito a indenização. Quando uma condenação definitiva for posteriormente anulada em razão de fatos novos que demonstrem, de forma conclusiva, que ocorreu um erro judiciário, o indivíduo que tiver cumprido pena em razão dessa condenação será indenizadao conforme a lei, salvo se a falta de conhecimento oportuno desses fatos lhe for total ou parcialmente imputável. Em circunstâncias excepcionais, se concluir pela existência de fatos conclusivos que demonstrem ter havido erro judiciário grave e manifesto, o Tribunal poderá, de forma discricionária, outorgar uma indenização, em conformidade com os critérios estabelecidos nas Regras de Procedimento e Prova, a um indivíduo que tiver sido posto em liberdade em virtude de uma sentença absolutória ou de um término da causa por esse motivo.

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PARTE IX

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

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