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Artigo 119

Solução de controvérsias

As controvérsias relativas às funções judiciárias do Tribunal serão dirimidas pelo próprio Tribunal. Qualquer outra controvérsia que surja entre dois ou mais Estados Partes sobre a interpretação ou aplicação do presente Estatuto e que não se resolva mediante negociações em um prazo de três meses, contados a partir do início da mesma, será submetida à Assembleia dos Estados Partes. A Assembleia poderá buscar ela própria resolver a controvérsia ou recomendar outros meios de solução, inclusive sua submissão à Corte Internacional de Justiça, em conformidade com o Estatuto desta. Artigo 120

Reservas

Não se admitirão reservas ao presente Estatuto Artigo 121

Emendas

Transcorridos sete anos desde a entrada em vigor do presente Estatuto, qualquer Estado Parte poderá propor emendas ao mesmo. O texto da emenda proposta será submetido ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que o comunicará prontamente aos Estados Partes. Não menos de três meses após a data da comunicação acima referida, a Assembleia dos Estados Partes decidirá, por maioria dos presentes e votantes, se irá examinar a proposta, o que poderá fazer diretamente ou mediante convocação de uma Conferência de Revisão, se a questão o justificar. A aprovação de uma emenda por ocasião de uma reunião da Assembleia dos Estados Partes ou durante uma Conferência de Revisão requererá, quando não for possível a obtenção de consenso, uma maioria de dois terços dos Estados Partes. Ressalvado o disposto no parágrafo 5º, uma emenda entrará em vigor para todos os Estados Partes um ano depois de que sete oitavos destes tenham depositado, junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, seus instrumentos de ratificação ou aceitação. As emendas ao artigo 5º do presente Estatuto entrarão em vigor unicamente para os Estados Partes que as tenham aceito um ano após o depósito de seus instrumentos de ratificação ou aceitação. O Tribunal não exercerá sua jurisdição sobre um crime que seja objeto de tal emenda quando o mesmo tiver sido cometido por nacionais de um Estado Parte que não tenha aceito a emenda ou em seu território. Se uma emenda tiver sido aceita por sete oitavos dos Estados Partes, em conformidade com

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o parágrafo 4º, qualquer Estado Parte que não a tiver aceito poderá denunciar o Estatuto com efeito imediato, não obstante o disposto no parágrafo 1º do artigo 127, mas observado o parágrafo 2º de tal artigo, mediante notificação feita o mais tardar uma ano após a entrada em vigor da emenda. O Secretário-Geral das Nações Unidas comunicará aos Estados Partes as emendas aprovadas em uma reunião da Assembleia dos Estados Partes ou em uma Conferência de Revisão.

Artigo 122

Emendas a disposições de caráter institucional

Não obstante o disposto no parágrafo 1º do artigo 121, qualquer Estado Parte poderá propor a todo momento emendas às disposições do presente Estatuto de caráter exclusivamente institucional, a saber, o artigo 35, os parágrafos 8º e 9º do artigo 36, o artigo 37, o artigo 38, o parágrafo 1º do artigo 39 (duas primeiras frases), os parágrafos 4º a 9º do artigo 42, os parágrafos 2º e 4º do artigo 43, os artigos 44, 46, 47 e 49. O texto da emenda proposta será submetido ao Secretário Geral das Nações Unidas ou a outra pessoa designada pela Assembleia dos Estados Partes, que o comunicará sem demora aos Estados Partes e aos outros participantes da Assembleia. As emendas apresentadas em conformidade com o presente artigo que não puderem ser aprovadas por consenso serão aprovadas pela Assembleia dos Estados Partes ou durante uma Conferência de Revisão por maioria de dois terços dos Estados Partes. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados Partes seis meses após sua aprovação pela Assembleia ou pela Conferência de Revisão.

Artigo 123

Revisão do Estatuto

Sete anos após a entrada em vigor do presente Estatuto, o Secretário-Geral das Nações Unidas convocará uma Conferência de Revisão dos Estados Partes para examinar emendas ao Estatuto. Tal revisão poderá compreender, embora não exclusivamente, a lista de crimes indicados no artigo 5º. A Conferência estará aberta aos participantes da Assembleia dos Estados Partes e sua participação se dará nas mesmas condições aplicáveis a esta última. Posteriormente, a todo momento, por solicitação de um Estado Parte e para os fins indicados no parágrafo 1º, o Secretário-Geral das Nações Unidas convocará, mediante prévia aprovação da maioria dos Estados Partes, uma Conferência de Revisão dos Estados Partes. O disposto nos parágrafos 3º a 7º do artigo 121, aplicar- se-á à aprovação e entrada em vigor de toda emenda ao Estatuto examinada em uma Conferência de Revisão.

Artigo 124

Disposição transitória

Não obstante o disposto no parágrafo 1º do artigo 12 um Estado, ao se tornar parte no presente Estatuto, poderá declarar que, durante um período de sete anos contados a partir da data em que o Estatuto entrar em vigor para esse Estado, não aceitará a jurisdição do Tribunal sobre a categoria de crimes referida no artigo 8º quando o crime presumivelmente tiver sido cometido por seus nacionais ou em seu território. A declaração prevista no presente artigo poderá ser retirada a todo momento. O disposto

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no presente artigo será reconsiderado na Conferência de Revisão a ser convocada em conformidade com o parágrafo 1º do artigo 123.

Artigo 125

Assinatura, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão

O presente Estatuto será aberto à assinatura de todos os Estados no dia 17 de julho de 1998, na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, em Roma. Posteriormente, até o dia 17 de outubro de 1998, permanecerá aberto à assinatura no Ministério de Relações Exteriores da Itália, em Roma. Após essa data, até o dia 31 de dezembro do ano 2000, o Estatuto estará aberto à assinatura na sede das Nações Unidas, em Nova York. O presente Estatuto estará sujeito à ratificação, aceitação ou aprovação dos Estados signatários. Os instrumentos de ratificação, aceitação ou aprovação serão depositados junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. O presente Estatuto estará aberto à adesão de qualquer Estado. Os instrumentos de adesão serão depositados junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

Artigo 126

Entrada em vigor

O presente Estatuto entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao sexagésimo dia após a data de depósito do sexagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. Para cada Estado que ratificar, aceitar ou aprovar o Estatuto, ou a ele aderir após o depósito do sexagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, o Estatuto entrará em vigor no primeiro dia do mês seguinte ao sexagésimo dia após a data em que cada um desses Estados tiver depositado seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.

Artigo 127 Denúncia

Qualquer Estado Parte poderá denunciar o presente Estatuto mediante notificação por escrito dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A denúncia produzirá efeitos um ano após a data de recebimento da notificação, a menos que nela se indique uma data posterior. A denúncia não eximirá o Estado das obrigações que lhe incumbiram em conformidade com o presente Estatuto enquanto era parte dele, em particular as obrigações financeiras que tiver contraído. A denúncia tampouco afetará a cooperação estabelecida com o Tribunal por ocasião de investigações e procedimentos penais com relações às quais o Estado denunciante tinha o dever de cooperar antes da data em que a denúncia produziu efeitos. A denúncia também não afetará, de modo algum, o prosseguimento do exame de matérias que já se encontravam sob consideração do Tribunal antes da data em que a denúncia produziu efeitos.

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Artigo 128

Textos Autênticos

O original do presente Estatuto, cujos textos em árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente autênticos, será depositado junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que enviará cópias certificadas do mesmo a todos os Estados.

EM FÉ DO QUE, os abaixo-assinados, devidamente autorizados por seus respectivos Governos, assinaram o presente Estatuto.

FEITO EM ROMA, no dia dezessete de julho de mil novecentos noventa e oito.

Aprovado em 17 de julho de 1998 pela Conferência Diplomática de Plenipotenciários das Nações Unidas sobre o estabelecimento de um Tribunal Penal Internacional.

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