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Num primeiro momento, o que a Ecoesfera oferece pode soar falso: apartamentos com preço 3% acima da média do mercado, mas com um gasto com taxas de condomínio 30% menor em relação a edifícios semelhantes. Além de verdadeira, a oferta ainda possui um aditivo – trata-se de uma edificação sustentável, com a chancela de prédio verde.

A distinção entre outros imóveis tradicionais se reflete na velocidade das vendas. Segundo a incorporadora, se o consumidor pretendente visita um dos pontos de venda, geralmente a negociação é fechada. Isso é importante, uma vez que o investimento só se paga após a venda de pelo menos 80% de cada edifício.

O apelo sustentável realmente tem sido um fator importante para a decisão dos clientes. A resistência em relação à diferença no valor de compra se evapora após poucas contas e o que sobra é um produto ecologicamente correto e confortável. O gasto superior em 3% no ato da compra pode ser recuperado em cerca de dois ou três anos.

A iniciativa tem dado resultado. No fim de 2007, a empresa tinha R$ 170 milhões em projetos em andamento. No fim de 2008, já eram R$ 610 milhões.

Para não ter prejuízo, a saída foi o planejamento. A estratégia está baseada em não tornar os empreendimentos mais caro tanto para a empresa quanto para o consumidor, sem abandonar o conceito de sustentabilidade. Uma das soluções encontradas foi criar um projeto-padrão de edifício e incorporar apenas terrenos compatíveis ao projeto pré-estabelecido. Dessa forma, há ganhos de escala e os custos caem significativamente. Estima-se que a economia com a padronização de produção atinja 35%.

O dinheiro economizado é reinvestido na obra na forma de equipamentos de alta tecnologia, como elevadores, aquecedores solares e luzes inteligentes. Equipamentos e sistemas que, normalmente, devido ao alto custo, não estão presentes em apartamentos com preços entre R$ 200 mil e R$ 250 mil, voltados para a classe média, o público-alvo da Ecoesfera.

Após cerca de seis anos no mercado, empresa já lançou 23 empreendimentos e quer faturar R$ 400 milhões até o final de 2009.

CONCLUSÃO

Atualmente, consumir bens e serviços ecologicamente corretos é sinônimo de inteligência econômica, compromisso com o ambiente em que está inserido e conscientização da importância de todas essas atitudes na vida das gerações atuais e futuras.

Vimos ao longo deste trabalho acadêmico que, desde meados do século passado, bens e serviços estão sendo produzidos com responsabilidade ambiental. A questão da preservação do meio ambiente vem ganhando força nas últimas décadas, fomentando debates em todo o mundo.

É neste cenário que toma força o marketing ambiental, principalmente no segmento imobiliário. A onda verde, que desde a década de 60 vem banhando diversas áreas da sociedade, atingiu em cheio o conceito de moradia sustentável.

Isto se verifica quando a construção civil passa a demonstrar que está se adequando cada vez mais aos conceitos de sustentabilidade que estão sendo impostos em todos os setores da economia e que a cada dia passam a ser uma exigência da sociedade, principalmente da nova geração.

Neste quadro mercadológico, as empresas passam a ver com mais clareza os seus papéis nesta relação com o meio ambiente, e se utilizando desta imagem ecologicamente correta para fortalecer suas marcas e conquistar clientes cada vez mais exigentes e informados. Nasce, então, uma nova postura empresarial, onde a sustentabilidade está no centro dos projetos de concepção e produção de bens e serviços.

Os consumidores mais jovens, de poder aquisitivo de mediano a elevado, estão começando a exigir de seus fornecedores uma postura mais

correta em relação ao meio ambiente, desenvolvendo um dos maiores desafios corporativos deste milênio: o consumo consciente.

Consultores, grandes construtoras de imóveis, empreendedores e incorporadores, tanto comerciais quanto residenciais, fornecedores de materiais, insumos e tecnologias, estão aos poucos desenvolvendo uma avaliação mais criteriosa nessa área. Trata-se de um movimento que ganhou força nos últimos anos e que hoje já começa a criar uma nova demanda no mercado da construção civil no Brasil.

A construção verde está na moda. Mas a prática da sustentabilidade nos projetos e obras não é apenas um mero modismo, como pode parecer de início. Trata-se de uma mudança nos paradigmas de consumo. Prova disto são legislações estaduais e municipais que começam a ser sancionadas e visam o estímulo pela coleta e o uso da água da chuva, por exemplo.

A partir disso, vimos que as organizações que não se adaptarem a essa nova realidade correm o risco de perder visibilidade e credibilidade em relação à concorrência, o que significa uma oportunidade para aquelas empresas que se posicionam como responsáveis socialmente e ecologicamente. Essa percepção positiva possibilita um diferencial competitivo pelo reconhecimento de clientes e consumidores.

Através do estudo de caso da construtora e incorporadora imobiliária Ecoesfera, percebemos o quão importante se tornou o engajamento da empresa na preocupação com’ o meio ambente.

A Ecoesfera é uma empresa pioneira no segmento da construção de moradias sustentáveis. Com seis anos de atuação, a empresa vem crescendo e se consolidando no mercado imobiliário como uma opção viável de aquisição de imóveis verdes, que tiveram em sua concepção menos impacto ambiental e que, a médio e longo prazo, promoverão aos seus compradores mais economia e melhora da qualidade de vida.

Nota-se que empresas que ainda não adotaram uma cultura da gestão ambiental estão perdendo espaço no mercado, por conta da elevada concorrência e aumento do nível de exigência do consumidor.

No atual momento de crise financeira internacional, que teve início no final de 2008 e atingiu todos os níveis econômicos em todos os países do mundo, com maior ou menor intensidade, o edifício verde ganha força. São em momentos como este que deve-se procurar formas de redução e corte de despesas. E a melhor opção para aquisição de bens imóveis é a moradia sustentável, que além de todo o valor de marketing e benefícios ambientais, também gera grandes economias operacionais para seus ocupantes. Em contrapartida, para os empreendedores, este é um diferencial importante – e decisivo – na comercialização destes imóveis.

BIBLIOGRAFIA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I O MARKETING VERDE 10 1.1 – Conceitos 10 1.2 – Consumidores Verdes 13 CAPÍTULO II

SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 17 2.1 – O que são Green Buildings 18 2.1.1 – Moradias populares e sustentáveis 21 2.1.2 – Os Green Buildings brasileiros 22 2.2 – Certificações 23 CAPÍTULO III

ECOESFERA – UM ESTUDO DE CASO 28 3.1 – Empreendimentos Ecoesfera 30 3.2 – O apelo verde nas vendas 34

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 41

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