LISTA DE QUESTÕES DE BANCAS DIVERSAS COMENTADAS
IV- apenas se admite usucapião nas situações em que o possuidor da coisa a detenha a justo título
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) (A) I, apenas.
(B) II, apenas. (C) I e IV, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II, III e IV.
Análise das afirmativas:
(I) ERRADA. Admite-se usucapião sobre coisas móveis e imóveis.
(II) CERTA. Os bens públicos são não estão sujeitos ao usucapião. Vide art. 102 do CC na aula 1.
(III) ERRADA. A assertiva quer que o candidato saiba a diferença entre posse
ad interdicta e posse ad usucapionem.
- Posse ad interdicta: é aquela que pode ser defendida pelas ações
possessórias, porém não conduz usucapião. Ex: o locatário pode defender a posse de uma turbação ou esbulho, mas não tem direito de usucapião.
- Posse ad usucapionem: é aquela que se prolonga por determinado
lapso temporal previsto em lei, admitindo-se a aquisição do domínio por usucapião.
O locatário tem a posse ad interdicta e, por isso, não adquire a propriedade através do usucapião.
(IV) ERRADA. Nas hipóteses de usucapião extraordinário (arts. 1.238 e 1.261 do CC) a aquisição da propriedade independe de título e boa-fé.
Gabarito: B
6. (CESGRANRIO - DIREITO - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES – 2006) De acordo com as disposições sobre o instituto da propriedade no Código Civil em vigor, assinale a afirmação correta.
(A) As faculdades de usar, gozar e dispor são inerentes à propriedade sobre o bem, porém, é vedado ao proprietário reaver a coisa em poder do possuidor, ainda que ilegítimo, tendo em vista a autonomia da posse em relação à propriedade.
(B) O Código Civil de 2002 caracterizou-se pelo alargamento dos prazos de efetivação do usucapião, consagrando a fundamentabilidade do direito de propriedade previsto no art. 5º da Constituição Federal. (C) Adquire a propriedade sobre bem imóvel, independente de justo título e boa-fé, aquele que durante 20 anos ininterruptos possui o imóvel como se fosse seu.
(D) É nula de pleno direito a promessa de compra e venda de bem imóvel não levada a registro público junto à matrícula do imóvel.
(E) São defesos ao proprietário os atos sobre o bem que não lhe trazem qualquer comodidade ou utilidade, praticados com intuito de prejudicar outrem.
(A) ERRADA. O GRUD nos lembra sobre os poderes inerentes à propriedade. Dentre esses poderes está o de Reaver o bem de quem injustamente o detenha. Conforme o art. 1.228 do CC.
Art. 1.228 do CC - O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
(B) ERRADA. Antes o prazo máximo de usucapião era de 20 anos e, atualmente, o prazo máximo é de 15 anos. Ou seja, não houve um alargamento e sim um achatamento.
(C) ERRADA. Ocorre o usucapião extraordinário no prazo de 15 anos e não 20 anos.
(D) ERRADA. O documento de promessa de compra e venda de imóvel não levado a registro no cartório imobiliário não é título válido em face de todas as pessoas (não possui efeitos erga omnes), possuindo eficácia apenas para pessoas determinadas (efeitos inter partes). Não ocorre nulidade.
(E) CERTA. A alternativa consagra a vedação de atos emulativos esculpido no art. 1.228, § 2o do CC.
Art. 1.228, § 2o do CC - São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
Ou seja, o proprietário não pode praticar dolosamente, no exercício normal de um direito de propriedade, ato com firme intenção de causar dano a outrem e não satisfazer uma necessidade sua ou interesse seu. O dispositivo legal em questão deve ser interpretado em harmonia com o princípio da função social da propriedade (art. 1.228, § 1o do CC)
Art. 1.228, § 1o do CC - § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
Gabarito: E
7. (FCC - Pref. São Paulo/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) O proprietário de um imóvel que planta árvores em seu terreno
(A) acessão. (B) aluvião. (C) avulsão.
(D) especificação. (E) ocupação.
Conforme o art. 1.248, V do CC, temos uma espécie de acessão. Art. 1.248. A acessão pode dar-se:
[...]
V - por plantações ou construções. Gabarito: A
8. (FUNIVERSA – APEX - Consultor Pleno - 2006) Em relação as espécies de Usucapião, assinale a alternativa correta.
(A) Usucapião Ordinária e Extraordinária.
(B) Usucapião Ordinária, Especial Urbana ou Pró Moradia.
(C) Usucapião Extraordinária, Ordinária, Especial Urbana ou Pro moradia, Especial Rural ou Pro Labore.
(D) Usucapião Extraordinário, Ordinário e Pro Moradia. (E) Usucapião Especial Urbana ou Pro Moradia.
A questão trata das espécies de usucapião em se tratando de imóvel. Gabarito: C
9. (FCC - Pref. São Paulo/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) NÃO enseja a aquisição de propriedade de bem imóvel particular por usucapião, a posse contínua, ininterrupta e sem oposição, de
(A) qualquer bem imóvel, por 10 (dez) anos, com justo título e boa-fé. (B) qualquer bem imóvel, por 10 (dez) anos, independentemente de justo título e boa-fé.
(C) imóvel residencial do possuidor, por 10 (dez) anos, independentemente de justo título e boa-fé.
(D) imóvel urbano com até 250m2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e que seja o único imóvel do possuidor, destinado a sua residência, por 5 (cinco) anos, independentemente de justo título e boa-fé.
(E) imóvel rural com até 50ha (cinqüenta hectares) e que seja o único imóvel do possuidor, destinado a sua residência e subsistência, por 5 (cinco) anos, independentemente de justo título e boa-fé.
A alternativa B contraria o instituto da usucapião extraordinária que, quando não houver título e boa-fé, precisa de 15 anos para ocorrer.
Todas as outras alternativas podem gerar usucapião: (A) Usucapião ordinária;
(C) Usucapião extraordinária com prazo reduzido pela moradia. (D) Usucapião constitucional urbano.
(E) Usucapião constitucional rural. Gabarito: B
10. (FCC - TRF 5ª - Analista Judiciário – Execução de Mandado – 2008) Adquire a propriedade de imóvel urbano com área de 500 metros quadrados, independentemente de título ou boa-fé, aquele que o possuir como seu e nele houver estabelecido a sua moradia habitual, sem interrupção, nem oposição, por, no mínimo,
(A) 5 anos. (B) 30 anos. (C) 20 anos. (D) 15 anos. (E) 10 anos.
A questão trata da usucapião extraordinária com prazo reduzido para 10 anos pelo estabelecimento de moradia no imóvel.
11. (FCC - CGJ/ES – Atividade Notarial e de Registro – 2007) Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, adquirirá a propriedade de área de terra em zona rural não superior a
(A) 30 hectares, que possua como sua, por no mínimo dez anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia.
(B) 30 hectares, que possua como sua, por no mínimo cinco anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia.
(C) 50 hectares, que possua como sua, por no mínimo cinco anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia.
(D) 50 hectares, que possua como sua, por no mínimo dez anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia.
(E) 100 hectares, que possua como sua, por no mínimo cinco anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia.
Perceba que esse assunto cai muito em provas. Aqui a modalidade pedida é a usucapião constitucional rural.
Gabarito: C
12. (CESGRANRIO – Procurador Jurídico – FENIG - 2005) A aquisição da propriedade de bens móveis pode ocorrer nos seguintes casos: (A) aluvião e avulsão.
(B) usucapião e álveo abandonado. (C) especificação e avulsão.
(D) ocupação e aluvião.
(E) ocupação e especificação.
Nesta questão a banca tenta confundir o aluno misturando institutos inerentes aos bens móveis com outros que se referem a bens imóveis.
13. (FCC - TCE-PB – Advogado – 2006) Paulo é proprietário de um sítio. Pedro é locatário desse imóvel. João é o caseiro. De acordo com o Código Civil brasileiro, Paulo, Pedro e João são considerados, respectivamente,
(A) possuidor direto, possuidor indireto e detentor. (B) possuidor indireto, possuidor direto e detentor. (C) possuidor indireto, detentor e possuidor direto. (D) possuidor direto, detentor e possuidor indireto. (E) detentor, possuidor indireto e possuidor direto.
Não se deve confundir a posse com a detenção. Vide art. 1.198 do CC. Ou seja, o possuidor exerce sobre a coisa o poder de fato em razão de um interesse próprio. Já o detentor, exerce o poder sobre a coisa em
decorrência do interesse de outrem.
Nos termos do art. 1.197, é possível distinguir entre a posse direta e a posse indireta.
Art. 1.197 do CC - A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Dessa forma, a posse direta é exercida pela pessoa que tem a coisa em seu poder, ou seja, pela pessoa que tem o poder de usar; por outro lado, a
posse indireta ocorre quando uma pessoa cede o uso do bem que é proprietária para outra.
Segundo o enunciado temos o seguinte:
- Paulo: proprietário e locador do sítio = possuidor indireto; - Pedro: locatário do sítio (poder de uso) = possuidor direto; e
- João: caseiro do sítio (poder em razão do interesse de outrem) = detentor.