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Aperfeiçoamento dos atuais instrumentos jurídicos de vigilância epidemiológica

Aspectos Jurídicos

8.3. Aperfeiçoamento dos atuais instrumentos jurídicos de vigilância epidemiológica

se com essa nova estrutura política brasileira.

Outro fator que inovou na organização política do Brasil no que diz respeito às ações e serviços públicos de saúde foi a criação e o pleno funcionamento de instâncias democráticas de participação da comunidade na gestão das políticas públicas de saúde, notadamente as Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde (Lei 8.142/90). Para que as decisões de controle de epidemias sejam legítimas, devem necessariamente contar com a participação dessas instâncias

ssíveis abusos que podem ser cometidos.

Finalmente, deve-se destacar que as ações de controle de epidemias, eventualmente, necessitam coordenar diversos setores da Administração Pública e da sociedade civil, como os Ministérios da Saúde, Defesa, Relações Exteriores, Agricultura e Justiça, os Governos Estaduais e Municipais e as organizações não governamentais.

Nesse sentido, impõe-se a criação de uma nova engenharia administrativa que dê conta da complexidade jurídi

liberdades individuais e o Direito à saúde.

8.3. Aperfeiçoamento dos atuais instrumentos jurídicos de vigilância epidemiológica

O reconhecimento, pela CF/88, de que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, representou um avanço importante que vem se refletindo em desdobramentos jurídicos múltiplos.

s a CF/88 para a consolidação do SUS, outras leis, que já existiam quando a CF/88 foi promulgada, foram recepcionadas e contin

ações de Vigilância Epidemiológica. No campo internacional essa revisão já foi iniciada com a aprova

s ações diretamente relacionadas com a saúde, como as reguladas pelo RSI, seja no que diz respeito às ações relacionadas com fluxo de pessoas, bens e mercadorias.

ma Lei ainda importante para o controle epidemiológico no Brasil, não podemos paralisar no

cados no campo jurídico para a proteção da saúde. A própria Lei 8.080/ traz

azer frente aos desafios que se avizinham.

Desde o advento da CF/88 o Brasil vem aperfeiçoando o seu aparato legislativo para que o direito à saúde seja plenamente garantido. Destaque-se, nesse sentido, a elaboração e aprovação das Leis 8.080/90 (Lei Orgânica da Saúde), 8.142/90 (Lei dos Fundos e Conselhos de Saúde), 9.789/99 (Lei da Agência Nacional de Vigilância Sanitária), 9.961/00 (Lei da Agência Nacional de Saúde Suplementar), entre outras leis importantes para a regulação das ações e serviços de interesse à saúde no Brasil.

Além das Leis que foram aprovadas apó

uaram a regular importantes aspectos relacionados com a proteção do Direito à Saúde, como as Leis nº. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977 e, especialmente, a Lei nº. 6.259, de 30 de outubro de 1975, que dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica no Brasil e institui o Programa Nacional de Imunizações.

Parece evidente que a complexidade social e global deste início do século XXI exige uma revisão criteriosa da regulação jurídica atualmente dada para as

ção, pela Assembléia Geral da OMS, do novo Regulamento Sanitário Internacional (RSI). O Brasil, como importante ator político internacional, assumiu compromissos internacionais que possuem relação direta com as ações de vigilância epidemiológica, compromissos esses que devem ser regulados internamente. Seja no que diz respeito à

O anacronismo da Lei 6.259/75 não deve ser perpetuado. Embora seja u

tempo e deixar de incorporar na legislação nacional que trata de tema tão importante os avanços verifi

90 elementos de Vigilância Epidemiológica que devem ser melhor tratados em legislação específica, especialmente para a criação de um Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica que possa f

ais situações de emergência, implementar ações rápidas de controle de epidemias. Esses mecan

Outro ponto que merece atenção na revisão da legislação epidemiológica é a necessidade de se instituir procedimentos

Nesse sentido, é necessário prever, para a tomada de decisões em situações de emergência epidemiológica

Conforme estabelece o art. 24, XII, da CF, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre proteção e defesa da saúde. No âmbito da legislação concorrente, a competência da União é a de estabelecer normas gerais que sejam válidas para todos os entes federativos do Brasil. No que diz respeito à Vigilância Epidemiológica, é necessário criar mecanismos de articulação e cooperação entre os entes federativos para que estes possam, em eventu

ismos devem prever formas de atuação complementar da União para quando os demais entes federativos não forem capazes de conter as epidemias existentes, tendo em vista o risco que o alastramento poderia provocar para toda a sociedade brasileira. A legislação de controle epidemiológico deve incorporar, portanto, os princípios que regem o federalismo de cooperação brasileiro, prevendo mecanismos de articulação, cooperação e, quando o caso, intervenção.

claros e que garantam o respeito aos direitos humanos para a atuação estatal no exercício do controle epidemiológico. De um lado, deve-se institucionalizar alguns instrumentos importantes que permitam ao Estado desenvolver estratégias eficazes de controle de epidemias, como o isolamento, o tratamento compulsório, a quarentena, entre outros; de outro lado, é preciso estabelecer os critérios de decidibilidade que legitimem decisões e que, de certa forma, limitem, por meio de procedimentos claros e exigências técnicas, o exercício do Poder de Polícia do Estado para as ações de vigilância epidemiológica, em especial aquelas que reduzem ou suprimem as liberdades individuais.

, procedimentos e órgãos decisórios democráticos no âmbito de um Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, harmonizando a atuação dos fóruns já existentes e criando-se um órgão representativos específico que reúna não só os representantes governamentais necessários (Ministros ou Secretários de Saúde, de Defesa Civil, de Agricultura, etc.) como também representantes da sociedade civil (médicos, advogados, usuários do sistema, cidadãos representativos, etc.).

8.4. Im

pectos epidemiológicos, o Sist

stico já existentes no mundo. Para tanto, faz-se necessário incrementar a cooperação interna e internacional, através da criação de redes; prever mecanismos

perativos de natureza técnica que justificam uma revisão da atual legislação

Além das necessidades políticas e jurídicas acima delineadas, existem alguns imperativos técnicos que justificam a revisão da atual legislação de Vigilância Epidemiológica. Estes imperativos técnicos decorrem de uma nova realidade mundial e nacional, muito diferente daquela vivida na década de 1970. Na complexidade das sociedades globalizadas do mundo de hoje encontramos doenças emergentes, reemergentes e emergências epidemiológicas que não existiam. Também há uma intensificação do fluxo de bens e pessoas, havendo uma ampliação da quantidade de possíveis agentes transmissíveis que podem colocar em risco a saúde das pessoas. Podemos afirmar que há, atualmente, no cenário global e nacional, o aparecimento de novas doenças e o recrudescimento de algumas velhas doenças.

Dentro desse novo cenário, é preciso repensar os instrumentos de resposta às eventuais emergências epidemiológicas. Atualmente há uma insuficiência nos métodos atualmente empregados para detectar, prevenir, controlar e erradicar (quando possível) os riscos à saúde existentes. É preciso, através da constituição de um Sistema Integrado de Vigilância em Saúde, incorporar à realidade nacional o uso de novas tecnologias e meios de informação. Também é necessário que se promova uma formação e que se desenvolvam mecanismos de capacitação permanente dos profissionais de saúde, para que estes sejam capazes de detectar novos eventos de risco à saúde.

No que diz respeito à detecção dos riscos à saúde, considerando as

ema Nacional de Vigilância Epidemiológica deverá contar com um Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVES) que seja capaz não só de coletar e organizar os dados necessários mas, principalmente, de analisar os dados coletados e compreendê-los para fins de organização da ação estatal.

Também no que se refere ao diagnóstico de doenças transmissíveis, é preciso criar as condições necessárias para a incorporação de novas tecnologias de diagnó

públicos e privados para situações de emergência; implementar um sistema nacional de informações em vigilância em saúde capaz de orientar a ação dos profiss

Devem ser consideradas, ainda, a necessidade de se estabelecer, com clareza, alguns

pessoas suspeitas de enfermidades ou infectadas, bem como de cadáveres; o estabelecimento de áreas e formas de sepultamento em caso de surtos epidêmic

); a criação de mecanismos de cooperação internacional e o fomento deste tipo d

de capacitação continuada para clínicos e profissionais de saúde; integrar a rede de laboratórios

ionais de saúde, auxiliando-os na detecção dos riscos e na elaboração de diagnósticos precisos. Enfim, a legislação brasileira deve criar as condições necessárias para que esses mecanismos de aperfeiçoamento da ação estatal e da sociedade sejam implementados.

Finalmente, em relação à prevenção e controle, tendo em vista as novas disposições constantes do RSI e considerando a nova realidade brasileira e global, como um fluxo intenso de bens, mercadorias e pessoas, é preciso promover uma melhor qualidade da informação da gestão dos imunobiológicos no País.

instrumentos efetivos para a prevenção e controle de epidemias, envolvendo diversas situações estratégicas, tais como: o uso de medicamentos e profilaxia; a regulação sobre a coleta e o transporte de amostras biológicas; a possibilidade de requisição de aviões ou outros meios de transporte para fins de prevenção e controle epidemiológico em situação de emergência; o controle de vetores e reservatórios; a assistência à saúde; a quarentena; o isolamento; a monitorização e vigilância ativa de casos suspeitos e/ou confirmados; o tratamento compulsório de pessoas; o sacrifício de animais, inclusive de estimação; o controle de portos, aeroportos e fronteiras; o transporte de

os; a saúde do viajante; os eventos com aglomeração de pessoas; a manutenção dos serviços essenciais; a limitação da circulação de bens, mercadorias e pessoas, incluindo, eventualmente, a proibição de comércio; o abastecimento e o acesso aos insumos estratégicos; a forma de comunicação entre as diversas autoridades envolvidas na ação epidemiológica; a contenção populacional (cordão sanitário

e cooperação e, finalmente, a regulação sobre a manutenção dos serviços essenciais, com necessidade de tratamento especial para a proteção dos agentes que atuam nesses serviços.

Anexo 1 (Capítulo 2)

Ficha de Investigação Influenz por novo subtipo pandêmico Anexo 2 (Capítulo 2)

a

INFLUENZA HUMANA POR NOVO SUBTIPO (PANDÊMICO)