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4.3 Deposição Final

4.3.2 Aplicação do Checklist

Exitem hoje em pato branco 4 empresas que realizam a coleta de RCC. Destas apenas duas possuem um aterro regulamentado para deposição do material coletado. A terceira encontra-se em processo de licenciamento de seu aterro, e a quarta tem seu aterro já desativado. Há ainda, segundo o mesmo órgão, uma outra empresa de coleta de RCC, cujos lotes de aterro encontarm-se também em processo de licenciamento, no entanto um dos lotes faz parte de uma área de preservação ambiental, o que deve dificultar ou inviabilizar a liberação.

Já a Prefeitura de Pato Branco, possui uma área a parte de deposição de resíduos da construção civil, localizado próximo ao aterro sanitário, que juntamente com as três primeiras empresas privadas citadas foram os aterros visitados.

Para preservar o nome das empresas privadas e da prefeitura de Pato Branco - PR que realizam o manejo e deposição dos resíduos da construção civil, serão

referenciados neste trabalho de modo aleatório como: Aterro 1, Aterro 2, Aterro 3, Aterro 4 e Aterro 5.

Contatou-se nos locais visitados, a unificação das áreas para a destinação dos RCC, alguns aterros contavam com a área de transbordo e triagem no mesmo local da destinação final. Por isso, padronizou-se uma tabela (tabela 2, 3, 4, 5 e 6) sintetizando itens em conformidade com a NBR 15112/2004 de Áreas de trasbordo e triagem e a NBR 15113/2004 sobre os Aterros contidas no checklist, não utilizando- se de itens referentes a NBR 15114/2004 conforme verificado, por não existir áreas de reciclagem de resíduos de classe A no Município de Pato Branco – PR.

A seguir dando-se relevância aos itens envolvidos no processo para o desenvolvimento do trabalho, juntamente ao memorial fotográfico sendo descritos os itens avaliados durante as visitas, expondo os principais pontos avaliados visualmente, são apresentados os resultados de cada visita a cada um dos Aterros, considerando as observações salientadas acima e o checklist desenvolvido a partir das mesmas.

Segue no Apêndice l o checklist proposto antes das visitas serem realizadas aos aterros, como também a sua classificação aos itens normatizados.

4.3.2.1 Aterro 1

A visita realizada em agosto de 2016, foi a um aterro já desativado, localizado na BR 158, sendo não mais realizada a deposição de resíduos na área e o solo compactado, observado na figura 28.

Na figura 30, conforme o checklist, observa-se, na via de acesso, sacos com entulhos deixados na entrada, contendo resíduos da construção civil, sendo ocasionado pela ausência de controle de acesso ao local.

Figura 30 - Área de acesso ao Aterro 1 Fonte: Autoria própria (2016).

As figuras 31 demonstra o grande desnível, de aproximadamente 10 a 15 metros, em relação aos terrenos vizinhos, causada pelo aterramento, que teve o intuito de uniformizar a cota do terreno com a da BR 158. Pode-se observar grande quantidade de resíduos, especificadamente elementos de concreto armado, localizados no talude. Há visível risco de escorregamento do talude, devido à sua grande inclinação, a não - homegenidade dos materiais e de sua porosidade, remetendo a um incerto grau de compactação do aterro. Inclusive, pode ser observado na figura 32 resíduos de Classe A no terreno vizinho, denotando que o deslizamento já ocorre, demonstrando a ausência de um sistema de proteção ambiental.

Figura 31 - Aterro 1 - Deslizamento de massa Fonte: Autoria própria (2016).

Figura 32 - Aterro1 - Localidade próxima aos deslizamentos de massa Fonte: Autoria própria (2016).

Não existe o cercamento do perímetro do aterro, como demonstrado na figura 33, um dos itens de avaliação do checklist, possibilitando a entrada de pessoas não autorizadas, que podem realizar deposição de resíduos de forma indiscriminada no local, como já constatado a ocorrência na localidade.

Figura 33 - Margens da BR 158 em frente ao Aterro 1 Fonte: Autoria própria (2016).

A tabela 2 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 1:

Tabela 2 - Dados constatados na visita ao Aterro 1

Não atende Atende parcialmente Atende Não se aplica Isolamento X

Sistema de proteção ambiental X

Triagem X

Recebimento de RCC e

resíduos inertes X

Disposição adequado X

Fonte: Autoria própria (2016).

4.3.2.2 Aterro 2

Em agosto de 2016, fez-se a visita ao Aterro 2 em operação, localizado na BR 158, a sua área de transbordo e triagem é agregada ao aterro, como observa-se na figura 34.

Figura 34 - Vista frontal do Aterro 2 Fonte: Autoria própria (2016).

A figura 34, observa-se que a adequada compactação não está sendo realizado, como é especificado pela Conama 307/2002, onde o princípio de um aterro é compactá-lo o máximo possível, para edificação na localidade. Com relação a avaliação do checklist os itens não atendidos foram: o cercamento do perímetro, identificação sobre as atividades desenvolvidas, iluminação e principalmente quanto

ao recebimento dos resíduos, não contendo o acompanhamento da CTR, sem especificações das procedências dos resíduos, como pode-se perceber durante a visita o recolhimento de material não estabelecido por norma e legislação.

Na figura 35, percebe-se que não há sistema de proteção ambiental, com relação à drenagem do local, requisito exigido pela norma em aterros de resíduos inertes e corroborado com o diagnóstico que o aterro recebe resíduos não inertes que podem ser carreados pela água. Existe apenas uma vala para escoamento da água em um terreno vizinho, sem nenhum controle ambiental das águas subterrâneas e superficiais impactando o local.

Figura 35 - Resíduos depositados para aterrar Fonte: Autoria própria (2016).

A figura 36 mostra que, na área ocorre a triagem dos materiais que chegam ao aterro, onde o responsável não tem contrato formal assalariado com a empresa que faz a disposição dos resíduos no local, por conseguinte, o serviço de triagem dos materiais é realizado em troca do transporte dos resíduos até o local de venda, garantindo o sustento do responsável com a venda de materiais com capacidade de reciclagem.

Promove-se então, somente a triagem de materiais que ainda conservam valor de mercado para a reciclagem, sendo deixado para compor o aterro materiais que são potencialmente recicláveis, como gesso, cerâmicas, porcelanas. Inclusive, encontrou- se grande quantidade de resíduos que não são definidos como RCC.

Figura 36 - Área de triagem do Aterro 2 Fonte: Autoria própria (2016).

Na figura 37 mostra a área de triagem do aterro em operação, com a separação dos materiais em caçambas estacionarias e bags, os materiais reaproveitados são papelão, latas, vidro, fios de cobre, materiais derivados do PVC e plástico. Pode-se observar a separação que é dada por tipo de material, o papelão encontrava-se exposto para a secagem.

Figura 37 - Área de triagem do Aterro 2 Fonte: Autoria própria (2016).

A tabela 3 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 2:

Tabela 3 - Dados constatados na visita ao Aterro 2

Não atende Atende parcialmente Atende Não se aplica Isolamento X

Sistema de proteção ambiental X

Triagem X

Recebimento de RCC e

resíduos inertes X

Disposição adequado X

Fonte: Autoria própria (2016).

Ainda referente ao checklist a disposição dos resíduos é realizada inadequadamente, sendo as caçambas descarregadas pela linha do topo, e não segregado o material, não atendendo a normatização.

4.3.2.3 Aterro 3

Situada na BR 158 o Aterro 3 em operação, foi o único com cercamento feito de maneira fiel à norma atendendo ao item avaliado pelo checklist, observado na figura 38, e que contava com os responsáveis pelo aterro no próprio local.

Figura 38 - Área de acesso ao Aterro 3 Fonte: Autoria própria (2016).

O checklist aplicado a área de transbordo e triagem juntamente ao aterro atende parcialmente quanto à triagem dos resíduos aceitos. Entretanto, não ocorre o

despejo dos resíduos em camadas sobrepostas, sendo despejados pela linha do topo, como observados na figura 39, não atendendo a avaliação desse item.

Figura 39 - Despejo de RCC sendo realizado pela linha do topo Fonte: Autoria própria (2016).

A figura 40, demonstra uma consequência de impacto ambiental causada pela presença do aterro, simbolizada pelos visíveis danos à árvore localizada na divisa. Não há sistema de proteção ambiental, inexistindo controle de poeira, ruído, drenagem, existindo apenas, como requisito da norma, revestimento primário do piso, executado com resíduos de classe A, das áreas de acesso, operação e estocagem.

Figura 40 - Divisa com o terreno vizinho Fonte: Autoria própria (2016).

As figuras 41 e 42 demonstram a triagem realizada no próprio aterro, com separação de papel, plástico, restos de fios de cobre, materiais de PVC, vidro

(resíduos de classe B) e latas de tinta com resíduos de tinta (classe D) em caçambas estacionarias e bags, novamente constatou-se somente a separação de materiais que ainda conservam valor de mercado para a revenda e reciclagem, não sendo realizado qualquer outro tipo de triagem com relação às classes de resíduos dispostas na resolução n° 307/2002 da CONAMA (com suas alterações).

Figura 41 - Área de triagem do Aterro 3 Fonte: Autoria própria (2016).

Figura 42 - Área de triagem ao Aterro 3 Fonte: Autoria própria (2016).

A tabela 4 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 3:

Tabela 4 - Dados constatados na visita ao Aterro 3

Não atende Atende parcialmente Atende Não se aplica Isolamento X

Sistema de proteção ambiental X

Triagem X

Recebimento de RCC e

resíduos inertes X

Disposição adequado X

Fonte: Autoria própria (2016).

4.3.2.4 Aterro 4

Localizado também na BR158, o Aterro 4, figura 43 mostra a sua entrada, observando-se que uma parte já foi aterrada e compactada, com parte do terreno já no mesmo nível da rodovia.

Figura 43 - Área de acesso ao Aterro 4 Fonte: Autoria própria (2016).

Não se encontrou os responsáveis pelo aterro durante a visita realizada, pode- se verificar através do checklist que somente a área de acesso continha portão, entretanto sem tranca, e o resto do perímetro do aterro sem cercamento, como observa-se na figura 44.

Figura 44 - Vista lateral do Aterro 4 Fonte: Autoria própria (2016).

A triagem não é realizada nessa área, encontrou-se diversos materiais não pertencentes a construção civil de classe A ou inertes, misturados a resíduos de todas as classes. Resíduos dos mais variados tipos de eletrônicos, móveis e brinquedos de plástico foram encontrados como pode ser visto na figura 45. Muitos itens não foram atendidos como o sistema de proteção ambiental, iluminação de emergência, armazenagem, proteção de resíduos de classe D conforme itens avaliados pela tabela 5. A disposição dos resíduos é realizada em forma de pilhas como mostra-se na figura 45.

Figura 45 - Deposição dos resíduos no Aterro 4 Fonte: Autoria própria (2016).

A tabela 5 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 4:

Tabela 5 - Dados constatados na visita ao Aterro 4

Não atende Atende parcialmente Atende Não se aplica Isolamento X

Sistema de proteção ambiental X

Triagem X

Recebimento de RCC e

resíduos inertes X

Disposição adequado X

Fonte: Autoria própria (2016).

4.3.2.5 Aterro 5

O aterro 5 visitado é localizado no mesmo complexo que o aterro sanitário do poder público municipal de Pato Branco, e se destina a receber pequenos volumes de RCC. A finalidade do aterro público é a deposição de materiais de limpeza vegetal dos terrenos do município, cuja coleta é realizada pelo município, recebendo também RCC de particulares, como pode-se observar na figura 46, com volume menor que uma caçamba padrão das empresas privadas de coleta e disposição de RCC.

Na entrada do complexo que compreende o aterro 5, o aterro sanitário, e a triagem de resíduos recicláveis de Pato Branco há portão de entrada e balança para recebimento dos caminhões, mas para o aterro 5, em questão, não é realizado um controle padronizado dos resíduos.

Figura 46 - Deposição dos RCC no Aterro 5 Fonte: Autoria própria (2016).

A disposição do RCC no aterro 5, que não é um terreno desnivelado como observou-se nos outros aterros, é realizada em camadas, como observado na figura 47, para o posterior aterramento atendendo ao item do checklist da correta disposição.

Figura 47 - Despejo sendo realizado em camadas Fonte: Autoria própria (2016).

Não havia funcionários trabalhando diretamente no aterro, mas a partir de conversas informais soube-se que os funcionários trabalham apenas com maquinário no local, não tendo contato direto com os RCC e os demais resíduos dispostos na área.

A tabela 6 resume as condições encontradas na visita ao Aterro 5:

Tabela 6 - Dados constatados na visita ao Aterro 5

Não atende Atende parcialmente Atende Não se aplica Isolamento X

Sistema de proteção ambiental X

Triagem X

Recebimento de RCC e

resíduos inertes X

Disposição adequado X

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