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Análise do sistema de gestão de resíduos da construção civil: estudo de caso no município de Pato Branco - PR

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DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

MARIANA THAYS CAMENAR MELQUIOR FORGIARINI SCHEID

ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE

PATO BRANCO - PR

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO 2016

(2)

MELQUIOR FORGIARINI SCHEID

ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE

PATO BRANCO - PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Pato Branco.

Orientador: Prof. Msc. Normelio Vitor Fracaro PATO BRANCO 2016

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TERMO DE APROVAÇÃO

ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS DA

CONSTRUÇÃO CIVL: ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE

PATO BRANCO – PR

MELQUIOR FORGIARINI SCHEID

e

MARIANA THAYS CAMENAR

No dia 22 de junho de 2016, às 14h 45min, na Sala N108 da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, este trabalho de conclusão de curso foi julgado e, após arguição pelos membros da Comissão Examinadora abaixo identificados, foi aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná– UTFPR, conforme Ata de Defesa Pública nº30-TCC/2016.

Orientador: Prof. Msc. NORMELIO VITOR FRACARO (DACOC/UTFPR-PB)

Membro 1 da Banca: Profa. Dra. ELIZÂNGELA MARCELO SILIPRANDI (DACOC/UTFPR-PB)

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao apoio da nossa família nos momentos em que precisamos, além de sempre incentivar a continuarmos firmes na busca dos nossos objetivos.

Ao nosso orientador, Professor Msc. Normelio Vitor Fracaro, por todos os ensinamentos repassados, bem como no auxílio para a realização deste estudo. Aos professores da banca examinadora, Professora Dra Elizângela Marcelo Siliprendi e Professor Msc. José Miguel Etchalus, pela disponibilidade de avaliação do trabalho, e também da contribuição de seus conhecimentos para o aprimoramento do mesmo.

À Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e a todos os professores do Departamento de Construção Civil, pela nossa formação acadêmica, que foi imprescindível para a realização deste estudo.

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“As nuvens mudam sempre de posição, mas são sempre nuvens no céu. Assim devemos ser todo dia, mutantes, porém leais com o que pensamos e sonhamos; lembre-se, tudo se desmancha no ar, menos os pensamentos”.

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RESUMO

CAMENAR, Mariana Thays; SCHEID, Melquior Forgiarini. Analise do Sistema de Gestão de Resíduos da Construção Civil: Estudo de caso no Município de Pato Branco – PR. 93 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2016.

Mesmo com normas e legislações vigentes e em constante atualização com a intenção de minimizar os impactos gerados pelas fontes poluidoras do sistema construtivo, o gerenciamento de RCC atualmente é deficiente. Este trabalho teve objetivo realizar uma análise do sistema de gerenciamento de resíduos da construção civil, no Município de Pato Branco – PR, verificando a situação de coleta, transporte e destinação final. Dando destaque ao desenvolvimento de um checklist avaliando-se 31 itens, a partir das diretrizes de implantação e operação das áreas de transbordo, triagem, aterro e reciclagem referentes às NBR’s 15112/2004, 15113/2004 e 15114/2004 envolvidas no processo de deposição final que serviram de auxílio para obtenção dos resultados, como também a produção de um mapeamento das áreas de deposição de RCC visitadas. Como viabilidade da aplicação do checklist, fez-se uma averiguação das áreas de reciclagem, propondo então uma tabela sintetizada com itens relevantes ao estudo de caso. Fez-se ainda uma revisão bibliográfica das ocorrências de perdas nos canteiros de obras, associando-se as obras visitadas ao decorrer do trabalho. Utilizando da metodologia de Ângulo et al. (2011) com algumas adaptações, obteve-se o quantitativo da geração de resíduos da construção e também demolição, por dois métodos direto e indireto, podendo ser observado a discrepância dos resultados.

Palavras – Chave: Gerenciamento, Análise, Checklist, RCC, Diretrizes de Implantação e Operação.

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ABSTRACT

CAMENAR, Mariana Thays; SCHEID, Melquior Forgiarini. Analysis of the Waste Management System in the Civil Construction: A case study in Pato Branco County - PR. 93 f. Final Paper (Bachelor on Civil Engineering) - Federal Technological University of Paraná. Pato Branco, 2016.

Even with the current and constantly updated rules and laws with the intention of minimizing the impacts of pollution sources of the construction system, the RCC management is currently disabled. This study had the aim of performing an analysis of the waste management system in the construction, in Pato Branco County - PR, checking the situation of collection, transportation and final destination. Giving prominence to developing a checklist evaluating 31 items, based on the implantation and operation directives of transshipment areas, sorting, landfill and recycling regarding to the 15112/2004, 15113/2004 and 15114/2004 NBR's, involved in the final disposal process, which served as an assistance to obtain the results, as well as the production of a mapping of RCC deposition visited areas. As feasibility of implementing the checklist, it has been made an investigation of recycling areas, proposing then a synthesized table with relevant items to the case study. It has also been made a literature review of losses occurrences in construction sites, associating the works visited during this study. Using the Ângulo et al. methodology (2011) with some adaptations, it has got the amount of the generation of waste construction and demolition by two methods: direct and indirect, being possible to note the results discrepancy.

Key - Words: Management, Analysis, Checklist, RCC, Implantation and Operation Directives.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Bota fora localizado em Pelotas – RS ... 24

Figura 2 - Hierarquia na gestão de RCC ... 26

Figura 3 - Perda de componentes cerâmicos no manuseio em canteiro de obras ... 27

Figura 4 - Perda de areia na etapa de estocagem ... 28

Figura 5 - Resíduo de corte de treliça metálica para adequação ao projeto ... 29

Figura 6 - Resíduos de materiais cerâmicos e gesso da etapa de aplicação .... 30

Figura 7 - Geração de resíduos – latas de tinta ... 31

Figura 8 - Aspecto geral do RCD após beneficiamento ... 32

Figura 9 - Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil ... 35

Figura 10 - Usina de reciclagem ... 36

Figura 11 - Diagrama das atividades desenvolvidos no trabalho ... 41

Figura 12 - Localização do Município de Pato Branco – PR ... 42

Figura 13 – Checklist proposto inicialmente ... 45

Figura 14 - Tabela sintetizada ... 46

Figura 15 - Caminhão poliguindaste simples – transporte dos RCC ... 47

Figura 16 - Retirada completa do forro em gesso do salão de festas residencial ... 48

Figura 17 - Geração de resíduos em gesso do salão de festas residencial ... 48

Figura 18 - Resíduos de sobra de madeira ... 49

Figura 19 - RCC gerados pela reforma ... 50

Figura 20 - RCC gerados pela demolição ... 50

Figura 21 - RCC gerados pela edificação ... 51

Figura 22 - RCC gerados pelos acabamentos ... 52

Figura 23 - Resíduos de modernização do ambiente construído ... 52

Figura 24 - RCC em obras residenciais ... 53

Figura 25 - Margem do Rio Ligeiro do Munícipio de Pato Branco – PR ... 54

Figura 26 - Bota fora em loteamento ... 54

Figura 27 - Bota fora de pequenas proporções na beira do Rio Ligeiro ... 55

Figura 28 - Deposição irregular de gesso em talude ... 55

Figura 29 - Deposição irregular ao longo da BR 158 ... 56

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Figura 31 - Aterro 1 - Deslizamento de massa ... 58

Figura 32 - Aterro1 - Localidade próxima aos deslizamentos de massa ... 59

Figura 33 - Margens da BR 158 em frente ao Aterro 1 ... 59

Figura 34 - Vista frontal do Aterro 2 ... 60

Figura 35 - Resíduos depositados para aterrar ... 61

Figura 36 - Área de triagem do Aterro 2 ... 62

Figura 37 - Área de triagem do Aterro 2 ... 62

Figura 38 - Área de acesso ao Aterro 3 ... 63

Figura 39 - Despejo de RCC sendo realizado pela linha do topo ... 64

Figura 40 - Divisa com o terreno vizinho... 64

Figura 41 - Área de triagem do Aterro 3 ... 65

Figura 42 - Área de triagem ao Aterro 3 ... 65

Figura 43 - Área de acesso ao Aterro 4 ... 66

Figura 44 - Vista lateral do Aterro 4 ... 67

Figura 45 - Deposição dos resíduos no Aterro 4 ... 67

Figura 46 - Deposição dos RCC no Aterro 5 ... 68

Figura 47 - Despejo sendo realizado em camadas ... 69

Figura 48 - Mapeamento dos pontos de deposição de resíduos da construção civil ... 71

Figura 49 - Localizações dos pontos de deposição de RCC dos Aterros 1 e 4 . 72 Figura 50 - Localização do ponto de deposição do Aterro 2 ... 72

Figura 51 - Localização do ponto de deposição do Aterro 3 ... 73

Figura 52 - Localizaçõa do ponto de deposição de RCC do Aterro 5 ... 73

Figura 53 - Gráfico com dados quantitativos coletados diariamente pelos aterros ... 75

Figura 54 - Gráfico com dados quantitativos coletados mensalmente pelos aterros ... 76

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características dos veículos coletores ... 47

Tabela 2 - Dados constatados na visita ao Aterro 1 ... 60

Tabela 3 - Dados constatados na visita ao Aterro 2 ... 63

Tabela 4 - Dados constatados na visita ao Aterro 3 ... 66

Tabela 5 - Dados constatados na visita ao Aterro 4 ... 68

Tabela 6 - Dados constatados na visita ao Aterro 5 ... 69

Tabela 7 - Síntese dos itens avaliados pelo Checklist ... 70

Tabela 8 - Dados referentes aos coletores de RCC do Município de Pato Branco - PR ... 74

Tabela 9 - Resultados obtidos pelo Método direto ... 74

Tabela 10 - Transformação dos dados em toneladas ... 76

Tabela 11 - Resultados obtidos pelo Método indireto ... 77

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LISTA DE QUADROS

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente RCC.- Resíduo da Construção Civil

RCD - Resíduo da Construção e Demolição WWF - Wide Found for Nature

IAP - Instituto Ambiental do Paraná ICC - Industria da Construção Civil

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 14 1.1 OBJETIVOS ... 15 1.1.1 Objetivo Geral ... 15 1.1.2 Objetivos Específicos ... 15 1.2 JUSTIFICATIVA ... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18 2.1 Desenvolvimento Sustentável ... 18

2.1.1 Sustentabilidade na Construção Civil ... 18

2.2 Contexto Ambiental dos Resíduos da Construção Civil (RCC’S) ... 19

2.3 Classificação dos Resíduos Sólidos ... 20

2.3.1 Classificação dos Resíduos da Construção Civil ... 21

2.4 Lei Municipal ... 21

2.5 Normas ... 23

2.6 Gestão de Resíduos ... 23

2.7 Hierarquia da Gestão de Resíduos ... 25

2.7.1 Prevenção na fase de projetos... 26

2.7.2 Perdas no Canteiro de Obra ... 26

2.7.3 Logística reversa ... 30

2.7.4 Reutilização/Reciclagem no canteiro de obras ... 31

2.8 Acondicionamento e Segregação ... 33

2.9 Áreas de Transbordo e Triagem ... 34

2.10 Áreas de Reciclagem ... 35

2.11 Disposição Final ... 36

3 METODOLOGIA ... 40

3.1 Diagrama ... 40

(14)

3.3 Método para quantificar os RCC ... 42

3.3.1 Quantificação pelo Método direto ... 43

3.3.2 Quantificação pelo Método indireto ... 44

3.4 Método para realização do checklist ... 44

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 46

4.1 Coleta e Transporte ... 46

4.2 Exemplos de geração de RCC ... 47

4.3 Deposição Final ... 53

4.3.1 Deposição Irregular ou Bota-Fora ... 53

4.3.2 Aplicação do Checklist ... 56

4.3.3 Síntese dos itens avaliados pelo checklist ... 70

4.3.4 Mapeamento dos aterros visitados ... 71

4.4 Dados Quantitativos ... 74

4.4.1 Método Direto ... 74

4.4.2 Método Indireto ... 77

4.4.3 Comparação dos resultados dos Métodos Direto e Indireto ... 78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 80

5.1 Trabalhos futuros ... 81

REFERÊNCIAS...84

(15)

1. INTRODUÇÃO

A construção civil é uma indústria preponderante no desenvolvimento econômico e social das civilizações, e sua evolução atrela-se à evolução da própria sociedade. Contudo, como qualquer atividade humana, ela modifica o ambiente e gera impactos ambientais intrínsecos à expansão humana. Os impactos da indústria da construção civil são maximizados quando não há correto controle dos processos dos novos empreendimentos e com a necessidade de maior eficiência dos espaços construídos, motivando readequações, reformas e demolições. Esses fatores são vetores da geração de resíduos, e a gestão destes denota-se como um problema para o ecossistema, o estado e os empreendedores da construção civil.

Surge então, a partir da observação dos impactos gerados pela construção civil, uma nova concepção do ambiente construído chamado de construção sustentável que visa racionalizar os processos inerentes à indústria da construção civil, da extração da matéria prima para geração de materiais de construção até a finalização da obra, proporcionandoredução do impacto ambiental.

Em pesquisa realizada pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS, 2014), cerca de 50% dos recursos naturais extraídos são consumidos pelas indústrias de materiais de construção, utilizando de matérias primas de baixo custo e em abundância no planeta, como a sílica, alumínio, ferro e cálcio. A substituição destes materiais é improvável devido ao "modus operandi" do processo construtivo das obras correntes, e a sua grande demanda no desenvolvimento das cidades.

Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha (CONAMA RESOLUÇÃO N° 307, 2002). A deposição irregular ainda é uma prática frequente nos países em desenvolvimento, que o fazem em: vales, margens de rios, a céu aberto, em terrenos baldios, em vias públicas ou em aterros sem qualquer tratamento específico (CORRÊA et al., 2009). Assim como uma maneira de proporcionar melhorias e benefícios a qualidade do meio ambiente do município de Pato Branco - PR, este

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trabalho traz como objetivos diagnosticar a situação da coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos gerados pela construção civil, verificando as áreas de manejo de Resíduos da Construção Civil (RCC) cadastradas no Instituto Ambiental do Paraná, responsável pela fiscalização dessas áreas.

Atualmente intensifica-se a necessidade para que o desenvolvimento se faça de forma sustentável e a destinação adequada dos RCC. Possibilitando novos pontos de vista do estudo de soluções para a gestão dos resíduos na cidade. Acarretando em melhorias de projetos e inovações nos processos construtivos, uma contribuição diferenciada para a competitividade a preservação ambiental em beneficio ao bem-estar social, ao serem executadas na construção civil.

Salienta-se o uso do termo Resíduos da Construção Civil no estudo, dos quais abrangem todos os resíduos provenientes dos processos da indústria da construção civil (ICC), incluindo possíveis demolições de construções existentes para a adaptação de terrenos a novos projetos. No corpo do trabalho apresenta-se também o uso do termo resíduo da construção e demolição (RCD), cuja terminologia compreende-se também como RCC.

1.1 Objetivos

Os objetivos deste trabalho estão classificados em geral e específicos e são apresentados nos próximos itens.

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar o gerenciamento dos resíduos de construção civil (RCC) sob a ótica das normas e legislações vigentes no Município de Pato Branco – PR.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Diagnosticar a situação da coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos gerados pela construção civil, no Município de Pato Branco - PR;

 Verificar as áreas de destinação final de RCC cadastradas no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e analisa-las através de um checklist relativos as

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diretrizes de implantação e operação das áreas de transbordo, triagem, aterros e reciclagem, dadas pela NBR 15112/2004, NBR 15113/2004 e 15114/2004;

 Realizar revisão bibliográfica de como ocorre a geração de resíduos da construção civil nos canteiros de obras;

 Realizar quantitativo de geração de resíduos no Município de Pato Branco - PR.

1.2 Justificativa

O crescimento da sociedade vem ocorrendo de forma a degradar o meio ambiente e a qualidade de vida da população, gerando impactos, por não se ter a compreensão sistêmica de sustentabilidade. Segundo o documento Our Commun Future (World Comission on Environment and Development, 1986, p. 41), o desenvolvimento sustentável é definido como:

“O desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer suas próprias necessidades”.

Além disso, o desenvolvimento sustentável denota a importância do gerenciamento dos processos industriais na geração de excedentes, cujos volumes podem extrapolar a capacidade dos ecossistemas de absorve-los. A construção civil, responsável por uma das necessidades primordiais do ser humano, moradia, locais de vivência, obras de infraestruturas e de mobilidade, é uma das principais responsáveis na geração de resíduos sólidos.

No ano de 2014 nos municípios do Brasil cerca de 45 milhões de toneladas foram coletadas de Resíduos de Construção e Demolição, provocando um aumento de 4,1% em relação ao ano de 2013, segundo pesquisa ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos, 2014).

O RCC é gerado entre 0,4 a 0,7 t/hab.ano e representa 2/3 da massa dos resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos resíduos sólidos domiciliares. As deposições irregulares são comuns nos municípios brasileiros, diante da falta de alternativas para destinação ou disposição correta, provocam desperdício de materiais nobres e elevados dispêndios para as ações corretivas (ALMEIDA, 2012, p. 19).

Segundo Corrêa et al. (2009) estima-se que no Brasil 61% do total de resíduos gerados sejam representados pelos Resíduos da Construção e Demolição (RCD) e

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28% pelos resíduos domiciliares. Em média os resíduos que saem dos canteiros de obras sejam compostos pelos seguintes índices percentuais, 64% de argamassa, 30% de componentes de vedação e 6% de outros materiais (CAVALCANTI, 2003).

Almeida (2012) e Corrêa et al. (2009) evidenciam a grande carga dos RCD no montante dos resíduos gerados pelo metabolismo das cidades. Priori JR (2011), destaca que o crescimento e a urbanização da população mundial com a previsão de que no ano de 2050, 70% da população do mundo será urbana. As altas taxas de RCD na composição dos resíduos gerados nas cidades brasileiras, em anos onde teve-se grande crescimento demográfico das cidades, denotam a importância do estudo da gestão dos RCC nos municípios.

A partir disto, o trabalho mostra o estudo realizado no município de Pato Branco, diagnosticando a situação da coleta dos RCC por serviços privados e as circunstâncias em que se encontram os locais de disposição final destes.

Objetivando viabilizar o estudo, são apresentados dados quantitativos de volume de RCC de forma estimada, por não existir o devido controle no descarte dos RCC provenientes dos canteiros de obras, e não sucedendo a adequada reutilização ao chegar ao seu destino final nos aterros do município.

A originalidade do trabalho está ao se analisar as formas de deposição dos RCC no município de Pato Branco - PR, aplicando um checklist em conformidade a normatizações, como também produzindo um mapeamento dos aterros visitados.

(19)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Os próximos itens apresentados são relativos ao referencial téorico deste trabalho.

2.1 Desenvolvimento Sustentável

Conforme afirma Nichioka (2008) os recursos naturais durante muitos anos foram tratados de forma a suprir as necessidades do homem, como fontes intermináveis. Onde o ciclo produtivo da sociedade retira o necessário para produção e consumo, entretanto, tem o retorno em forma de grandes quantidades de resíduos, ocasionando a geração de poluentes e escassez de suas fontes de matéria prima.

De acordo com a organização não-governamental World Wide Found For

Nature - Brasil (WWF-Brasil, 2016) “O desenvolvimento sustentável sugere, de fato,

qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem”.

Segundo Karpinski (2009) desenvolvimento sustentável “é um processo participativo que integra aspectos econômicos, ambientais, culturais, políticos, legais, sociais e técnicos, do ponto de vista coletivo ou individual”.

Com isso tornando inevitável o emprego mais coerente dos recursos naturais, da energia e do estabelecimento mais racional na gestão dos resíduos (CARNEIRO; BRUM; CASSA, 2001).

O desenvolvimento sustentável envolve a diversidade em suas ações, desde uma escala individual até organizações mundiais governamentais e não governamentais de diversos países que prezam a finalidade da dissipação da sustentabilidade mundial (MARQUES NETO, 2004).

2.1.1 Sustentabilidade na Construção Civil

O setor da Construção Civil tem a necessidade de sofrer mudanças constantemente em sua forma de elaborar e executar seus empreendimentos. A sustentabilidade tem a sua introdução nos canteiros de obras, com modificações em cada empreendimento progressivamente (CORRÊA, 2009).

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Nichioka (2008) afirma que, a Construção Sustentável beneficia em atitudes sobre o meio ambiente, ao não se haver a extinção dos recursos naturais, promovendo a conservação da matéria prima a futuras gerações. Utiliza-se do emprego de materiais ecologicamente apropriados e recursos com tecnologias inteligentes, como forma de minorar os impactos gerados pelas edificações.

Kibert (1994) define Construção Sustentável como “a criação e manutenção responsáveis de um ambiente construído saudável, baseado na utilização eficiente de recursos e em princípios ecológicos”.

O Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS, 2008) revela dados do desempenho sobre o uso de práticas sustentáveis no setor da construção civil onde há uma diminuição entre 30% e 40% no gasto com a energia e água. No Brasil revela-se um gasto superior a 45%, em relação a decorrência deste gasto, ao longo do revela-seu uso e operação da construção, ocasionando em um aumentando significativo nesta porcentagem, quando comparado a sua economia.

A escolha por materiais mais sustentáveis proporciona a redução de resíduos gerados, mas não impossibilita o descumprimento de Leis Ambientais na concepção do produto, sendo sua inferioridade de qualidade e durabilidade um impacto social e econômico. As alterações, mesmo paliativas, devem ser alcançadas, para que haja modificações nos métodos executivos e culturais para um universo mais sustentável (NICHIOKA, 2008).

2.2 Contexto Ambiental dos Resíduos da Construção Civil (RCC’S)

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 225, cita que:

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Porém a questão ambiental é complexa, pois os sistemas ambientais são evolutivos, ou seja, não-deterministas, não-lineares, irreversíveis e com estados de desequilíbrio constante (PHILIPPI JR, 2004, p 19).

Esse processo evolutivo modifica-se de acordo com as interferências relativas à expansão da sociedade humana. As indústrias de benfeitorias são significativas na análise do desequilíbrio constante das questões ambientais, pois interferem

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diretamente devido às diversas formas de poluição e interferências ao meio ambiente. Não obstante essa definição aplica-se à indústria da construção civil, que ao servir para a edificação da infraestrutura necessária para a sociedade é uma das geradoras deste desequilíbrio ambiental, e como parte da coletividade, conforme estabelecido no artigo 225 da Constituição Federal, é também responsável pela defesa e preservação ambiental em seus processos.

A indústria da construção civil (ICC), segundo Paliari (1999), é caracteristicamente heterogênea em seus procedimentos e essa heterogeneidade favorece o aparecimento de falhas, que repercutem em consumos adicionais, denominadas perdas. Essas perdas são o principal fator causador de desequilíbrio ambiental da ICC. As perdas, como cita Formoso et al. (1997), devem ser entendidas como qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital em quantidades superiores àquelas necessárias à produção da edificação. Neste caso, as perdas englobam tanto a ocorrência de desperdícios de materiais quanto a execução de tarefas desnecessárias que geram custos adicionais e não agregam valor.

Segundo Kunkel (2009) verifica-se, que além de consumir recursos indevidamente, as perdas têm como subproduto um efeito indesejável: o entulho. De acordo com Ângulo (2005) alguns autores preferem o termo RCD para resíduos de construção e demolição; outros utilizam o termo entulho.

2.3 Classificação dos Resíduos Sólidos

Segundo a NBR 10004/2004, para que possam ser gerenciados adequadamente, os resíduos sólidos são classificados quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. Dividindo-se em duas classes como perigosos e não-perigosos, em sequência a subdivisão de sua classificação como inertes e não inertes.

Classe I – Perigosos: risco à saúde e ao meio ambiente sendo resíduos inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou com patogênicos para a saúde humana.

Classe II – Não perigosos:

II A – não inertes: resíduos biodegradáveis, combustíveis, ou solúveis em água, que não se enquadram na classe I;

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II B – inertes: resíduos que não oferecem riscos à saúde e que não apresentam constituintes solúveis em água em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água.

2.3.1 Classificação dos Resíduos da Construção Civil

Em conformidade a Lei 12.305/2010 Art. 13° Inciso h em concordância a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o resíduo da construção civil tem a seguinte classificação com relação a origem:

“Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis”.

De acordo com a Resolução n° 307/2002 da Conama com as correções e alterações pela Resolução n° 431/2011, Resolução n° 348/2004 e Resolução n° 469/2015, são classificados os resíduos da construção civil da seguinte forma:

I -Classe A -são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio - fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B -são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso;

lll - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;

IV - Classe D -são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde.

2.4 Lei Municipal

De acordo com a Resolução n° 307/2002 da Conama Art. 5° deve ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal em conformidade com o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólido, com objetivo a implantação da gestão dos

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resíduos da construção civil o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil.

Conforme Lei Nº 2.531, de 5 de outubro de 2005, segundo Art. 5º compete-se ao Município de Pato Branco, através da Secretaria do Meio Ambiente, de acordo com o Art. 5° o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil:

I. Cadastrar áreas públicas ou privadas que, atendidas as exigências técnicas e legais, possam ser utilizadas para o recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes, para posterior reutilização, reciclagem ou beneficiamento.

II. Definir áreas destinadas à disposição final de resíduos.

lll. Determinar os resíduos a serem dispostos nas áreas definidas nos incisos I e ll deste artigo.

IV. Definir os critérios para o cadastramento de transportadores de resíduos de construção civil.

V. Orientar, fiscalizar e controlar os agentes envolvidos no processo. VI. Estabelecer diretrizes técnicas e procedimentos adequados para o exercício das responsabilidades dos pequenos geradores, na conformidade com os critérios técnicos do sistema de limpeza urbana.

VII. Promover ações e campanhas educativas objetivando: a) a redução dos resíduos oriundos da construção civil;

b) a divulgação das normas destinadas a assegurar a correta disposição dos resíduos da construção civil.

VIII. Incentivar e priorizar a utilização de materiais oriundos da reutilização, reciclagem ou beneficiamento de resíduos da construção civil, na construção de moradias de interesse social e em obras de pavimentação, visando obter um custo menor sem alteração de sua qualidade.

IX Incentivar a formação de cooperativas populares voltadas à reutilização, reciclagem ou beneficiamento de resíduos da construção civil, que priorizem o aproveitamento da mão-de-obra dos moradores próximos ao local de suas instalações físicas.

X. Colaborar com iniciativas e campanhas sócio-educativas, relacionadas à temática ambiental.

Ao poder municipal cabe dar a devida destinação a pequenos volumes de resíduos, onde frequentemente são depositados em locais impróprios e o manejo adequado dos grandes volumes de resíduos. Definidas e licenciados os locais para área de manejo dos resíduos em conformidade a Resolução, os transportadores de resíduos devem ser cadastrados e formalizando sua prestação de serviço. O Município ocupa-se em cobrar o compromisso dos geradores (KARPINSK et al., 2009).

Conforme em seu Art. 1° de sua Resolução n°307/2002 cabe ao Município, “estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais”.

(24)

Define quando preciso, licenças ambientais especificas, atentando a natureza, características e peculiaridades do empreendimento, e a unificação do processo de licenciamento com as fases de planejamento, implantação e operação (CONAMA - RESOLUÇÃO N°237, 1997).

2.5 Normas

A organização de políticas públicas revela-se no Brasil desde 2002, orientadas para o incentivo da condução em locais de deposição os resíduos de forma sustentável (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2005).

Para que sejam respeitados os limites e a capacidade de utilização dos RCC segue-se o uso de Normas Brasileiras, são elas a NBR 15112, NBR 15113 e NBR 15114 que dispõem diretrizes para projeto, implantação e operação dos resíduos da construção civil NBR 15112 (ABNT, 2004).

2.6 Gestão de Resíduos

A Resolução do Conama nº 307/2002 que propõe diretrizes em relação à gestão de resíduos sólidos nos municípios brasileiros dispõe que gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos incluindo planejamentos, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver tais processos.

De acordo com Erpen (2009, p. 28), o modelo de gestão de RCC amplamente utilizado nas cidades brasileiras é a Gestão Corretiva, que se caracteriza por atividades não preventivas, repetitivas e custosas, que repercutem em resultados inadequados e são ineficientes à uma boa gestão ambiental.

Pinto (1999) exemplifica que nesse modelo de gestão as resoluções são tomadas de forma emergenciais, e os gestores dos resíduos se mantém como mero coadjuvantes do processo, sustentando a “inevitabilidade” da destinação em áreas irregulares.

Ainda segundo Pinto (1999, p. 73), a disposição dos grandes volumes de RCC, em municípios de médio e grande porte é realizado em “bota-foras”, aterros inertes com “áreas de pequeno e grande porte, privada ou públicas, que vão sendo designadas oficial ou oficiosamente para a recepção dos RCD e outros resíduos

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sólidos inertes”. A Resolução n° 307/2002 que traça diretrizes em relação à gestão de resíduos sólidos nos municípios brasileiros, rechaça a disposição dos resíduos em áreas como bota-foras, encostas, corpos d’água, lotes vagos e áreas protegidas pela lei.

Na figura 1, observa-se a deposição irregular de resíduos da construção civil, um exemplo de problemas ambientais ocorridos no ano de 2013 na região, acarretando na deteriorização qualidade das aguas superficiais e subterrâneas pela ausência de fiscalização e gestão pública (TESSARO; SÁ; SCREMIN, 2012).

Figura 1 - Bota fora localizado em Pelotas – RS Fonte: Tessaro, Sá e Scremin (2012).

Gonçalves (2013, p. 51) cita que a implementação de um plano local de gerenciamento de RCD traz inúmeros benefícios como “a prevenção da poluição, melhor utilização dos recursos, melhor conformidade nos produtos e a avaliação dos riscos”. Em consequência à observação da metodologia e resultados da gestão corretiva, Pinto (1999, p. 122) propõe a gestão diferenciada do RCD, buscando atingir “um modelo racional, eficaz, menos custoso, e portanto, sustentável”. A gestão diferenciada tem como parâmetros principais:

 a captação máxima dos resíduos gerados, através de áreas previamente estabelecidas para grandes e pequenos volumes de RCD;

 a reciclagem dos resíduos captados;

 a racionalização da construção através de seus procedimentos, visando diminuir a intensidade da geração dos resíduos.

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Na resolução da Conama n° 307/2002 consta que um plano de gerenciamento de resíduos deve contemplar as seguintes etapas:

1. Caracterização, identificação e quantificação dos RCD;

2. Triagem: Segregação dos RCD de acordo com o artigo 3 da 307/2002 realizada após a geração na origem ou em áreas destinadas e licenciadas para tal fim;

3. Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento do RCD, assegurando suas condições de reutilização ou reciclagem

4. Transporte: De acordo com as preconizações 1, 2 e 3 já citadas;

5. Destinação: De acordo com a classificação dos RCD e dentro da legislação ambiental vigente na localidade.

Pinto e González (2005, p. 12) dizem que o programa de gestão deve buscar os seguintes objetivos:

• Destinação adequada dos grandes volumes; • Preservação e controle das opções de aterro; • Disposição facilitada de pequenos volumes; • Melhoria da limpeza e da paisagem urbana; • Preservação ambiental;

• Incentivo às parcerias;

• Incentivo à presença de novos agentes de limpeza; • Incentivo à redução de resíduos na fonte;

• Redução dos custos municipais.

2.7 Hierarquia da Gestão de Resíduos

A Lei Nº 2.531 de 2005 do Município de Pato Branco, em seu art. 2° institui o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, onde a gestão dos resíduos deve obedecer uma hierarquia, ou ordem de prioridades, que parte da necessidade da minimização da geração dos resíduos até a disposição final devidamente regulamentada e ambientalmente correta, conforme mostra a figura 2:

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Figura 2 - Hierarquia na gestão de RCC Fonte: Tozzi (2016).

Edwads & Hyett (2005 apud JUNIOR, 2011, p 87) considera também a hierarquia dos 3Rs: Reduzir > Reaproveitar > Reciclar que mostra-se menos completo por não exemplificar a destinação final.

2.7.1 Prevenção na fase de projetos

Os primeiros termos nas duas abordagens da hierarquia da gestão de resíduos mencionam os termos redução e prevenção na geração. Isso remete diretamente aos projetos e construção das diversas obras da ICC, aos métodos construtivos empregados e aos canteiros de obras do edifício ou empreendimento.

Para a realização de um programa de gestão de resíduos, mostra-se uma boa ferramenta a prévia compatibilização entre os diversos projetos que formam o escopo das obras, identificando previamente as incongruências entre eles e fornecendo soluções antes do início das execuções. Esta prática proporciona maior interação entre os projetistas e construtores, visando reduzir retrabalhos (que vem atrelado à necessidade de destruição, gradiente na produção de resíduos), otimizar materiais e reutilizar os resíduos de forma tecnicamente viável (GEHLEN, 2008, p. 54).

2.7.2 Perdas no Canteiro de Obra

Para o aprofundamento do conceito de redução de perdas, ou a não-geração de resíduos é necessário diagnosticar as perdas diretas na etapa de execução, no canteiro de obras, que de acordo com Gehlen (2008, p. 44) é onde “recursos

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transformadores (pessoas e instalações) processam os recursos a serem transformados (matéria-prima, água, energia [...]) em produtos e serviços”.

Rosa (2001, p. 26) exemplifica as perdas diretas como a perda de material que não pode ser recuperado ou utilizado e que é perdido durante a execução. Pode-se entender que perda é quando o material não mais pode ser utilizado para o fim que foi designado.

Segundo Paliari (1999, p. 146 – 188) existem diversas perdas no canteiro de obras, são elas:

2.7.2.1 Perdas na etapa de manuseio e transporte

A maioria das perdas ocorre no manuseio e transporte descuidados de materiais frágeis como por exemplo os cerâmicos (blocos, telhas) seja externo ou já interno às obras. Podem estar associadas ao manuseio excessivo, equipamento inadequado, condições precárias de acesso, má distribuição do canteiro de obras, como demonstrado na figura 3 (ROSA, 2001, p. 27).

Figura 3 - Perda de componentes cerâmicos no manuseio em canteiro de obras Fonte: Autoria própria (2016).

2.7.2.2 Perdas na etapa de estocagem

É a perda por mau condicionamento do material a ser transformado, que podem ter suas propriedades descaracterizadas sob efeitos das intempéries climáticas e até

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mesmo serem carreados com a água da chuva, como é o caso do material a granel mal condicionado em terrenos íngremes, como pode-se observar na figura 4.

Figura 4 - Perda de areia na etapa de estocagem Fonte: Autoria Própria.

2.7.2.3 Perdas no processo intermediário

Alguns materiais devem passar por um processo intermediário de transformação previamente à sua aplicação na fabricação do produto final, que podem ser distinguidos em dois grupos:

1) Materiais básicos (cimento, cal, areia, entre outros) em que as perdas podem ocorrer por erros de dosagem, produção em excesso, transporte irracional e equipamentos inadequados.

2) Materiais que necessitam de cortes ou alterações em suas dimensões como é o caso do aço, tubulações elétricas e hidráulicas, madeira, quando não é realizado um projeto ideal o um plano de corte racional desses materiais, como demonstrado na figura 5. (PALIARI, 1999, p. 161)

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Figura 5 - Resíduo de corte de treliça metálica para adequação ao projeto Fonte: Autoria Própria (2016).

2.7.2.4 Perdas no processo de aplicação

Relaciona-se às perdas vinculadas à execução de cada serviço, Shingo (1981, apud SOUZA, 2013, p.59) cita a existência de perdas por confecção e utilização de produtos fora dos padrões, desqualificação da mão de obra para a execução do trabalho requerido gerando retrabalho e redução do desempenho final. Exemplifica-se impermeabilizações, pinturas mal feitas e asExemplifica-sentamentos de materiais cerâmicos e colocação de gesso, de forma não uniforme como processos sujeitos as perdas na etapa de aplicação, como pode-se observar na figura 6.

Payeras (2005) contempla que esse tipo de perda é inerente ao processo construtivo utilizado, e cita como possíveis soluções na diminuição da sua ocorrência a mudança de patamar tecnológico ou das técnicas construtivas aplicadas.

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Figura 6 - Resíduos de materiais cerâmicos e gesso da etapa de aplicação Fonte: Autoria própria (2016).

2.7.3 Logística reversa

Fleischmann (2001 apud MARCONDES, 2007, p. 41) dispõe logística reversa como um o processo de planejamento, implementação e controle eficaz do fluxo de entradas e armazenagem de materiais secundários, contrárias ao sentido tradicional da cadeia de suprimentos, como o propósito de descartar corretamente ou recuperar valor do material.

A construção civil utiliza-se de diversos produtos e materiais fornecidos pelos fabricantes em embalagens (sacos de cimento, sacos plásticos, latas de tintas, entre outros), Marcondes (2005) aponta essas embalagens como produto de pós-consumo, que devem ter seu canal de distribuição reverso estruturado, permitindo a revalorização em outros mercados ou a adequada disposição

A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 em seu Art. 33 institui que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem estruturar um sistema de logística reversa em caso de embalagens que contém resíduos perigosos como é o caso das latas de tintas e solventes, que costumeiramente contém restos de materiais danosos à saúde e ao ambiente, observa-se na figura 5, resto de latas contendo tinta, proveniente da sobra de obra.

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Figura 7 - Geração de resíduos – latas de tinta Fonte: Autoria própria (2016).

2.7.4 Reutilização/Reciclagem no canteiro de obras

“Reutilizar refere-se à possibilidade aproveitamento do resíduo nas condições em que é descartado”, porém sem grandes modificações do seu estado (SOUZA, 2001 p. 33). No entanto, a ampla gama de utilização dos RCC se dá através do beneficiamento, em que o resíduo é adaptado a uma granulometria através de processos mecânicos, e pode gerar a inúmeras aplicações como os seguintes exemplos:

Na revisão bibliográfica de Santana et al. (2011, p. 5), figura 6 verificou-se que o concreto reciclado, utilizando-se de resíduos beneficiados, podem ser utilizados em elementos como: pisos, contra-marcos de janelas, painéis de pré-moldados, e lajes pré-moldadas, porém deve-se ter em conta sua menor resistência, maior deformabilidade e maior permeabilidade.

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Figura 8 - Aspecto geral do RCD após beneficiamento Fonte: Santana, et al. (2011).

Paschoalin Filho et al. (2014, p. 1) realizaram um estudo em contrapisos de prédios comerciais e constatou que a utilização de materiais reciclados na execução da base do contrapiso trouxe ganhos econômicos significativos pois diminuiu os custos de transporte e destinação final dos resíduos gerados e diminuiu os custos de matéria prima.

Minozzi e Tonus (2014, p. 61) verificaram a viabilidade técnica e econômica de utilizar-se de resíduos de blocos cerâmicos com argamassa no contrapiso, ocorrendo algumas readequações aos procedimentos adotados, não obtendo o resultado esperado.

Hasse (2014 p. 71) estudou que a adição de filler cerâmico advindo de processo de reciclagem em concretos auto-adensáveis é uma solução coerente, alternativa ao filler de cálcário, por não apresentar perda de resistência à compressão durante sua cura.

A NBR 15115/2004 dispõe sobre execução de camadas de pavimentação (reforços de sub-leito, sub-bases e base) utilizando-se de RCD de Classe A.

É ainda necessário em um programa de gestão de resíduos a previsão de usinas de processamento e beneficiamento dos resíduos que agregariam tecnologias importantes no processo, como um separador de agregados por densidade, factível ao observar-se o trabalho de Carrijo (2005, p. 115) onde não encontrou-se diferenças significativas no consumo de cimento no concreto com agregados reciclados dentro da faixa de densidade de 2,5 g/cm³ e 2,2 – 2,5 g/cm³ em comparação com um concreto convencional para a utilização em peças com finalidades estruturais.

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2.8 Acondicionamento e Segregação

A Resolução do Conama 307/2002 em relação ao condicionamento dos resíduos normatiza que o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos de sua geração até a etapa de transporte, buscando assegurar suas condições de reutilização e reciclagem.

O quadro 1 mostra modos de realizar o acondicionamento final dos resíduos no canteiro de obras, de acordo com o tipo de material:

Quadro 1 - Resíduos oriundos de atividades construtivas

TIPOS DE RESÍDUO ACONDICIONAMENTO FINAL

Blocos de concreto, blocos cerâmicos, argamassas, outros componentes cerâmicos, concreto, tijolos e assemelhados.

Preferencialmente em caçambas estacionárias.

Madeira

Preferencialmente em baias sinalizadas, podendo ser utilizadas caçambas estacionárias.

Plásticos (sacaria de embalagens, aparas de

tubulações, etc) Em bags sinalizados.

Papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos utilizados durante a obra) e papéis (escritório

Em Bags sinalizados ou em fardos, mantidos ambos em local coberto. Metal (ferro, aço, fiação revestida, arames etc) Em baias sinalizadas.

Serragem Baia para acúmulo dos sacos

contendo o resíduo. Gesso de revestimento, placas acartonadas e artefatos

Em caçambas estacionárias, respeitando condição de segregação em relação aos resíduos de alvenaria e concreto. Solos

Em caçambas estacionárias, preferencialmente separados dos resíduos de alvenaria e concreto. Telas de fachada e de proteção

Dispor em local de fácil acesso e solicitar imediatamente a retirada ao destinatário.

EPS (poliestireno expandido) - exemplo: isopor Baia para acúmulo dos sacos contendo os resíduos ou fardos. Resíduos perigosos presentes em embalagens plásticas

e de metal, instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares como panos, trapos, estopas etc.

Em baias devidamente sinalizadas e para uso restrito das pessoas que, durante suas tarefas, manuseiam estes resíduos. Restos de uniformes, botas, panos e trapos sem

contaminação por produtos químicos. Em bags para outros resíduos.

Fonte: Neto (2005).

A resolução n° 307/2002 do Conama também é pontual ao discorrer sobre a triagem, ou segregação dos resíduos, de acordo com sua classificação, e que deve ser realizada sob condições preferenciais no próprio canteiro de obras, ou ainda realizada em áreas de destinação licenciadas para essa finalidade.

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O Art. 1° da Resolução n° 237/1997 do Conama tem por definição o licenciamento ambiental como sendo:

Um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, sob qualquer forma, que possam causar degradação ambiental.

No Paraná cabe ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a obrigação de cumprir a proteção, preservação, conservação, controle e recuperação do patrimônio ambiental, em parceria com a sociedade buscando o desenvolvimento sustentável. Como finalidade garantir o cumprimento das normas e políticas ambientais nacionais e estaduais.

2.9 Áreas de Transbordo e Triagem

As diretrizes para a instalação e operação de áreas de transbordo e triagem nos territórios brasileiros são dadas pela NBR 15112/2004, e trata-se um local para a segregação dos resíduos de acordo com a classificação do Conama 307/2002, para a posterior disposição final. Entre suas diretrizes consta:

 Sistema de proteção ambiental: controle de poeira, contenção de ruídos, drenagem superficial, revestimento primário do piso nas áreas de acesso, operação e estocagem para possibilidade de uso sob qualquer condição climática

 Quantificação e qualificação dos RCD

 Não serão aceitos resíduos da classe D

 Necessário um controle de transporte do resíduo (CTR) para aceitação dos resíduos

 Que os resíduos aceitos sejam totalmente triados, separados pela sua natureza e acondicionados em locais diferenciados

A figura 7 ilustra o layout das especificações referentes a NBR 15112/2004, já citadas, com as respectivas diretrizes de operação para seu adequado funcionamento das áreas de transbordo e triagem dos resíduos da construção civil.

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2.10 Áreas de Reciclagem

A NBR 15114/2004, que cita os requisitos mínimos para o projeto, implantação e operação de áreas de reciclagem de resíduos classe A, prevê diversas diretrizes para a instalação que inclui:

 Controle de Transporte de Resíduo

 Separagem prévia pelo gerador ou na área de triagem de RCD

 Ser em uma área legalizada nas normas e leis ambientais;

 Isolamento ao público e sinalizações e acessos adequados;

 Iluminação e energia, que permitam ações de emergência

 Proteção das águas superficiais – sistema de drenagem

A área de reciclagem deve prever inclusive um espaço de estocagem para resíduos não recicláveis. A Figura 8, exemplifica uma Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil, localizada no Munícipio de Guarulhos, implantada em 2003, que atende aos requisitos exigidos pela Conama 307/2002 e NBR15114/2004. Realiza o beneficiamento de cem por cento de toda a quantia mineral levado aos

pontos de entrega voluntária (PROGUARU S/A PROGRESSO E

DESENVOLVIMENTO DE GUARULHOS, 2016).

Figura 9 - Área de transbordo e triagem de resíduos da construção civil Fonte: Machado (2014).

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Figura 10 - Usina de reciclagem Fonte: Burim (2016).

2.11 Disposição Final

A destinação dos resíduos da construção civil após a triagem, de acordo com da Conama 307/2002 com alterações dada pela resolução 448/2012 Art. 10 devem ser dados da seguinte forma:

Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros;

Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas;

Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com normas técnicas especificas.

A NBR 15113/2004 firma as condições mínimas requeridas para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos da construção civil de classe A e de resíduos inertes: São de responsabilidade de órgãos estaduais o licenciamento ambiental, com relação a sua localização, instalação e operação, em conformidades as legislações vigentes próprias da localidade. Para se obter o licenciamento do aterro deve-se prever a correção ambiental da área. Aterros de pequeno tamanho que

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disponham de imediata regularização da área a construir deverão ser isentos da licença ambiental.

Ainda de acordo com a NBR 15113/2004, deverá estar presente em projetos de aterros, além do memorial técnico, cronograma, desenhos e plantas, o memorial descritivo, onde deve constar:

“Plano de Controle e Monitoramento”

Deve prever um plano de controle da origem e quantidade dos resíduos recebidos e o monitoramento frequente da qualidade dos resíduos dispostos, que permitam a reconstituição da hierarquia de responsabilidades; monitoramento da qualidade das águas subterrâneas e superficiais.

“Plano de Inspeção e Manutenção”

Visa o controle operacional, onde haja regularmente o controle do sistema de drenagem, da estabilidade do aterro, da dispersão de material particulado e emissão de ruídos e da segurança ocupacional de operadores e instalação.

“Plano de Manutenção da Área de Reservação”

Visa o controle da disposição de resíduos em áreas de reservação de materiais segregados que contemplem os procedimentos a serem mantidos para garantia das condições de drenagem, isolamento e estabilidade geotécnica previstas em projeto, na área de reservação e com a finalização das atividades.

“Plano de Encerramento do Aterro e Uso Futuro da Área”

Visa o controle da disposição definitiva de resíduos, onde visa apresentar um Plano de Encerramento do Aterro e seu uso futuramente do local, com a finalidade de diminuir a necessidade de posterior manutenção e fenômenos de poluição.

Para a devida operação do aterro deve-se fazer a triagem após a coleta dos resíduos da construção civil e resíduos inertes, em conformidade da companhia da CTR-Controle de Transporte de Resíduos. Os resíduos de classe B, C e D devem ser conduzidos a sua devida destinação. “Os resíduos devem ser dispostos em camadas sobrepostas e não será permitido o despejo pela linha de topo” (NBR 15114, 2004).

Em conformidade a NBR 15113/2004, o registro de operação deve preservar-se na instalação até o pós fechamento, com referências, descrição e quantidade de cada resíduo recebido, junto com a data de deposição e CTR , descrição da quantidade e o destino dado aos resíduos rejeitados, indicar o setor aonde foi disposto, descrição da quantidade de resíduos reaproveitado, registro da análise realizadas nos resíduos, registro de vistoria e incidentes ocorridos e suas datas, dados

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do monitoramento das aguas superficiais e subterrâneas. Devem ser conservados os registros para posterior mudança de titularidade da localidade e para posterior exibição de relatórios.

Em conformidade ao Ministério do Meio Ambiente (2005) os procedimentos para se licenciar áreas de manejo de resíduos da construção civil podem ser menos trabalhosos em relação aos resíduos urbanos, em virtude da maior porcentagem de RCD serem de classe A, ou seja, inertes. “No Brasil, constatou que os resíduos de construção civil são compostos, principalmente, de tijolos, areias e argamassas (em torno de 80%)” (LUCENA, 2005 apud BERNARDES et al., 2008, p.66). Para se adquirir o licenciamento os procedimentos devem estar em concordância com a Resolução nº 237/1997 do Conama que exemplifica os procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental e com a legislação local.

Segundo Art. 10 da Resolução n° 237/1997 da Conama as etapas para o processo de licenciamento são:

I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida;

II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;

IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da so licitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;

VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

A Resolução n° 237/1997 do Conama além de trazer definições, estabelece uma lista de empreendimentos submetidos ao licenciamento, estipulando prazos e validade da licença, organiza as fases envolvidas do processo e estabelece a competência, relacionando as atividades que devem ser licenciadas pela União,

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Estados e Municípios e determina um único nível de competência para o licenciamento.

Compete-se ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, órgão federal executor do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades localizadas em que o impacto exceda mais de um país ou de mais de um estado, que abranja o mar territorial, a plataforma continental, a zona econômica exclusiva, terras indígenas ou unidades de conservação do domínio da União, ainda também, que associe-se energia nuclear ou assuntos militares (CAPAZ et al.,2014).

As licenças ambientas constituem exigências para que se gere o mínimo de impacto possível ao meio ambiente pelo empreendimento. Salientando que qualquer tipo de alteração, deverá solicitar novo licenciamento, com o requerimento de Licença Prévia.

Segundo Resolução n° 237/1997 da Conama Art. 8° existem três tipos de licença ambiental no Brasil para o posterior licenciamento ambiental:

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

O empreendimento ou atividade que solicitar qualquer uma das licenças deve-se encontrar em acordo com a fadeve-se de concepção, obra, operação ou ampliação, mesmo sem ter anteriormente a Licença prevista em Lei BIOTERA (2011).

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3 METODOLOGIA

O presente trabalho segundo Gil (2002) é classificado referente aos seus objetivos como uma pesquisa exploratória, cuja sua finalidade é proporcionar maior familiaridade com o problema, aprimorando ideias e gerando benefícios à sociedade com o tema abordado.

Com relação aos procedimentos técnicos para a coleta de dados da pesquisa, foram utilizadas referências bibliográficas de publicações, livros, legislações e normas técnicas brasileiras que auxiliaram no estudo de caso do Município de Pato Branco - PR. Em benefício ao trabalho, como forma de obter informações, foram realizadas entrevistas não - estruturadas com profissionais envolvidos na construção civil, com o intuito de compreender a percepção deste em relação ao sistema de gerenciamento de resíduos nas obras em que atuam.

Foram efetuadas visitas a aterros licenciados e em processo de licenciamento em Pato Branco, verificando, quando havia, o processo de separação até a sua disposição final dos RCC, mapeando-os e preenchendo um checklist relacionado a itens das normas.

A abordagem da pesquisa será qualitativa e quantitativa. Qualitativamente procurando analisar o sistema de gerenciamento do Município, através de visitas a obras e aterros, realizando memorial fotográfico. Já a pesquisa quantitativa é definida em relação aos dados e proporção numérica (FACHIN, 2001). Gerando valores direta e indiretamente com aproximações e estimativas de forma a trazer dados ao município, sobre a quantia de RCC gerada, a partir dos padrões construtivos locais.

3.1 Diagrama

As atividades desenvolvidas no decorrer deste trabalho, seguem elencados na figura 11.

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Figura 11 - Diagrama das atividades desenvolvidos no trabalho Fonte: Autoria própria (2016).

3.2 Caracterização do estudo de caso

Pato Branco é uma cidade do sudoeste do Paraná fundada em 14/11/1951, uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) em 2016 de 79.869 pessoas e se encontra a 429 km da capital do estado, Curitiba. Tem uma área de 537,8 km² o que resulta em uma densidade demográfica de 148,51 hab/km², com um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,849, considerado alto no contexto do estado do Paraná (IBGE, 2016).

No ano de 2010, segundo o IBGE, apresentava um grau de urbanização de 94,04% e uma taxa de crescimento geométrico de 1,52% tendo, nesse mesmo ano 26213 domicílios. Na figura 9, tem-se a localização do município no estado do Paraná.

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Figura 12 - Localização do Município de Pato Branco – PR Fonte: Tabalipa e Fiori (2008).

3.3 Método para quantificar os RCC

“O interesse em saber a quantidade de resíduos gerada pela indústria da construção civil e seus impactos na quantidade de resíduos urbanos existe a muito tempo inserida na discussão da redução de desperdícios “ (OLIVEIRA, 2007, p. 41). De acordo com Bernardes et al. (2008) em publicações já realizadas, tiveram como resultado através da análise da quantidade de resíduos geradas, a eficácia em estimar as futuras gerações de resíduos e a necessidade de se empregar processos de reciclagem nos canteiros de obras. O percursor nacional a estudar a questão foi o trabalho realizado por Pinto em 1999, ocasionando questionamentos mais amplos sobre o assunto (OLIVEIRA, 2007, p. 42).

De acordo com Pinto (1999) existe três formas de se obter informações para analisar a quantidade de RCC gerado: estimativas de área construída, serviços executados e perdas efetivas e da movimentação de cargas por coletores. No estudo realizado no Município de Pato Branco no ano de 2016, serão somente quantificadas as informações por estimativas de área construída e demolida, e pela movimentação de carga por coletores, de forma a gerar dados com informações das construções formais e informais da região, dependendo do método utilizado.

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A referência para esta estimativa de resultados foi feita através do artigo publicado por Angulo et al. (2011), tomando como base sua metodologia de quantificação de RCC direta e indiretamente com algumas alterações para adequações ao estudo de caso em Pato Branco.

3.3.1 Quantificação pelo Método direto

Pinto (1999) afirma que o processo para se obter informações com esse método é de extrema dificuldade, tanto pelos vários espaços urbanos de descarga formais e informais, como também pela inviabilidade de se acompanhar os pontos de manejo de resíduos, por um longo período.

O método direto envolve a quantificação estimada do número de coletores destinados à coleta de resíduos da construção e demolição pelas empresas privadas. São dados coletados através de conversas informais, fornecidos por funcionários envolvidos no sistema de coleta. Como não há o controle rigoroso e especifico do volume relacionado a quantia de caçambas que chegam ao aterro, as aproximações foram voltadas a situações extremas.

Não se inseriu nos cálculos a subtração dos valores relacionados aos dias com chuvas, o qual ocorre a redução no número de coletas de caçambas. Entram no cálculo tanto resíduos da construção e demolição formalizadas, como também atividade construtivas de características informais sem suas distinções.

Utilizou-se o coeficiente de peso especifico de 1,326 t/m³ encontrado no estudo de Rocha (2006), que encontrou esse valor em um estudo de caso em Brasília - DF, como forma de demonstrar e produzir valores numéricos de RCC, em t/ano.

A equação utilizada foi:

V = N . C (1)

Onde:

V: volume de resíduos da construção civil (m³/dia ou m³/mês) N: número de caçambas por dia ou mês

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