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A destinação dos resíduos da construção civil após a triagem, de acordo com da Conama 307/2002 com alterações dada pela resolução 448/2012 Art. 10 devem ser dados da seguinte forma:

Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de resíduos classe A de reservação de material para usos futuros;

Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas;

Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com normas técnicas especificas.

A NBR 15113/2004 firma as condições mínimas requeridas para projeto, implantação e operação de aterros de resíduos da construção civil de classe A e de resíduos inertes: São de responsabilidade de órgãos estaduais o licenciamento ambiental, com relação a sua localização, instalação e operação, em conformidades as legislações vigentes próprias da localidade. Para se obter o licenciamento do aterro deve-se prever a correção ambiental da área. Aterros de pequeno tamanho que

disponham de imediata regularização da área a construir deverão ser isentos da licença ambiental.

Ainda de acordo com a NBR 15113/2004, deverá estar presente em projetos de aterros, além do memorial técnico, cronograma, desenhos e plantas, o memorial descritivo, onde deve constar:

“Plano de Controle e Monitoramento”

Deve prever um plano de controle da origem e quantidade dos resíduos recebidos e o monitoramento frequente da qualidade dos resíduos dispostos, que permitam a reconstituição da hierarquia de responsabilidades; monitoramento da qualidade das águas subterrâneas e superficiais.

“Plano de Inspeção e Manutenção”

Visa o controle operacional, onde haja regularmente o controle do sistema de drenagem, da estabilidade do aterro, da dispersão de material particulado e emissão de ruídos e da segurança ocupacional de operadores e instalação.

“Plano de Manutenção da Área de Reservação”

Visa o controle da disposição de resíduos em áreas de reservação de materiais segregados que contemplem os procedimentos a serem mantidos para garantia das condições de drenagem, isolamento e estabilidade geotécnica previstas em projeto, na área de reservação e com a finalização das atividades.

“Plano de Encerramento do Aterro e Uso Futuro da Área”

Visa o controle da disposição definitiva de resíduos, onde visa apresentar um Plano de Encerramento do Aterro e seu uso futuramente do local, com a finalidade de diminuir a necessidade de posterior manutenção e fenômenos de poluição.

Para a devida operação do aterro deve-se fazer a triagem após a coleta dos resíduos da construção civil e resíduos inertes, em conformidade da companhia da CTR-Controle de Transporte de Resíduos. Os resíduos de classe B, C e D devem ser conduzidos a sua devida destinação. “Os resíduos devem ser dispostos em camadas sobrepostas e não será permitido o despejo pela linha de topo” (NBR 15114, 2004).

Em conformidade a NBR 15113/2004, o registro de operação deve preservar- se na instalação até o pós fechamento, com referências, descrição e quantidade de cada resíduo recebido, junto com a data de deposição e CTR , descrição da quantidade e o destino dado aos resíduos rejeitados, indicar o setor aonde foi disposto, descrição da quantidade de resíduos reaproveitado, registro da análise realizadas nos resíduos, registro de vistoria e incidentes ocorridos e suas datas, dados

do monitoramento das aguas superficiais e subterrâneas. Devem ser conservados os registros para posterior mudança de titularidade da localidade e para posterior exibição de relatórios.

Em conformidade ao Ministério do Meio Ambiente (2005) os procedimentos para se licenciar áreas de manejo de resíduos da construção civil podem ser menos trabalhosos em relação aos resíduos urbanos, em virtude da maior porcentagem de RCD serem de classe A, ou seja, inertes. “No Brasil, constatou que os resíduos de construção civil são compostos, principalmente, de tijolos, areias e argamassas (em torno de 80%)” (LUCENA, 2005 apud BERNARDES et al., 2008, p.66). Para se adquirir o licenciamento os procedimentos devem estar em concordância com a Resolução nº 237/1997 do Conama que exemplifica os procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental e com a legislação local.

Segundo Art. 10 da Resolução n° 237/1997 da Conama as etapas para o processo de licenciamento são:

I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida;

II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;

IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da so licitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;

VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;

VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.

A Resolução n° 237/1997 do Conama além de trazer definições, estabelece uma lista de empreendimentos submetidos ao licenciamento, estipulando prazos e validade da licença, organiza as fases envolvidas do processo e estabelece a competência, relacionando as atividades que devem ser licenciadas pela União,

Estados e Municípios e determina um único nível de competência para o licenciamento.

Compete-se ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, órgão federal executor do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades localizadas em que o impacto exceda mais de um país ou de mais de um estado, que abranja o mar territorial, a plataforma continental, a zona econômica exclusiva, terras indígenas ou unidades de conservação do domínio da União, ainda também, que associe-se energia nuclear ou assuntos militares (CAPAZ et al.,2014).

As licenças ambientas constituem exigências para que se gere o mínimo de impacto possível ao meio ambiente pelo empreendimento. Salientando que qualquer tipo de alteração, deverá solicitar novo licenciamento, com o requerimento de Licença Prévia.

Segundo Resolução n° 237/1997 da Conama Art. 8° existem três tipos de licença ambiental no Brasil para o posterior licenciamento ambiental:

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Parágrafo único. As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.

O empreendimento ou atividade que solicitar qualquer uma das licenças deve- se encontrar em acordo com a fase de concepção, obra, operação ou ampliação, mesmo sem ter anteriormente a Licença prevista em Lei BIOTERA (2011).

3 METODOLOGIA

O presente trabalho segundo Gil (2002) é classificado referente aos seus objetivos como uma pesquisa exploratória, cuja sua finalidade é proporcionar maior familiaridade com o problema, aprimorando ideias e gerando benefícios à sociedade com o tema abordado.

Com relação aos procedimentos técnicos para a coleta de dados da pesquisa, foram utilizadas referências bibliográficas de publicações, livros, legislações e normas técnicas brasileiras que auxiliaram no estudo de caso do Município de Pato Branco - PR. Em benefício ao trabalho, como forma de obter informações, foram realizadas entrevistas não - estruturadas com profissionais envolvidos na construção civil, com o intuito de compreender a percepção deste em relação ao sistema de gerenciamento de resíduos nas obras em que atuam.

Foram efetuadas visitas a aterros licenciados e em processo de licenciamento em Pato Branco, verificando, quando havia, o processo de separação até a sua disposição final dos RCC, mapeando-os e preenchendo um checklist relacionado a itens das normas.

A abordagem da pesquisa será qualitativa e quantitativa. Qualitativamente procurando analisar o sistema de gerenciamento do Município, através de visitas a obras e aterros, realizando memorial fotográfico. Já a pesquisa quantitativa é definida em relação aos dados e proporção numérica (FACHIN, 2001). Gerando valores direta e indiretamente com aproximações e estimativas de forma a trazer dados ao município, sobre a quantia de RCC gerada, a partir dos padrões construtivos locais.

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