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ESTATÍSTICA DOS PRINCIPAIS PARÂMETROS

D: profundidade do nível da água subterrânea com valores entre 0,4 – 1,0.

10 PROPOSTA DO MÉTODO DE VULNERABILIDADE (GATNEK) EM AMBIENTES HIDROGEOLÓGICOS

10.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO GATNEK NO CIPP/RMF/CE

O método GATNEK é aplicado e adaptável para uma escala de detalhe e, portanto, com esta metodologia é possível se classificar a vulnerabilidade para qualquer área, pois construiu um sistema de avaliação da vulnerabilidade relativa, permitindo o cálculo numa escala de um projeto executivo, como é o caso da implantação de uma planta industrial.

10.4.1 Granulometria (G)

A granulometria influencia no ambiente hidrogeológico, isto é, na maior ou menor vulnerabilidade. Quanto maior a granulometria dos sedimentos, maior será a vulnerabilidade, pois maior será a permeabilidade e, portanto, menor capacidade de atenuação dos poluentes.

Três classes granulométricas foram definidas na área: a primeira representada pelas areias quartzosas (Aquífero Dunas); a segunda pelas classes silto-areno-argilosas da Formação Barreiras; e a terceira classe, representada pelas areias argilosas do manto de intemperismo sendo seus valores médios obtidos da Tabela 23.

TABELA 23 - Valores representativos das classes granulométricas em sedimentos ou litotipos.

DENOMINAÇÃO INTERVALO GRANULOMÉTRICO (mm)

Matacões > 256 Calhaus Entre 256 e 64 Seixos Entre 64 e 4 Grânulos Entre 4 e 2 Areias Entre 2 e 1/16 Siltes Entre 1/16 e 1/256 Argilas <1/256

Fonte: Wentworth (1922 apud SUGUIO, 1980).

Assim, o fator de proteção está relacionado com a permeabilidade e a porosidade características dos aquíferos e quanto maior a granulometria, maior será a facilidade de penetração dos contaminantes, e maior será a vulnerabilidade do ambiente.

Na área de pesquisa as maiores vulnerabilidades estão assoc iadas aos meios constituídos pelas areias do Sistema Dunas, representando os sedimentos de maior granulometria.

Os dados representados na Zoneamento de Granulometria (Apêndice XVII) indica que 33% da área estão situados em terrenos com predominância de material arenoso (Formação Dunas), enquanto que 13% estão localizados em áreas de terrenos argiloarenosos da Formação Barreiras e 54% estão em terrenos cristalinos.

10.4.2 Ambiente hidrogeológico (A)

Este parâmetro está particularmente relacionado com as co ndições hidrogeológicas do meio é considerado como Ambiente Hidrogeológico (A) o

litotipo ou sedimento, sendo aquífero aquele com boas porosidade e condutividade hidráulica.

Para a elaboração do Apêndice XIX de Ambiente Hidrogeológico foram considerados três ambientes hidrogeológicos (Dunas, Barreiras e Manto de Intemperismo), cujos valores para o GATNEK constam na Tabela 24 a seguir.

TABELA 24 – Valores representativos do ambiente hidrogeológico.

DESCRIÇÃO VALOR

A- Argilas, margas e siltes 2

B - Ígneas/metamórficas 3

C - Ígneas/Metamórficas alteradas 4

D - Intercalações de arenitos, siltes, argilas e calcários 6

E - Arenitos Maciços 6

F - Calcários Maciços 6

G - Areias, cascalhos e conglomerados 8

H – Vulcânicas 9

I - Calcários Carstificados 10

Fonte: Allert et al. (1987).

Os Aquíferos Dunas, Barreiras e Manto de Intemperismo são as tipologias aquíferas que ocorrem na área da Tese e influencia na maior ou menor vulnerabilidade.

Os valores desta variável são relativos como mostra a Tabela 19 e necessita-se de conhecimento de campo para aferição destes valores, haja vista que um valor pode representar um conjunto de sedimentos ou litotipos, definidos pelo comportamento espacial dos mesmos.

10.4.3 Transmissibilidade (T)

A transmissibilidade corresponde a quantidade de água que pode ser transmitida horizontalmente por toda a espessura saturada do Aquífero e, portanto, pode-se conceituá-la como a taxa de escoamento de água através de uma faixa vertical do Aquífero com largura unitária submetido a um gradiente hidráulico unitário, ou seja, o T (Transmissibilidade) é igual a K (Condutividade Hidráulica) x B (espessura do aquífero).

É um parâmetro hidrogeológico que corresponde à capacidade de um meio para transmitir água, tratando-se de uma variável influenciada pelas características hidrogeológicas locais, sendo obtida por meio de testes de Aquíferos.

Trata-se da quantidade de água que escoa através da secção vertical de Aquíferos quando se diminui a carga hidráulica de uma unidade. A relação com a vulnerabilidade é direta e com o fator de proteção inversa. Quanto maior for a Transmissibilidade, menor será o fator de proteção e maior será a vulnerabilidade.

O Aquífero Dunas com 33% (66,50 Km²) representa a maior vulnerabilidade, pois trata-se do Aquífero de maior transmissibilidade, variando de 3,53 m²/h até 4,72 m²/h (Tabela 25 e Apêndice XIV).

TABELA 25 – Valores representativos das classes de transmissibilidade na área do CIPP.

DENOMINAÇÃO DO AQUIFERO INTERVALOS (m²/h)

Dunas 3,53-4,72

Barreiras 0,002-0,097

Manto do Intemperismo 0,0001-0,0534

Fonte: Elaborada pelo pesquisador.

A área referente ao Aquífero Barreiras representa 13% (26,20 km²) da área estudada, possuindo transmissibilidade de 0,002 a 0,097 m²/h.

O manto de intemperismo, localizado na porção centro-sul do CIPP, representa 54% (108,84 km²), e possui a transmissibilidade de 10-4 m²/h a 5,34 x 10-2 (m²/h).

10.4.4 Nível Estático (NE)

O nível estático (NE) é um atributo relevante no estudo da avaliação da vulnerabilidade da área, pois indica a distância a ser percorrida pelos poluentes entre a zona não saturada e o ambiente hidrogeológico.

É uma variável que possui uma relação direta com o fator de proteção e inversa com a vulnerabilidade.

O Mapa de Zoneamento da Profundidade de Nível Estáti co (Apêndice V) poderá ser utilizado na previsão de profundidade do nível d’água apoiando a elaboração de mapa de vulnerabilidade.

Verificou-se que na área, a classe de profundidade do Nível Estático (NE) entre 2,0 a 5,0m prevalece sobre as demais (43,75%) e representa a mais vulnerável, os níveis estáticos da classe de profundidade entre 5,0 - 1,0 m ocorrem em 28,8% da área. A área que com a menor vulnerabilidade à poluição é de 22,10% e engloba classes de níveis estáticos maior que 10,0 m da área (Tabela 26).

TABELA 26 – Valores representativos das classes de nível estático na área do CIPP.

DENOMINAÇÃO DO AQUIFERO INTERVALOS (m) de NE

Dunas 1,69-13,10

Barreiras 2,30-15,00

Manto de Intemperismo 2,50-62,00

Fonte: Elaborada pelo pesquisador.

10.4.5 Condutividade hidráulica (K)

A condutividade hidráulica é entendida como sendo numericamente igual a vazão que atravessa uma área, submetida a um gradiente hidráulico unitário, portanto, se refere à facilidade do Aquífero exercer a função de condutor hidráulico.

A variável condutividade hidráulica (K) determina a facilidade do litotipo de permitir com maior ou menor resistência o fluxo hidro subterrâneo. Os valores da condutividade hidráulica de vários termos litológicos constam na Tabela 27.

Considerando que os efeitos produzidos estão vinculados as características intrínsecas das rochas, sua atenuação é permanente. A distribuição espacial é variável, tanto na vertical como na horizontal, em decorrência da anisotropia dominante nos meios aquíferos, fenômeno est e que não ocorre no Aquífero Dunas, pois trata-se de um aquífero homogêneo e isotrópico.

TABELA 27 - Valores representativos de condutividade hidráulica.