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Aplicação de Standard Works e 5S na paragem do material a agarrar

De forma a garantir que as placas ao saírem da prensa se descolem da cinta metálica, procede- se à pulverização contínua de um líquido desmoldante sobre as cintas metálicas. Assim, à saída da prensa, estão instalados 2 sistemas, cada um com 11 injetores de pulverização, que garantem a aplicação do desmoldante nas 2 cintas metálicas.

Após longos períodos de pulverização, o líquido desmoldante começa a cristalizar à saída dos injetores de pulverização. Esta cristalização resulta num bloqueio gradual dos mesmos, pelo que o fluxo de aplicação de desmoldante vai sendo cada vez mais ineficiente.

Figura 21 - Injetores de desmoldante entupidos

Na figura 21, verifica-se um injetor de desmoldante completamente tapado pelo que a sua área de ação na cinta não será coberta com líquido desmoldante. Nesta situação, é uma questão de tempo até que o material comece a agarrar à cinta, potenciando-se, deste modo, a ocorrência de uma paragem por “material a agarrar”.

Assim sendo, é fundamental que os operadores da linha efetuem a manutenção do sistema desmoldante, mais propriamente que troquem os injetores entupidos por injetores limpos. No caso da cinta inferior, esta operação pode ser efetuada com a linha em funcionamento, enquanto que é obrigatória a paragem da linha caso seja realizada na cinta superior.

Teoricamente, uma limpeza ao sistema desmoldante, realizada uma vez por semana, conforme definido no plano de Manutenção Preventiva, desenvolvido no presente projeto, seria suficiente para evitar uma paragem por “material a agarrar”. Consequentemente, o sistema desmoldante da cinta inferior seria limpo com a linha em funcionamento, enquanto que o sistema da cinta superior seria limpo, por exemplo numa situação de arranque semanal. Como a troca dos injetores de desmoldante é uma operação realizada durante a paragem

procurou-sereduzir o tempo dispendido na sua execução. Assim, desenvolveu-se um plano de melhoria com base na ferramenta Standard Works.

Por fim, a ocorrência da paragem “material a agarrar” não depende exclusivamente do estado dos injetores do desmoldante, pelo que surgem outros fatores como a formulação/receita do produto, sendo este, segundo os responsáveis da linha, a principal causa para esta paragem.

Standard Works: Troca dos Injetores de Desmoldante

Como referido anteriormente, a troca dos injetores de desmoldante faz parte da paragem “material a agarrar,” tendo esta uma duração média de 2,2 horas. Durante esta paragem, os operadores da Subertech executam 4 operações segundo a seguinte ordem:

• Descolam manualmente todo o material da cinta que ficou agarrado; • Procedem à limpeza do material retirado;

• O operador da saída efetua a troca dos injetores de desmoldante;

• O operador da entrada aplica manualmente líquido desmoldante na cinta (o operador do corte ajuda-o após concluir a operação anterior)

Assim, num primeiro momento da implementação realizou-se a documentação do procedimento da troca dos injetores através de filmagens. Das observações efetuadas, partiu- se de uma operação executada em 16 minutos que corresponde a uma troca realizada no sistema desmoldante da cinta inferior, tendo sido substituídos 2 injetores entupidos.

Após as observações, foram identificadas 15 tarefas (Anexo G) a realizar durante uma troca dos injetores. Na figura 22, são apresentadas as tarefas e o respetivo tempo de execução, onde a aplicação da metodologia Standard Works constituiu uma potencial ação de melhoria. Além disso, com recurso a um Diagrama de Espaguete, verificaram-se as deslocações e o local de execução das mesmas etapas.

Figura 22 - Desperdícios na troca dos injetores de desmoldante

Por conseguinte, através da análise do diagrama de Espaguete, confirma-se que o modo operatório, até à data, da troca de injetores não é eficiente, existindo a possibilidade de reduzir o seu tempo de execução.

Primeiramente, destaca-se a deslocação que o operador realiza desde a saída da prensa, entre as etapas 4, 5 e 6 e no regresso novamente ao final da linha. De notar que, esta deslocação é duplicada, uma vez que ao terminar a troca, o operador tem de colocar as ferramentas e os injetores sujos novamente na caixa de ferramentas e nos recipientes de injetores, respetivamente.

Além disso, na etapa 4, o operador tem de procurar a ferramenta certa para a troca dos injetores, não estando identificado um local específico.

Por fim, na operação 6, o facto de não existir um recipiente específico para os injetores limpos faz com que o operador tenha de procurá-los entre os restantes injetores sujos. No caso de não encontrar injetores completamente limpos, o operador utiliza uma escova de dentes para terminar a limpeza. Apesar da existência de uma máquina de ultrassons adequada para esta limpeza, não há um operador responsável, até ao momento, para garantir que os injetores são limpos

Como se verifica, o conjunto destas operações representa um desperdício de cerca de 12 minutos.

Uma vez, identificados os problemas, foi desenvolvido um plano dividido em 3 etapas:

• 5S: Foi colocada uma ferramenta (chave luneta 21/23) na secretária do corte, posicionada num local identificado (figura 23). Deste modo evita-se perdas de tempo em deslocações (secretária do corte está localizada na saída da prensa onde se encontra o sistema de aplicação de desmoldante, Anexo H) ou na procura pela ferramenta. • 5S: Foram colocadas 2 caixas identificadas na secretária do corte (1 para os injetores

limpos e outra para os injetores sujos). Assim, o operador da entrada da Subertech passa a garantir a existência de injetores limpos sempre que se vai efetuar uma troca. • Standard Works: Foi criado um cartão com o sequenciamento de tarefas a executar

nesta operação, de modo a orientar o operador a executar corretamente a troca dos injetores desmoldante. (Anexo I)

Figura 23 - Implementação de 5S na secretária do corte

A implementação desta ação terminou com a devida formação do pessoal, seguido de um período de avaliação que garantiu que a operação passou a ser executada segundo o procedimento padrão.

Em termos de ganhos globais, o novo modo operatório permitiu uma redução de cerca de 12 minutos, pelo que, no caso de serem trocados 2 injetores, a operação passa a durar cerca de 4 minutos.

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