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Apoiar uma abordagem holística

serviços ao nível das empresas

GreenConServe 22 – França, Alemanha e

C- I Factor: Parceria europeia com par ceiros da Hertogenbosch, Amesterdão,

3.4. Apoiar uma abordagem holística

Nas secções anteriores foram apresentados ins- trumentos de apoio ao nível da empresa, seto- rial e do mercado. Todos eles são importantes mas, frequentemente, não são suficientes para alcançar um impacto elevado numa escala mais vasta. Uma estratégia mais promissora consiste em seguir uma abordagem holística que com- bina diferentes políticas e instrumentos como parte de uma estratégia comum.

Para a aplicação prática da referida abordagem holística e estratégica, a presente secção apre- sentará três exemplos de abordagens baseadas em projetos de demonstração em grande esca- la, nas quais diferentes partes interessadas tra- balham juntas e adaptam uma gama de medi- das de apoio para dar resposta a um problema ou desafio societal comum a nível regional. A referida gama pode incluir atividades de apoio a empresas, ligações intersetoriais e o desen- volvimento de um enquadramento empresarial favorável à reforma industrial e estrutural. A abordagem baseada em projetos de de- monstração em grande escala para a inovação nos serviços representa uma nova abordagem sistémica que requer liderança regional e defini- ção de prioridades. Fornece contextos e cenários para testar a viabilidade económica, aperfeiçoar a prestação de serviços e dar resposta à política regional. Para as pequenas e médias empresas, os projetos de demonstração em grande escala podem fornecer um espaço aberto que lhes per- mita contribuir para a visão do desenvolvimen- to regional e, simultaneamente, desenvolver em colaboração produtos e serviços competitivos que encontrem o seu lugar em cadeias de valor globais.

A abordagem baseada em projetos de demons- tração em grande escala tem início com a procu- ra por parte do consumidor ou da sociedade – o «problema» – e continua, a partir dos desafios e das necessidades do utilizador, para as soluções em matéria de inovação nos serviços e técnicas potenciais e o apoio correspondente necessário. O desenvolvimento e experimentação destas soluções em condições reais é diferente da ex-

perimentação da viabilidade tecnológica atra- vés de projetos de replicação do mercado, que podem ou não funcionar num ambiente diferen- te daquele em que foram inicialmente criados e estabelecidos. O objetivo é oferecer formas novas e melhores de atrair novos clientes e sa- tisfazer melhor as suas necessidades, que es- tão em constante evolução. Consequentemente, podem ser delineadas novas competências na região que originem vantagens concorrenciais que oferecem oportunidades em termos do mercado mundial.

Em dezembro de 2011 foram criados três pro- jetos de demonstração em grande escala – CULTWAyS, LIMES e Grow Mobile – , no âmbito da Aliança Europeia dos Serviços Móveis e da Mobilidade,37 que estão agora a apresentar os

primeiros resultados. A abordagem do LIMES é descrita mais pormenorizadamente em seguida.

LIMES, Large Scale Innovative and Mo- bile European Services for Culture Tou- rism in Rural Areas – Alemanha, Áustria e Bulgária

As fronteiras romanas são o único patrimó- nio cultural europeu que liga 10 países euro- peus, do noroeste do Reino Unido ao sudeste da Bulgária, e são um monumento ímpar em muitas regiões, além de já serem parcial- mente designadas património mundial da UNESCO. Através do demonstrador LIMES, esta antiga fortificação do império romano terá oportunidade de se tornar um ponto de desenvolvimento do turismo cultural no futuro, uma vez que apenas uma pequena parte está acessível atualmente. As frontei- ras atravessam regiões rurais onde o turis- mo não está completamente desenvolvido e nem sempre se encontram ligadas entre si. O demonstrador está a centrar-se no desen- volvimento de serviços móveis e na criação de novas cadeias de valor inovadoras. O ob- jetivo é que as regiões demonstrem a via- bilidade da exploração de serviços móveis inovadores a fim de fomentar o turismo sustentável em regiões rurais.

Três países (Alemanha, Áustria e Bulgá- ria) assumiram a liderança e, através das suas parcerias existentes, estão a incluir os outros sete países que possuem fron- teiras romanas. As atividades de transfe- rência desempenharão um papel impor- tante a fim de disponibilizar os serviços móveis para o setor do turismo em todos os países.

Espera-se que o LIMES chegue a 70 000 pessoas interessadas em turismo cultural nos três países parceiros, assim como a 20 000 agentes locais (na qualidade de utili- zadores dos serviços móveis e embaixado- res das suas regiões). Outros beneficiários serão as empresas, especificamente as empresas inovadoras em fase de arranque, e os promotores regionais. Pelo menos 15 novas empresas serão apoiadas no quadro do projeto e cerca de 10 agências regionais beneficiarão diretamente dos resultados do projeto. Além disso, um dos objetivos do projeto é um investimento de 650 000 eu- ros do setor do turismo nas regiões ao longo das fronteiras.

A ligação destas regiões através de servi- ços móveis comuns permite melhorar o per- fil deste património ímpar para que atraia mais visitantes e, simultaneamente, apoiar o desenvolvimento económico das referidas regiões graças ao apoio prestado a novas empresas e à criação de postos de trabalho. Principais objetivos:

• ligar locais turísticos ao longo das fron- teiras em 10 países europeus (Reino Unido, Países Baixos, Alemanha, Eslová- quia, Hungria, Croácia, Sérvia, Roménia e Bulgária)

• dar visibilidade à identidade e à história europeia comum e torná-las acessíveis a visitantes de todo o mundo

• desenvolver e implementar serviços móveis inovadores ao longo da via que

apoia a intermediação de informação, a mobilidade para viajar e serviços adi- cionais para visitantes e para as popula- ções locais

• apoiar novas empresas ao longo da via, através destes serviços

• gerar rendimento e criar postos de tra- balho em regiões rurais.

O LIMES faz parte de uma iniciativa política financiada pelo PCI designada por «Aliança Europeia dos Serviços Móveis e da Mobilida- de» (EMMIA). A EMMIA reúne decisores polí- ticos europeus e regionais e representantes da indústria, com o objetivo de desenvolver soluções mais sustentáveis no domínio da mobilidade apoiada por serviços móveis, através de uma melhor utilização das ini- ciativas atuais e planeadas e do reforço da cooperação transnacional neste domínio. O custo total do projeto é de 665 752 euros, com uma contribuição europeia equivalente a 499 314 euros. O projeto teve início em dezembro de 2011 e terminará em novem- bro de 2013.

Para obter informações suplementares: http://www.mobilise-europe.mobi/limes/ A fim de ganhar mais experiência na exploração de uma abordagem baseada em projetos de demonstração em grande escala no domínio da inovação nos serviços, a Direção-Geral da Empresa e da Indústria selecionou seis regiões modelo em matéria de demonstradores através de um convite informal à manifestação de interesse, que receberão, em 2013, um tipo de assistência técnica prestada por peritos do futuro Centro Europeu de Inovação nos Serviços e serão avaliadas por pares no tocante à conceção e implementação de estratégias que melhor utilizam a inovação nos serviços para dar resposta a um desafio ou problema regional específico.

Seis regiõesmodelo em matéria de demonstradores no domínio da inovação nos serviços

A região Basca, a região das Ilhas Canárias, a Emilia-Romagna, o Luxemburgo, a Irlanda do Norte e a região da Alta Áustria foram se- lecionadas, em junho de 2012, como regiões modelo em matéria de demonstradores no domínio da inovação nos serviços. As seis regiões não beneficiarão do apoio direto da UE, mas beneficiarão gratuitamente apoio e aconselhamento por parte do Centro Eu- ropeu de Inovação nos Serviços. As regiões demonstrarão, em grande escala, formas novas ou melhoradas de conceção e desen- volvimento de políticas que tirem o máximo partido da inovação nos serviços a fim de dar resposta a um problema ou desafio re- gional específico.

Foram selecionadas três regiões modelo em matéria de demonstradores de entre as regiões com uma predominância de «indús- trias transformadoras tradicionais» (ver de-

finição na página 12). O objetivo é mostrar

o impacto que a inovação nos serviços pode ter para que as referidas indústrias tradicio- nais mantenham ou ganhem uma posição forte em cadeias de valor globais. Neste contexto, os exemplos estão relacionados com a obtenção de valor acrescentado atra- vés do design, a criatividade e/ou a coopera- ção intersetorial. Tal procurará dar resposta à questão de saber como pode a inovação nos serviços apoiar a modernização de seto- res industriais e facilitar a reforma estrutu- ral na transição da indústria de base indus- trial para uma economia moderna.

Foram selecionadas três regiões modelo de entre as regiões que pretendem ser líderes na inovação e competitividade pelo apoio prestado ao desenvolvimento de «indús- trias emergentes» (ver definição na página 13), isto é, serviços móveis e de mobilida- de, indústrias criativas ou a economia da experiência. Tal coloca a questão de saber quais os ecossistemas mais adequados para

apoiar a emergência de novas indústrias de serviços e como podem as políticas ajudar a desbloquear o seu potencial, por exemplo, através de políticas modernas de clusters que ultrapassam as fronteiras setoriais de- finidas estritamente e seguem uma aborda- gem holística e temática mais abrangente. Espera-se que as regiões-modelo em maté- ria de demonstradores trabalhem de perto com as suas indústrias locais ou regionais, prestadores de serviços, institutos de inves- tigação e conhecimento e outras partes in- teressadas relevantes a fim de definir e im- plementar uma estratégia coerente que tire todos os benefícios do papel transformador da inovação nos serviços.

Para obter informações suplementares: www.europe-innova.eu/c/document_library/ get_file?folderId=736469&name=DL- FE-13436.pdf

Por último, é apresentada uma breve sínte- se das futuras Regiões Criativas Europeias, que procuram utilizar a inovação nos serviços e as indústrias criativas para rejuvenescer as economias regionais. Estão a ser selecionadas duas propostas para as referidas regiões para terem início até ao final de 2012, no seguimen- to de um convite à apresentação de propos- tas do PCI. A abordagem das Regiões Criativas Europeias também é nova na medida em que leva a abordagem da Aliança Europeia das In- dústrias Criativas – que consiste em combinar a aprendizagem transnacional de políticas com ações concretas para um maior apoio às em- presas, um melhor acesso ao financiamento e em facilitar o desenvolvimento de clusters – para o nível regional.

Projeto piloto «Regiões Criativas Europeias»

Os dois projetos piloto das «Regiões Criativas Europeias», que serão lançados no final de 2012, terão como objetivo demonstrar o poder transformador das indústrias criativas para o rejuvenescimento de regiões industriais tradicionais. Tal incluirá,

em particular, a promoção de todas as formas de criatividade e uma melhor utilização da inovação nos serviços e das indústrias criativas a fim de estimular a reforma estrutural para uma indústria cultural, do artesanato e de base industrial.

O projeto «Regiões Criativas Europeias» incentivará atividades com um impacto forte e visível. Basear-se-á numa abordagem holística que reúna um grande número de agentes regionais em matéria de inovação a fim de criar um ecossistema favorável à

inovação nos serviços e às indústrias criativas. Os governos regionais e comunidades empresariais são, assim, exortados a criar infraestruturas técnicas de apoio e condições empresariais que facilitem a inovação nos serviços, em particular através de indústrias criativas, e, desse modo, reforcarem o seu papel na economia local, incluindo as repercussões noutras indústrias da região. Para obter informações suplementares: www. howtogrow.eu/ecia

Uma melhor utilização da inovação nos ser- viços exige uma mudança de mentalidade para aceitar que nem todas as inovações se baseiam na investigação e, que os institutos de investigação podem nem sempre ser os melhores parceiros para ajudar as empresas a desenvolver novas iniciativas e introduzi-las no mercado. O presente guia pretende contribuir para este processo.

Este guia defende igualmente, que a atenção das políticas regionais e de apoio às PME não deve centrar-se na promoção de serviços ou setores de serviços – uma vez que a inova- ção nos serviços se verifica tanto nos serviços como na indústria transformadora. Mais exata- mente, o presente guia nem sequer se centra na promoção da inovação nos serviços per se. Em vez de se centrar na inovação nos serviços enquanto atividade, determina que o enqua- dramento, as instituições e os instrumentos de apoio às PME podem ser utilizados a fim de facilitar a transformação de setores e estru- turas industriais a nível regional «através» da inovação nos serviços.

Por conseguinte, o presente guia espera for- necer às partes interessadas a nível regional um contributo valioso e ideias sobre como im- plementar estratégias regionais «mais inteli- gentes» e que utilizem melhor a inovação nos serviços. Os exemplos de medidas de apoio salientados no presente guia devem ajudar os decisores políticos regionais a conceber estratégias de especialização inteligente e de

clusters a fim de alcançar um impacto elevado.

A inovação nos serviços não é uma panaceia, mas tem potencial para contribuir para o reju- venescimento de estruturas económicas regio- nais, ao acrescentar valor às indústrias exis- tentes e dar origem a indústrias emergentes. Este poder transformador da inovação nos serviços representa uma força latente para contribuir para o crescimento e a criação de postos de trabalho, domínios que ainda têm de ser amplamente explorados em muitas re- giões. Seguir um ou dois exemplos do presente guia como inspiração para um novo projeto ou programa não será, no entanto, suficiente para alcançar este objetivo. A fim de promover con- sideravelmente o dinamismo empresarial e o

Conclusões

crescimento das PME através da inovação nos serviços, os decisores políticos regionais têm de seguir uma abordagem sistémica que com- bine diferentes políticas e instrumentos para que possam retirar todos os benefícios das competências regionais existentes, e fomentar a fertilização intersetorial.

Explorar melhor a inovação nos serviços para uma reforma estrutural a nível regional e modernização industrial não é tarefa fácil,

na medida em que exige liderança, visão e a definição de novas e claras prioridades. Ainda assim, os esforços necessários para alcançar o êxito valem bem a pena quando se considera a potencial recompensa para a competitividade regional. O desafio continua a ser sensibilizar o suficiente para este potencial, para que os de- cisores políticos ao nível mais alto deem início a esta agenda e liderem a transformação das economias regionais.

Coleção de Guias Como apoiar a Política das PME com Fundos Estruturais.

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