• Nenhum resultado encontrado

Instrumentos de apoio ao nível do enquadramento empresarial

serviços ao nível das empresas

GreenConServe 22 – França, Alemanha e

C- I Factor: Parceria europeia com par ceiros da Hertogenbosch, Amesterdão,

3.2 Instrumentos de apoio ao nível do enquadramento empresarial

setorial

O reconhecimento do poder transformador da inovação nos serviços não pode verificar- se apenas ao nível da empresa. A intervenção ao nível da empresa pode reforçar a compe- titividade de uma empresa individual, salvar ou criar postos de trabalho, mas raramente consegue ser capaz de dar resposta aos de- safios societais ou criar novas indústrias à es- cala exigida. Os fundos nacionais, regionais e europeus contribuíram em grande medida, e continuam a fazê-lo, para os investimentos se- toriais, como os efetuados em infraestruturas. A Europa possui muitos aeroportos e estradas bem desenvolvidos, e uma rede de banda larga cada vez mais bem conectada.

É menos evidente que outras infraestruturas, imateriais, estão a ser construídas e reforça- das em toda a Europa como parte do objetivo de proporcionar às empresas um ambiente fa- vorável à inovação nos serviços. No entanto, as referidas infraestruturas imateriais são uma componente crucial, por exemplo, para o de- senvolvimento e utilização de serviços abran- gentes móveis e de mobilidade, bem como para serviços modernos de turismo em regiões rurais com base em aplicações móveis. Tor- na-se bastante evidente que são necessárias novas dinâmicas se a Europa quiser beneficiar, em geral, de todo o potencial da inovação nos serviços e, em particular, nas indústrias emer- gentes. O apoio estratégico ao desenvolvimen- to de redes energéticas inteligentes, parques de computação em nuvem, zonas abrangentes Wi-Fi, sistemas de transporte inteligentes ou incubadoras de empreendedorismo, entre ou- tras – é essencial se a Europa quiser ser bem- sucedida no desenvolvimento de uma econo- mia de serviços competitiva no século XXI. Os exemplos que se seguem ilustram alguns dos instrumentos de apoio que podem ser uti- lizados para criar uma ecologia inovadora fa- vorável à inovação nos serviços:

• Centros de design • Laboratórios Vivos

• Apoio aos clusters em indústrias emergentes impulsionadas pela inovação nos serviços • Assistência à inovação

3.2.1 Centros de design

Em toda a Europa, as PME de várias indústrias estão sob pressão para «inovar mais» do que a concorrência global, uma vez que a concor- rência com base nos preços é cada vez mais difícil, nomeadamente para PME sedeadas em países com elevados custos de mão de obra. O desenvolvimento de serviços verdadeiramente centrados no utilizador, bem como a integra- ção de elementos criativos, culturais e estéticos em produtos e serviços é, assim, cada vez mais importante na atual economia da experiência. Frequentemente, as PME não possuem conhe- cimentos especializados a nível interno nem compreendem como podem implementar estas alterações. Por conseguinte, podem beneficiar de infraestruturas proporcionadas externamen- te. Exemplos das referidas infraestruturas são os centros de design que promovem e sensibili- zam para a contribuição do design para o êxito das empresas, bem como para progressos so- cietais mais vastos. No tocante à inovação nos serviços, as abordagens no domínio do design desempenham um papel cada vez mais im- portante na avaliação e repensar de ofertas de serviços contemporâneos. Os centros de design podem trabalhar com os gestores das empresas para integrar o pensamento no domínio do de-

sign nas suas estratégias e promover o design

como um setor inovador junto dos decisores po- líticos a nível local e regional.

Centro para o Design e a Inovação, c4di – Aberdeen, Escócia

O Centro para o Design e a Inovação foi cria- do em 2008 pela Robert Gordon University

Aberdeen com um financiamento de cerca

de 1,2 milhões de euros (1 milhão de libras esterlinas) concedido pelo FEDER na escó-

28 Comissão Europeia, Living Labs for user-driven open innovation, disponível em: http://ec.europa.eu/information_society/activities/livinglabs/docs/brochure_jan09_en.pdf 29 Mais informações sobre os laboratórios vivos podem ser consultadas em: http://knowledgecentre.openlivinglabs.eu/

cia. O Centro trabalha com a Scottish Enter-

prise, Skills Development Scotland e com a

Câmara Municipal de Aberdeen, e oferece os seus serviços a um público vasto.

A filosofia central do centro baseia-se na adoção de uma abordagem criativa e in- duzida pelo design para dar resposta aos desafios empresariais, utilizando técnicas e um leque de ferramentas de design únicas centradas no utilizador para ajudar as PME na Escócia a dar resposta a esses desafios e desenvolver soluções inovadoras. Tal inclui inovações relacionadas com a estratégia empresarial global, prestação de serviços, desenvolvimento de produtos ou branding. Exemplos de serviços oferecidos:

• Comunicação – ajudar as PME a comu- nicar melhor com os seus parceiros e clientes através da utilização do design • Inovações – promover uma geração de

ideias mais criativas e intuitivas e a ges- tão da inovação junto das empresas • Serviços – centrar-se no modo como as

PME podem envolver os utilizadores nos processos de desenvolvimento de pro- dutos e serviços para reduzir os custos e ir ao encontro das expectativas (muitas vezes escondidas) dos consumidores • Cultura – ajudar as empresas a criar

ambientes de trabalho e estruturas de gestão que alimentem a colaboração e a criatividade

Para obter informações suplementares: www.c4di.org.uk

3.2.2 Criação de Laboratórios Vivos

À medida que a Europa tem de aumentar os seus esforços para transformar os seus resul- tados em termos de investigação de elevada qualidade em sucessos comerciais, é necessária uma maior colaboração entre empresas, partes interessadas em matéria de investigação e ino- vação e utilizadores finais. Além disso, as em-

presas só podem desenvolver produtos e servi- ços de ponta se testarem constantemente a sua aplicação em testes realizados em situações da vida real. Os serviços melhorados, as inovações no domínio dos serviços e um maior envolvi- mento dos utilizadores finais estão no centro da abordagem que envolve os Laboratórios Vivos. Os Laboratórios Vivos incentivam todas as par- tes interessadas em matéria de inovação e co- laborar em atividades de investigação e desen- volvimento e a testar ideias, produtos e serviços numa fase inicial do seu desenvolvimento. O objetivo é tornar as soluções finais mais orien- tadas para o mercado, sustentáveis e acessíveis aos utilizadores. De uma perspetiva política, a Comissão Europeia define-os do seguinte modo: «Um Laboratório Vivo é um ecossistema aberto em matéria de inovação orientado para o utili- zador baseado numa parceria empresa – cida- dão – governo, que permite que os utilizadores tenham um papel ativo no processo de investi- gação, desenvolvimento e inovação».28

Devido a uma forte tónica nos utilizadores finais e nas aplicações, os resultados dos Laborató- rios Vivos são, frequentemente, serviços melho- rados ou inovações nos serviços. Além disso, os Laboratórios Vivos possuem uma dimensão es- pacial, uma vez que habitualmente apresentam e testam a aplicação de produtos e serviços nas suas proximidades e, por conseguinte, são fre- quentemente apoiados pelas autoridades locais ou regionais. Um Laboratório Vivo pode centrar- se numa indústria ou domínio específico. Os do- mínios em causa vão desde o fabrico eletrónico, a jogos e sistemas de transporte inteligentes, entre outros.29

Living Lab Salud Andalusia – Andaluzia, Espanha

O Living Lab Salud Andalusia (LLSA) é uma

rede aberta em matéria de inovação que reú- ne organismos administrativos, universidades, empresas no domínio das TIC e utilizadores finais (cidadãos, pacientes e profissionais da área da saúde). Procura criar «ambientes de teste», plataformas e recursos para o desen- volvimento de tecnologias, serviços e incia-

tivas inovadoras no domínio da saúde, com especial destaque para o envolvimento dos utilizadores finais.

O LLSA é o resultado de uma iniciativa con- junta impulsionada pelo Ministério Regional da Economia, da Inovação e da Ciência e pelo Ministério da Saúde do Governo Regional An- daluz. Foi criado no final de 2008 com a assi- natura de um acordo-quadro que reuniu um grupo de 99 organizações públicas e privadas no domínio da saúde e das tecnologias. O principal objeto do laboratório vivo é facilitar as inovações nos serviços no setor da saúde, tal como nos processos inovadores no setor da saúde, a interoperabilidade, a telemedici- na e teleassistência, novas formas de chegar aos cidadãos, sistemas de apoio à tomada de decisões, a formação e áreas profissionais de parceria.

Para obter informações suplementares: www. livinglabsalud.es/en/

3.2.3 Apoio aos clusters em indústrias emergentes impulsionadas pela ino- vação nos serviços

As pequenas empresas inovadoras em indústrias emergentes dependem tanto de ecossistemas favoráveis a prestadores de serviços, fornece- dores, peritos externos e associações como de empresas das grandes indústrias instaladas. No caso das indústrias emergentes impulsionadas pela inovação nos serviços, estes ecossistemas estão, frequentemente, subdesenvolvidos. Várias empresas pequenas e inovadoras, bem como in- vestigadores e instituições do setor público pre- cisam de tomar consciência do potencial econó- mico e societal de uma nova indústria específica. As organizações de apoio aos clusters prestam ou canalizam serviços específicos de apoio a um grupo específico de empresas e agentes relacio- nados com a inovação. Assim, promovem redes espaciais, setoriais e intersetoriais específicas de empresas, fornecedores e organizações associa- das (instituições de investigação, associações, etc.) com vista a promover o desenvolvimento económico e a inovação.

HAMAC - Hellenic Association of Mobile Services Companies, Grécia

Os serviços móveis têm potencial para trans- formar profundamente os modelos de ne- gócio e o envolvimento dos consumidores, virtualmente, em todas as indústrias desti- nadas aos consumidores. Em grande medida, os referidos serviços têm um impacto nos modelos de serviços de muitas empresas, tal como o verificado pela Internet ao longo dos últimos quinze anos. Para antecipar e promo- ver oportunidades, as iniciativas dos clusters podem ajudar a estabelecer uma ligação entre prestadores de serviços móveis, po- tenciais empresas beneficiárias, agentes no domínio da investigação associados à inova- ção nos serviços móveis (telecomunicações, estudos de empresas, meios de comunicação digitais, etc.) e instituições do setor público. A HAMAC é um cluster sem fins lucrativos que visa prestar os referidos serviços. Englo- ba empresas de alta tecnologia ativas no de- senvolvimento de aplicações móveis, servi- ços de valor acrescentado para empresas de telecomunicações, serviços de comunicação inovadores, conteúdos e aplicações em ma- téria de marketing móvel. Tem por objetivo promover a sensibilização geral para a rele- vância da inovação nos serviços móveis junto da indústria, mas também junto do público em geral, dos meios de comunicação social e das instituições relevantes do setor público. Representa 31 empresas que, por sua vez, representam aproximadamente 90 % do vo- lume de negócios total do mercado nacional na indústria. A HAMAC emprega mais de 4 000 pessoas, 1 000 das quais são cientistas de elevado nível académico. Com um volume de negócios total de 400 milhões de euros, a HAMAC exerce a sua atividade em 40 países. As ambições da HAMAC são as seguintes: • Desenvolver um espírito de cooperação

entre os seus membros e promover a co- laboração entre eles

30 Com base numa troca de correios eletrónicos com um dos fundadores da HAMAC, Sr. Manglis da Atlantis Research, em 20 de maio de 2011

• Promover a colaboração entre os seus membros com empresas semelhantes/ associações no estrangeiro

• Promover empresas no setor, através de ações específicas, e contribuir para a inovação e extroversão

• Apresentar propostas e planos de negó- cios a autoridades governamentais • Organizar cursos de formação com o ob-

jetivo de melhorar as competências admi- nistrativas e técnicas dos seus membros • Monitorizar as evoluções científicas, téc-

nicas, financeiras e educativas no setor, e fornecer informações aos seus membros • Promover e proteger os interesses dos

seus membros

• Representar o setor a nível local, regio- nal e internacional, e estar presente em eventos nacionais e internacionais30

A criação da HAMAC foi um dos resultados das atividades do projeto MOBIP, que foi uma Plataforma Pan-Europeia no domínio da Inovação nos Serviços Móveis criada no âmbito da iniciativa «Europe INNOVA», que foi cofinanciada pela UE. Este projeto foi também fundamental na alavancagem dos Fundos Estruturais para o regime grego de vales no domínio digital móvel (30 milhões de euros) e o regime de subvenções ICT-

4Growth (120 milhões de euros).

Para obter informações suplementares: www.hamac.gr

3.2.4 Assistentes em matéria de inovação

A inovação nos serviços não se verifica com fre- quência suficiente em muitas PME nem em em- presas com pouca diversidade em matéria de I&D. As indicações apontam para uma falta de conhe- cimentos especializados sobre inovação entre em- presários e gestores de PME e para uma carência de recursos. O facto de muitas empresas terem

apenas laços ténues com estabelecimentos de ensino superior e terem uma taxa de empregados com diplomas universitários inferior à média am- plifica os obstáculos à inovação.

Os assistentes em matéria de inovação são em- pregados que facilitam a inovação, ao darem o seu contributo e alterarem projetos em empresas. Neste contexto, muitas regiões europeias utilizam os Fundos Estruturais para ajudar empresas in- dividuais a contratar licenciados e investigadores jovens para conduzirem a I&D a nível interno, im- plementar projetos inovadores e, assim, ajudar a aumentar a sustentabilidade destas empresas e, simultaneamente, criar postos de trabalho. Ao pa- garem uma percentagem dos encargos salariais e de segurança social durante um período definido e oferecerem treino, formação e orientação, os refe- ridos programas apoiam consideravelmente a ca- pacidade de inovação das empresas participantes.

Assistente em matéria de Inovação – Baixa Áustria, Áustria

O programa de Assistente de Inovação é opera- do pelo Departamento de Economia, Turismo e Tecnologia do Governo regional da Baixa Áustria desde 2002. O regime visa aumentar a capaci- dade de inovação das empresas, principalmente as PME, de todas as indústrias, cofinanciando a utilização de um Assistente de Inovação Um Assistente de Inovação é um licenciado uni- versitário que dedicará os seus conhecimentos especializados à implementação de projetos de inovação na empresa. O regime é principalmen- te dirigido a empresas que tenham uma taxa de empregados com diploma universitário inferior à média. Frequentemente, os projetos de ino- vação implementados estão relacionados com a inovação nos serviços (novas estratégias de comercialização, utilização de meios de comu- nicação social, implementação de novos siste- mas de gestão das relações com os clientes ou outro software empresarial, etc.).

O regime não só cofinancia os custos salariais e de segurança social como dá formação a PME e Assistentes de Inovação, além de oferecer um regime de cursos de pós-graduação a tempo

31 Andrzej Mikolajczuk, Innovation Assistant - A Lower Austrian funding scheme for firms, http://www.europe-innova.eu/c/ocument_library/get_file?folderId=366487& name=DLFE-11067.pdf

32 http://ec.europa.eu/regional_policy/projects/practices/details.cfm?pay=AT&the=45&sto=1378&region=664&lan=7&obj=ALL&per=ALL&defL=EN

33 Meeting the challenge of Europe 2020 - The Transformative Power of Service Innovation, disponível em: http://www.europe-innova.eu/c/document_library/get_file?f olderId=383528&name=DLFE-11601.pdf

parcial em gestão da inovação a todos os licen- ciados.

• Em média, cada assistente em matéria de inovação custa cerca de 30 000 euros ao longo de 15 meses

• 50 % dos encargos salariais são financiados nos primeiros 8 meses

• 35 % dos encargos salariais são financiados nos últimos 7 meses

• O programa financia igualmente formações, o regime de pós-graduações e a avaliação por um consultor externo

De acordo com a autoridade regional da Baixa Áustria, cada projeto individual gerou, em média, um investimento adicional de 180 000 euros, e três a quatro postos de trabalho permanentes. Em 60 % dos casos, o contrato de trabalho dos Assistentes de Inovação foi prorrogado após con- cluído o período de 15 meses que beneficiava de apoio.31

O custo total do projeto ascende a 1,1 milhões de euros, 514 000 euros dos quais foram cofinan- ciados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. A duração inicial do projeto era de um ano e meio, de julho de 2002 a janeiro de 2004, mas o projeto foi continuado posteriormente, através de financiamento a nível regional.32

Para obter informações suplementares: www.in- novationsassistent.at

3.3 Instrumentos de apoio a nível

Documentos relacionados