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APOIO JUDICIÁRIO

CONCEITO

O apoio judiciário abrange duas vertentes: a assistência judiciária42 e o patrocínio

judiciário43 e a sua ratio é que a ninguém seja dificultado ou impedido, em razão da

sua condição social ou cultural, ou por insuficiência de meios económicos, de conhecer, fazer valer ou defender os seus direitos.

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL EM PROCESSO PENAL

É aplicável a Lei 34/2004 de 27/07.

QUEM DECIDE SOBRE A CONCESSÃO DO APOIO JUDICIÁRIO

Pedidos formulados após 1 de Setembro de 2004 :

Artº 20º nº1 e artº 51º nº1 da Lei 34/2004 de 27/07

A decisão sobre a concessão do pedido, compete ao dirigente máximo dos serviços de segurança social da área de residência ou sede do requerente.

Pedidos formulados até 1 de Setembro de 2004 :

Artº 51º nº2 da Lei 34/2004 de 27/07

A decisão sobre a concessão do pedido, apenas quando apresentado pelo arguido, compete ao Juiz do processo onde o pedido foi formulado.

Quanto aos restantes sujeitos processuais, conforme consta(va) da lei 30-E/2000 de 15/12, são os serviços da segurança social que decidem.

42 A assistência judiciária compreende a taxa de justiça, os preparos para despesas e os encargos devidos a final.

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NOMEAÇÃO DE DEFENSOR AO ARGUIDO

Artº 39º da Lei 34/2004 de 29/07

A nomeação de defensor ao arguido e a dispensa de patrocínio, substituição e remuneração são feitas nos termos do CPP.

A nomeação é antecedida da advertência ao arguido do seu direito de escolher e constituir defensor e a requerer a concessão de apoio judiciário. Não constituindo defensor e não requerendo a concessão de apoio judiciário, ou não lhe sendo concedido, o arguido é responsável pelo pagamento de honorários que o defensor apresentar para remuneração dos serviços prestados, bem como das despesas em que este incorrer com a sua defesa.

DEFENSORES : VALORES DOS HONORÁRIOS

Portaria 1386/2004 de 10 de Novembro

Os valores a que têm direito os defensores nomeados em processo penal no âmbito do apoio judiciário estão regulados na portaria 1386/2004 de 10 de Novembro.

ONDE SE APLICA

Artº 44º e artº 17º da Lei 30/2004 de 29/07

Aplica-se em todos os tribunais, qualquer que seja a forma de processo

QUANDO PODE SER REQUERIDO

Artº 44º nº1 da Lei

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QUEM PODE REQUERER

Artº 44º e artº 18º nº1 da Lei 34/2004 de 29/07

O apoio judiciário é independente da posição processual que o requerente ocupe na causa (arguido, assistente,...).

Tem de ser a própria pessoa a requerer o pedido de benefício de apoio judiciário?

Não. O apoio judiciário pode ser requerido pelo interessado na sua concessão, pelo MP em representação do interessado ou por advogado, advogado estagiário ou solicitador, bastando para comprovar essa representação as assinaturas conjuntas do interessado e do patrono – artº 19º da Lei 34/2004 de 29/07.

EXTENSÃO DO APOIO JUDICIÁRIO

Artº 44º e artº 18º nº4 da Lei 34/2004 de 29/07

O apoio judiciário mantém-se para efeitos de recurso e é extensivo a todos os processos que sigam por apenso àquele em que o beneficio de apoio judiciário foi concedido, sendo-o também ao processo principal, quando concedido em qualquer apenso.

Se o apoio judiciário for concedido ao arguido em 1ª instância e o mesmo recorrer para os tribunais superiores o apoio judiciário mantém-se?

Sim.

ELABORAR LIQUIDAÇÃO

Em processo em que o sujeito processual beneficia de apoio judiciário na modalidade de isenção de taxa de justiça e custas e em que é condenado em taxa de justiça e encargos, deve ser elaborada liquidação ?

Deve ser elaborada a liquidação e notificado o sujeito processual nos termos do artº 99º do CCJ.

Caso o sujeito processual que beneficia de apoio judiciário venha a adquirir meios suficientes para pagar honorários, despesas, custas, impostos, emolumentos, taxas e quaisquer outros encargos de cujo pagamento haja sido dispensado, é instaurada acção para cobrança das respectivas importâncias.

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As importâncias cobradas revertem para o CGT – artº 44º e artº 13º da Lei 34/2004 de 29/07.

ENCARGOS – ENTRAM EM REGRA DE CUSTAS

Artº 44º e artº 36º da Lei 34/2004 de 29/07.

Os encargos decorrentes da concessão do apoio judiciário entram em regra de custas a final.

NOTA DE HONORÁRIOS

Nº 8 da Portaria 1386/2004 de 10/11

Para efeitos de reembolso de despesas pelos serviços prestados, o defensor apresenta nota de despesas44 seguidamente ao acto ou diligência para que foi nomeado.

Nos restantes casos o defensor deverá apresentar a nota no prazo de cinco dias contados da notificação da decisão que seja proferida no processo.

Quando é emitida a nota de honorários ?

Logo que sejam fixados os respectivos honorários, a secção emite a respectiva nota de honorários em duplicado, ficando o duplicado nos autos e o original entregue ao secretário de justiça para pagamento.

Que elementos deve conter a nota de honorários?

A nota de honorários deve conter obrigatoriamente :

·

Identificação do processo (tribunal, secção, nº do processo)

·

Identificação do defensor (nome, morada, NIF, código e repartição de finanças)

·

Importâncias a pagar ao defensor (valor ilíquido, IVA pago, IRS descontado, valor líquido, despesas)

As despesas apresentadas pelo defensor estão sujeitas a IVA e IRS ?

Não. Só se encontra sujeito a retenção de IRS e pagamento de IVA os honorários.

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Quais os valores de IVA e IRS a incluir na nota de honorários?

IRS : As remunerações a defensores estão sujeitas a retenção na fonte à taxa de 20% (artº 101º do CIRS).

IVA : Os pagamentos a efectuar a defensores são adicionados de IVA à taxa de 5% (artº 18º do código do IVA)45.

Os defensores que se encontrem isentos de retenção de IRS e de pagamento de IVA devem entregar declaração no tribunal nesse sentido. Caso a declaração não seja entregue, deverá ser efectuada retenção de IRS e pago IVA.

ISENÇÃO DE DOCUMENTOS

Artº 44º e artº 9º da Lei 34/2004 de 29/07.

Estão isentos de impostos, emolumentos e taxas os requerimentos, certidões e quaisquer outros documentos para fins de protecção jurídica.

ONDE É APRESENTADO O PEDIDO DE APOIO JUDICIÁRIO

Artº 44º e artº 22º da Lei 34/2004 de 29/07.

O requerimento é apresentado em qualquer serviço de atendimento ao público dos serviços de segurança social, formulado em modelo aprovado pela portaria 1085-B/2004 de 31/08 e pode ser apresentado pessoalmente, por telecópia, por via postal ou por transmissão electrónica, neste caso através do preenchimento do respectivo formulário digital, acessível por ligação e comunicação informática.

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