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4.1 Resultados sobre a demanda de implantação de uma disciplina de BIM no IFCE

4.2.3 Resultados das entrevistas com os alunos participantes da disciplina de MIC

4.2.3.4 Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)

Os alunos veem de maneira positiva a aplicação de metodologias de aprendizagem

diferentes do convencional. Alguns relataram que não foi a primeira vez que viram

metodologias assim. A (aluna 1) relatou que não era o primeiro contato com uma metodologia

ativa. Ela relatou que “Então, como eu já tinha falado, é... Eu gostei bastante, já tinha tido

essa mesma metodologia nas aulas de Hidrologia com o professor Assis. Esse método meio

da metodologia ativa, né? Da sala de aula invertida. Acho muito bacana, acho muito

proveitoso. Acredito que gera muito mais pensamento do que absorção.”

O (aluno 7) ainda relatou que é favorável a difusão do método na grade curricular

da engenharia civil. Ele afirma que: “Eu gosto muito dele e queria que ele fosse mais

difundido na engenharia como um todo, durante o curso.” O (aluno 8) compartilhou do

mesmo pensamento, quando afirmou que “É um método inovador no contexto do curso de

engenharia civil da UFC e que tende a gerar maior participação dos alunos e gerando o

interesse destes.”

O (Aluno 5) achou estimulante o uso do método ABP, principalmente, nos

primeiros trabalhos. Ele afirma que “Realmente durante a disciplina, os trabalhos foram

feitos nesse esquema de que o professor dava uma situação e falava para gente descrever

como é que era feito. A parte de alvenaria e outras situações. Acredito que seja um jeito

positivo, é estimulante a pessoa ter a questão do problema e ter que ir atrás, ter que entender

o problema e ele mesmo ter que solucionar o problema. Pelo que eu lembre, foram divididos

em grupos, então acho que em geral foi positivo essa resolução de problemas.”

O (aluno 6) ainda inclui que a importância da aplicada da ABP foi a facilitação do

entendimento da filosofia BIM. Ele afirma que “Bom, me ajudou muito essa metodologia

porque fixou os meus conhecimentos da metodologia BIM de uma forma melhor, porque eu

não estava fazendo uma cadeira de Revit, uma cadeira de Archicad, eu não estava fazendo

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uma cadeira apenas da ferramenta de modelagem, mas eu estava fazendo uma cadeira de

uma filosofia. Assim como foi a filosofia Lean, assim como é a filosofia Lean, tem suas

ferramentas, a filosofia BIM tem suas ferramentas. E aí, ser apresentando pra mim, de forma

através de solução de problemas, através de situações-problemas, através realmente assim,

da vivências, foi muito bom porque a gente conseguia ver as brechas que o BIM poderia

tapar, as soluções que o BIM poderia nos dar. E aí, a combinação do conceito com a

ferramenta, né?”

A (aluna 1) acredita que o método ABP se dispersou quando a cadeira se

encaminhou para a prática. Ela cita que: “Acho que quando chegou a parte do ensino do Revit,

voltou a se tornar uma coisa muito passiva e dispersa. A metodologia ativa deveria ser ter

sido aplicada na maior parte das aulas, como foi no início da disciplina.”

Porém, a (aluna 4) relatou que o método ABP foi interessante até mesmo na parte

prática da cadeira. Isso fica evidenciado no trecho: “Achei interessante que foi dado pra gente

uma casa pra gente modelar, e com isso, a gente ia modelando e acabava acontecendo

problemas e com esses problemas a gente ia tentando resolver aprendendo mais do que

simplesmente ficar olhando o professor fazendo na sala, né? Eu achei interessante! Eu gostei

bastante.”

A (aluna 3) porém acredita que para o ABP ser efetivo, a problemática

desenvolvida nas aulas precisa ser interessante e motivadora. Segundo ela, não ocorreu na

parte teórica da disciplina. Ela declarou que “Bem, eu acho que esse método é muito

interessante, mas não foi bem aplicado na disciplina. Eu já tinha tido outras disciplinas que

tem um método construtivista, então todo método construtivista acaba sendo um aprendizado

baseado em problemas, mas eu acho que pra isso, o problema ele tem que ser interessante e

tem que ser difícil. E não foi o caso da disciplina. Os primeiros problemas eram assim: faça

um trabalho sobre alvenaria. Como você quantificava antes? É um trabalho que muitas vezes

nos já fazemos no nosso estágio, já fazemos em outros cantos, montamos uma apresentação e

levamos. Então não é um problema nem difícil, nem tão incentivador.”

Outro problema relatado em relação ao método ABP, foi para o bom aprendizado,

o aluno precisaria estar com tempo suficiente disponível para atender as demandas da cadeira.

A maiorias dos alunos relataram estar nos seus últimos anos de graduação, portanto, fazendo

algumas cadeiras optativas, Projeto de Graduação (PG) e alguns estagiavam. O (aluno 7)

resumiu essa problemática quando respondeu: “Pra mim, especificamente nessa cadeira, não

foi muito bom pro meu aprendizado, em particular. Porque eu estava fazendo no meu último

semestre, fazendo junto com o meu TCC, né? E assim, eu estava fazendo o TCC, a segunda

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parte já, PGII e tava fazendo algumas outras cadeiras optativas... Pra mim, em particular

não foi muito bom porque eu iria ter que ir atrás do aprendizado, né e teria aprender o

software, buscar soluções para o problema, trabalhar em cima do problema do projeto, teria

que me reunir com a minha equipe para discutir sobre os projetos, discutir sobre abordagem

que a gente ia utilizar e esse tipo de coisa. E como eu estava focado em terminar o meu TCC

e as outras cadeiras optativas que eu estava fazendo me exigiam muito também... e o meu

estágio também tinha aumentado a carga horária. Tava tomando muito meu tempo e era

muito longe, ainda é, ainda tô lá, fui efetivado. Toma muito meu tempo por conta da

distância, enfim, todos esses fatores contribuíram negativamente pra essa metodologia

baseada em problema porque eu não tinha tempo de ir atrás de aprender, de discutir e

realmente não foi muito bom pro meu aprendizado em particular”

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