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Este capítulo apresenta os dados coletados por meio de entrevistas e de observações realizadas em sala de aula, além da análise do Projeto Político Pedagógico da escola e dos Planos de Aula dos (as) professores (as)

3.1-ANÁLISE DOCUMENTAL

3.1.1-Projetos Políticos Pedagógicos

As três escolas pesquisadas possuem um Projeto Político Pedagógico - P.P.P. que contém um conjunto de princípios orientadores do planejamento anual envolvendo as ações e procedimentos educacionais das instituições pesquisadas.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/94), em seu Artigo 12, Inciso I, prevê: "os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terno a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica", deixando explícita a idéia de que a escola não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa. Assim sendo, o Projeto Pedagógico passou a ser objeto prioritário de estudo e de muita discussão.

Para André (2001, p. 188) o projeto pedagógico não é somente uma carta de intenções, nem apenas uma exigência de ordem administrativa, pois deve "expressar a reflexão e o trabalho realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de atender às diretrizes do Sistema Nacional de Educação, bem como as necessidades locais e específicas da clientela da escola". Ele é "a concretização da identidade da escola e do oferecimento de garantias para um ensino de qualidade". Segundo Libâneo (2001, p. 125), o projeto pedagógico "deve ser compreendido como instrumento e processo de organização da escola", tendo em conta as características do instituído e do instituinte.

Os projetos das escolas pesquisadas contemplam três dimensões: os fundamentos éticos, políticos e epistemológicos. Constam também dos projetos aspectos axiológicos identificados por meio de ações que serão desenvolvidos durante o ano letivo.

A Escola A, apresenta em seu P.P.P. o projeto: “Vivenciando Valores” que tem como objetivo propiciar novas possibilidades educativas para o corpo docente visando o desenvolvimento de aprendizagens significativas através de uma abordagem interdisciplinar dos conteúdos e do uso de tecnologias contemporâneas. Tem como eixo norteador a arte buscando favorecer relações interpessoais mais éticas e um processo de ensino-aprendizagem voltado para a cidadania crítico – reflexiva.

A Escola A apresenta também outro projeto intitulado: “Redescobrindo o Meio Ambiente, Valorizando a Vida/Reciclagem”, que tem como objetivos: desenvolver a cidadania observando as transformações sociais que visam o bem estar comum, preservar o meio ambiente, respeitar e compreender os outros e desenvolver uma imagem positiva de si mesmo. São também objetivos do referido projeto agir de forma consciente utilizando os conhecimentos adquiridos, respeitando- os e valorizando-os como recursos vitais para a melhoria do planeta. Os projetos acima citados têm a participação de todos os professores da Escola, sendo que, cada um participa de acordo com as necessidades apresentadas pela sua turma.

A escola B apresenta em seu P.P.P. um projeto chamado “Eu brinco, ele brinca, nós brincamos juntos”, que tem como objetivo trabalhar as relações interpessoais e desenvolver valores como respeito ao próximo, solidariedade, amizade, entre outros.

Segundo informações de uma das professoras, todos os funcionários da escola participam do recreio dirigido, ensinando atividades diversificadas para as crianças como: bordado, música, pintura e brincadeiras cooperativas.

A Escola C apresenta o projeto “Olhando Diferente” que tem com objetivo promover situações coletivas e individuais que venham a fortalecer e conscientizar valores sociais e a busca de uma melhor qualidade de vida para o cidadão em formação. Seus objetivos específicos são promover o respeito e a solidariedade com os idosos, negros, deficientes físicos e outras minorias de uma maneira geral. Resgatar valores culturais, promover a valorização da pessoa humana através do desenvolvimento de atitudes, de respeito, de solidariedade, de altruísmo, de amor e paz são também objetivos desse projeto.

3.1.2- Planos de Aula

No que se refere aos Planos de Aula dos (as) professores (as) cabe salientar que 10 das 15 professoras que participaram da pesquisa não permitiram o acesso a seus Planos. Duas afirmaram que não o fazem, enquanto oito simplesmente se recusaram a disponibilizá-lo.

O fato de não haver um planejamento prévio é preocupante visto que o planejamento envolve reflexão sobre a prática pedagógica, servindo como parâmetro para as atividades desenvolvidas em sala de aula.

Sobre a importância do planejamento, Fusari (1998) afirma que a ação consciente, competente e crítica do educador é que transforma a realidade, a partir das reflexões que fundamentam o planejamento e, consequentemente, as ações vivenciadas em sala de aula. Argumenta o autor que o planejamento, nesta perspectiva, é acima de tudo uma atitude crítica do educador diante de seu trabalho docente.

Dos Planos de Aula analisados apenas um continha atividades relacionadas diretamente ao desenvolvimento de valores, no qual se encontravam alusão a aspectos axiológicos com bastante frequência.

Em quatro Planos de Aula, mesmo com a afirmação dos professores da existência de valores nos conteúdos ministrado em sala de aula, não foram encontrados, por escrito, elementos que comprovem a efetiva presença dos aspectos axiológicos nos referidos Planos.

Machado (2000) alerta que discursos eloquentes sobre valores, desvinculados de uma prática consentânea, conduzem irremediavelmente ao descrédito, a sensação de desamparo ou ao desenvolvimento de atitudes cínicas, que eivam perigosamente o terreno educacional.

O autor reitera que uma integração entre o discurso e a ação constitui um ingrediente fundamental, uma condição sine qua non da idéia de integralidade, tal como aqui se pretende caracterizar.

Delors (2006) enfatiza que as aprendizagens devem evoluir e não mais serem consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras, embora estas continuem a ter valor formativo que não devem ser desprezada. O autor finaliza afirmando que o processo de desenvolvimento deve antes de tudo fazer despertar todo o potencial daquele que é, ao mesmo tempo, seu principal protagonista e último destinatário: o ser humano.

A impossibilidade de analisar dez Planos de Aula da amostra de quinze professoras participantes da pesquisa infelizmente não permite, não só, comprovar a existência ou não de conteúdos referentes aos aspectos axiológicos da educação como também não permite identificar a presença de ações didático pedagógicas buscando a efetivação daqueles aspectos.

3.2- ANÁLISES DAS ENTREVISTAS

3.2.1- Entrevistas com professores

A amostra constituiu-se de 15 professoras da Secretaria de Educação do Distrito Federal- SEDF que atuam na área de Atividades no Ensino Fundamental, selecionadas aleatoriamente nas escolas escolhidas para a pesquisa. Todas são do sexo feminino.

A formação acadêmica apresenta-se da seguinte forma: cinco cursaram o ensino superior e dez possuem especialização.

Quadro 1-Formação Acadêmica

Níveis de formação acadêmica Frequência das Respostas %

Nível Superior (5) 33,3%

Especialização (10) 66,7%

TOTAL (15) 100%

Os dados encontrados sobre o tempo de docência são os seguintes: uma professora ensina há três anos. Três delas tem entre dez e quinze anos de magistério. Oito professoras lecionam entre quinze a vinte anos. Uma leciona a vinte e três anos. Duas entrevistadas são contratadas temporariamente e atuam há pouco tempo, menos de quatro anos.

Quadro 2-Tempo de Docência

Tempo de docência Frequência das Respostas %

3 anos (1) 6,6% 10 e 15 anos (3) 20% 15 e 20 anos (8) 53,5% Mais de 20 anos (1) 6,6% Contrato temporário (2) 13,3% TOTAL (15) 100%

A faixa etária é variada. Três estão entre vinte e trinta anos. Seis têm entre trinta e um e quarenta anos. Outras seis estão na faixa entre quarenta e um e cinquenta anos.

Quadro3-Faixa Etária

Idade Frequência das Respostas %

20 e 30 anos (3) 20%

31 e 40 anos (6) 40%

41 e 50 anos (6) 40%

TOTAL (15) 100%

As séries de atuação são variadas, três trabalham com a 1ª série, seis com a 2ª série, quatro com a 3ª série e apenas duas com a 4ª série. A quantidade de alunos em sala está em média entre 26 e 36 alunos por turma. A carga horária semanal é de 40 horas trabalhadas por todas elas.

Quadro 4- Classe de Atuação

Classes Frequência das Respostas %

1ª série (3) 20%

2ª série (6) 40%

3ª série (4) 26.6%

4ª serie (2) 13,4%

TOTAL (15) 100%

As respostas obtidas, através da segunda parte da entrevista, foram classificadas em cinco categorias estabelecidas a partir dos objetivos da pesquisa. São elas: concepção de educação do professor, postura do professor durante as práticas pedagógicas, valores apresentados, fatores dificultadores e relacionamento interpessoal. Os quadros que seguem mostram as respostas mais frequentemente apresentadas pelas professoras em cada categoria.

A primeira pergunta da entrevista “O que você entende por educação?” mostrou-se de grande importância para a pesquisa, revelando conforme afirmam os estudiosos, que existe uma relação entre a concepção de educação do professor e as práticas desenvolvidas por ele em sala de aula, sendo ela o fio condutor do processo.

As respostas obtidas foram bem amplas 33% dos entrevistados afirmaram que educar é formar o cidadão.

De acordo com Machado (2000 p.43), “Educar para a cidadania significa prover os indivíduos de instrumentos para a plena realização desta participação motivada e competente, desta simbiose entre interesses pessoais e sociais, desta disposição para sentir em si as dores do mundo.”

Dentro de uma concepção de educação transformadora, não se deve delimitar o processo educacional em apenas uma dimensão. Nas falas dos respondentes a expressão “Formar o cidadão” foi apresentada como sendo uma concepção bastante inovadora, entretanto, percebe-se a fragilidade dessa afirmação e, consequentemente, a falta de uma formação filosófica mais consistente. Neste sentido, Machado (2000) alerta que o professor atualmente tem muita orientação metodológica para pouca densidade filosófica.

Vinte por cento (20%) das entrevistadas afirmaram que educar é transformar o meio e o indivíduo, 13,3% afirmaram que educar é formar o aluno integralmente, outros 13,3% disseram que educar é apropriar o aluno com diferentes fontes de conhecimento. Três respostas foram lembradas pelas respondentes com a porcentagem de 6%: (a) educar é transmitir conhecimento; b) troca de valores; c) processo de troca de experiências e vivências.

O fato de a minoria ter citado que educar é transmitir conhecimento é de certo modo desanimador visto que essa é uma maneira muito simplista de analisar a educação.

Pôde-se observar através da respostas obtidas que cada professor constrói sua concepção de educação a partir dos valores que ele próprio possui. Valores estes que foram sendo interiorizados e sedimentados através do seu processo de formação profissional e como ser humano.

Quadro 5- Concepção de Educação do professor

Concepção de Educação Frequência das Respostas %

“Formação do cidadão” (5) 33,3%

“Transformação do meio e do individuo”

(3) 20%

“Formação integral do aluno” (2) 13,3%

“Apropriar ao aluno diferentes fontes de conhecimento”

(2) 13,3%

“Troca de valores” (1) 6,6%

“Processo de troca de experiências e vivencias”

(1) 6,6%

“Transmissão de conhecimento” (1) 6,6%

TOTAL (15) 100%

A pergunta seguinte diz respeito à visão do professor sobre a influência de sua prática pedagógica na vida do aluno e a importância para o seu futuro. Do total das professoras

entrevistadas, 33,3% responderam que sua pratica pedagógica influencia seus alunos tornando-se um exemplo para aqueles que não possuem referências positivas em suas famílias.

Sobre a importância do exemplo do professor para o aluno, Freire (1996, p.38) alerta que: “Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a que falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo.”

Levando-se em consideração o contexto pesquisado, com todos os aspectos sociais e familiares que caracterizam essas comunidades escolares, realmente o professor em muitos momentos aparece como figura fundamental para a formação de seus alunos

Outro ponto abordado pelas professoras foi o desenvolvimento de hábitos salutares de respeito ao próximo, por meio da criação de regras de convivência com um percentual de 26.6% dos respondentes.

Treze vírgula três por cento (13,3%) afirmaram que influenciam seus alunos transmitindo valores. Vale lembrar que essa atitude não foi confirmada quando da observação do pesquisador na maioria das salas de aula.

Quatro respostas que apresentaram o mesmo percentual de 6,6% afirmam diferentemente: (a) preparam o aluno para o futuro sem limitar-se a ministrar conteúdos; (b) atuam observando aspectos emocionais que influenciam na aprendizagem; (c) formam cidadãos críticos e finalmente (d) ampliam a visão de mundo dos alunos tornando-os críticos, independentes e capazes de resolver conflitos.

Novamente pode-se observar a influência das concepções de educação de cada professor quando faz referencia a sua atuação em sala de aula reafirmando assim sua importância na formação do aluno. Para alguns existe uma preocupação com o emocional do aluno; para outros a formação do cidadão, a convivência com os outros e a preocupação com o futuro dos mesmos seria o foco principal. Cada professor tece seu fio condutor a partir de sua concepção pessoal de educar.

Quadro 6- Posturas do professor durante as práticas pedagógicas

Posturas do professor durante as práticas pedagógicas

Frequência das Respostas %

“Como um exemplo para os que não têm referencial positivo”.

(5) 33,3%

“Motivando hábitos salutares de respeito ao próximo e relações de

convivência”.

(4) 26,6%

“Transmitindo valores”. (2) 13,3%

“Observando aspectos emocionais que influenciam na aprendizagem”.

(1) 6,6%

“Formando cidadãos críticos”. (1) 6,6%

“Ampliando sua visão de mundo e tornando-o crítico, independente e

capaz de resolver conflitos”.

(1) 6,6%

“Preparando-o para o futuro sem limitar-me a ministrar conteúdos”.

(1) 6,6%

TOTAL 15 100%

A terceira pergunta discute: Que outros aspectos além dos conteúdos das disciplinas você trabalha com seus alunos?”

As respostas foram de modo geral vagas e variadas. As professoras citaram vários tipos de valores dos mais diferentes contextos, 26,6% responderam apenas “valores” sem se aprofundar muito a respeito do que isso significa. Entretanto, algumas fizeram referências a valores específicos sem considerações mais profundas.

Vinte por cento (20%) responderam respeito, 13,3% responderam regras. Seis respostas ficaram com o mesmo percentual 6,6 %. São elas: solidariedade, amizade, formação de hábitos e atitudes, preconceito, religião, cidadania. Durante a pesquisa foi possível observar que existe certa dificuldade dos professores em inserir nos conteúdos programados elementos relacionados a valores. Algumas respostas apontam para uma divisão entre os conteúdos previstos para aquela série e conteúdos “diversificados” tratados de maneira paralela. Muitas afirmaram que os projetos que tratariam destes assuntos muitas vezes “atrasam” o conteúdo que precisa ser vencido até o final do ano. Existe a dificuldade em utilizar os aspectos axiológicos para trabalhar o próprio conteúdo, fica mais uma vez evidente a dificuldade de inserir os aspectos axiológicos nos processos de ensino- aprendizagem dos conteúdos.

Quadro 7 – Valores apresentados

Valores apresentados Frequência das Respostas %

“Valores” (4) 26,6%

“Respeito” (3) 20%

“Regras” (2) 13,3%6

“Amizade” (1) 6,6%

“Formação de Hábitos e Atitudes” (1) 6,6%

“Preconceito” (1) 6,6%

“Religião” (1) 6,6%

“Cidadania” (1) 6,6%

“Solidariedade” (1) 6,6%

TOTAL (15) 100%

As dificuldades encontradas em sala de aula dizem respeito à quarta pergunta. Nas respostas apresentadas pelos entrevistados é possível observar o despreparo dos professores para lidar com as dificuldades de aprendizagem apresentadas pelos alunos, caracterizando-se assim, uma visão linear a respeito do aprendizado. Entre as dificuldades apresentadas pelos entrevistados a maioria fez referência a aspectos mais amplos que contribuem para o desenvolvimento do processo educacional.

A omissão das famílias foi um fator bastante citado entre as respostas das entrevistas, as quais apresentam um total de 33,3%. Parece evidente que as famílias em sua maioria delegam a Escola um papel que originalmente seria de sua competência. Sobre esse fato Delors (2006) afirma que a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a ligação entre o afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão de valores e das normas.

A segunda dificuldade mais citada foi a grande quantidade de alunos em sala de aula, questionada por 20% dos entrevistados. Este é um problema comum não apenas em Escolas públicas, como também em Escolas particulares.

Empatadas com 13,3% da respostas foi apontada a falta de limite por parte de alguns alunos e a presença de alunos com necessidades especiais em sala de aula. Sobre o último item sabe-se que existem várias leis que garantem ao professor o apoio necessário para desenvolver um ensino de qualidade, mesmo tendo alunos especiais inseridos em sua sala. Mesmo assim, são muitas as dificuldades encontradas.

O Artº 12º do Decreto-Lei 319/91, nos casos em que a aplicação das medidas previstas nos artigos anteriores se revele comprovadamente insuficiente em função do tipo e grau de deficiência do aluno devem os serviços de psicologia e orientação, em colaboração com os serviços de saúde escolar, propor o encaminhamento apropriado, nomeadamente a frequência de uma instituição de educação especial, sublinhamos serviços de psicologia e orientação e serviços de saúde escolar.

Três fatores foram apresentados com 6, 6 %: baixa auto-estima dos alunos, questões administrativas que imperam o pedagógico e falta de infra-estrutura das escolas e de profissionais para o apoio pedagógico com psicólogos e fonoaudiólogos. Para que haja um desenvolvimento global do aluno estes itens são de grande relevância, visto que um bom desenvolvimento emocional e social auxilia muito o bom desenvolvimento cognitivo no processo educacional.

Quadro 8 - Fatores dificultadores

Fatores dificultadores Frequência das Respostas %

“Omissão da família”. (5) 33,3%

“A grande quantidade de alunos em sala de aula”.

(3) 20%

“Falta de limites por parte de alguns alunos”.

(2) 13,3%

“Alunos com necessidades especiais integrados ao grupo”.

(2) 13,3%

“Baixa auto-estima dos alunos”. (1) 6,6%

“Questões administrativas que emperram o pedagógico”.

(1) 6,6%

“Falta de estrutura física das Escolas e de profissionais para o apoio pedagógico, como psicólogos e

fonoaudiólogos”.

(1) 6,6%

TOTAL (15) 100%

Ainda na quinta questão, quando indagados como reagiam diante das dificuldades, 40,1% tentam amenizar as dificuldades estabelecendo diálogo, 26,6% responderam que buscam mais cursos que possam ajudá-las, 20% tentam envolver as famílias, 13,3% buscam ajuda no Serviço de Orientação Educacional- SOE além de trabalharem de maneira mais dinâmica, criando alternativas para suprir as carências. Vale salientar que está postura dinâmica descrita pelas entrevistadas, não foi observada na maioria das classes visitadas.

Quadro 9-Reação dos professores diante das dificuldades

Reação dos professores diante das dificuldades

Frequência das respostas %

“Estabelecendo o diálogo”. (6) 40%

“Buscando cursos que possam ajudá-las”.

(4) 26,6%

“Tentam envolver as famílias” (3) 20%

“Buscam o Serviço de Orientação Educacional”.

(2) 13,3

TOTAL (15) 100%

Sobre o relacionamento interpessoal, as perguntas foram divididas em três etapas: relacionamento interpessoal da sala como um todo, relacionamento professor/aluno e aluno/ aluno. No que diz respeito ao relacionamento com um todo. 60% responderam que o relacionamento na sala é bom, 20% afirmaram que é ótimo e outros 20% responderam que é regular. Nenhuma classificou como ruim.

Quadro 10 – Relacionamento interpessoal como um todo

Relacionamento interpessoal como um todo

Freqüência das respostas %

Bom (9) 60% Ótimo (3) 20% Regular (3) 20%

Ruim (0) 0%

TOTAL (15) 100%

Ao justificarem a sua resposta a respeito do relacionamento interpessoal como um todo 20% respondeu que os alunos trabalham juntos e brincam sem problema; outros 20% afirmaram o contrário, que as turmas são muito indisciplinadas. Com 13,3 % foram citadas três respostas: vivem muito bem, o relacionamento corre muito bem, todos se respeitam. E, finalizando, com 6,6% foram lembrados aspectos como falta de compromisso dos pais, a fase do egocentrismo e o fato de alguns alunos não respeitarem os colegas.

Quadro 11- Relacionamento interpessoal

Relacionamento interpessoal Freqüência das respostas %

“Trabalham em grupo e brincam juntos sem problema”.

(3) 20%

“Turma é muito indisciplinada”. (3) 20%

“O relacionamento corre muito bem”.

(2) 13,3%

“Vivem muito bem”. (2) 13,3%

“Todos se respeitam”. (2) 13,3%

“Falta compromisso dos pais”. (1) 6,6%

“A fase do egocentrismo”. (1) 6,6%

“Alguns alunos não respeitam os colegas”.

(1) 6,6%

TOTAL (15) 100%

No item que trata do relacionamento entre professoras e alunos, os dados revelam que, 80,1% das professoras consideram bom, 13,3% afirmam ser ótimo e apenas 6,6 pensam ser ruim.

Quadro 12 - Relacionamento entre professoras e alunos.

Relacionamento entre professoras e alunos

Frequência das respostas %

Bom: (12) 80% Ótimo: (2) 13,3%

Ruim: (1) 6,6%

Regular: (0) 0%

TOTAL (15) 100%

Sobre o quesito relacionamento aluno/aluno, a resposta foi unânime pois 100% das professoras classificaram como bom.

Quadro 13 - Relacionamento entre alunos e alunos.

Relacionamento entre alunos e alunos

Frequência das respostas %

Bom: (15) 100% Ótimo: (0) 0%

Regular: (0) 0%

Ruim: (0) 0%

Finalizando as perguntas referentes aos relacionamentos interpessoais os respondentes deveriam justificar a maneira pela qual resolvem os conflitos.Desta forma, 100% das professoras citaram o diálogo como o caminho escolhido para a resolução de problemas interpessoais.

Paulo Freire (1996) argumenta que ensinar exige, acima de tudo, saber escutar. Afirma que não é falando aos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fossemos os portadores da verdade a ser transmitida aos demais, que aprenderemos a escutar, mas é escutando que aprenderemos a falar com eles.

3.3- ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES

3.3.1- Observação em sala de aula

O terceiro instrumento utilizado nesta pesquisa foi a observação. Entre as quinze professoras entrevistadas, apenas sete permitiram a observação em sala de aula.

É importante registrar que a observação foi fundamental para a confirmação dos resultados obtidos pela entrevista.

Pôde-se observar que a maioria das professoras utiliza a conversa para a resolução de problemas de ordem relacional em sala de aula. Vale salientar que a conversa nem sempre se caracterizou como diálogo, as quais muitas vezes não passavam de um monólogo, onde a professora falava e o aluno apenas escutava sem chance de argumentar. A postura distante e autoritária de algumas professoras acaba piorando a situação.

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