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3 Apresentação e discussão dos resultados 3.1 Discussão da Validade Interna

Com o objetivo de determinar a consistência interna dos dezassete itens do questionário foi executada uma análise Alpha Cronbach.

Tabela 3: Analise Alpha Cronbach

Dimensões Alpha

Ansiedade cognitiva 0,72 Ansiedade somática 0,69 Autoconfiança 0,83

Procedendo ao arredondamento do valor registado às décimas, obtemos 0,7. Este valor é considerado aceitável segundo Nunnally & Bernstein (1994), sendo o instrumento classificado como detentor de uma fiabilidade apropriada.

3.2 - Análise Fatorial

Com o intuito de avaliar a adequação da amostra para a realização da análise fatorial, foi executado o Kaiser-Meyer-Olkin and Bartlett's Test.

O valor obtido foi 0,856, como podemos visualizar na Tabela 4.

Tabela 4: Teste KMO and Bartlett's

KMO and Bartlett's Test

Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy 0,856 Bartlett's Test of Sphericity Approx. Chi-Square 2037,945

Df 136

Sig. 0,000

Para poder interpretar satisfatoriamente a análise fatorial, o valor do teste KMO deverá ser superior a 0,5. Tendo o valor registado sido superior, obtivemos uma adequação classificada como boa (Pereira, 1999).

Mediante a utilização do método de extração Principal Component Analysis oblíqua, foram extraídos os fatores.

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Tabela 5: Análise dos componentes principais

Autoconfiança Somática Cognitiva Sinto-me autoconfiante. 0,672

Estou confiante de que posso corresponder ao desafio que me é colocado

0,726

Estou confiante de que vou ter um bom rendimento 0,766

Sinto-me confiante, porque mentalmente imagino-me a atingir o meu objetivo.

0,778

Estou confiante em conseguir ultrapassar os obstáculos sob a pressão da competição

0,772

Sinto-me nervoso (a). 0,513

Sinto o meu corpo está tenso. 0,635

Tenho um nó no estômago. 0,753

O meu coração está a bater muito depressa. 0,708

Sinto o meu estômago "às voltas" 0,708

As minhas mãos estão frias e suadas. 0,621

Estou preocupado(a) porque posso não render tão bem como poderia neste jogo/prova

0,404

Estou preocupado(a) com o facto de poder perder. 0,661

Estou preocupado(a) pelo facto de poder falhar sob a pressão da competição.

0,797

Estou preocupado(a) pelo facto de poder ter um mau rendimento

0,763

Estou preocupado(a) pelo facto de os outros poderem ficar desapontados com o meu rendimento.

0,665

Sinto o meu corpo rígido. ,397 ,162 ,178 Extraction Method: Principal Component Analysis.

a. Rotation converged in 5 iterations.

Na análise dos componentes principais obtida, foram assinalados os valores iguais ou maiores a 0,4, uma vez que são estes os considerados satisfatórios (Kline, 1994).

Após a analise dos fatores obtidos verificamos que os itens: “Sinto-me auto-confiante”; ”Estou confiante de que posso corresponder ao desafio que me é colocado”; ”Estou confiante de

atingir o meu objetivo”; ”Estou confiante em conseguir ultrapassar os obstáculos sob a pressão da competição”; são apresentados como fatores de auto-confiança.

Segundo a análise dos fatores obtidos e tabela verificamos que os itens: “Sinto o meu

estômago às voltas"; “O meu coração está a bater muito depressa”; “Tenho um nó no estômago”; ”Sinto o meu corpo está tenso”; “Sinto-me nervoso (a)” e “As minhas mãos estão frias e suadas”, são apresentados no fator da ansiedade somática.

Por último temos os itens: “Estou preocupado(a) porque posso não render tão bem como

poderia neste jogo/prova”;” Estou preocupado(a) com o facto de poder perder.”; ”Estou preocupado(a) pelo facto de poder ter um mau rendimento”; ”Estou preocupado(a) pelo facto de os outros poderem ficar desapontados com o meu rendimento.”; que pertencem à ansiedade

cognitiva, ficando fora da tabela o item “Sinto o meu corpo rígido” visto que este fator na análise da tabela apresenta resultados inferiores a 0.4 ou seja insatisfatórios.

3.3 - Média e Desvio Padrão de cada Item

Tabela 6: Análise da média e desvio padrão de cada item

Item Média±SD

01 Sinto-me nervoso (a). 1,770,742 02 Estou preocupado(a) porque posso não render tão bem como poderia neste jogo/prova. 2,200,927 03 Sinto-me autoconfiante. 2,930,981 04 Sinto o meu corpo está tenso. 1,860,835 05 Estou preocupado(a) com o facto de poder perder. 2,151,054 06 Tenho um nó no estômago. 1,500,799 07 Estou confiante de que posso corresponder ao desafio que me é colocado. 3,100,886 08 Estou preocupado(a) pelo facto de poder falhar sob a pressão da competição. 2,250,963 09 O meu coração está a bater muito depressa. 1,700,874 10 Estou confiante de que vou ter um bom rendimento. 3,040,837 11 Estou preocupado(a) pelo facto de poder ter um mau rendimento. 2,140,968 12 Sinto o meu estômago "às voltas". 1,550,844 13 Sinto-me confiante, porque mentalmente imagino-me a atingir o meu objetivo. 3,040,900 14 Estou preocupado(a) pelo facto de os outros poderem ficar desapontados com o meu rendimento. 2,261,021 15 As minhas mãos estão frias e suadas. 1,610,926 16 Estou confiante em conseguir ultrapassar os obstáculos sob a pressão da competição. 2,980,889 17 Sinto o meu corpo rígido. 2,171,050

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Realizando uma análise da média e desvio padrão de cada item, é possível constatar que os itens “Estou confiante de que vou ter um bom rendimento” e” Sinto-me confiante, porque

mentalmente imagino-me a atingir o meu objetivo” obtiveram uma maior pontuação

(3,040,837 e 3,040,900 ) e o item “Tenho um nó no estômago” obteve a menor pontuação (1,500,799).

3.4 - Análise da ansiedade pelos fatores

Efetuando uma análise da média e do desvio padrão dos itens associados a cada um dos fatores do questionário CSAI-2R, obtemos os valores apresentados na Tabela 8.

Tabela 7. Média e desvio padrão dos fatores

Fator de ansiedade Pré-competição Média ± SD

Cognitiva 10,9±3,630 Somática 12,13,538 Autoconfiança 15,63,314

Comparando os valores registados, constatamos que o fator com maior média e desvio padrão é o relativo à autoconfiança (15,63,314) e o fator com menor valor médio e desvio padrão é o da ansiedade Cognitiva (10,9±3,630).

3.5 - Análise dos fatores em função do género

A Tabela 8 apresenta a média e desvio padrão de cada fator em função do género.

Tabela 8. Média e desvio padrão dos fatores em função do género

Somática Cognitiva Autoconfiança Masculino Média ± SD 12,13,61 11,13,67 15,083,705 N 160 160 160 Feminino Média ± SD 13,12,91 10,52,89 15,13,64 N 22 22 22 F 1,655 0,528 0,005 Sig. 0,200 0,468 0,945

Analisando os valores registados é possível constatar que no género masculino o valor médio mais elevado é referente ao fator da autoconfiança (15,083,705) e o menor valor

referente à ansiedade Cognitiva (11,13,67). No que concerne ao género feminino, tal como no caso do género masculino, o fator que possui maior valor médio e desvio padrão é o da autoconfiança (15,13,64), enquanto o valor médio e desvio padrão mais baixo é representado pela ansiedade Cognitiva (10,52,89).

Entre os fatores do CSAI-2R e o género, verificamos que não existem diferenças estatisticamente significativas, sendo o valor de P superior a 0,05.

3.6 - Análise dos fatores em função dos desportos coletivos e individuais

Tabela 9. Média e desvio padrão em função dos desportos individuais e coletivos

Modalidades Somática Cognitiva Autoconfiança Coletivos Média ± SD 12,423,516 11,233,469 15,023,496 N 141 141 141 Individuais Média ± SD 12,793,613 10,233,169 15,293,562 N 41 41 41 F 0,637 1,817 0,182 Sig. 0,426 0,179 0,670

Analisando os valores registados é possível constatar que nas modalidades coletivas o valor médio mais elevado é referente ao fator da autoconfiança (15,023,496) e o menor valor referente à ansiedade cognitiva (11,233,469). No que concerne as modalidades individuais tal como no caso das modalidades coletivas, o fator que possui maior valor médio e desvio padrão é o da autoconfiança (15,293,562), enquanto o valor médio e desvio padrão mais baixo é representado pela ansiedade Cognitiva (10,233,169).

Verificamos também que na ansiedade cognitiva, a média são superiores nas modalidades coletivas e na ansiedade somática, a média são superiores nas modalidades individuais. Relativamente à autoconfiança, a média e desvio padrão é superior na modalidade individual. Entre os fatores do CSAI-2R e o tipo de modalidade praticada, verificamos que não existem diferenças estatisticamente significativas.

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3.8 - Correlação entre os fatores da ansiedade pré-competitiva

A Tabela 10 apresenta o teste de correlação de Spearman aplicado para avaliar as associações entre os fatores em estudo.

Tabela 10. Correlação entre o grau de importância atribuída à competição e os fatores da ansiedade pré-competitiva

Cognitiva Somática Autoconfiança Spearman's rho Cognitiva Correlation Coefficient 1,000 0,642** -0,395**

Sig. (1-tailed) . 0,000 0,000 N 100 100 100 Somática Correlation Coefficient 0,642** 1,000 -0,267**

Sig. (1-tailed) 0,000 . 0,004 N 100 100 100 Autoconfiança Correlation Coefficient -0,395** -0,267** 1,000

Sig. (1-tailed) 0,000 0,004 . N 100 100 100 **. Correlation is significant at the 0.01 level (1-tailed).

Após a análise dos resultados verificamos uma correlação significativa negativa entre a ansiedade cognitiva e o fator autoconfiança (-0,395**), entre a ansiedade somática e a autoconfiança (-0,267**). Verificamos também uma relação positiva significativa entre a ansiedade cognitiva e a ansiedade somática (0,642**)

3.9 - Discussão dos Resultados

Inicialmente foi efetuada uma análise Alpha Cronbach de modo a verificar o índice de consistência interna dos dezassete itens do CSAI-2R (Tabela 3). O valor obtido foi 0,6920. Arredondando esse valor às décimas, obtemos 0,7, sendo este valor é considerado aceitável segundo Nunnally & Bernstein (1994) e indicador de que o instrumento detém uma fiabilidade apropriada.

Seguiu-se a aplicação do teste Kaiser-Meyer-Olkin and Bartlett's Test com o intuito de avaliar a adequação da amostra (Tabela 4). O valor registado foi 0,856, correspondendo a uma adequação classificada como boa (Pereira, 1999).

Posteriormente foram extraídos os fatores através do método de extração Principal Component Analysis (Tabela 5).

Na análise dos componentes principais obtida, foram assinalados os valores iguais ou maiores a 0,4, uma vez que são estes os considerados satisfatórios (Kline, 1994).

Após a analise dos fatores obtidos verificamos que os itens: “Sinto-me auto-confiante”; ”Estou confiante de que posso corresponder ao desafio que me é colocado”; ”Estou confiante de

que vou ter um bom rendimento”; ”Sinto-me confiante, porque mentalmente imagino-me a atingir o meu objetivo”; ”Estou confiante em conseguir ultrapassar os obstáculos sob a pressão da competição”; são apresentados como fatores de auto-confiança.

Segundo a análise dos fatores obtidos e tabela verificamos que os itens: “Sinto o meu

estômago às voltas"; “O meu coração está a bater muito depressa”; “Tenho um nó no estômago”; ”Sinto o meu corpo está tenso”; “Sinto-me nervoso (a)” e “As minhas mãos estão frias e suadas”, são apresentados no fator da ansiedade somática.

Por último temos os itens: “Estou preocupado(a) porque posso não render tão bem como

poderia neste jogo/prova”;” Estou preocupado(a) com o facto de poder perder.”; ”Estou preocupado(a) pelo facto de poder ter um mau rendimento”; ”Estou preocupado(a) pelo facto de os outros poderem ficar desapontados com o meu rendimento.”; que pertencem à ansiedade

cognitiva, ficando fora da tabela o item “Sinto o meu corpo rígido” visto que este fator na análise da tabela apresenta resultados inferiores a 0.4 ou seja insatisfatórios.

Realizando uma análise da média e desvio padrão de cada item, é possível constatar que os itens “Estou confiante de que vou ter um bom rendimento” e” Sinto-me confiante, porque

mentalmente imagino-me a atingir o meu objetivo” obtiveram uma maior pontuação

(3,040,837 e 3,040,900) e o item “Tenho um nó no estômago” obteve a menor pontuação (1,500,799).

Efetuando uma análise da média e do desvio padrão dos itens associados a cada um dos fatores do questionário CSAI-2R, obtemos os valores apresentados.

Comparando os valores registados, constatamos que o fator com maior média e desvio padrão é o relativo à autoconfiança (15,63,314) e o fator com menor valor médio e desvio padrão é o da ansiedade Cognitiva (10,9±3,630).

Analisando os valores registados na, a média e desvio padrão de cada fator em função do género é possível constatar que no género masculino o valor médio mais elevado é referente ao fator da autoconfiança ((15,083,705)) e o menor valor referente à ansiedade Cognitiva (11,13,67). No que concerne ao género feminino, tal como no caso do género masculino, o fator que possui maior valor médio e desvio padrão é o da autoconfiança (15,13,643), enquanto o valor médio e desvio padrão mais baixo é representado pela ansiedade Cognitiva (10,52,89).

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Como foi inicialmente referido os atletas inqueridos no presente estudo são participantes nos Campeonatos Regionais e Nacionais referentes à época desportiva de 2012/2013 e muitos dos mesmos iniciaram desde cedo a prática da modalidade praticada. Como tal, são desportistas que treinam com regularidade durante a semana e tentam sempre melhorar o seu desempenho e superar as suas dificuldades, daí o fator da autoconfiança ser predominante em detrimento das ansiedades cognitiva e somática.

Segundo Viana (1989), os atletas sentem-se confiantes se estiverem preparados sob o ponto de vista físico e técnico, possuindo força, rapidez, flexibilidade e resistência necessárias para responder às exigências das atividades, o que se aplica a estes atletas. Moraes et al (2002) ao analisar a ansiedade cognitiva, somática e autoconfiança em atletas de Atletismo, Basquetebol, Futsal, Andebol e Voleibol, separados em dois grupos, experientes e inexperientes, verificou que os atletas experientes possuem mais autoconfiança quando comparados com os atletas do grupo inexperiente. Lázaro et al (2007), ao analisar a ansiedade dos atletas classificados e não-classificados para a Seleção Brasileira Olímpica de Taekwondo, mostram nos seus resultados que as dimensões cognitiva e somática apresentaram médias menores que a dimensão autoconfiança e afirmam que o facto dos valores de ambas as dimensões (cognitiva e somática) da ansiedade serem baixos pode sugerir que os atletas da amostra tenham a perceção da competição de forma pouco ameaçadora. Han (1996), bem como Chapman, Lane, Brierley, Terry (1997), verificaram que baixos níveis de ansiedade – estado somática e cognitiva, e altos níveis de autoconfiança, estão associados ao desempenho desportivo, isto é, menores níveis de ansiedade e maiores níveis de autoconfiança são características de atletas que apresentam bons resultados desportivos.

Entre os fatores do CSAI-2R e o género, verificamos que não existem diferenças estatisticamente significativas, sendo o valor de P superior a 0,05 ao contrário de vários estudos que comprovam a tendência dos maiores níveis de ansiedade no género feminino independentemente da modalidade praticada. Dias (2005), por exemplo, num estudo realizado com a colaboração de 550 atletas de 46 clubes diferentes em Portugal, praticantes de diferentes modalidades, de ambos os géneros, de categorias juvenil, júnior e sênior constatou que as mulheres pareciam exibir níveis significativamente mais elevados de ansiedade e perceção de ameaça. Em relação à modalidade, os atletas das modalidades individuais apresentaram níveis superiores de ansiedade e perceção de ameaça do que os das modalidades coletivas. Detanico e Santos (2005), ao associarem ansiedade-traço com o género, verificaram que as mulheres

mostram-se mais ansiosas que os homens e a ansiedade dos atletas está associada à idade, uma vez que quanto maior a idade, menos ansiosos os atletas se mostram.

Analisando os valores registados em função dos desportos coletivos e individuais é possível constatar que nas modalidades coletivas o valor médio mais elevado é referente ao fator da autoconfiança (15,023,496) e o menor valor referente à ansiedade cognitiva (11,233,469). No que concerne as modalidades individuais tal como no caso das modalidades coletivas, o fator que possui maior valor médio e desvio padrão é o da autoconfiança (15,293,562), enquanto o valor médio e desvio padrão mais baixo é representado pela ansiedade Cognitiva (10,233,169) Lázaro & Vasconcelos-Raposo (1988) e Martens (1987) alertam para o facto dos níveis de ansiedade e autoconfiança divergirem em função dos atletas e do tipo de modalidade praticada, prevendo-se que praticantes de modalidades individuais apresentem níveis mais elevados de ansiedade do que os praticantes de modalidades coletivas.

Verificamos também que na ansiedade cognitiva, a média é superior nas modalidades coletivas e na ansiedade somática, a média são superiores nas modalidades individuais. Relativamente à autoconfiança, a média e desvio padrão é superior na modalidade individual. Entre os fatores do CSAI-2R e o tipo de modalidade praticada, verificamos que não existem diferenças estatisticamente significativas.

A apresenta o teste de correlação de Spearman aplicado para avaliar as associações entre os fatores em estudo.

Após a análise dos resultados verificamos uma correlação significativa negativa entre a ansiedade cognitiva e o fator autoconfiança (-0,395**), entre a ansiedade somática e a autoconfiança (-0,267**). Verificamos também uma relação positiva significativa entre a ansiedade cognitiva e a ansiedade somática (0,642**).

Segundo Martens et al. (1990), a ansiedade cognitiva é normalmente manifestada negativamente, quer nas expectativas de desempenho quer na autoavaliação do atleta. A autoconfiança que os atletas possuem antes de iniciarem uma competição, está relacionada com os seus pensamentos e preocupações relativas ao rendimento (ansiedade cognitiva). Duda et al. (1995) consideram a expectativa de vitória projetada no atleta pelos pais, treinador, público, comunicação social, entre outros, é um fator de aumento dos estados efetivos problemáticos na fase pré-competitiva. A ansiedade pré-competitiva parece ser reforçada pela pressão social que o atleta sente, exacerbando os pensamentos pré-competitivos ligados ao medo do fracasso, de dececionar outras pessoas, etc. De uma forma geral, quanto mais importante e incerto é o

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resultado de uma prova desportiva, mais aumentam as possibilidades dos atletas experimentarem ansiedade (Martens et al., 1990).

Podemos assim considerar, que os níveis de ansiedade e autoconfiança são condicionados pelas diferentes exigências e diferentes contextos de rendimento desportivo em que cada um dos grupos está inserido.

4 - Conclusão

Com o estudo realizado constatamos que o instrumento CSAI-2R é detentor de uma fiabilidade apropriada e que a amostra possui uma boa adequação. Como tal, obtivemos boas características psicométricas no que concerne à versão portuguesa do CSAI-2R.

Relativamente aos fatores da ansiedade cognitiva e somática e autoconfiança, a análise dos dados recolhidos permite-nos concluir que independentemente do género dos atletas e da modalidade inquerida, antes da realização das provas, os níveis de autoconfiança são superiores comparativamente aos níveis de ansiedade cognitiva e somática. Analisando os valores registados é possível constatar que no género masculino o valor médio mais elevado é referente ao fator da autoconfiança, e o menor valor referente à ansiedade cognitiva. No que concerne ao género feminino, tal como no caso do género masculino, o fator que possui maior valor médio e desvio padrão é o da autoconfiança, enquanto o valor médio e desvio padrão mais baixo é representado pela ansiedade cognitiva.

Entre os fatores do CSAI-2R e o género, verificamos que não existem diferenças estatisticamente significativas, sendo o valor de P superior a 0,05.

Analisando os valores registados é possível constatar que nas modalidades coletivas o valor médio mais elevado é referente ao fator da autoconfiança e o menor valor referente à ansiedade cognitiva. No que concerne as modalidades individuais tal como no caso das modalidades coletivas, o fator que possui maior valor médio e desvio padrão é o da autoconfiança, enquanto o valor médio e desvio padrão mais baixo é representado pela ansiedade cognitiva.

Verificamos também que na ansiedade cognitiva, as médias são superiores nas modalidades coletivas e na ansiedade somática, as médias são superiores nas modalidades individuais. Relativamente à autoconfiança, a média e desvio padrão é superior na modalidade individual. Entre os fatores do CSAI-2R e o tipo de modalidade praticada, verificamos que não existem diferenças estatisticamente significativas.

No que concerne à correlação entre os fatores, verificamos que existe uma correlação significativa negativa entre o fator da ansiedade cognitiva e a autoconfiança, bem como entre a ansiedade somática e a autoconfiança. Estas correlações negativas indicam que quando a ansiedade cognitiva ou a ansiedade somática aumentam, a autoconfiança diminui e vice-versa.

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