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Apresentação dos dados

3. ANALISES E RESULTADOS

3.1. Apresentação dos dados

Para deixar mais claro a importância da ética contábil na Cooperativa de Crédito Celeiro Centro Oeste - Sicredi vale destacar aqui novamente, a necessidade de operações fidedignas, pois a cooperativa é formada por cotas partes (o seu capital social) e a qualquer momento pode ser admitido um novo sócio. Há ainda as ocasiões da saída de algum associado. Assim, é realmente necessária uma assessoria contábil bem próxima, para acompanhar essas alterações.

Conforme Silva (2010, p. 10):

A escrituração contábil de uma sociedade cooperativa prevê a criação obrigatória de Fundos de Reserva, com a finalidade de cobrir possíveis perdas em um exercício, em se tratando dos atos cooperados.

Havendo perdas nos resultados de atos não cooperados e não havendo reserva legal suficiente para cobrir essas perdas, o saldo será rateado entre os associados.

Essas são apenas algumas das particularidades de uma cooperativa. Portanto, essas instituições não são tão livres de burocracia quanto se possa imaginar. É aí que a ética contábil entra: para fazer com que a cooperativa cumpra seu papel perante a sociedade e esteja totalmente legalizada e dentro das regras de sua especificidade.

Outro importante papel da contabilidade é agir como a gestora de informações, contribuindo com indicadores para que se chegue a uma boa gestão, indicando formas de reduzir impostos ou melhorar os resultados da cooperativa. E mesmo para fornecer periodicamente os resultados da cooperativa dentro do seu setor de atuação.

Como trata Silva (2010);

O cooperativismo, por definição, reúne valores e práticas que o vinculam a uma existência sustentável e como movimento socioeconômico que visa ao bem-estar social, cultiva, em essência, a democracia, a solidariedade, a independência e a autonomia. As pessoas são a referência no cooperativismo, que tem no capital apenas o respaldo operacional. As individualidades cedem espaço para a construção conjunta da prosperidade, independente de origem, cor ou credo de qualquer ordem.

Portanto, vale destacar que os principais padrões éticos exigidos pelo Sicredi, aos seus colaboradores, contadores e parceiros, são o principio da integridade, objetividade, competência, da confidencialidade, da conduta, da probidade, e da diligencia, e com base nos dados fornecidos pelo Sicredi (2015h), vale explicar cada um deles respectivamente, pela ótica da própria instituição:

- Principio da Integridade: que pressupõe honestidade e sinceridade, ou seja, o colaborador deve prestar serviços profissionais com integridade, e devem ser considerados por seus clientes como merecedores de total confiança, não devendo nunca se subordinar a ganhos ou vantagens pessoais.

- Principio da Objetividade: requer honestidade intelectual e imparcialidade, e em cumprimento a suas funções, deve ser objetivo na prestação de serviços profissionais aos clientes.

- Principio da Competência: manter conhecimentos e habilidades nas áreas que estiver envolvido, prestando serviços de maneira competente, como a competência inclui reconhecer suas limitações, em situações que esta for observada, deve encaminhamento a outro profissional que for mais adequado para tal assunto.

- Principio da Confiabilidade: não revelar sob hipótese alguma, a menos resposta solicitada em processo judicial, qualquer que seja a informação confidencial de um cliente.

- Principio da Conduta Profissional: exige comportar-se com dignidade, com respeito para com os clientes e outros profissionais, sempre em conformidade com as regras, regulamentações e requisitos profissionais adequados.

- Principio da Probidade: ser justo e imparcial nos relacionamentos profissionais, revelando e gerenciando possíveis conflitos de interesse, ou seja,

compatibilizar os próprios sentimentos, preconceitos e desejos, de forma a alcançar um equilíbrio entre os interesses, que podem ser conflitantes.

- Principio de Diligência: atender os compromissos profissionais com zelo, dedicação e rigor, cuidando adequadamente do planejamento e execução dos serviços profissionais nas condições acordadas.

A Cooperativa de Crédito Sicredi que é uma das maiores instituições financeiras cooperativas do país e em sua atuação junto à sociedade tem como premissa fundamental a ação ética de seus profissionais.

Sobre a cooperativa de crédito denominada Sicredi, explica Pinheiro que (2008, p. 09):

Ao contrário do que ocorre em alguns outros países, no Brasil não há uma entidade de cúpula única para o cooperativismo de crédito. Nosso cooperativismo de crédito é organizado em quatro grandes sistemas principais, Sicredi, Sicoob, Unicred e Ancosol. Conforme números registrados no Cadastro do Banco Central11, o sistema Sicredi é composto por uma confederação, a Confederação Sicredi, o banco cooperativo Bansicredi12, cinco centrais e 130 singulares. O Sicoob é composto por uma confederação, o Sicoob Brasil, o banco cooperativo Bancoob13, quatorze centrais e 639 singulares. O sistema Unicred é composto por uma confederação, a Unicred do Brasil, nove centrais e 130 singulares. O sistema Ancosol é composto por uma associação, cinco centrais e 191 singulares. Além desses sistemas, há cinco cooperativas centrais e uma federação de cooperativas não vinculadas a qualquer sistema, além de 239 cooperativas de crédito singulares não filiadas a qualquer entidade cooperativista de 2º grau.

Dentre as práticas de fomento às condutas éticas, o Sicredi elaborou um Código de Ética e Conduta a fim de ratificar a exigência da instituição de condutas éticas em todas as suas relações.

O principal intuito da instituição do Sicredi, em disseminar o código de conduta ética do Sicredi é promover um ambiente institucional íntegro, orientando os colaboradores a cultivar o respeito e a ética nos relacionamentos e nos negócios.

Tendo em vista que a distribuição de fundos de investimento está sujeita a riscos, seja por causa da própria dinâmica das operações, seja porque o processo de distribuição de fundos está associado a mecanismos de controle e de documentação próprios, tem-se o dever de adotar os mais elevados padrões de

conduta e ética em todos os aspectos no desempenho das atividades profissionais (SICREDI, 2015f).

O Código de Conduta Sicredi é um mapa de valores, com um conjunto de diretrizes, um referencial de conduta moral e ética para nortear as ações e decisões de todos os colaboradores. É um conjunto de normas que têm por objetivo dotar os gestores do Sicredi de critérios objetivos para administrarem os conflitos advindos de comportamentos inadequados em relação aos valores do Sicredi. Os colaboradores do Sicredi, independentemente do cargo ou da função que ocupem, estarão sujeito às orientações deste Código, reduzindo a subjetividade das interpretações sobre o que se entende por princípios morais e éticos.

Além disso, evidência os princípios de governança corporativa, transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, necessários na atitude de cada colaborador do Sicredi, nas suas relações internas e externas. Ele também fornece um padrão de comportamento a ser seguido pelos colaboradores junto aos diversos públicos de interesse, que podem ser os colegas, associados, outras cooperativas, outras instituições financeiras, parceiros, fornecedores, imprensa, concorrentes, governo e comunidade.

O Sicredi esclarece que este código não pretende abranger todas as situações possíveis aos negócios, devendo os colaboradores, para os casos não previstos neste código, observar todas as leis, regulamentações, políticas e normativos aplicáveis, bem como a probidade, boa fé e a ética profissional exigidas dos participantes do mercado de capitais (SICREDI, 2015g).

A confiabilidade criada pelo comprimento do código de conduta ética cria situações favoráveis à cooperativa, fazendo com que os associados e futuros associados, decidam por investir seus recursos junto a cooperativa, trazendo benefícios em prol de todos.

Conforme o código de conduta (Sicredi, 2015, p. 15);

Não é tolerável atitudes incompatíveis com as normas internas ou externas, ou seja, todos que trabalham no sistema deverão seguir com rigor os padrões comportamentais regulamentados em leis e normas, e o Sicredi se propõem a realizar transações com pessoas físicas ou jurídicas, prestadores de serviços ou tomadores de serviço, com idoneidade e reputação ilibadas.

Ainda conforme o código de conduta (Sicredi, 2015, p. 15);

O Sicredi mantém o compromisso de registrar relatórios e balanços de modo correto, consistente, exato, verdadeiro e completo, em grau de detalhamento e contextualização que assegure a transparência inerente ao negócio das cooperativas de crédito, bem como disponibiliza tais informações às auditorias e aos órgãos competentes e afins. Ele adota normas de proteção para as informações confidenciais, pessoalmente identificáveis, obtidas de ou sobre um associado, e reconhece a obrigação de manter tais informações seguras e em sigilo.

Vale ainda ressaltar, que em contra partida das normas e politicas éticas adotadas pelo Sicredi, que os associados também devem usar da mesma conduta ética, e quando solicitados fornecer documentos idôneos e verdadeiros, pois quando se usam dos recursos fornecidos pela cooperativa, esses documentos devem representar a real situação de sua empresa e condições financeiras, para que consigam cumprir com as obrigações assumidas perante a cooperativa.

Lembrando que em casos de inadimplência por se tratar de cooperativa, o prejuízo reduz os lucros que seriam distribuídos entre todos os associados.

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