• Nenhum resultado encontrado

Vantagens de ser um associado

2.6. Da ética contábil em cooperativas de crédito

2.6.3. Vantagens de ser um associado

A Cooperativa de Credito Sicredi é uma instituição que trabalha de forma democrática, visando o crescimento dos seus associados. Quem faz parte de uma cooperativa tem mais de 300 produtos disponíveis para sua utilização e conforto, possui o direito de votar e decidir o rumo que a cooperativa pode tomar. Sicredi (2015e).

Cada vez que o associado utiliza um produto ou serviço ajuda a fortalecer a economia local desenvolvendo seu município, pois os recursos são reinvestidos nos municípios onde a cooperativa esta presente. Seu diferencial em relação a bancos são os preços justos, autonomia, educação, informação em cooperativismo e interesse pela comunidade.

Conforme Pinho (1966), “um de seus pontos positivos é a distribuição do resultado econômico das suas atividades após o encerramento do exercício, que se realiza de maneira direta, democrática e com benefícios a todos, baseados na proporção da utilização dos serviços na cooperativa”.

No quadro 01, apresenta-se uma comparação das principais diferenças entre as Cooperativas de Créditos e Bancos, lembrando que a cooperativa de crédito vive basicamente de ter os recursos e emprestá-los sempre com os menores custos do mercado visando o bem da sociedade que ela esta inserida.

Quadro 1: Diferenças entre Cooperativas de Credito e Banco

Fonte: livro “O Cooperativismo de Crédito ontem, hoje e amanhã”, de Ênio Meinen e Márcio Port http://cooperativismodecredito.coop.br/cooperativismo/diferencas-entre- cooperativas-e-bancos. Acessado em: 10/05/2015.

2.6.4 Da ética contábil em cooperativas de crédito

Como visto, as cooperativas de crédito surgiram da união de forças da sociedade a fim de sobreviverem dentro do ambiente altamente competitivo trazido pelo advento do processo de globalização.

Pressupõe-se que diante deste quadro, existe grande tendência à relação de disputa e competição acirrada e, tão logo, distanciamento da ética e moralidade nas relações de mercado.

Perante este mercado predador, a responsabilidade do profissional contábil se torna ainda maior, tanto em empresas comuns quanto nas instituições financeiras.

De acordo com o site do BACEN (2010, p. 2):

O profissional habilitado, responsável pela contabilidade, deve conduzir a escrituração dos padrões exigidos, com observância dos princípios fundamentais de contabilidade, atentando, inclusive, à ética profissional e ao sigilo bancário, cabendo ao Banco Central providenciar comunicação ao órgão competente, sempre que forem comprovadas irregularidades, para que sejam aplicadas as medidas cabíveis.

No entanto, os princípios das cooperativas de crédito e, principalmente, a ética que o profissional da área contábil exerce na sua profissão, também deve ser seguida nesta área de atuação. Ainda mais quando se referem que os clientes da cooperativa são os associados, e estes os donos da instituição.

De acordo com Código de Ética Profissional do Contabilista (2008, p. 3) este tem como objetivo “fixar a forma pela qual se deve conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional”.

Frente a tantas situações diferentes e desafiantes, que acontecem no dia a dia do seu trabalho, o profissional de contábil, necessita de muita segurança e firmeza, pois qualquer deslize poderá acarretar na falência de uma entidade e em consequência, o desemprego de muitas pessoas, sem falar na imagem do profissional e da instituição que será denegrida.

Dentro do mercado financeiro tudo gira em torno da credibilidade, e uma instituição ética passa mais credibilidade para seus associados e para sociedade,

por isso as instituições exigem que seus funcionários sigam estes conceitos e diretrizes. É primordial ter ética em tudo que se faz dentro da instituição.

As cooperativas de crédito devem estar presentes de forma transparente, e buscando sempre contribuir para o desenvolvimento comunitário praticando a cidadania e responsabilidade social. Pois a atuação baseada em princípios éticos e a busca por qualidade nas relações são manifestações de responsabilidade que a empresa deve ter.

Diferentes problemas podem ser enfrentados pelo profissional contábil no dia a dia de seu trabalho, e alguns deles precisam de atenção, fiscalização e supervisão constantes para que não ocorram dentro das instituições financeiras, principalmente pelo fato, de o ativo principal ser o capital de terceiros.

Esses problemas são a fraude, negligência ou a corrupção. Segundo Silva (2010, p. 11):

Negligência é a atitude ou ato cometido por um profissional resultante de descuido ou displicência por parte do mesmo. Fraude é o ato de se utilizar artimanhas com a intenção de prejudicar outrem. Corrupção são atos ou atitudes praticados por um profissional em função do seu cargo para se valer de interesses próprios ou de outros.

A negligência pode ser definida como o ato de se omitir, de agir de forma desleixada, e desatenciosa, pode causar vários danos a Cooperativa e seus associados, e em consequência a processos judiciais se esses danos não puderem ser compensados ou estornados a pessoa ou instituição que foi a prejudica em determinada situação.

A fraude tem como definição do dicionário (Aurélio on line, 2015):

Ação e/ou comportamento que, sendo desonesto e ardiloso, tem a intenção de enganar ou ludibriar alguém, De modo a não cumprir determinada

obrigação ou dever. Ação de falsificar qualquer coisa (produtos, documentos, marcas, etc.).

Conforme Sá (2005, p. 19) afirma que “a fraude é um ato doloso, cometido de forma premeditada, planejado, com a finalidade de obter proveito com o prejuízo de terceiros”.

E Soares (2005, p. 77) define fraude como “logro, engano, dolo, abuso de confiança, contrabando, manobra enganosa para enganar alguém; obtenção de

vantagens de forma ilícita. É o acontecimento ilícito proveniente de ato(s) de agente: funcionário, particular, operadores de direito, terceiro, etc., visando a obter vantagens pouco regulares e ilegais”.

Conforme o item 11.1.4 da NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, o termo fraude refere-se a ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis. A fraude pode ser caracterizada por:

a) manipulação, falsificação ou alteração de registros ou documentos, de modo a modificar os registros de ativos, passivos e resultados;

b) apropriação indébita de ativos;

c) supressão ou omissão de transações nos registros contábeis; d) registro de transações sem comprovação; e

e) aplicação de práticas contábeis indevidas.

Ainda conforme NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis, o termo erro refere-se a ato não intencional na elaboração de registros e demonstrações contábeis, que resulte em incorreções deles, consistente em:

a) erros aritméticos na escrituração contábil ou nas demonstrações contábeis;

b) aplicação incorreta das normas contábeis; c) interpretação errada das variações patrimoniais.

Nas cooperativas de crédito, a mensuração e o controle do risco operacional, devem ser processos contínuos que visam evitar a exposição do sistema cooperativista de crédito e buscando maximizar o seu valor, sendo necessária a supervisão efetiva para que não haja a fraude interna, que é o risco de perda por atos realizados com a intenção de fraudar, de subtrair propriedade alheia ou de infringir regras, leis ou políticas internas, envolvendo pelo menos um empregado da cooperativa; e nem mesmo a fraude externa - risco de perda por atos realizados por pessoas que não pertencem à cooperativa.

Conforme Klinke (2004);

Dentre as ações corruptas que envolvem instituições financeiras, pode-se caracterizar aquelas que possuem impacto direto no patrimônio da empresa, como os atos de desvio de recursos promovidos por funcionários, ou mesmo de agentes externos capazes de burlar os sistemas de gestão financeira em benefício próprio. Existem também aqueles que não possuem impacto direto, mas que utilizam a empresa como parte de um esquema de corrupção para a realização de crimes de lavagem de dinheiro. Embora este último possa não causar danos diretos ao patrimônio, geram danos à

sociedade por seus crimes antecedentes e ainda impactam negativamente na imagem da organização, caso esses esquemas venham a público.

Ferreira (2008), explica que;

a fraude e a corrupção perturbam o desenvolvimento em todas as suas dimensões. O desvio de fundos de projetos de desenvolvimento mediante fraude, corrupção, conluio e coerção ou obstrução (doravante denominados coletivamente “fraude e corrupção” debilitam a capacidade dos governos, dos doadores e do Banco Mundial de atingir as metas de redução da pobreza, atração de investimentos e incentivo à boa governança).

A corrupção, conforme Soares (2008), “na sua essência, é a sedução ou a tentativa de sedução procurando envolver terceiro(s) na busca dolosa e solidária de uma vantagem mútua, contornando as respectivas normas e obrigações morais próprias da esfera específica onde opera: o campo financeiro, político, policial ou judiciário”.

É prática corrupta oferecer, dar, receber ou solicitar, direta ou indiretamente, qualquer coisa de valor para influenciar de maneira imprópria as ações de outra parte.

Para tentar impedir que situações irregulares como desvio de dinheiro, balanços fraudulentos demonstrações inverídicas e tantas outras atitudes repreensíveis aconteçam, existe o Código de Ética Profissional do Contabilista, e este deve ser aplicado junto aos códigos de éticas de cada instituição, para que procedimentos e outras ações conjuntas, visam ter o mínimo de problemas.

A ética contábil deve estar constantemente presente nas relações das cooperativas de crédito, principalmente, para garantir a lisura das transações e por ser um meio propício a elevada competitividade, lembrando sempre, que a cooperativa é feita de associados, ou seja, um grupo de pessoas que tem direitos em relação a ela.

Documentos relacionados