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Apresentação dos dados por grandes categorias de análise

7. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

7.2. Análise global dos resultados

7.2.1. Apresentação dos dados por grandes categorias de análise

Para iniciar a apresentação e discussão dos resultados definiu-se como ponto de partida o total de referências, feitas pela protagonista do estudo, em cada uma das grandes categorias, o que possibilitou a construção da tabela seguinte (Tabela 8). A partir desta tabela construiu-se um gráfico elucidativo, que permite a apresentação quantitativa, sobre a forma de percentagem e da soma (N) de unidades de significado pertencentes a cada uma destas grandes categorias, viabilizando as primeiras inferências.

Tabela 8. - Apresentação de dados por grandes categorias de análise e unidades de significado

Figura 1. - Distribuição, em termos percentuais, das unidades de significado pelas grandes categorias de análise

A partir da análise da tabela e do gráfico anteriores é possível constatar que, a protagonista do estudo, fez uma breve alusão aos seus aspetos biográficos e profissionais, referindo-se aos contornos das funções que desempenha na escola e do percurso que fez até chegar a diretora do mega agrupamento. Este facto corresponde a um total de 4% das menções, ou seja 22 unidades de significado referentes a esta grande categoria de análise

Na caracterização do mega agrupamento, que se refere à segunda grande categoria de análise, foram contabilizadas 133 unidades de significado, o que corresponde a 25% das referências.

4% 25%

43%

7% 21%

Apresentação dos dados referentes às grandes categorias de análise I- Aspetos Biográficos e profissionais - 22

II. Caracterização do Mega-agrupamento - 133

III. Caracterização da Liderança (Missão, Visão e Valores do agrupamento) - 225 IV. Avaliação Interna e Externa -36

V. Caracterização da Comunicação e Circulação da Informação - 107

GRANDES CATEGORIAS N %

I- Aspetos Biográficos e profissionais 22 4%

II. Caracterização do mega agrupamento 133 25%

III. Caracterização da Liderança (Missão, Visão e Valores do

agrupamento) 225 43%

IV. Avaliação Interna e Externa 36 7%

V. Caracterização da Comunicação e Circulação da Informação 107 21%

A terceira grande categoria de análise, denominada caracterização da liderança (missão, visão e valores do agrupamento), integra 225 unidades de significado, o que corresponde a um total de 43% das referências.

A quarta grande categoria de análise, denominada avaliação interna e externa, integra 36 unidades de significado, ou seja, 7% das menções da líder. Aquando da entrevista, o mega agrupamento ainda não tinha sido alvo de avaliação externa, e como o agrupamento é recente a avaliação interna ainda estava numa fase incipiente. Os dados recolhidos relativamente a estas modalidades de avaliação foram considerados e não expurgados, dado que contribuem para o enriquecimento do estudo.

A quinta e última grande categoria de análise, denominada caracterização da comunicação e circulação da informação, integra um total de 107 referências, o que corresponde a 21% das menções.

7.2.1.1. Discussão dos Resultados

Os dados obtidos nesta entrevista refletem a posição da protagonista de estudo relativamente às diferentes grandes categorias de análise. Cientes que o presente estudo recai sobre a liderança escolar, a protagonista de estudo revela um consciente domínio das práticas conducentes a uma liderança partilhada e participada. Importa referir que a entrevistada revela uma acentuada preocupação nas relações pessoais e na preservação das mesmas, apontando este facto como fundamental para garantir o cumprimento da missão da escola que dirige.

Aquando da criação dos agrupamentos verticais de escolas, Sergiovanni (2004) considerava que era mais provável o estabelecimento de lideranças mais fortes em escolas mais pequenas, por comparação com escolas grandes. Mais refere que a estrutura organizativa da escola assenta numa gestão partilhada, implicando coerência e atuação concertada entre os elementos intervenientes. Ainley e McKenzie (2000) acrescentam que uma gestão partilhada promove várias lideranças, que se devem pautar pela complementaridade. Assim, incumbe ao diretor incutir em todos os participantes no processo educativo a vontade de contribuir, de forma concertada, para que a sua visão de escola seja atingida e a missão da instituição escolar se cumpra. De acordo com a legislação que regulamenta as práticas na escola pública, o diretor tem que ser mais do que um mero gestor, sendo-lhe imputadas responsabilidades na orientação dos profissionais do meio escolar em que está inserido, assumindo, desta forma, funções de liderança. Este facto, atualmente, assume maior relevância, dado que as escolas se

agrupam, havendo um diretor que lidera os processos educativos, pedagógicos, administrativos e burocráticos de um conjunto de escolas que estão sob a sua direção. Com a criação dos mega agrupamentos de escolas, o desempenho de funções de liderança tem que ser mais efetivo, incluindo todos os estabelecimentos equitativamente. Neste sentido, a protagonista do estudo revela conhecer o agrupamento que dirige, não obstante as suas grandes dimensões e a dispersão que o caracteriza. Há uma manifesta preocupação na harmonização das práticas, em todos os estabelecimentos que compõem o mega agrupamento, para que todos os elementos da comunidade educativa sintam que estão a contribuir para o sucesso da nova realidade educativa em que estão inseridos.

De forma a mobilizar os intervenientes num processo que se quer partilhado, a comunicação e a circulação de informação afiguram-se como indissociáveis de uma liderança efetiva. Neste âmbito, Marques (2010) considera que a comunicação é um aspeto fundamental em todos os tipos de organização, incluindo as escolares. Complementarmente, Coppieters (2005) refere que nas escolas se imprime uma circulação constante de informação, dificultando a capacidade que a liderança tem de controlar todos os níveis de decisão. Neste âmbito, a diretora assume que garantir uma comunicação eficaz e eficiente é um dos seus maiores desafios.

Para regular as atividades das escolas, está prevista a realização de avaliações externas, empreendidas por entidades exteriores ao estabelecimento de ensino em questão. Paralelamente, as escolas deverão ter como rotina uma avaliação interna, empreendida por elementos da escola, de forma a obterem informação de retorno sobre as suas práticas. O mega agrupamento que constitui o nosso campo de estudo ainda não tinha sido alvo de avaliação externa. Contudo, no agrupamento já se estava a trabalhar na avaliação interna, tendo como ponto de partida os aspetos a considerar pelas equipas de avaliação externa, recorrendo, para este efeito, aos serviços de uma empresa de consultoria exterior à escola.