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APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

No documento TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (páginas 58-71)

A geração dos mapas temáticos a partir dos dados magnetométricos deu-se pela utilização do

software Geosoft e pela aplicação de filtros específicos, no intuito de melhorar a exposição dos dados

de subsuperfície, facilitando assim a integração com a geologia. O uso de tais filtros visa atenuar ou realçar as estruturas e feições específicas em função do que se deseja clarificar sobre a área com o auxílio da geofísica.

Os mapas gerados foram Campo Anômalo (CA), Amplitude do Sinal Analítico (ASA) e Derivada Horizontal em X, Y e Z, num total de cinco mapas temáticos magnetométricos.

A utilização de magnetofácies permite visualizar possíveis limites entre cráton e faixa móvel, haja vista que é feita a divisão da região em alta, média e baixa anomalia magnética. As magnetofácies muitas vezes são correspondentes às unidades litodêmicas dos mapas geológicos, uma vez que, conforme já foi visto, a magnetometria permite uma inferência sobre a composição litológica, pela resposta magnética dos elementos componentes dos minerais. Segundo Thompson (1982), as

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informações magnéticas de um corpo permitem também a suposição de sua forma geométrica e sua profundidade.

A natureza dipolar dos dados expostos no mapa CA permite com que este seja utilizado como ferramenta auxiliar na interpretação das anomalias magnéticas, de forma que a fonte original da anomalia encontra-se sempre entre um alto e baixo magnético (Telford et al. 1990, Kearey 2009).

Os demais mapas temáticos (Amplitude o Sinal Analítico e gradientes) são tratados no software, já apresentam portanto os dados são apresentados em formato corrigido e monopolar, permitindo uma visualização mais direta e precisa. Uma vez que no mapa Amplitude o Sinal Analítico (ASA) as anomalias são projetadas na superfície é possível visualizar em planta o que se encontra em subsuperfície. Sendo assim a maior parte da interpretação da geologia regional é feita tendo como base o mapa ASA e seu desenvolvimento se dá por intermédio de traçados de lineamentos e divisão da área mapeada em magnetofácies de baixa, média e alta anomalia magnetométrica. A figura 4.2 expõe um fluxograma das etapas de elaboração dos mapas temáticos.

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Figura 4.2 – O fluxograma expõe a metodologia utilizada, bem como os mapas temáticos magnetométricos

gerados: CA – Campo Anômalo; ASA – Amplitude do Sinal Analítico; Dz – Primeira Derivada Vertical; Dx – Primeira Derivada Horizontal e Dy – Primeira Derivada Vertical.

A porção central da região de estudo foi mapeada em um trabalho recente de autoria de Peixoto (2017). O mapa preliminar cedido pela autora encontra-se a seguir, de forma a ilustrar melhor a análise qualitativa dos mapas geofísicos elaborados para este trabalho.

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F ig ura 4 .3 Ma p a g eo ló g ico -estru tu ral in teg rad o d a p o rçã o ce n tr al d a ár ea co rr esp o n d en te ( P eix o to 2 0 1 7 ).

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Por meio da análise do mapa de amplitude do sinal analítico dividiu-se a região mapeada em três diferentes magnetofácies (Figura 4.4), denominadas domínios A (alta magnetização), B (baixa) e M (média), com suas características detalhadas no quadro 4.1.

Figura 4.4 – Indicação das magnetofácies com base no mapa magnetométrico Amplitude do Sinal Analítico.

O quadro 4.1 indica o valor magnetométrico para cada domínio (A, B e C), caracterizando-os geofisicamente e realizando ao mesmo tempo uma analogia com o mapa geológico integrado utilizado neste estudo. É importante ressaltar que a magnetometria mostra feições que estão em profundidade, o que muitas vezes resulta em não correspondência com a litologia aflorante na área.

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Domínio Valor magnetométrico

(nT/m) Características geofísicas Litologia A Alto (772.101 a 3534.840) Anomalias de altas amplitudes indicando alta susceptibilidade magnética. Comprimento de onda e frequência moderados

Diversas unidades: Grupo Serra do Inhaúma (xistos, metaturbiditos e quartzitos); Formação Nova Aurora

e correlatos (metadiamectitos, xistos, quartzitos, formações ferríferas, metaturbiditos); dentre

outros M Médio (567.085 a 772.100) Anomalias de amplitudes intermediárias indicando moderada susceptibilidade magnética. Comprimento de onda e frequência moderados Alguns representantes de sedimentos aluvionares, eluvionares

e coluvionares, em sua maioria

B Baixo (80.450 a 567.084) Anomalias de baixas amplitudes indicando baixa susceptibilidade magnética. Comprimento de onda alto e baixa frequência

Representante mais relevante é o Grupo Sítio Novo, constituído por

metarenito

Quadro 4.1 – Dados das magnetofácies geradas, detalhes sobre a geofísica e a geologia local correspondente em

superfície.

A figura 4.5 consiste no mapa magnetométrico ASA com a exibição dos lineamentos geofísicos visualizados traçados e o diagrama de rosetas correspondente, indicando a direção principal de lineamentos, que é bastante variada, sobressaindo as direções leste-oeste e norte-sul.

Observando o domínio de alta magnetização, indicado na figura 4.4, percebe-se sua relação direta com grande parte dos lineamentos geofísicos traçados (Figura 4.5), principalmente aqueles ligados às zonas de cisalhamentos Itapebi-Chapada Acauã nas porções NW e NE do mapa, bem como

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ao arco central, denominado Saliência Rio Pardo, marcando de forma bem direta sua geometria côncava, no centro. O grande baixo estrutural encontrado na porção SE do mapa corresponde provavelmente a uma região de preservação de uma grande calha sedimentar, fora da área principal de estudos.

Figura 4.5 – Mapa magnetométrico ASA com correspondentes lineamentos visualizados e indicação da roseta de

lineamentos total da área.

Os lineamentos traçados, em total de 914 são resumidos pelo diagrama de rosetas da figura 4.5 e correspondem à região total mapeada. A fim de melhor representar as direções dos lineamentos geofísicos e relacioná-los às estruturas de interesse (Saliência Rio Pardo, ZC de Itapebi e ZC Chapada Acauã), foram então definidas rosetas específicas para cada feição, representadas nas figuras junto aos mapas. É importante ressaltar que o diagrama utilizado aqui considera a direção dos lineamentos e também seu comprimento, desta maneira os dados representados pelas rosetas são completos e foram devidamente interpretados, mesmo que visualmente possam aparecer de forma destoante na imagem dos mapas.

No interior do mapa ASA (figura 4.5) há uma tendência de lineamentos em formato de arco bastante nítida, do qual uma porção será representado posteriormente em roseta própria.

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Figura 4.6 – Mapa ASA com lineamentos e indicação da área sob influência principal da Saliência Rio Pardo.

Roseta das direções principais dos lineamentos nessa mesma área.

Figura 4.7 – Mapa ASA com lineamentos e indicação da área sob influência principal da Zona de Cisalhamento

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Figura 4.8 – Mapa ASA com lineamentos e indicação da área sob influência principal da Zona de Cisalhamento

Chapada Acauã. Roseta das direções principais dos lineamentos nessa mesma área.

4.3.2 Gravimetria

Os dados gravimétricos obedeceram à seguinte rotina:

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Na elaboração dos mapas gravimétricos, foram confeccionados dois: o mapa free-air, que foi o obtido diretamente por meio dos dados do projeto, e o mapa Bouguer, que mostras as anomalias Bouguer. Ambos os mapas estão expostos na figura 4.10.

Figura 4.10 – Mapa de anomalia gravimétrica Bouguer (acima) e de anomalia gravimétrica ar livre (abaixo).

Assim como foi descrito no capítulo sobre metodologia, algumas correções são realizadas aos dados gravimétricos, a fim de se ter uma noção mais precisa sobre a densidade das rochas da área. O terreno da região, por incluir serras por exemplo, é bastante irregular. A interpretação geofísica das densidades das rochas sem as correções Bouguer torna-se difícil, sendo preferível utilizar o segundo mapa para realizar interpretações, diminuindo assim a probabilidade de erros.

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Figura 4.11 – Mapa de anomalia gravimétrica Bouguer, exibindo respostas de lineamentos traçados sobre mapa

magnetométrico ASA. Observe como há correspondência entre os lineamentos, indicando alta profundidade.

Na figura 4.11, observam-se os lineamentos geofísicos magnetométricos sobre o mapa gravimétrico, sendo que há bastante correspondência. Uma análise mais profunda das relações entre geofísica e a geologia da área será realizada no capítulo de discussões.

Os métodos geofísicos sempre devem ser utilizados de forma comparativa, com no mínimo dois métodos diferentes, a fim de gerar uma interpretação mais precisa. Assim, neste trabalho optou-se por comparar as respostas magnetométricas e gravimétricas. Na figura 4.12, pode-se observar melhor a comparação das diferentes respostas.

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Figura 4.12 – Figura comparativa entre as respostas gravimétricas e magnetométricas da região estudada.

A porção a leste do mapa gravimétrico (Figura 4.12), em tons fortes de vermelho e rosa indica que se trata de região extremamente densa, de porção mantélica. Essa conclusão só é possível comparando ambos os mapas. A região é de constituição bastante densa e ao mesmo tempo magnética, o que torna coerente tal afirmação. Já a porção a oeste do mapa apresenta tons de azul e verde, sinalizando baixa densidade, o que sugere espessa camada de sedimentos, por exemplo.

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CAPÍTULO 5

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ANÁLISE QUANTITATIVA

5.1 INTRODUÇÃO

O objetivo precípuo deste capítulo é expor de forma clara e simplificada o processo de interpretação quantitativa realizada neste trabalho, cujo propósito é estimar as profundidades médias das fontes das anomalias, tanto magnéticas quanto gravimétricas, suas feições, geometrias e estruturas. Dessa forma foi utilizado o processo de Deconvolução de Euler em perfis (2D), que realiza operações matemáticas com o intuito de homogeneizar as funções matemáticas em coordenadas cartesianas. Após essa aproximação matemática foi então realizada uma interpolação destes perfis a partir da rotina de

krigagem, utilizando o software ArcScene, com a finalidade de gerar uma modelagem tridimensional da

área de estudo.

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