1 INTRODUÇÃO
5.3 Descrição do Caso
5.3.2 Apuração do custo de ensino nas unidades acadêmicas
As Unidades Acadêmicas constituem-se em departamentos de custos
comuns, pois possuem além do produto ensino, a pesquisa e extensão. De acordo
com Horngren, Foster e Datar (2000), a alocação de custos comuns pode ser de
duas maneiras: método de alocação separado e método de alocação incrementai.
Neste estudo, optou-se pelo método de alocação separado, utilizando os critérios
descritos a seguir.
A mão-de-obra docente representa 63% da apuração do custo total das
Unidades Acadêmicas (Apêndice E), sendo imprescindível a adoção de um critério
de separação do esforço dedicado às atividades de ensino das demais atividades.
Para tanto, fez-se necessário o cálculo das duas variáveis: capacidade horária
disponível do corpo docente e carga horária despendida ao ensino.
A capacidade horária anual disponível do corpo docente para cada
Instituto/Faculdade foi obtida conforme matriz E:
ht = \d40 d 20 /740 d-\2\ x /720 /712 (E) sendo:
ht = capacidade horária total
c/40 = número de docentes com carga horária de 40 horas semanais Ó2o = número de docentes com carga horária de 20 horas semanais
di2= número de docentes com carga horária de 12 horas semanais
h40 = carga horária anual do docente de 40 horas h2o = carga horária anual do docente de 20 horas h 12= carga horária anual do docente de 12 horas
A carga horária anual do docente - efetivo, substituto e visitante - considerou
semanas para o mês e 4,5 meses em um semestre ((40/20/12) x 4 x 4,5). Foram
excluídos os docentes afastados.
No cálculo do esforço despendido para o ensino, utilizaram-se os créditos-
hora oferecidos, acrescidos de uma hora de preparação de aulas para cada hora-
aula, sendo um crédito corresponde a 15 horas (Crédito x 15 x 2). A contagem dos
créditos considerou tempo para aulas práticas e teóricas, desconsiderando as horas
livres. O esforço despendido ao ensino variou entre 19 a 51% do tempo disponível
nos Institutos/Faculdades (Gráfico 4), tendo como média para a Universidade 34%.
Com isso, apurou-se o custo de pessoal com ensino ((Custo de pessoal
efetivo/docente/substituto) x (Proporção da carga horária despendida ao ensino)).
60%
Fonte: elaboração própria.
Gráfico 4 - Proporção do esforço despendido ao ensino
Outro ponto a ser considerado na apuração do custo do ensino é o espaço
físico para realização das aulas. As salas de aula da UnB estão sob a
responsabilidade das Unidades Acadêmicas ou da Coordenadoria de Comunicação
Visual (CCV)/PRC. Conforme dados do SIGRA, no primeiro semestre de 2003 foram
utilizadas 389 locais para aulas e no segundo semestre de 2003, 379 locais, sendo
que, desses, 163 estão sob o controle da CCV que possui a área de cada local.
Porém, um deles não foi utilizado para aulas. Em relação aos outros locais, não foi
Unidades Acadêmicas. Portanto, para apuração do custo do espaço físico de
realização das aulas utilizou-se somente os locais da CCV/PRC.
A capacidade-hora disponível dos 162 locais para o ano de 2003, foi obtida
considerando as seguintes informações: (1) No período de verão (janeiro/fevereiro),
ocorre normalmente na Universidade a oferta de disciplinas. Porém, em 2003,
devido a greve ocorrida em 2002, esse período foi empregado no semestre 2002/2
(6/1/2003 a 13/2/2003); (2) conforme o Calendário Acadêmico de 2003/1 e 2003/2,
as aulas ocorreram no período de 24/3/2003 a 12/7/2003 e 18/8/2003 a 6/12/2003,
respectivamente; (3) de segunda a sexta-feira é possível realizar 14 horas-aula e no
sábado 4 horas-aula. Com base nessas informações calculou-se a capacidade-hora
disponível22 para as salas de uso comum (Tabela 5).
Para o cálculo da capacidade-hora utilizada, as informações foram coletadas
no SIGRA e SIPPOS. Pelos sistemas, foi possível identificar para cada semestre as
disciplinas lecionadas com a respectiva unidade acadêmica na qual pertence, o
local, e as horas-aula designadas para o local (Tabela 5).
Tabela 5 - Capacidade-hora das salas de uso comum Capacidade-hora
disponível para o ano de 2003 Capacidade-hora utilizada para 2002/2 Capacidade-hora prática para 2003/1 e 2003/2 Capacidade-hora utilizada em 2003/1 e 2003/2 465.588 69.012 396.576 383.775
Fonte: elaboração própria.
O custo do espaço físico de cada sala foi composto pelos seguintes
elementos: depreciação do imóvel e segurança, limpeza e manutenção/reformas,
alocados na distribuição da PRC. Com o custo e a capacidade prática de cada sala,
obteve-se o custo-hora e com o tempo utilizado em cada disciplina, pode-se calcular
No período de verão tiveram 29 dias de 14 horas-aula e 5 dias de 4 horas-aula. No I o semestre de 2003 tiveram 86 dias de 14 horas-aula e 16 dias de 4 horas-aula e no 2o semestre de 2003 tiveram 80 dias de 14 horas-aula e 15 dias de 4 horas-aula.
o custo do espaço físico das salas de uso comum ((Custo da sala y/capacidade
disponível da sala y) x (horas-aula utilizadas pelo instituto z)).
Os resultados da utilização das salas permitiram verificar a existência de
capacidade não-utilizada. A busca de alternativas para maior uso do espaço físico
foi objeto de pesquisa de Daneshvary e Clauretie (2001). Os autores pesquisaram a
aplicação de um programa nas escolas estadunidenses, em que o calendário
acadêmico que contempla um longo período de verão, passa a ser um calendário de
12 semanas de aula seguidas de 3 (três) semanas de folga. Com esse programa,
aproximadamente 25% a mais de estudantes puderam utilizar o espaço físico e o
custo por estudante apresentou redução de 7,5%.
Além do custo com o pessoal efetivo/substituto e visitante das salas de aula
de uso comum, acrescentou-se no custo do ensino a parcela de custo relativa ao
Hospital Universitário para apuração do custo antes da distribuição entre os
Institutos/Faculdades, e após o custo do ensino no CDT, pois a sua distribuição foi
com base nos alunos que cursaram as disciplinas, ou seja, das unidades de origem.
Com isso, completou-se a fase 2 da Figura 2.