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1 INTRODUÇÃO

4.3 Metodologias de Apuração do Custo por Aluno de Organismos Governamentais

4.3.1 Metodologias do Ministério da Educação

No ano de 1973, o MEC, em convênio com a então Assessoria de

Planejamento e Controle da UnB, apresentou estudo de custos e alocação de

recursos, baseado no modelo desenvolvido pelo National Center for Higher

Education Management Sistems do Colorado, Estados Unidos. O estudo pretendia obter um conjunto de procedimentos a serem usados na Contabilidade e estatísticas

14 Os registros contábeis da UnB, universidade objeto de estudo desta pesquisa, foram escriturados no ano de 2003. No projeto “Funcionamento dos cursos de graduação”, foram registradas as despesas executadas com pessoal e encargos sociais do pessoal ativo de todas as Unidades e atividades da Universidade. Ocorre, portanto, que o custo de pessoal relacionado a outros produtos além do ensino, está contido no mencionado projeto, inviabilizando a utilização desta informação para apuração do custo com o ensino.

das universidades brasileiras para identificação de custos e alocação de recursos

(UnB, 1973). O modelo compreende seis fases: (1) padronização institucional das

universidades; (2) especificação da matriz-peso (peso médio por aluno crédito-hora,

por curso e por disciplina); (3) cálculo do professor equivalente e remuneração; (4)

cálculo de outros custos das disciplinas: material de consumo, remuneração de

serviços de pessoais, remuneração de serviços de terceiros, encargos diversos,

salário do pessoal de apoio do departamento e salário do chefe de departamento,

entre outros. Esses custos são apurados por departamento e distribuídos para as

disciplinas com base em algum parâmetro, como por exemplo, salário do chefe do

departamento pelo número de professores equivalentes; (5) cálculo de outros custos

da universidade, separando em: despesas indiretas atribuídas ao ensino e despesas

não apropriadas ao ensino. Na primeira, atribuiu as despesas com a administração

central e biblioteca, entre outras não especificadas. Como despesas não

apropriadas ao ensino considerou aquelas relacionadas à pesquisa, extensão,

assistência ao estudante, hospital etc.; (6) preparação dos relatórios (UnB, 1973).

No mesmo ano, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) apresentou um

modelo de apropriação de custos para as universidades federais (UnB, 1974), que

foi aprovado para ser aplicado nas IFES (UnB, 1979). Na UnB (1975, 1976), o

modelo foi aplicado tendo como base os anos de 1974 e 1975. O modelo da UFBA

compreende a apuração das despesas correntes orçamentárias por Centro de Custo

e por programas e posterior alocação aos objetivos previamente definidos, ou seja,

ensino de graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão, assistência,

administração e hospital. O custo do ensino de graduação e pós-graduação é

distribuído às disciplinas, que dividido pelo número de alunos que obtiveram menção

Em 1994, o então Ministério da Educação e do Desporto expediu um manual,

o “Sistema de Apuração de Custos das Instituições Federais de Ensino Superior

(SAC)”, que orientava as IFES a apurarem o custo. O sistema adotado, único para

todas as instituições, baseava-se na aplicação do método direto15, por meio de um

software fornecido pelo MEC, e cada instituição definia a fonte de informação, bem como as bases de rateio adotadas (BRASIL, 1994). O modelo apura as despesas

correntes das unidades e por meio de rateio atribui as despesas das unidades não

acadêmicas às Unidades Acadêmicas. Após a definição dos objetos (ensino,

pesquisa, extensão, administração), distribui-se as despesas apuradas mediante

rateio para cada um deles. O custo do ensino é distribuído às disciplinas.

Em 2002, o MEC (BRASIL, 2002b) divulgou um conjunto de dados e

indicadores das IFES referentes ao ano de 2000 (Tabela 2). Entre os indicadores

apresentados, está o denominado custo-aluno, cuja apuração adotou a metodologia

C=(T-F)/M, sendo:

C = Custo-aluno

T = Total dos recursos do Tesouro destinado às IFES

F = Fração dos recursos destinados ao pagamento dos aposentados e pensionistas

M = Total dos alunos matriculados no ensino (fundamental + médio + graduação + pós-graduação)

15

Pelo método direto a alocação dos custos é feita diretamente aos departamentos operacionais, ignorando as atividades executadas entre departamentos de serviços (GARRISON; NOREEN, 2001).

Tabela 2 - Custo-aluno em 2000 pela metodologia do MEC de 2002

Instituições Federais de Ensino Superior N. alunos Custo-Aluno

Universidade Federal de Rondônia 8.118 3.307,84

Universidade Federal do Amapá 3.338 3.962,13

Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão 4.329 3.996,61

Universidade Federal de Roraima 4.006 4.085,32

Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia 4.562 4.732,64

Universidade Federal de Sergipe 10.217 4.816,77

Fundação de Ensino Superior de São João Del Rei 3.218 4.923,89

Universidade do Amazonas 13.938 5.582,60

Universidade Federal do Piauí 11.390 6.000,27

Universidade Federal do Pará 25.841 6.108,07

Universidade Federal Rural de Pernambuco 7.111 6.129,09

Universidade Federal de Juiz de Fora 11.072 6.744,85

Universidade Federal do Maranhão 11.196 6.882,69

Centro Federal de Educação Tecnológica Celso S. da Fonseca 4.117 7.074,81

Universidade Federal de Mato Grosso 14.049 7.100,12

Universidade Federal de Goiás 13.820 7.594,16

Universidade Federal do Paraná 21.078 7.792,40

Universidade Federal do Espírito Santo 11.993 7.805,05

Universidade Federal de São Carlos 7.019 7.924,26

Universidade Federal de Santa Catarina 24.406 7.943,12

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 7.257 8.032,91

Universidade Federal do Rio Grande do Norte 18.845 8.050,19

Universidade Federal de Alagoas 10.385 8.081,84

Fundação Universidade Federal de Pelotas 8.626 8.364,13

Universidade Federal do Rio Grande do Sul 24.569 8.444,42

Fundação Universidade Federal do Rio Grande 6.657 8.703,35

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 11.533 8.705,03

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 5.011 8.844,62

Escola Federal de Engenharia de Itajubá 1.813 9.081,55

Universidade Federal da Bahia 19.908 9.124,86

Universidade Federal Fluminense 22.836 9.156,31

Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina 390 9.621,29

Universidade Federal de Ouro Preto 3.734 9.681,04

Universidade Federal de Minas Gerais 25.559 10.033,03

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais 2.979 10.190,61

Universidade Federal de Uberlândia 12.975 10.389,20

Universidade Federal de Santa Maria 13.432 10.419,18

Universidade Federal do Acre 4.238 10.702,98

Universidade Federal de Lavras 2.734 10.749,52

Universidade de Brasília 20.540 10.852,67

Universidade Federal da Paraíba 26.068 10.927,24

Universidade Federal de Viçosa 8.426 11.297,25

Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas 998 11.587,18

Universidade Federal do Rio de Janeiro 38.196 11.635,28

Universidade Federal do Ceará 18.074 14.725,60

Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas Porto Alegre 608 18.751,13

Universidade Federal de São Paulo 3.619 28.981,32

Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro 637 62.314,95

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