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NUTS II – U NIDADES T ERRITORIAIS PARA F INS E STATÍSTICOS DE N ÍVEL

8.1 C ARACTERIZAÇÃO DA A MOSTRA

A aplicação dos questionários aos municípios portugueses decorreu entre dezembro de 2013 e abril de 2014, através do envio por correio eletrónico, devidamente endereçados ao presidente/vereador(a) com o pelouro do Turismo e ao responsável técnico pela área do turismo42, solicitando a utilização de uma plataforma de

questionários online. Face à nossa pretensão em obter uma resposta por município, dado que a dimensão da população inquirida equivale ao número de municípios portugueses, foram rececionados e validados 214 questionários, correspondendo a uma taxa de resposta de 69.5%. Esta percentagem de respostas obtidas corresponde a um erro amostral final de 3.7%, assumindo um nível de significância de 5%, pelo que podemos considerar que o tamanho da amostra é representativo da população em análise.

Conforme já mencionado, a organização do planeamento turístico do país encontra-se dividida em sete regiões, cinco das quais em Portugal Continental – Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve – e duas correspondentes às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, refletindo a classificação das áreas abrangidas pelas unidades territoriais utilizadas para fins estatísticos NUTS II. Nesse sentido, é pertinente que, num primeiro momento, as taxas de resposta obtidas sejam expressas tendo em conta esta dimensão territorial, pelo que a figura 8.1 apresenta essas mesmas taxas de resposta, agregadas por região. É possível observar que a região autónoma da Madeira é a única que apresenta um valor abaixo dos 50%, obtendo-se taxas de resposta elevadas em quase todas as regiões. Destacam-se as regiões do Algarve e Lisboa, com taxas de resposta acima dos 80%, sendo que este número pode ser explicado, em parte, pelo reduzido número de municípios que integram estas regiões. Seguem-se o Norte e o Alentejo com percentagens de 76.7% e 72.4%, respetivamente, e as regiões dos Açores e do Centro com taxas na ordem dos 60%. Em média, foram rececionadas 31 respostas por região, sendo que a região da Madeira registou o valor mais baixo (5 respostas) e a região do Norte o valor mais elevado, com 66 respostas.

Figura 8.1

Caracterização das Taxas de Resposta Obtidas, por Região

Em termos de caracterização da amostra, consideramos de igual modo a análise por região. A tabela 8.1 procede a essa caracterização, em termos de frequências absolutas e relativas. Verificamos que a amostra é maioritariamente composta por municípios das regiões do Norte (31%) e Centro (28.2%). A terceira região mais representativa é o Alentejo, com 19.7% de respostas válidas, sendo que as regiões com menor representação são: Lisboa (7%), Algarve (6.5%), Açores (5.6%) e Madeira (2.3%).

60.0% 76.7% 72.4% 87.5% 45.5% 63.2% 83.3%

Tabela 8.1

Caracterização da Amostra, por Região

Região População Amostra % de respostas (n/N) N % n % Norte 86 27.9 66 31.0 76.7 Centro 100 32.5 60 28.2 60.0 Lisboa 18 5.8 15 7.0 83.3 Alentejo 58 18.8 42 19.7 72.4 Algarve 16 5.2 14 6.5 87.5 RA Açores 19 6.2 12 5.6 63.2 RA Madeira 11 3.6 5 2.3 45.5 Total 308 100 214 100 69.5

Supletivamente, e dado que um dos critérios mais comummente utilizados na classificação dos municípios quanto à sua dimensão, é o número de habitantes, adotamos o critério definido por Carvalho et al.(2013), no sentido de analisar a dimensão dos municípios que englobam a amostra, mantendo a sua agregação por região. Este critério pressupõe a classificação dos municípios portugueses em três categorias distintas quanto ao número de habitantes43, a saber: municípios pequenos – com população menor ou igual a 20 000

habitantes; municípios médios – com população maior que 20 000 habitantes e menor ou igual a 100 000 habitantes; e municípios grandes – com população maior que 100 000 habitantes. A tabela 8.2 apresenta as taxas de resposta, por região e dimensão dos municípios.

Tabela 8.2

Caracterização das Taxas de Resposta Obtidas, por Região e Dimensão dos Municípios Região

Dimensão dos municípios Pequena Média Grande

n/N n/N n/N Norte 79.1 75.8 70.0 Centro 54.0 68.6 100.0 Lisboa 100.0 83.3 82.0 Alentejo 71.1 76.9 - Algarve 85.7 88.9 - RA Açores 60.0 75.0 - RA Madeira 42.9 66.7 0.0 Total 65.7 74.8 75.0 Legenda: N – População | n – Amostra

Em termos globais, é possível observar que as taxas de resposta mais elevadas são provenientes dos municípios de grande e média dimensão, cuja diferença é apenas de 0.2 pontos percentuais, seguindo-se os

76.7% 60.0% 72.4%

83.3% 87.5%

municípios de pequena dimensão (65.7%). Assim, e pela razão previamente apresentada, estas percentagens podem ser justificadas pelo reduzido número de municípios de grande e média dimensão, em comparação com o número de municípios de pequena dimensão. Se considerarmos a participação dos municípios, por regiões, verificamos que as taxas de resposta mais elevadas, no caso dos municípios de pequena dimensão, registam-se nas regiões de Lisboa, Algarve, Norte e Alentejo, todas com valores acima dos 70%44.

Analogamente, as regiões do Algarve e de Lisboa demarcam-se como as zonas com maiores taxas de resposta obtidas nos municípios de média dimensão, seguindo-se as regiões do Alentejo, Norte e Açores. Quanto aos municípios de grande dimensão as regiões com as percentagens mais elevadas são o Centro (100%) e Lisboa (82%)45.

A tabela 8.3 resume os principais dados sobre a caracterização da amostra, em termos absolutos e relativos, e da população inquirida por região e dimensão dos municípios. No caso dos municípios de pequena dimensão, a amostra é constituída principalmente, e à semelhança do que assinalamos anteriormente, por municípios das regiões do Norte e Centro, ambas com 28.6%. A terceira região mais representativa é o Alentejo, com 26.9% de respostas válidas, e as regiões com menor representação são, ordenadamente, Açores, Algarve, Madeira e Lisboa. No que se refere aos municípios de média dimensão, as regiões mais representativas da amostra são, igualmente, o Norte (32.9%) e Centro (31.6), seguindo-se a região do Alentejo (13.2%). As restantes regiões apresentam valores de e abaixo dos 10%. Por fim, os municípios de grande dimensão são representados sobretudo pelas regiões de Lisboa (50%) e Norte (38.9%).

Tabela 8.3

Caracterização da Amostra, por Região e Dimensão dos Municípios Região

Dimensão dos municípios

Pequena Média Grande Pequena Média Grande N % N % N % n % n % n % Norte 43 23.8 33 32.0 10 41.7 34 28.6 25 32.9 7 38.9 Centro 63 34.8 35 34.0 2 8.3 34 28.6 24 31.6 2 11.1 Lisboa 1 0.6 6 5.8 11 45.8 1 0.8 5 6.6 9 50.0 Alentejo 45 24.9 13 12.6 0 - 32 26.9 10 13.2 0 - Algarve 7 3.9 9 8.7 0 - 6 5.0 8 10.4 0 - RA Açores 15 8.3 4 3.9 0 - 9 7.6 3 3.9 0 - RA Madeira 7 3.9 3 2.9 1 4.2 3 2.5 2 2.6 0 0.0 Total 181 100 103 100 24 100 119 100 77 100 18 100 Legenda: N – População | n – Amostra

44 O facto da região de Lisboa aparecer em primeiro lugar é explicado pela existência de um único município de pequena dimensão.

Para finalizar a caracterização dos municípios é igualmente oportuno caracterizar o perfil dos entrevistados. Neste caso, não consideramos relevante agregar a informação segundo critérios previamente definidos, pelo que a tabela 8.4 sintetiza, de modo genérico, o perfil dos entrevistados. Com efeito, os responsáveis técnicos pela área do turismo constituem os principais intervenientes deste processo, com 76.2% das respostas obtidas, contrariamente aos responsáveis com cargo político que representam apenas 23.8% das respostas rececionadas. Destacamos ainda que 61.2% dos responsáveis que compõem a amostra são do sexo feminino, sendo os restantes do sexo masculino (38.8%); e a média de idades dos responsáveis ronda os 40 anos (mínimo de 22 anos e máximo de 63 anos). Em termos do número de anos de desempenho do atual cargo, observamos que, em média, os responsáveis técnicos e políticos exercem o atual cargo há 8 anos, verificando-se valores mínimos inferiores a 1 ano e um valor máximo de 29 anos. Estes valores mínimos são facilmente explicáveis pela realização de eleições autárquicas em setembro de 2013 e que implicaram profundas mudanças nos executivos de muitos municípios portugueses. De notar que 39 dos 214 responsáveis (sendo 26 responsáveis com cargo político) assinalaram que desempenham o atual cargo há menos de 1 ano. Adicionalmente, as habilitações académicas apresentam-se como um outro aspeto a ter em consideração. Na verdade, 95.3% dos responsáveis possuem habilitação superior (bacharelato/licenciatura, mestrado ou doutoramento), sendo reduzida a percentagem de responsáveis com habilitação não superior (4.7%). Porém, apenas 46.3% dos responsáveis técnicos e políticos possuem formação na área de turismo, demonstrando-se que a maioria (53.7%) dos atuais responsáveis pela área do turismo possui formação noutras áreas.

Tabela 8.4

Caracterização do Perfil dos Entrevistados

Variáveis Descrição n % Média Desvio padrão Mínimo Máximo Cargo Político 51 23.8 - - 0 1 Técnico 163 76.2 - - 0 1 Sexo Feminino 131 61.2 - - 0 1 Masculino 83 38.8 - - 0 1 Habilitações Académicas Habilitação superior 204 95.3 - - 0 1 Habilitação não superior 10 4.7 - - 0 1 Área de Formação Formação em turismo 99 46.3 - - 0 1 Formação noutras áreas 115 53.7 - - 0 1 Idade Número de anos 214 100 39.8 7.06 22 63 Antiguidade

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