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A Arquitetura Corporativa é identificada com potencial de integração entre TI e área de negócios pela sua natureza holística, capaz de promover para o desenho, desenvolvimento e implementação de sistemas integrados de pessoas, materiais e equipamentos, uma abordagem que incorpora os conhecimentos da Engenharia de Sistemas e da Reengenharia de Processos (LILES et al., 1996) e promove assim a re-configuração das organizações para melhor promoverem sua missão (TRIBOLET, 2005).

A arquitetura pode ser definida como a arte, a ciência ou a prática de desenhar e construir estruturas (CARDOSO, 2005) e destaca-se a necessidade no uso de suas definições na área da gestão organizacional, motivada pela crescente complexidade das organizações. A arquitetura é um conjunto de representações descritivas que são relevantes para descrever algo que se pretende criar, e que se constituem na base para mudanças de uma instância da coisa que você tenha criado (ZACHMAN, 2006). Ela é uma ferramenta de princípios, linhas orientadoras, normas, modelos e estratégias que direcionam o desenho, a construção e o desenvolvimento de sistemas de informação (ROOD, 1994), tecnologias da informação, processos e modelos de negócio (CARDOSO, 2005) fornecendo suporte aos processos de inovação e na melhoria da gestão (TRIBOLET, 2005).

A Arquitetura Corporativa define os componentes e as relações entre estes componentes da organização. Estes são constituídos por (TARCISIUS, 2002):

Ø Estratégia – as decisões sobre a organização e a utilização dos recursos para atingir os objetivos;

Ø Pessoas – identifica o recurso humano, habilidades e como utilizar estas habilidades;

Ø Estrutura organizacional – define a organização hierárquica e geográfica; Ø Funções – consiste nas tarefas e processos organizacionais;

Ø Informação – o conhecimento e os dados utilizados pelas pessoas, processos e tecnologias;

Ø Infra-estrutura – representada pelos equipamentos, maquinas, métodos e ferramentas requeridas e necessárias para atingir os objetivos organizacionais.

A Arquitetura Corporativa ainda está na sua infância (JONKERS et al., 2006) e seu surgimento foi influenciado pelos trabalhos de Zachman (1987) e de Sowa e Zachaman (1992), baseados na organização dos recursos de Sistemas de Informações e Tecnologia da Informação presentes e utilizados em uma organização.

Nesta fase inicial o foco era gerenciar a complexidade da estrutura de TI que estava sendo desenvolvida nas organizações e a forma como reduzir e manter seus custos gerenciados e na promoção do alinhamento entre negócios e a TI (STRNADL, 2006).

Para implementar a Arquitetura Corporativa um Framework foi proposto por Zachman (1987), ampliado e detalhado em trabalho de Sowa e Zachman (1992) e é o referencial inicial da Arquitetura Corporativa. Ainda considerado o melhor (FATOLAHI e SHAMS, 2006) e dos mais utilizados (SESSIONS, 2007, SCHEKKERMAN, 2007).

A necessidade de incrementar valor e proporcionar agilidade aos negócios levou Zachman a introduzir na Arquitetura de Sistemas de Informação uma abordagem holística, considerando que todas as questões importantes precisam ser analisadas sobre diversas e importantes perspectivas (SESSIONS, 2007). Nesta abordagem de multi-perspectiva inicialmente denominada de framework arquitetural de sistemas de informação passou logo a usar a denominação de framework arquitetural corporativo.

O framework, segundo Zachman (1987), é uma estrutura lógica para a classificação e organização das representações corporativas de uma empresa, significativas à administração da empresa e ao desenvolvimento de

sistemas de informação corporativos. Apresenta uma abordagem

interdisciplinar e com influência em outras áreas além da relacionada à tecnologia da informação.

O uso de um framework introduz um componente de eficiência nas ações desenvolvidas. É necessário que tenhamos uma boa compreensão de como usá-lo, tanto na engenharia como na administração da empresa (SESSIONS, 2007). Ele é baseado e constituído de informações, normalmente isoladas na organização, mas com ferramentas e idéias já consolidadas (FATOLAHI e SHAMS, 2006).

O Framework de Zachman apresenta duas dimensões, sendo que em uma das dimensões estão representadas as diversas perspectivas de seis protagonistas distintos e independentes que influenciam o artefato a ser desenvolvido ou construído. Neste framework Zachman inclui as seguintes visões ou perspectivas para análise:

Ø Planejador - que determina a capacidade de empreendimento em uma determinada indústria;

Ø Arquiteto - responsável por representar a organização a partir de uma forma ou estrutura disciplinada;

Ø Construtor - que tem a função de aplicar tecnologias específicas para resolver problemas do negócio;

Ø Subempreiteiro - que tem a função de construir o sistema em questão; e Ø Sistema - que é a visão ou perspectiva para o sistema pronto, concluído.

Na outra dimensão, estão representados os diversos aspectos para as quais cada uma das perspectivas precisa ser analisada. Estas estão relacionadas a:

Ø Dados (o que) - que dados são manipulados pela organização;

Ø Funções (como) - quais são as funções e processos que manipulam esses dados;

Ø Rede (onde) - quais são os locais onde o negócio é realizado;

Ø Pessoas (quem) - que pessoas e quais unidades organizacionais estão envolvidas;

Ø Tempo (quando) - quais são os eventos que originam as atividades de negócio da organização; e

Ø Motivação (porque) - quais são os objetivos do negócio mais importantes que levam a organização a atingir seus objetivos de negócio.

Relacionando a visão dos protagonistas com os diferentes aspectos as duas dimensões formam uma matriz que é o alicerce do framework de Zachman para arquiteturas corporativas, apresentado na Figura 6. Como pode ser visto a primeira linha é uma definição da empresa. Na segunda linha, a empresa é modelada utilizando técnicas de modelagem empresarial. No âmbito da terceira linha, o ambiente de TI é conceitualmente modelado. Estes modelos projetados são mapeados em função do ambiente do design da tecnologia na quarta linha.

A quinta linha descreve a implementação dos modelos. O desenvolvimento dos sistemas é normalmente considerado como uma

terceirização, que não é realizada pela própria organização, esta gerência não é incluída no contexto da Arquitetura Corporativa. Por fim, a sexta linha retrata o sistema já operacional dentro da organização.

Existem algumas regras que gerenciam o framework e que são responsáveis pela manutenção da integridade do modelo: as colunas possuem uma ordem; cada coluna possui um simples e modelo básico; o modelo básico para cada coluna deve ser único; cada linha representa uma perspectiva distinta e única; cada célula é única; a composição ou integração do conteúdo de todas as células de uma linha constitui um modelo completo da perspectiva desta linha; e a lógica é recursiva (SOWA e ZACHMAN, 1992; FATOLAHI e SHAMS, 2006; PEREIRA e SOUSA, 2004).

Figura 6 – Framework de Zachman para arquiteturas corporativas Fonte: Zachman (1987)

4.2 – Análise do alinhamento da TI com áreas de negócio por

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