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O direito de defesa do réu encontra amparo total na Constituição Federal de 1988, em especial nos arts. 5º, LIV (princípio do devido processo legal), XXXV (princípio da inafastabilidade da jurisdição) e LV (princípio do contraditório e da ampla defesa).

Para Leite (2018, p. 709), o direito de resposta do réu está ainda mais presente na nova redação dada à CLT após a Lei n. 13.467/2017:

O §3º do art. 841 da CLT (redação dada pela Lei nº 13.467/2017) dispõe que depois de “oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação”, o que confirma que o réu possui um direito de defesa em relação ao autor.

Cumpre esclarecer que o termo defesa é nome de determinado gênero que, como tal, tem suas espécies. Defesa, no âmbito do processo do trabalho, compreende a exceção e a contestação. Existem doutrinadores que inserem ainda uma terceira espécie, a reconvenção. Contudo, esta caracteriza-se mais como uma forma de contra-ataque. Inexiste regramento próprio da reconvenção na CLT, portanto, por força do art. 769 da própria CLT, aplica-se ao processo trabalhista as disposições do CPC acerca da reconvenção, naquilo que não forem contrárias à legislação processual trabalhista.

Em se tratando de defesa, é necessário estudar suas formas a fundo e analisar as alterações dadas pela Lei nº 13.467/2017. Para melhor compreender, passaremos à análise detalhada.

De posse do conhecimento de que o processo é um caminho lógico a ser seguido pelas partes e pelo judiciário, natural é que os atos realizados no curso do processo tenham um prazo determinado para que sejam eles praticados.

Assim, inclui-se entre os atos com tempo para que sejam praticados e sejam considerados válidos a apresentação de defesa pelo réu no processo trabalhista. Temos que o prazo para apresentação de defesa é prazo legal, pois previsto em lei, peremptório, pois a não apresentação da defesa em tempo hábil enseja na preclusão, e próprio, pois destina-se à pessoa, à parte.

Até a entrada em vigor da Lei nº 13.467/2017, os prazos processuais eram contados considerando dois momentos de fruição. Primeiramente, excluía-se o dia do começo do prazo ou dies a quo. Após a desconsideração do dia do começo, passava a se contar como o primeiro dia de prazo o dia útil subsequente ao da notificação. Solidificando este formato de contagem de prazos o Tribunal Superior do Trabalho (TST) editou a Súmula 1 do TST.

Contudo, após a edição da Lei nº 13.467/2017, houve mudança no formato de contagem de prazos processuais. Agora, por força do art. 775 da CLT, a contagem se dá somente em dias úteis, dessa forma, feriados, finais de semana e dias em que o foro não funcionar não serão contabilizados, há aí manobra de dilatação do processo.

Nesse sentido, leciona Martins (2018, p. 138):

A regra atenta contra a celeridade processual, pois o processo do trabalho, geralmente por tratar de verba alimentar, precisa ser recebida mais rapidamente. Os prazos deveriam ser contados em dias corridos, como era a redação anterior do art. 775 da CLT.

Outro ponto pertinente à defesa e que distingue o processo laboral do processo civil e privilegiando os princípios da celeridade e da razoável duração do processo, a CLT fixa o prazo de cinco dias para a realização da primeira audiência do processo, a contar da data da notificação. Mais uma vez, primando pela celeridade processual, a legislação processualista do trabalho confere ao reclamado o prazo de 20 minutos para apresentação da defesa em audiência, conforme prevê o art. 846 e 847 da CLT. Uma vez iniciada a audiência e recusada

a possibilidade de composição pelas partes, o juiz abrirá o prazo para apresentação da defesa do réu, seja ela uma contestação, uma exceção ou reconvenção.

Atualmente, há o entendimento de que o reclamado tem o prazo de legal de cinco dias para preparar sua defesa escrita, além da possibilidade já vista de apresentá-la verbalmente em audiência com o prazo de vinte minutos. Portanto, pode-se dizer que o réu tem o prazo legal de cinco dias para preparo de sua defesa e mais vinte minutos para apresenta-la em audiência.

Contudo, como sabido, existem diferentes formas de resposta do reclamado no processo laboral. São elas: Exceções, Contestação e Reconvenção. Cada uma delas, em que pese tenham o papel de responder ao processo que move o reclamante em face do reclamado, tem finalidades distintas, conforme se verificará a seguir.

Algumas dessas formas de resposta buscam garantir um julgamento justo e imparcial da lide ou ainda o deslocamento do foro competente para o julgamento, tendo em vista a competência jurisdicional em razão do local. São elas as Exceções. Outra forma de resposta, visa fazer uma efetiva defesa de mérito, tratando de afastar ou modificar o direito pretendido pelo reclamante na ação. Esta é a Contestação. A última, oriunda do Direito Processual Civil, mas aplicável ao processo do trabalho, a Reconvenção, tem um caráter de contra-ataque do reclamado em face do reclamante. Ao mesmo tempo em que permite a defesa, permite o ataque, havendo a inversão dos polos da lide.

Passemos à análise e estudo detalhado de cada uma dessas formas de resposta do reclamado, como são, como se dão, prazos para sua apresentação e as alterações que sofreram com a publicação da Lei nº 13.467/2017.

A primeira forma pode ser dividida em alguns tipos: exceção de incompetência relativa e exceção suspeição e impedimento. Sendo uma forma de defesa indireta contra o mérito da ação ou contra o processo em si, busca, muitas vezes, postergar o julgamento da lide e pode, em alguns casos até mesmo extingui-lo.

O CPC de 1973 deu tratamento metodologicamente restrito ao instituto da exceção. Vale dizer, a palavra “exceção” passou a ter sentido técnico e específico de defesa indireta do processo, na medida em que seu único objetivo repousa no afastamento do processo do juiz suspeito, impedido ou relativamente incompetente. É o que se infere do art. 304 do CPC/73, que previa as exceções de suspeição, de impedimento e de incompetência relativa.

O momento para apresentação das exceções, no processo do trabalho é o mesmo da contestação, portanto, devendo ser apresentada por escrito ou verbalmente em audiência. As exceções têm ainda o efeito suspensivo do feito, conforme se extrai dos arts. 799 e 800 da CLT.

Tanto a exceção de suspeição quanto a de impedimento visam impedir uma atuação imparcial do julgador e garantir a credibilidade do Poder Judiciário. A suspeição se dá por motivos intrínsecos enquanto que o impedimento ocorre por motivos extrínsecos.

Segundo o rol do art. 801 da CLT, são motivos para arguição do impedimento ou suspeição do juiz: a) inimizade pessoal; b) amizade íntima; c) parentes por consanguinidade ou afinidade até terceiro grau civil; d) interesse particular na causa.

No mesmo dispositivo legal, em seu parágrafo único, estão contidas hipóteses para que se suprima a irregularidade que der causa à exceção, quais sejam: a) o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consentido na pessoa do juiz, não mais podendo alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo; b) constar do processo que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que se originou.

Uma vez apresentada a exceção, o art. 802 da CLT regula a forma correta de se processá-la. Após a entrega da peça ou exposição oral da exceção, deverá ocorrer audiência em até quarenta e oito horas, na qual será promovida a instrução e o julgamento da exceção. Em caso de julgamento procedente da exceção, será convocado o suplente do membro suspeito ou impedido, para a mesma audiência ou sessão (no caso dos tribunais) ou para a seguinte.

Cabe salientar que o reclamado pode apresentar mais de uma exceção. Contudo, deve ser oposta primeiramente exceção de suspeição e impedimento, pois um magistrado suspeito

ou impedido não pode nem mesmo se declarar suspeito. Em um caso onde ocorra a arguição de diversas exceções, primeiro verificar-se-á as de suspeição e impedimento para então se apreciar a de incompetência.

Por fim, deve-se ressaltar que, salvo de decisões terminativas do feito, que acolherem as exceções de suspeição e impedimento não cabe recurso imediato, conforme o art. 799, §2º da CLT. Contudo, as partes podem reavivar a discussão acerca das exceções, quando a decisão não for terminativa do processo, em sede de recurso para tribunal ao final da primeira instância.

Cabem ressalvas, no entanto, quanto à Exceção de incompetência territorial ou relativa, regulada pelo art. 800 da CLT, o qual foi reeditado pela Lei nº 13.467/2017. Esta exceção tem prazo diverso das anteriores, devendo ser apresentada no prazo de cinco dias a contar da notificação e em peça apartada da contestação. Uma vez que seja protocolado o processo será suspenso, bem como a audiência, até que se decida a exceção.

Suspenso o processo os autos devem seguir conclusos ao juiz que determinará a intimação do reclamante e dos litisconsortes, quando existentes, para que se manifestem no prazo comum de cinco dias. É possível ainda que seja realizada audiência para instrução da exceção. O novo procedimento garante ainda a oitiva do excipiente e de suas testemunhas por meio de carta precatória, no juízo que houver sido indicado como competente.

Uma vez que seja acolhida a exceção oposta, o juiz encaminhará os autos para a Vara do Trabalho competente territorialmente para o julgamento do feito.

Uma exceção a irrecorribilidade das decisões interlocutórias da Justiça do Trabalho está presente quando se fala sobre decisão que acolhe a exceção de incompetência relativa e encaminha o processo para uma Vara do Trabalho pertencente a outro Tribunal Regional do Trabalho. Aqui é admissível a interposição de recurso ordinário.

Quanto ao foro para a apresentação da incompetência territorial, o entendimento doutrinário é no sentido de que deve ser apresentado naquele onde fora ajuizada ação, não aplicando-se portanto o art. 340 do CPC/2015.

Encerradas as considerações acerca das exceções, a seguir trataremos da contestação, ou seja, da defesa de mérito.

Outra forma de resposta e, talvez, a forma de resposta do reclamado que melhor exprime o sentido de defesa. Pela contestação o reclamado apresenta defesa contra o mérito da ação que lhe foi proposta, exceto quanto a incompetência, suspeição e impedimento, as quais devem ser suscitadas por meio de exceção conforme já visto.

A contestação é a defesa do réu que impugna a pretensão do autor do processo.

Sobre esta modalidade de resposta, afirmam Saraiva e Linhares (2017, p. 310):

A contestação, sem dúvidas, é a espécie principal de defesa do réu. Podemos conceituar a contestação, também chamada de “peça de resistência” ou “peça de bloqueio”, como uma das modalidades de resposta do réu, pela qual o réu exerce o seu direito constitucionalmente assegurado de defesa, insurgindo-se contra a pretensão deduzida pelo autor na petição inicial.

No momento da contestação o réu deve alegar a matéria de fato e de direito que julgar pertinente. Por ocasião do princípio da eventualidade, toda matéria que puder ser trazida à baila deverá ser arguida nesta oportunidade. Ocorre, portanto, se for o caso de o magistrado não entender ser possível acolher uma das matérias alegadas pelo reclamado em sede de contestação, passará imediatamente a verificar a admissibilidade da próxima matéria.

Cabe ainda ressaltar o dever de impugnar especificadamente cada ponto suscitado pelo autor da ação, sejam fatos ou matéria de direito, sob pena de restarem incontroversos os fatos apresentados pelo autor e de revelia quanto à matéria de direito.

No bojo de uma boa contestação devem estar presentes duas formas de defesa, a primeira meramente processual são as preliminares e a segunda, que enfrenta os pedidos e as pretensões do reclamante, a defesa de mérito.

Preliminares antecedem o enfrentamento do mérito da ação. Buscam, via de regra, impedir que o magistrado passe a analisar o mérito. São questões levantadas de ordem processual que inviabilizam o prosseguimento do feito.

Por razão do art. 769 da CLT autorizar a aplicação subsidiária do CPC vigente às lacunas da legislação obreira, utiliza-se como fonte das preliminares de contestação o art. 337 do CPC/15. Assim, são preliminares: a) inexistência ou nulidade de citação (art. 239 do CPC e art. 841 da CLT); b) incompetência absoluta e relativa; c) incorreção do valor da causa; d) inépcia da petição inicial (art. 330, I, e §1º do CPC); e) perempção; f) litispendência (§3º do art. 337 do CPC); g) coisa julgada (§4º do art. 337 do CPC e art. 836 da CLT); h) conexão (art. 56 do CPC); i) continência (art. 56 do CPC); j) incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização (arts. 70 e 76 do CPC); k) convenção de arbitragem; l) ausência de legitimidade ou de interesse processual; m) falta de caução ou de benefício de gratuidade de justiça.

Conforme já referido, dentre as preliminares, não se aplica a de incompetência absoluta ou relativa, pois a primeira é tratada no art. 795, §1º da CLT e a segunda no art. 800 da CLT. Portanto, afastada a aplicação subsidiária do CPC ao processo trabalhista, pois não existe lacuna na legislação obreira.

Findada a análise das preliminares processuais, passa-se à análise das preliminares de mérito. Embora muitas vezes não se fala neste nome, preliminarmente à análise do mérito propriamente dito, poderia se analisar elementos prejudiciais do próprio mérito, como a prescrição, a decadência e a compensação.

Por fim, superadas todas as preliminares, será contraposto o mérito da demanda. Neste momento, tem o reclamado, a oportunidade de rejeitar todas as matérias de fato e de direito levantadas pelo reclamante em sua peça inicial.

Sobre o tema possível de análise fala Martins (2017, p. 424): “A defesa poderá abranger apenas matéria de fato (horas extras, negativa de vínculo de emprego) ou de direito, mas também matéria de fato e de direito ao mesmo tempo”.

Não sendo possível a utilização de mera negativa geral como defesa, por ocasião do art. 341 do CPC, necessário é, portanto, a impugnação especificada, como já dito.

Dessa forma, pode o reclamado em sede de contestação: negar os fatos descritos na peça prefacial, no intento de provar pelos fatos que determinada situação não correu conforme

diz o reclamante; reconhecer os fatos alegados na inicial ou parte deles e assumir as consequências; ou ainda, confirmar a existência dos fatos como narrados na inicial, porém negando as consequências deles oriundas.

Em sede de contestação, pode o reclamado apresentar fatos modificativos, extintivos ou impeditivos do direito do reclamante.

Fatos modificativos, como o nome já diz, são aqueles que indicam que os pedidos e direitos suscitados pelo autor não condizem com a realidade. Como exemplo, cita Martins (2017, p. 425) “[...] o autor pede o pagamento das verbas rescisórias. Vem a empresa em juízo opondo o fato modificativo: de que as comissões foram ajustadas para ser pagas a prazo”.

Por sua vez, os fatos impeditivos do direito do reclamante acabam por fulminar as pretensões contidas na peça vestibular. A título de exemplo, o empregado diz ter direito a indenização por acidente de trabalho, contudo, mesmo advertido diversas vezes não utilizou os equipamentos de segurança individual oferecidos pela empresa, enquanto realizava trabalho externo, longe de supervisão.

Por fim, aqueles fatos extintivos do direito e do pedido do reclamante, são aqueles que põe fim à pretensão do autor. Como exemplo, pode-se citar verbas de natureza salarial que já foram devidamente quitadas.

É devido relembrar que compete ao reclamado o dever de impugnar absolutamente todos os pontos levantados pelo reclamante na inicial. Tanto os fatos quanto os fundamentos jurídicos dos pedidos. Em outras palavras, o reclamado tem a oportunidade de, na contestação questionar tudo, inclusive termos postos na inicial, acerca do contrato de trabalho, bem como tem a chance de trazer novos fatos que modifiquem, extingam ou impeçam que o autor alcance seus objetivos. Pode ainda trazer fundamentos jurídicos que contraponham aqueles postos pelo reclamante. Contudo, não pode o reclamado arguir novos fatos ou fundamentos jurídicos após o oferecimento da contestação, mais uma vez em razão do princípio da concentração dos atos, da oportunidade e do ônus da impugnação especificada. Reitera-se que caso não sejam impugnados pontualmente todos os fatos e fundamentos arguidos pelo reclamante, aqueles que não forem enfrentados serão presumidos como verdadeiros.

Apresentadas as razões pelas quais o reclamado entende que não devem ser acolhidas as pretensões do reclamante, ele deverá passar a indicar as provas que pretende produzir em audiência, como mera praxe oriunda do processo civil, pois no processo do trabalho impera o princípio da concentração dos atos em audiência, por isso a produção de provas dar-se-á principalmente em audiência e na contestação, que será entregue até a audiência.

Por fim, pode-se acrescentar que uma vez apresentada a contestação, somente se admitirão novas alegações se: forem referentes a fatos e direitos supervenientes à contestação; se for o caso de estar configurada qualquer hipótese em que o magistrado deva agir e conhecer situação de ofício (exemplo: prescrição ou decadência); ou por expressa autorização legal, for possível questionar algo em qualquer tempo e grau de jurisdição (exemplo: incompetência absoluta da Justiça do Trabalho).

Por fim, a última forma possível de resposta do reclamado, já consagrada no processo civil, é a reconvenção, a qual tem natureza jurídica de incidente processual. No entanto, há uma cizânia acerca do cabimento da reconvenção nos processos trabalhistas.

Sobre essa temática diz Martins (2017, p. 427):

Penso ser plenamente cabível a reconvenção no processo do trabalho, pois há omissão da CLT, sendo o caso de se utilizar das disposições do CPC. A CLT não veda o instituto da reconvenção nem ao menos regula o assunto, não sendo aquela incompatível com os princípios do processo do trabalho. Ao contrário, com a reconvenção há andamento mais célere do processo, economia processual e brevidade na solução do litígio, evitando a dualidade de ações conexas e provas repetidas, se as ações tivessem sido propostas em separado, inclusive com o apensamento de reclamações diversas.

Como fundamentos, aqueles que se negavam a reconhecer a reconvenção como uma forma possível de resposta do reclamado no processo trabalhista se utilizavam de três principais linhas de pensamento: a omissão do texto celetista era proposital, pois se o legislador quisesse que a reconvenção fosse cabível no processo do trabalho a teria incluído expressamente; que o art. 767 da CLT elencava somente a compensação e a retenção, mas nada dispunha sobre reconvenção, portanto seria inaplicável às lides trabalhistas; e por fim haviam aqueles que consideravam o salário uma verba de caráter alimentar e a disposição do CPC de 1939, o qual impedia a reconvenção em processos que pleiteassem alimentos, seria portanto, incabível a reconvenção no processo do trabalho.

Teixeira Filho (2017, p. 93) defende que a reconvenção é uma ação do réu em face do autor. Assim, edifica:

A reconvenção constitui ação do réu em face do autor, no mesmo processo. A resposta reconvencional foi admitida no processo do trabalho por obra da jurisprudência. Agora, o art. 791-A, §5º, da CLT, a ela se refere, de maneira expressa. Não vai, no entanto, além disso; logo, toda a disciplina da reconvenção deve ser tomada por empréstimo ao processo civil (CLT, art. 769), que a estabelece no art. 343.

Com a utilização dessa forma de respostas, o até então reclamado passa se chamar reconvinte e o reclamante reconvindo. Há uma inversão nos polos da ação. Tem a reconvenção natureza jurídica de incidente processual, tratando-se de ação e não de defesa propriamente dita.

É devido esclarecer que diverge a reconvenção da compensação, que pode ser alegada em sede de preliminar de contestação. Reconvenção é uma nova ação e é regulada pelo direito processual. Já a compensação é uma forma de extinção de obrigações trabalhistas regulada pelo direito material do trabalho.

São pressupostos mínimos para a propositura da reconvenção: a competência da Justiça do Trabalho em razão da matéria, capacidade das partes, interesse de agir, legitimidade das partes e possibilidade jurídica do pedido. Não pode, para ser cabível a reconvenção, ser incompetente a justiça obreira para sua apreciação, nem ser a matéria, que se pretende alegar em reconvenção, possível de ser alegada em contestação.

Necessário é observar que deve haver processo pendente em primeiro grau de jurisdição para que se possa propor reconvenção, ou seja, ela será oferecida juntamente com a contestação. Não mais é necessário que sejam peças distintas em razão do disposto no art. 343 do CPC atual, o qual diz é licito ao réu promover a reconvenção na contestação.

Para que se admita a reconvenção devem as partes ser as mesmas do processo original, ou seja, a reconvenção só é admitida em face do autor da ação. Pode, contudo, ser oferecida em face de terceiro interessado, mas desde que em conjunto com o autor, ou ainda ser oferecida em litisconsórcio com terceiro em face do autor da ação principal, conforme

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