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As alterações possíveis ao atingir a maioridade:

No documento CARLOS VICTOR ALVES TRAMPUSCH (páginas 35-38)

III. Lei de Registros Públicos e as principais possibilidades de alteração do

3.3. As alterações possíveis ao atingir a maioridade:

O artigo 56

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da Lei dos Registros Públicos permite ao interessado, no primeiro

ano após ter atingido a maioridade civil, pessoalmente, ou por procurador através de

processo judicial, alterar/modificar o seu próprio nome, desde que não prejudique os

apelidos de família. Após referido prazo qualquer alteração de nome somente poderá

56 Jurisprudências disponíveis em https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/. Acesso em

18/08/2017.

57 Referido artigo da Lei Supracitada dispõe que O interessado, no primeiro ano após ter atingido a

maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6015compilada.htm. Acesso em 15/08/2017.

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ser executada judicialmente, nos termos do artigo 57

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, quais sejam, por exceção e

motivadamente.

Veja uma decisão oriunda do Superior Tribunal de Justiça e demais Tribunais

Estaduais logo abaixo:

‘DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. REGISTROS PÚBLICOS. RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. NACIONALIDADE PORTUGUESA. NOVO PEDIDO. RETORNO AO STATU QUO ANTE. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE JUSTO MOTIVO. VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 54; 56 E 57 DA LEI 6.015/73. 1. Ação de retificação de registro civil, ajuizada em 04.12.2008. Recurso especial concluso ao Gabinete em 24.06.2013. 2. Discussão relativa à possibilidade de alteração de registro civil de nascimento para restabelecimento no nome original das partes, já alterado por meio de outra ação judicial de retificação. 3. A regra geral, no direito brasileiro, é a da imutabilidade ou

definitividade do nome civil, mas são admitidas exceções. Nesse sentido, a Lei de Registros Publicos prevê, (i) no art. 56, a alteração do prenome, pelo interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, desde que não haja prejuízo aos apelidos de família e (ii) no art. 57, a alteração do nome, excepcional e motivadamente, mediante apreciação judicial, e após oitiva do MP. 4. O respeito aos apelidos de família e a preservação da segurança jurídica são sempre considerados antes de se deferir qualquer pedido de alteração de nome. 5. O registro público é de extrema importância para as relações sociais. Aliás, o que motiva a existência de registros públicos é exatamente a necessidade de conferir aos terceiros a segurança jurídica quanto às relações neles refletidas. 6. Uma vez que foram os próprios recorrentes, na

ação anterior, que pediram a alteração de seus nomes, com o objetivo de obter a nacionalidade portuguesa e tiveram seu pedido atendido na integralidade, não podem, agora, simplesmente pretender o restabelecimento do statu quo ante, alegando que houve equívoco no pedido e que os custos de alteração de todos os seus documentos são muito elevados. 7. Ainda que a ação de retificação de registro civil se trate de um procedimento de jurisdição voluntária, em que não há lide, partes e formação da coisa julgada material, permitir sucessivas alterações nos registros públicos, de acordo com a conveniência das partes implica grave insegurança. 8. Se naquele primeiro momento, a alteração do nome dos recorrentes - leia-se: a supressão da partícula "DE" e inclusão da partícula "DOS" - não representou qualquer ameaça ou mácula aos seus direitos de personalidade, ou prejuízo à sua individualidade e autodeterminação, tanto que o requereram expressamente, agora, também não se vislumbra esse risco. 9. Recurso especial desprovido.

(STJ - REsp: 1412260 SP 2013/0142696-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 15/05/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/05/2014)

APELAÇÃO CÍVEL. REGISTRO CIVIL. ALTERAÇÃO DO NOME. DESCABIMENTO. APLICABILIDADE DOS ARTS. 56 E 57 DA LEI N.º 6.015/73. Tratando-se de direito personalíssimo, a alteração do nome da

pessoa somente é possível no primeiro ano após ter o interessado atingido a maioridade civil, e desde que se trate de situação excepcional

58 Referido artigo da Lei Supracitada dispõe que A alteração posterior de nome, somente por exceção

e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa,

ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei. Disponível em

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e devidamente motivada, consoante arts. 56 e 57 da Lei de Registros Publicos, hipóteses que não se verificam no caso em tela. APELAÇÃO

DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70058468331, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 22/05/2014) (TJ-RS - AC: 70058468331 RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Data de Julgamento: 22/05/2014, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 28/05/2014)

APELAÇÃO CIVEL. REGISTRO CIVIL. ALTERAÇÃO DE PRENOME. INEXISTENCIA DE MOTIVAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. 1 - A regra é de inalterabilidade do nome civil estabelecido por ocasião do nascimento, ou seja, o mesmo reveste-se de definitividade, sendo excepcional sua

modificação nas hipóteses expressamente previstas em lei ou reconhecidas como excepcionais por decisão judicial, exigindo-se, para tanto, justo motivo e ausência de prejuízo a terceiros. 2 - Considerando

que o pedido da requerente é fundamentado apenas na alegação de que seu prenome deveria constar no Registro Civil como JUSSYARA e não JUSCIARA e que não existem nos autos quaisquer provas sobre situações vexatórias que a Apelada tenha vivenciado, bem como não há provas sobre situações de fato identificadas com as exceções legais, não vislumbro motivo para mudança do nome constante na Certidão de Nascimento da recorrente, nem vislumbro prejuízo na manutenção do mesmo. 3 - Ademais, somente a

título de informação, a já referida Lei de Registros Publicos admite em seu art. 56, que o interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa. 4 – Recurso improvido. (TJ-PI - AC: 00001606820108180108 PI 201000010077142, Relator: Des. Hilo de Almeida Sousa, Data de Julgamento: 03/07/2013, 3ª Câmara Especializada Cível, Data de Publicação: 07/08/2013)

APELAÇÃO. ALTERAÇÃO DO NOME. INCLUSÃO DO SOBRENOME DO AVÔ PATERNO. POSSIBILIDADE. 1. Conforme prescreve o artigo 56 da Lei de Registros Publicos, a parte interessada, no primeiro ano após ter

atingido a maioridade civil, poderá, pessoalmente ou por procurador, alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos da família. 2. Superado esse prazo decadencial de um (01) ano, somente será possível a alteração do nome em hipótese excepcional e devidamente motivada.

3. A doutrina e a jurisprudência admitem a ação de alteração de nome para inclusão de sobrenome familiar. Precedentes. 4. Procedência do pedido para alterar no registro competente o nome do demandante, tendo em vista a comprovação de que o sobrenome acrescido é do avô paterno, além de inexistir qualquer prejuízo a terceiros e aos apelidos da família. 5. Recurso provido. (TJ-RJ - APL: 00325193620088190004 RIO DE JANEIRO SAO GONCALO 2 VARA DE FAMILIA, Relator: JOSE CARLOS PAES, Data de Julgamento: 21/10/2010, DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 26/10/2010)’59

Portanto, resta demonstrado a possibilidade de alteração do nome, desde que

observado algumas regras, por um ano, a partir da maioridade civil e penal do

indivíduo, que poderá pleitear via administrativa no cartório de registro civil ou

mediante o poder judiciário.

59 Jurisprudências disponíveis em https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/. Acesso em

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3.4.

Substituição e alteração do prenome por exposição ao ridículo devido

No documento CARLOS VICTOR ALVES TRAMPUSCH (páginas 35-38)

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