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5 O INTERACIONISMO SOCIODISCURSIVO COMO BASE TEÓRICO METODOLÓGICA PARA A PESQUISA DO AGIR PROFESSORAL

5.1 As bases do Interacionismo Sociodiscursivo

O percurso do ISD reproduz, de certa forma, a trajetória acadêmica de um de seus maiores representantes, Jean-Paul Bronckart. A sua formação teórica iniciou-se com os estudos na Psicologia de base piagetiana, para depois firmar-se como contrária a essa orientação mais biologizante da Psicologia, aderindo aos postulados vygotskyanos. Seguiu-se a essa formação inicial a aproximação com a Linguística. Em decorrência do envolvimento em cursos para formadores e professores da escola primária de Genebra, formou-se em Ciências da Educação e, a partir daí, passou a se interessar mais por questões relacionadas às condições de adaptação dos modelos teóricos e dos resultados das pesquisas empíricas à realidade das salas de aula e do trabalho do professor (problema esse que depois foi chamado de transposição didática).

Os aportes teórico-metodológicos do ISD já foram criticados por se utilizarem de procedimentos de análise que se restringem ao texto. Esta metodologia, segundo a vertente enunciativa bakhtiniana, estaria se revestindo dos critérios analíticos utilizados pela Linguística Textual tão em voga na década de 1980 e desconsiderando parcialmente os aspectos socioideológicos constitutivos da enunciação. De fato, no início de sua formulação, o ISD deixou de lado a multiplicidade semiótica constitutiva dos textos. Temas como a multimodalidade semiótica não chegaram a ser discutidos nos primeiros anos do ISD.

Realizando um estudo sobre o projeto teórico-metodológico do ISD, chegamos à conclusão de que esta teoria não deve ser reduzida a questões meramente formais. A análise das atividades de linguagem, nesta perspectiva, não ser apoia em

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Sequência didática, segundo os autores, “é um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual, oral ou escrito” (2004, p.82). Esse procedimento foi criado para auxiliar o aluno a dominar melhor um gênero de texto, permitindo-o adequar a fala ou a escrita à situação.

critérios estritamente formais. No início das pesquisas desenvolvidas sob essa orientação, os textos eram prioritariamente tomados como unidade de análise, atualmente, verifica-se um desaparecimento do termo “texto”, dando lugar à ação.

Os textos são definidos como os correspondentes empíricos e linguísticos das atividades de linguagem de um grupo, ao mesmo tempo em que podem ser vistos também como correspondentes de uma ação de linguagem. Podemos fazer uma relação com Ricoeur, ao afirmar que, como textos, toda ação humana é fundamentalmente social: “não apenas porque é (geralmente) obra de vários agentes, de modo que o papel de cada um não pode ser distinguido do papel dos outros, mas também porque nossos atos nos escapam e têm efeitos a que não visamos” (RICOEUR, 1986, p.193).

Atualmente, Bronckart já aponta uma nova fase do projeto do ISD que visa aperfeiçoar o modelo teórico original e rediscutir a questão das condições e das características da atividade de linguagem, no quadro do problema do desenvolvimento humano.

Verificamos que o ISD pode funcionar como um quadro metodológico produtivo e significativo para pesquisas na área de formação de professores e ensino aprendizagem de línguas (língua francesa, em nosso caso).

Bronckart utilizou as propostas técnicas e teóricas de sua obra

Fonctionnement des discours (Funcionamento dos discursos) para aprofundar a análise

das características linguísticas e paralinguísticas dos textos. Em Bronckart (1996), temos a apresentação de um novo quadro teórico, mais completo, tratando das condições de produção dos textos, da problemática da sua classificação e das operações que estão presentes no seu funcionamento.

Este livro sucede Fonctionnement des discours, publicado em 1985 na coleção Atualidades pedagógicas e psicológicas, do mesmo editor. Esta obra coletiva apresentava um método de análise e diversas técnicas de tratamento de dados, sobre as quais eram propostas uma classificação dos tipos de textos do Francês contemporâneo e uma descrição de suas características linguísticas específicas116. (ibid., p.06, tradução nossa)

Temos no ISD a utilização das pesquisas de Vygotsky, no que diz respeito às práticas sociais como meio de desenvolvimento da linguagem, os trabalhos de Jürgen Habermas, ao ressaltar a importância de se considerar o agir comunicativo nos estudos

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Ce livre fait suite au Fonctionnement des discours, publié en 1985 dans la collection Actualités pédagogiques et psychologiques, chez le même éditeur. Cet ouvrage collectif présentait une méthode d’analyse et diverses techniques de traitement des données, sur la base desquelles étaient proposés un classement des types de textes du français contemporain et une description de leurs caractéristiques linguistiques spécifiques.

de comportamento social, e a contribuição de Bakhtin ao expor a necessidade de uma abordagem marxista da filosofia da linguagem, considerando praticamente todos os domínios das ciências humanas, como, por exemplo, a psicologia cognitiva, a etnologia, a pedagogia das línguas, a comunicação, a estilística etc. Julgamos importante fazer um rápido estudo sobre estes três estudiosos para que haja uma compreensão mais aprofundada sobre as propostas do ISD.

Vygotsky desenvolveu suas pesquisas sob uma perspectiva histórico- cultural em psicologia e em ciências da educação. Durante décadas, os trabalhos de Vygotsky permaneceram quase que apagados em virtude do Decreto da Pedologia, que trouxe a destruição de uma grande parte dos resultados das atividades intelectuais tão ricas e criativas dos anos 20 desenvolvidas nas regiões sob influência soviética. A obra de Vygotsky é colocada no índex, seus artigos são minuciosamente cortados das revistas e das obras nas bibliotecas públicas. Só em 1956 é que Leontiev e Luria reeditam Pensamento e Linguagem, que será traduzido para o inglês em 1962. A partir dos anos 70, a recepção de Vygotsky como fundador da escola histórico-cultural em psicologia encontrar-se-á em plena emergência no mundo ocidental.

O princípio básico do interacionismo defendido por Vygotsky se mantém no ISD, quando Bronckart apresenta os eixos norteadores do interacionismo social:

[...] O problema da construção do pensamento consciente humano deve ser tratado paralelamente ao da construção do mundo dos fatos sociais e das obras culturais, sendo os processos de socialização e os processos de individuação (ou de formação das pessoas individuais) duas vertentes indissociáveis do mesmo desenvolvimento humano (BRONCKART, 2006, p.9).

Outro importante ponto de sustentação do interacionismo social, que se identifica com os pressupostos vygotskyanos e no qual se apoia o ISD, é defendido por Volochinov, e, segundo Bronckart, fundamenta-se em três princípios centrais: toda produção ideológica é de natureza semiótica, os signos ideias não são provenientes da atividade de uma consciência individual, e sim produto da interação social e, por último, todo discurso interior, pensamento ou consciência apresenta um caráter social, semiótico e dialógico.

Vygotsky distingue dois grupos de métodos utilizados para análise das interações sociais: o método direto e o indireto. O primeiro dominou a psicologia de sua época e, principalmente, a psicologia do homem normal e o behaviorismo. O segundo método é discutido por Vygotsky, de um lado, a partir das ciências da natureza e, de outro, das ciências históricas.

O método direto recobre todos os procedimentos que afirmam que só é possível estudar o que nos é dado pela experiência imediata. Esse método pode ser desenvolvido por meio de observações externas, como é o caso para o behaviorismo, ou sob a forma de observações internas, utilizando o método da introspecção atestável na psicologia do homem normal.

Fazendo uma relação com a nossa coleta de dados, o método direto foi utilizado para se estudar a prática do estagiário durante as aulas ministradas, sendo observado apenas o que foi registrado em áudio e vídeo, não podendo, desta forma, ter acesso ao que pensava o professor estagiário durante sua própria prática. Ao utilizar o método da autoconfrontação, servimos-nos do método direto, haja vista a necessidade de acesso ao consciente do estagiário. O método indireto se revela, então, de suma importância para o estudo daquilo que não é visto durante as gravações.

Assim como Vygotsky, não excluímos o método direto para um estudo psicológico. Porém, não nos limitamos a ele, uma vez que nos voltamos para o psíquico. Vygotsky tentava defender o conceito de consciência contra o behaviorismo, distinguindo-se ao mesmo tempo da psicologia introspectiva. A própria noção de representações sociais que utilizamos, baseados em Moscovici, traz a importância de se estudar a consciência dos sujeitos em vez de se limitar ao estudo do que é observável.

Tanto para Bronckart quanto para Vygotsky, a psicologia deve sair dela mesma, ou mais precisamente, rejeitar os postulados epistemológicos e as restrições metodológicas do positivismo que a fundou, para tratar das ações humanas em suas dimensões sociais e discursivas constitutivas. Tal é o projeto do ISD.

Seguindo o estudo das principais contribuições para a formulação do ISD, passamos agora a fazer um breve estudo sobre as pesquisas de Habermas no que diz respeito ao agir comunicativo.

Segundo Bronckart, “na espécie humana, a cooperação dos indivíduos na atividade é regulada e mediatizada por verdadeiras interações verbais e a atividade se caracteriza pela dimensão que Habermas denomina de agir comunicacional117(idem.,

p.31, tradução nossa).

Habermas, em sua obra “Conciência moral e agir comunicativo (2013)”, traz a importância dos estudos da filosofia pragmatista e da filosofia hermenêutica como contraponto das pretensões de fundamentação e autofundamentação do pensamento filosófico a nível mais profundo do que os críticos que se colocam na linhagem de Kant

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Dans l’espèce, la coopération des individus dans l’activité est régulée et médiatisée par de véritables

interactions verbales et l’activité se caractérise donc par cette dimension qu’Habermas a qualifiée de’agir comunicationnel.

e de Hegel. Tanto a pragmática quanto a hermenêutica abandonam o horizonte no qual se move a filosofia da consciência com seu modelo do conhecimento baseado na percepção e na representação de objetos. No lugar do sujeito solitário, que se volta para objetos e que, na reflexão, se toma a si mesmo por objeto, entra não somente a ideia de um conhecimento linguisticamente mediatizado e relacionado com o agir, mas também o nexo da prática e da comunicação quotidianas, no qual estão inseridas as operações cognitivas que têm desde a origem um caráter intersubjetivo e ao mesmo tempo cooperativo. Segundo Bronckart (2008, p. 124),

As formas de ação, assim como os outros produtos das transações, não podem ser consideradas como sendo, de início, produções sui generis do pensamento ou da consciência dos actantes individuais. Ao contrário, devem ser consideradas como produtos de mecanismos interativos complexos, dos quais esses actantes participam, mas que só podem se desenvolver no quadro mais ou menos coercitivo das atividades e dos pré-construídos coletivos, que sempre são historicamente preexistentes.

As representações coletivas serviriam de referências aos actantes durante a ação. Estas representações poderiam ser comparadas aos modelos disponíveis no

habitus, às regularidades enunciativas que compõem a formação discursiva ou aos

quadros de Goffmam.

De acordo com o que foi visto no parágrafo acima, podemos fazer uma relação com as propostas de Vygosty em estudar o sujeito tomando por base sua relação com o mundo que o cerca. Para Vygotsky, a psicologia ainda não tinha desenvolvido sua metodologia de procedimentos e se baseava, muito frequentemente, em métodos diretos.

Bronckart recorre à teoria do agir comunicativo defendida por Habermas, segundo a qual qualquer atividade coletiva exibe, no seu desenvolvimento, pretensões à validade em relação ao mundo. Essa atividade constitui sempre um objeto de avaliação e está atrelada aos critérios de validação do grupo, que se apoia em pretensões relacionadas a três ordens de conhecimento: pretensão à verdade, quando se trata do mundo objetivo; pretensão à adequação às normas, se estiver relacionado ao mundo social, e pretensão à veracidade, quando se referir ao mundo subjetivo.

O agir comunicativo constitui-se, então, como um instrumento pelo qual as ações de linguagem são atribuídas a um sujeito (agente) e se materializam na entidade empírica, o texto. O movimento que parte de uma ação de linguagem a um texto empírico concreto é um produto da dialética que se instaura entre representações sobre os contextos de ação e representações relativas às línguas e aos gêneros de texto. Com o exposto até aqui, podemos perceber a importância de se considerar as representações

sociais de Moscovici como uma espécie de guia para a compreensão da configuração dos três mundos que, segundo Habermas, são configurados pelas representações:

1. O mundo objetivo, referente aos parâmetros do ambiente;

2. O mundo social, referente à organização da tarefa regulada por normas; 3. O mundo subjetivo, referente aos conhecimentos acumulados na caracterização do individual.

As atividades de linguagem, portanto, configuram as representações sobre esses três mundos, tais como um agente as interiorizou. Habermas possui essa visão de linguagem como atividade, reforçando sua dimensão comunicativa. Para ele, essa atividade é um mecanismo por meio do qual os membros de um grupo constroem um acordo sobre o que é o mundo em que estão mergulhados e, em particular, sobre o que são os contextos do agir e sobre as propriedades das atividades coletivas e de seu desenvolvimento.

Temos, assim, uma concepção de linguagem como processo ativo e criativo, que não é apenas produto dos objetos de sentido, mas que também se (re)produz a si mesma permanentemente.

Ao produzir um texto, esse agente mobiliza as representações dos organismos humanos e estas passam a ser produtos de representações individuais e coletivas, criando o distanciamento com o meio, tornando, assim, possível a autonomização da produção semiótica. Segundo Bronckart (2008, p. 22),

Qualquer atividade se desenvolve em um mundo físico sobre o qual é necessário termos um conhecimento adequado, e são esses conhecimentos sobre o universo material, tais como são construídos na sócio-história humana, os elementos constitutivos do mundo objetivo. Qualquer atividade também se desenvolve no quadro de regras, convenções e sistemas de valores construídos por um grupo particular, incidindo principalmente sobre as condições de organização das tarefas e sobre as formas de cooperação entre os membros nelas implicados. Os conhecimentos coletivos acumulados em relação a essas regras, convenções e valores são os elementos constitutivos do mundo social. Por fim, qualquer atividade mobiliza pessoas, dotadas de uma economia psíquica e de características que, apesar de serem “privadas” (pois estão inscritas em um organismo, segundo determinadas modalidades de organização sempre singulares), foram também objeto de processos “públicos” de conhecimento. São os produtos desses processos que constituem o mundo subjetivo.

Embora a teoria do agir comunicativo seja fundamental para os propósitos do ISD, ela se mostra insuficiente no que diz respeito ao plano linguístico. Tendo em vista essa insuficiência, o ISD formula um conjunto de proposições que, embora sejam inteiramente compatíveis com a orientação geral da teoria de Habermas, são uma tentativa de complementá-la e ampliá-la.

Unindo as teses de Wittgenstein e de Saussure, segundo as quais as construções semióticas são fundadoras do conjunto dos processos cognitivos, sustenta- se no ISD a ideia de que é na prática dos signos organizados em textos que se constroem e se transformam os mundos representados.

Habermas dá importância à reflexão do sujeito sobre sua própria ação118, prática que nos permite constituir uma prática comunicativa que é orientada para atingir, sustentar e renovar o consenso. Vygotsky, em Pensamento e Linguagem, discute a formação de uma consciência reflexiva que nos permita entrar numa nova relação de controle sobre nossas operações mentais, que são, por sua vez, a internalização de nossas interações com os outros.

Para Bronckart, o empreendimento de uma ação de linguagem implica a mobilização de um vasto conjunto de conhecimentos, por parte da autoria, que se referem ao contexto físico e social de sua intervenção, ao conteúdo temático e ao seu próprio estatuto de agente (capacidade de ação, intenções). No entanto, a representação de todo conhecimento humano é construída na interação com o discurso dos outros, e, até mesmo quando é alvo de uma reorganização individual, ela continua trazendo as marcas da alteridade constitutiva.

A formação dialógica da consciência é um tema tratado por Bakhtin, com atenção voltada particularmente para a representação da consciência pelos romancistas dentro da forma do romance. Volochinov dá um interesse especial à formação interna da representação, se aproximando, assim, de Vygotsky e se distanciando um pouco de Bakhtin ao considerar os meios não-literários.

Volochinov afirma que todo enunciado se vale da história do uso da linguagem, é responsivo a enunciados anteriores e dá continuidade a essa história. Na interação com enunciados passados, cada novo enunciado assume uma posição diante dos enunciados anteriores. Como um linguista desenvolvendo uma filosofia da linguagem, Volochinov está principalmente interessado na natureza da linguagem, vista como enunciados situados e reveladores das mudanças ocorridas na sociedade.

A palavra será sempre o indicador mais sensível de todas as transformações sociais, mesmo daquelas que apenas despontam, que ainda não tomaram forma, que ainda não abriram caminho para sistemas ideológicos estruturados e bem-formados. A palavra constitui o meio no qual se produzem lentas acumulações quantitativas de mudanças que ainda não tiveram tempo de adquirir uma nova qualidade ideológica, que ainda não tiveram tempo de engendrar uma forma ideológica nova e acabada. A palavra é capaz de registrar as fases transitórias mais íntimas, mais efêmeras das mudanças sociais. (BAKHTIN E VOLOCHINOV, 2009, p. 42).

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Já expusemos a importância da prática reflexiva para a formação de professores no item em que falamos de representações.

O discurso do professor em formação (estagiário) além de indicar mudanças na sua própria representação, também revela as transformações sociais que participam dessas mudanças. Nesse sentido, a palavra reflete sutilmente as mais imperceptíveis alterações da existência social (ibid., p.47).

É nessa própria ordem que se desenvolve a evolução real da língua: as relações sociais evoluem (em função das infra-estruturas), depois a comunicação e interação verbais evoluem no quadro das relações sociais, as formas dos atos de fala evoluem em consequência da interação verbal, e o processo de evolução reflete-se, enfim, na mudança das formas da língua. (ibid., p. 129)

Nesse sentido, nossa consciência e nosso comportamento são constituídos em relação aos enunciados que nos rodeiam e aos quais respondemos na interação. A formulação de Volochinov sobre fala interior, emergindo do enunciado socialmente encaixado, foi mais longe ao situar a consciência individual dentro de um campo social dinâmico e complexo. O teórico aponta para os mecanismos linguísticos por meio dos quais necessariamente nos apoiamos nas palavras dos outros ao conversarmos e interagirmos com outras pessoas. A forte complementaridade entre os mecanismos internos da consciência socialmente formada e linguisticamente saturada (Vygotsky) e os mecanismos externos dos enunciados sociolinguísticos e formadores da consciência (Volochinov) viabiliza um ponto de encontro entre a psicologia e os estudos sociais da linguagem e da interação.

Nas próximas três seções, trazemos separadamente as camadas estudadas pelo ISD que compõem o chamado “folheado textual”. Em nossas análises, buscamos utilizar os estudos sobre vozes e modalizações, presentes no plano dos mecanismos enunciativos.