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As inovações de AP nas EMBRAPAS do Centro Oeste

No documento SIM (páginas 30-33)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 A EMBRAPA

4.3 As inovações de AP nas EMBRAPAS do Centro Oeste

Das EMBRAPAS participantes da pesquisa, todas as10 unidades da região centro- oeste, o quadro 2 apresenta a relação das unidades com as que retornaram às indagações e, dentre as que responderam, as que afirmaram possuir desenvolvimento de inovação para a agricultura de precisão.

Quadro 2: Retorno das EMBRAPAS e o desenvolvimento de inovações de AP

EMBRAPA Retorno Inovações com AP – produção

vegetal

Embrapa Agroenergia Sim Não possui

Embrapa Café Não Não respondeu

Embrapa Cerrados Não Não respondeu

Embrapa Hortaliças Não Não respondeu

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Sim Não possui

Embrapa Agropecuária Oeste Sim Não possui

Embrapa Gado de Corte Sim Não possui

Embrapa Pantanal Sim Não possui

Embrapa Agrossilvipastoril Sim Possui

Embrapa Arroz e Feijão Não Não respondeu

Fonte: elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa (2019).

Das EMBRAPAS que embora tenham respondido afirmando não terem AP, algumas teceram observações. A EMBRAPA Pantanal respondeu não trabalhar a AP em agricultura, recomendando o contato com as EMBRAPAS Oeste e Gado de Corte. A EMBRAPA Gado de Corte afirmou não ter AP voltada para a produção vegetal, do modo que a pergunta foi feita, com o conceito que se limita a esse tipo de produção, deixando a entender que possui inovações de precisão voltadas à produção animal. Já a EMBRAPA Agroenergia afirmou ser uma Unidade voltada para a pesquisa em agroenergia, ou seja, trabalha para encontrar soluções tecnológicas para conversão de matérias primas renovável em ativos biotecnológicos e que, dessa forma, fornece alternativas sustentáveis de bioprodutos e bioenergia à sociedade, não tendo como, portanto trabalhar diretamente a AP.

Diante das respostas dessas três EMBRAPAS que não possuem inovações com AP de agricultura, percebe-se que ter ou não inovações dessa natureza, também dependem da vocação de cada unidade.

Dentre as sete unidades que responderam aos questionamentos, apenas a Agrossilvipastoril afirmou ter a AP.

O MAPA, em 2012, instituiu a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), considerando que a AP como “um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial e temporal da unidade produtiva e visa ao aumento de retorno econômico, à

sustentabilidade e à minimização do efeito ao ambiente” (BERNARDI, 2014; BRASIL, 2012, p. 6).

Na EMBRAPA, a AP é considerada tão importante que, segundo Bernardi (2014), há uma a rede de AP específica: a Rede de AP da EMBRAPA, formada em 2012. Essa Rede de AP da EMBRAPA tem relevância na qualidade no processo produtivo das lavouras com relação à sustentabilidade, tendo amplitude expansionista nas diversas unidades da empresa.

Por meio da Rede, a AP na EMBRAPA é representada por três etapas importantes: (1ª) desenvolvimento gerencial, (2ª) tecnologia de informação (TI), e (3ª) agregação de valor da produção. Portanto, estas três etapas estão empenhadas para que se estabeleçam o desenvolvimento da produtividade, da qualidade e da quantidade a ser produzida e a diminuição dos preços dos produtos para competir diretamente ou indiretamente no mercado interno e externo globalizado e competitivo. Enfim, os meios tecnológicos, planejamento e gerenciamento estão fundamentados na AP (EMBRAPA, 2019).

Conforme a representante da Unidade da EMBRAPA Agrossivipastoril entrevistada, a AP na Unidade está voltada às técnicas de precisão, por meio do trabalho que tem realizado relativo a monitores de colheitas mediante a utilização das técnicas geoestatísticas pela quais se atribuirão as coletas de dados.

“técnicas geoestatísticas podem ser usadas para diferentes etapas, específicas e complementares. Estas incluem: a) descrever e modelizar quantitativamente os padrões espaciais da variação espacial (i.e.: modelagem do variograma); b) predizer valores em locais não amostrados (i.e.: interpolação por krigagem); c) dimensionar a incerteza associada a uma estimativa em locais não amostrados (i.e.: variância da krigagem); e d) auxiliar no planejamento e otimização de esquemas amostrais” (OLIVEIRA; GREGO; BRANDÃO, 2015 p. 22).

De acordo com a representante da Unidade da EMBRAPA Agrossivipastoril, a unidade fez, recentemente, parceria com um grupo de Sorriso, município de Mato Grosso, para trabalhar no desenvolvimento de “software” para identificação das plantas daninhas (são plantas indesejadas, que podem impedir no processo de produção e crescimento diretamente ou indiretamente da lavoura).

Segunda a entrevistada, o desenvolvimento do software acontecerá por meio por meio da utilização de drones na captação de imagens das lavouras principalmente na safra de milho RR, após o reconhecimento ou identificação das imagens, e, havendo uma macha na lavoura,

podem, então, ser tomadas medidas preventivas com aplicação do herbicida independente de ter ou não plantas daninhas a área a qual foi mapeado.

Em suma, a entrevista com a representante da unidade, destacou duas experiências de AP na Unidade Agrossilvipastoril: (1) o desenvolvimento de técnicas de precisão, com monitores de colheitas pela utilização de técnicas geo-estatísticas, que contribuem nas coletas de dados e (2) a recente parceria estabelecida com um grupo de Sorriso-MT, para o desenvolvimento de software para a identificação das plantas daninhas, por meio da utilização de drones na captação de imagens das lavouras, principalmente na safra de milho RR; assim, com o reconhecimento ou identificação das imagens, havendo machas na lavoura, poderão ser implementadas medidas preventivas com aplicação do herbicida independente de ter ou não plantas daninhas nas áreas mapeadas.

Além da entrevista para a pesquisa, com base na busca de artigos sobre a AP na EMBRAPA Agrossilvipastoril, verificou-se que outro pesquisador que, de acordo o seu Currículo lattes (CNPQ, 2019) não trabalha mais na EMBRAPA desde 2017 e que hoje, conforme a entrevistada, leciona em instituição de ensino superior nos Estados Unidos, desenvolveu inovações de AP na unidade. Segundo a entrevistada, este pesquisador teve importante contribuição para a AP da EMBRAPA.

O referido pesquisador atuou na área de AP com o sensoriamento remoto, tendo como ferramenta a utilização de Veículo Leve Não Tripulado (VANTS), conhecidos como drones inseridos na lavoura. O VANT permite ao produtor rural proceder avaliações por meio das imagens da evolução do cultivo, com o processo de mapeamento na identificação de erros ou falhas no plantio e, na adubação, ou seja, para acompanhar e analisar todo processo e desenvolvimento relacionado ao cultivo e ao manejo da produtividade de qualidade (MESQUITA, 2014).

Mesquita (2014, p. 21) complementa que

[...] um drone pode substituir aviões ou satélites na produção de fotos georreferenciadas de propriedades rurais e de suas lavouras, permitindo o dimensionamento das áreas de reserva legal ou de proteção permanente. Suas imagens e dados permitem ao produtor rural gerar mapas topográficos e modelos para nivelamento e drenagem, medir a altura das plantas e condições gerais da lavoura, localizar plantas daninhas, infestações de pragas e até mesmo detectar deficiências de macronutrientes, como o nitrogênio.

Segundo o ex-pesquisador da EMBRAPA,

O potencial é enorme! Recentemente, com apenas 15 minutos de vôo, fiz o mapeamento de clorofila em uma área de 120 hectares de feijão, coberta por pivô

central, na Fazenda Lagoa Vermelha, em Sorriso, aqui no Mato Grosso”, esta, segundo ele, seria atualmente uma das principais virtudes deste instrumento para a agricultura de precisão, desde que seja possível a captação de imagens NIR (infravermelhos próximos). A clorofila está linearmente relacionada com a quantidade de nitrogênio na planta, portanto posso calcular a demanda deste macronutriente para a produção de um volume determinado de grãos por hectare de uma determinada lavoura. A clorofila também é um indicador de rendimento, ou seja, me permite estabelecer a produtividade que vou obter em uma determinada área”, explica o pesquisador (MESQUITA, 2014 p. 22).

No entanto, um eventual mapeamento de clorofila é considerado, por enquanto, uma função avançada de um Vant para a agricultura brasileira, sobretudo pela existência de poucos programas (softwares) capazes de auxiliar na leitura e interpretação das imagens. “Em todo o país, o uso dos drones no campo está, em sua maioria, limitado ao que o olho humano vê”, ressalta Shiratsuchi (MESQUITA, 2014, p. 22).

O quadro 3 apresenta as experiências de inovações dirigidas à AP na EMBRAPA Agrossivipastoril.

Quadro 3: Experiências voltadas à inovação de AP na EMBRAPA Agrossilvipastoril

Experiências voltadas de AP

Especificação Fonte

1 Técnicas de precisão através de monitores de colheitas pela utilização geoestatísticas, que contribuem nas coletas de dados

Dados primários (entrevista) 2

No desenvolvimento de software para a identificação das plantas daninhas, por meio da utilização de drones na captação de imagens das lavouras, principalmente na safra de milho RR

Dados primários (entrevista) 3 Utilização de Veículo Leve Não Tripulado (VANTS) na lavoura (MESQUITA,

2014)

Fonte: elaborado pelo autor, com base nos dados primários (entrevista) e secundários (MESQUITA, 2014).

No documento SIM (páginas 30-33)

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