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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CAMPUS DE AQUIDAUANA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

JOÃO PAULO SOUZA RIBEIRO

INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA DE PRECISÃO: EMBRAPAS DA REGIÃO CENTRO-OESTE

Aquidauana - MS 2019

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JOÃO PAULO SOUZA RIBEIRO

INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA DE PRECISÃO: EMBRAPAS DA REGIÃO CENTRO-OESTE

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração Curso de Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus de Aquidauana.

Professora orientadora: Dra. Daniela Althoff Phillippi

Aquidauana - MS 2019

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JOÃO PAULO SOUZA RIBEIRO

INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL NA AGRICULTURA DE PRECISÃO: EMBRAPAS DA REGIÃO CENTRO-OESTE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do grau de Bacharel em Administração e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus de Aquidauana

_____________________________________________ Orientadora: Prof. Dra. Daniela Althoff Phillippi

Presidente – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – CPAQ

______________________________________________ Prof. Dra. Gercina Gonçalves da Silva

Membro – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – CPAQ

______________________________________________ Prof. Me. Mario Ney Rodrigues Salvador

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que sempre me ajudou e continua nas horas mais difíceis. Divido com Ele essa felicidade que sinto.

Para minha mãe Maria Aparecida, que sempre me deu apoio, ajuda e todo amor incondicional.

Aos meus irmãos Luciene e Cesar.

A todos os professores de administração que contribuíram para o meu crescimento e aprendizagem para minha formação profissional.

Em especial a minha orientadora, Daniela Althoff Philippi, que me deu todo apoio e sempre me ajudou muito.

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RESUMO

RIBEIRO, João Paulo Souza. Inovação Sustentável na Agricultura de Precisão: EMBRAPAs da Região Centro-Oeste. 2019. Trabalho de Curso. (Graduação em Administração) – Curso de Graduação em Administração – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – CPAQ, 2019.

Orientadora: Prof (a). Dra. Daniela Althoff Philippi

A Agricultura de Precisão (AP) é um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial de propriedades do solo e das plantas encontradas nas lavouras, proporcionando o aumento da efetividade econômica. O desenvolvimento sustentável (DS) é a utilização consciente dos recursos presentes sem comprometer as futuras gerações e está fundamentado no Triple Bottom Line cujas dimensões fundamentais são: social, ambiental e econômica. A AP e o DS são dicotômicos e estão relacionados a diminuir os impactos ambientais negativos. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), atua, desde 1973, em pesquisa e em tecnologias com potencial no agronegócio brasileiro. Com 49 unidades, distribuídas em todos os estados brasileiros, sendo 10 na região Centro-Oeste, onde se concentra maior número de unidades. Desta forma, a pesquisa objetivou averiguar se e como as inovações voltadas à agricultura de precisão (AP) desenvolvidas pelas EMBRAPAS do Centro-Oeste brasileiro são orientadas para desenvolvimento sustentável (DS). Adotou-se a pesquisa qualitativa com estudo de caso baseado em entrevista e, de forma complementar, artigos, matérias e documentos da EMBRAPA, seguindo com a análise qualitativa de conteúdo. Dentre as EMBRAPAS pesquisadas, a EMBRAPA Agrossilvipastoril apresentou três experiências em AP ligadas ao DS, todas aplicáveis à lavoura de grãos, proporcionando aos produtores e consumidores incrementos em qualidade, maior eficiência e eficácia e menor impacto negativo ao meio ambiente. Nas experiências percebeu-se a finalidade de facilitar o mapeamento para subsidiar processos mais precisos por meio de ferramentas como drone e

software. Para futuras pesquisas sugere-se aplicar o mesmo instrumento de coleta nas demais

EMBRAPAS do Brasil, permitindo uma visão mais abrangente de como as EMBRAPAS brasileiras têm atuado em relação à inovação de AP vinculada ao DS.

Palavras-chaves: Inovação Sustentável, Desenvolvimento Sustentável, Agricultura de Precisão.

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ABSTRACT

RIBEIRO, João Paulo Souza. Inovação Sustentável na Agricultura de Precisão: EMBRAPAs da Região Centro-Oeste. 2019. Trabalho de Curso. (Graduação em Administração) – Curso de Graduação em Administração – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – CPAQ, 2019.

Orientadora: Prof (a). Dra. Daniela Althoff Philippi

The Precision Agriculture (AP) is an agricultural management system based on the spatial variation of soil and plant properties found in crops, increasing economic effectiveness. The Sustainable Development (DS) is the conscious use of present resources without compromising future generations and is based on the Triple Bottom Line whose fundamental dimensions are: social, environmental and economic. AP and DS are dichotomous and are related to reducing negative environmental impacts. The Brazilian Agricultural Research Company (EMBRAPA), which is linked to the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply (Map), has been working since 1973 on research and technologies with potential in Brazilian agribusiness. With 49 units, distributed in all Brazilian states, of which 10 are in the Midwest region, where the largest number of units is concentrated. In this way, the research aimed to find out if and how the innovations focused on precision agriculture (AP) developed by the EMBRAPAS of the central west of Brazil are oriented towards sustainable development (DS). Qualitative research was adopted with a case study based on interviews and, in a complementary way, articles, materials and documents of EMBRAPA, followed by a qualitative content analysis. Among the EMBRAPAS surveyed, EMBRAPA Agrossilvipastoril presented three experiments in PA related to DS, all applicable to grain cultivation, providing producers and consumers with increments in quality, greater efficiency and effectiveness and less negative impact on the environment. In the experiments the purpose of facilitating the mapping to subsidize more precise processes through tools like drone and software was perceived. For future research it is suggested to apply the same collection instrument in the other EMBRAPAS of Brazil, allowing a more comprehensive view of how the Brazilian EMBRAPAS have acted in relation to the innovation of AP linked to DS.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Unidades da EMBRAPA no Brasil... 28

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - funcionalidades das EMBRAPAS da região Centro- Oeste...29 Quadro 2 - Retorno das EMBRAPAS e o desenvolvimento de inovações de

AP...30 Quadro 3 - Experiências voltadas à inovação de AP na EMBRAPA

Agrossilvipastoril...33 Quadro 4 - apresenta a síntese das relações de cada uma das experiências voltadas à inovação de AP com as dimensões do DS...35

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 1.2 OBJETIVOS... 12 1.2.1 Objetivo geral... 12 1.2.2 Objetivos específicos... 12 2 BASE CONCEITUAL... 14 2.1 INOVAÇÃO... 14 2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL... 17 2.3 INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL... 19 2.4 AGRONEGÓCIO... 21 2.5 AGRICULTURA DE PRECISÃO... 23 3 METODOLOGIA... 26 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES... 28 4.1 A EMBRAPA... 28 4.2 A EMBRAPA no Centro-Oeste... 29

4.3 As inovações de AP nas EMBRAPAS do Centro-Oeste... 30

4.4 A relação entre as inovações de AP e as dimensões fundamentais do DS... 33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 37

REFERÊNCIAS... 39

APÊNDICE... 44

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1 INTRODUÇÃO

A Inovação está inserida amplamente na construção de “novas ideias”, “algo novo” ou “novidades”, das quais podem ocorrer processos transitórios de melhoramento contínuo, seja de produtos, serviços, modelo de negócios, entre outros, pois está contextualizada ao modelo organizacional, tanto no ambiente interno como no externo. Além disso, a inovação pode permitir a participação de todos envolvidos, por meio da ação participativa imediata dos colaboradores com a inserção das ferramentas do planejamento estratégico e, em essencial dos “Stakeholders”, oportunizando às instituições a sobrevivência no mercado competitivo ou até mesmo o monopólio perante aos competidores (SIMANTOB; LIPPI, 2003; CRAINER & DEARLOVE, 2014).

Logo, a inovação é a construção de uma ideia que, colocada em prática, pode apresentar vantagens competitivas no mercado. Essas “ideias criativas” são uma das características da “inovação”, como estratégia adotada pela corporação organizacional. A relevância em inovar traz consigo a demanda e a captação dos clientes com a “agregação de valor”, mediante interesses financeiros e econômicos (SIMANTOB; LIPPI, 2003).

O desenvolvimento sustentável é a conjectura transitória social, econômica e ambiental, focalizada na preservação do meio ambiente (evitando os impactos negativos ao meio ambiente) e no processo evolutivo na qualidade vida socioeconômico, garantindo sobrevivência do planeta e da geração futuras um conceito relativamente sustentável (SEIFFERT, 2011; ROBLES JR; BONELLI, 2012).

Em vista disso, o desenvolvimento sustentável é aquele que melhora a qualidade da vida dos seres humanos no ambiente em que vivem e que, ao mesmo tempo, respeita a capacidade produtiva do ecossistema sob as quais compartilhamos e vivemos o mesmo ambiente (MIKHAILOVA, 2004).

A inovação sustentável é uma sintonia entre elementos indispensáveis que buscam desenvolver ideias de progresso, tanto para as organizações como ao meio ambiente, social, político e econômico, de forma conjunta. De acordo com Barbieri (2007), a organização inovadora sustentável não é aquela que vai introduzir novidades de qualquer tipo, mas aquela novidade que está sempre relacionada às dimensões da sustentabilidade. Não obstante, para que a inovação sustentável venha ocorrer nas instituições, é necessário observar o ciclo de vida dos produtos e dos serviços desde a sua entrada (input) e saída (output) durante todo o processo produtivo.

A inovação no setor do agronegócio é cada vez mais estimulada, em virtude das modificações constantes do setor que exigem aumento de produtividade e competitividade,

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além do atendimento às exigências do consumidor (SANTOS; ARAÚJO, 2017). Além da inovação, a sustentabilidade, é defendida por Assad, Martins e Pinto (2016), como importante para o agronegócio.

O agronegócio envolve todas as etapas do sistema da agricultura “antes da porteira”, “durante a porteira” e “pós-porteira” relativamente é estimulo da modernização dos recursos para o processo agrícola (GREZIANO NETO, 1985; ANDRADE, 2014; SENAR, 2015).

O agronegócio é um conjunto de elementos interligados que compreende todos os agentes envolvidos com a produção, processamento e distribuição de um produto. Ele abrange etapas sistematizadas que incluem o mercado de matérias-primas agrícolas, o processo de produtividade agrícola, as operações de estocagem, o processamento, o atacado e o varejo, marcando um fluxo que vai desde os insumos até o consumidor final (DAVIS; GOLDBERG, 1957).

No que tange à importância do agronegócio brasileiro em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e às exportações, o processo da modernização da agricultura configura-se como uns dos fatores preponderantes para alavancagem do agronegócio. Ou seja, há uma dependência de interação comercial em um amplo mercado globalizado, baseado nas etapas sistêmicas (antes da porteira, durante e pós) que, portanto, trazem consigo o conceito de modernidade tecnológica para o desenvolvimento agrícola (ANDRADE, 2014).

No que se refere ao PIB, de acordo com o levantamento de dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), em 2017, o PIB brasileiro teve aumento de cerca de 7,6% em comparação a 2016 com envolvimento contributivo do agronegócio. Além disso, o setor agrícola é que foi propulsor para o PIB-volume, visto que cresceu cerca de 9,2% em 2017 em relação a 2016 (CEPEA, 2017; CEPEA, 2018).

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2009), a Agricultura de Precisão (AP) analisa um conjunto de procedimentos metodológicos e o modelo de técnicas, na qual, visa aperfeiçoar o manuseio de cultivos e aproveitamento das matérias-primas agrícolas, proporcionando o aumento da efetividade econômica. Sendo assim, com utilização das ferramentas de AP permitem, de forma lógica, o uso de adubagem e produtos no combate as pragas para garantir a diminuição dos impactos nos ecossistemas decorrentes das atividades na agricultura.

A AP também significa o engajamento no conceito de sustentabilidade, pela qual busca minimizar os impactos ambientais e os desperdícios, maximizando os ganhos na produção agrícola e na geração de receitas de forma mais sustentável. A finalidade da AP é

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facilitar para os produtores na compra e na análise dos dados coletados, com objetivo de aperfeiçoar os manejos feitos nas propriedades rurais (MENDES, 2018).

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) surgiu em 26 de abril de 1973 e está vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Desde o seu surgimento, a EMBRAPA teve como desafio desenvolver uma parceria com Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), para servir de modelo na agricultura e pecuária, tornando-se originalmente brasileira, com objetivo de superar barreiras que geraram deficiências no processo da produtividade de alimentos, e na geração de energia para o estado brasileiro. Perante esse esforço, a EMBRAPA auxiliou na transformação do país. Com a EMBRAPA, a agropecuária tornou-se mais eficiente e sustentável dentro do mercado internacional (EMBRAPA, 2018).

O agronegócio é uns dos principais geradores econômico do Centro-Oeste brasileiro. O mesmo está inserido as agroindústrias e a produção agropecuária. A última tem se mostrado no fornecimento de insumos para indústrias de alimentos e de diversas áreas do Brasil e exterior, se destacando nos produtos (carne, soja, algodão, milho, cana-de-açúcar e arroz) (BRASIL ESCOLA, 2019).

O Centro-Oeste é a região que possui grandes números de Unidades da Embrapa, é também onde fica a Sede da Empresa, localizada em Brasília (DF). Num todo, são somados 10 Unidades na região Centro-Oeste, das quais 5 tem a sua localização no Distrito Federal (EMPRAPA, 2019). Diante da relevância do centro oeste brasileiro para o agronegócio, bem como pela sua expressiva representatividade em unidade no Brasil, optou-se por se estudar esta região.

Assim, se apresenta como pergunta/problema de pesquisa: Como as inovações voltadas à agricultura de precisão (AP) desenvolvida pelas EMBRAPAs do centro-oeste brasileiro e Distrito Federal são orientadas para o desenvolvimento sustentável (DS)?

1.2 Objetivos

A partir do problema de pesquisa definido, apresentam-se os objetivos geral e específicos.

1.2.1 Geral

 Averiguar se e como as inovações voltadas à agricultura de precisão (AP) desenvolvida pelas EMBRAPAS do centro oeste brasileiro são orientadas para desenvolvimento sustentável (DS).

1.2.2 Específicos

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 Descrever as inovações identificadas;

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2. BASE CONCEITUAL 2.1 Inovação

Inovação é a construção de uma ideia que, quando colocada em prática, apresenta vantagens competitivas no mercado. Essas “ideias criativas” são uma das características da “inovação”, como estratégia adotada pela corporação organizacional. A relevância em inovar traz consigo a demanda e a captação dos clientes com a “agregação de valor”, mediante interesses financeiros e econômicos (SIMANTOB; LIPPI, 2003).

A palavra inovar apareceu pela primeira vez em meados do século XVI. Vem do latim innovatus, que significa “renovado, alterado”, do verbo innovare, composto de

in (“dentro de”) e novare (“fazer novo”). Em outras palavras, inovação é encontrar

novas formas de mudar as coisas. Uma definição bastante útil de inovação é a criação de um novo valor (CRAINER; DEARLOVE, 2014 p.1-2).

“Inovar é ter uma ideia que seus concorrentes ainda não tiveram e implantá-la com sucesso. A inovação faz parte da estratégia das empresas: seu foco é o desempenho econômico e a criação de valor” (SIMANTOB; LIPPI, 2003, p.12).

De acordo o Manual de Oslo (OCDE, 2005, p.57), a inovação é

[...] a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

Bessant e Tidd (2009) afirmam que a inovação é norteada pela capacidade por exercer conexões, de criarem oportunidades e de uma forma tirar benefícios ou vantagens das mesmas. Ocasionalmente, ocorre envolvimento das oportunidades de ideias inovadoras completamente novas, como os desenvolvimentos tecnológicos absolutamente radicais. Assim, contribuiu para o surgimento de novos medicamentos fundamentado na manipulação genética e acabam por instaurar uma nova era no combate contras moléstias (enfermidades). Os meios de comunicação revolucionaram a forma das pessoas se comunicarem, o que acontece através dos desenvolvimentos tecnológicos inovadores, quer seja por melhoramento contínuo, ou pela criação da mesma.

Ainda, segundo Bessant e Tidd (2009), a inovação tem uma relação com o diferencial competitivo no mercado: apresenta uma visão de oportunidades acrescidas de novos produtos (bens e serviços) e contribui com avanços de tecnologias radicais ou até mesmo a criação de novas drogas que ajudaram a combater doenças e epidemias. Os avanços na comunicação revolucionaram a forma de comunicarmos, de interagimos, seja através de uma mídia social e-mails, “facebook”, entre outros etc..

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De acordo com Bes e Kotler (2011, p.33) a inovação é

[...] composta de tarefas descontínuas, isto é, processos. Os processos de inovação são elaborados para executar projetos. São tarefas específicas, que devem ser concluídas em um período específico. Um processo de inovação que continua indefinidamente só pode gerar gastos e talvez nunca se torne uma fonte de receita. Os processos de inovação devem ter um prazo final. Quando esse prazo final chegar, o processo precisa ser concluído e outras devem ser iniciados. As empresas inovadoras mantêm em andamento diversos processos de inovação simultaneamente. A empresa implementa novos processos, de maneira contínua, e conclui aqueles que satisfizeram ou não os objetivos. Da mesma forma, os processos de inovação ocorrem em todos os níveis, com os objetivos variando de adoção de aprimoramento secundários até o lançamento de produto ou serviços pioneiros.

O processo de inovação baseia-se em uma ampla criação de “ideias”, ou seja, “algo novo” que vai criar um desenvolvimento de melhoria contínua, seja através de produtos ou serviços, garantindo a competividade no mercado e uma diferenciação entre os seus competidores, tanto nas relações externas quanto nas relações internas dentro de uma organização (OCDE, 2005). Além disso, cresce de uma forma gradativa e paulatinamente, sendo então necessário que as organizações devem estar atentas em compreender quão importantes é a cultura inovadora na corporação, que vai possibilitar a produção e levar à comercialização das inovações mais baixas até incrementais e às mais altas (BES; KOTLER, 2011).

Conforme Malik (2014, p.117) “a inovação também pode ser percebida como um processo contínuo, aparecendo como diversas mudanças incrementais em produtos e processos”.

Da mesma maneira, os processos de inovação podem ocorrer em todos os níveis da organização seja do mais alto escalão e até mesmo com a participação dos “stakeholders”. Trabalhando com a missão de aprimoramento secundário no produto obsoleto ou na geração do desenvolvimento de novos produtos ou serviços que vão fazer toda a diferença no ambiente da empresa e perante aos seus competidores (BES; KOTLER, 2011).

Para Zuin e Queiroz (2006), as inovações radicais podem ser analisadas como eventos descontínuos, que podem ser implicadas através da mudança técnicas e organizacionais de um sistema produtivo ou industrial. Elas não advêm de um produto, processo ou sistema que já exista, enquanto isso a sua introdução vai implicar com surgimento de novas bases de produção. Por não se adequar dentro do padrão ambiente da organização que foram construídos, pode-se levar à ocorrência de mudanças nas estruturas econômicas. Já as inovações incrementais tendem a ser mais contínuas pela rapidez que são adotadas pelas indústrias (SIMANTOB; LIPPI, 2003)

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Adicionalmente, as inovações radicais e incrementais referem-se à melhoria no desenvolvimento do produto, processos, ambiente organizacional e nas etapas de produção já existentes, gerando uma relação com a demanda para que haja o aumento na produtividade, na qual, não haverá mudanças na base econômica da própria organização (BESSANT; TIDD, 2009).

O termo conceito radical está associado às inovações revolucionárias, que resultam no desenvolvimento inovador tais como produtos, processos e conhecimentos ou criação do mesmo, que ajudaram impactar na estrutura econômica do mercado; incremental é um processo de inovações que vai ocorrer a partir do melhoramento contínuo do produto de acordo com seu “ciclo de vida” ou “sobrevivência” (ZUIN; QUEIROZ, 2006). “Nesse sentido, a inovação pode ser investigada em termos de novidades para ambos: empresa e mercado” (ZUIN; QUEIROZ, 2006, p.222).

As inovações podem suceder através de produtos, serviços, tanto como nos processos ou em mercados. Além disso, a abertura para os novos mercados de negócio, tecnológicos e geográficos que podem ser considerados inovações das empresas (SERRA et al, 2008).

Para Zuin e Queiroz (2006) as ideias de inovações são atribuídas à evolução de processos, por meio da relação entre atores, que seguem uma linha de desenvolvimento, com isto elaboram a construção de uma ideia inovadora.

De acordo com Drucker (2014) a inovação é a capacidade potencializada como ferramenta específica do próprio empreendedor, que trará mudanças dentro do seu ambiente interno e externo, pela qual, o empreendedor vai obter progressos, devido à permutação mútua em um processo participativo colaborativo. Tais participações resultam no quadro de geração de ideias, levando assim à praticidade no processo transformação seja de um produto ou serviço e acompanhado sempre as mudanças do mercado em que está inserida. A inovação irá avaliar processo de entradas dos recursos, que podem ajudar o empreendedor a criar novas riquezas. A inovação é o processo e instrumento específico do espírito empreendedor, é o ato que contempla os recursos com a nova capacidade de criar riqueza e é o que, de fato cria recurso (DRUCKER; 2014).

Em um ambiente de mercado onde acontecem mudanças, os planos estratégicos inovadores são vistos como alternativa para as organizações, que buscam processos de melhorias tais como: produtos, serviços e adotar um novo modelo negócio, com objetivo de sobressair entre seus competidores visando minimizar o custo para os consumidores e maximizar lucro para organização. É um resultado de processo da permutação inovadora, principalmente quando ela é adotada como cultura da organização (CARVALHO; REIS;

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CAVALCANTE, 2011). Assim, “A inovação é a melhor alternativa para empresas melhorarem a competividade e lucrarem mais” (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011, p. 13).

Bessant e Tidd (2009, p. 21) afirmam que “a inovação é fortemente associada ao crescimento. Novos negócios são criados a partir de novas ideias, pela geração de vantagens competitiva naquilo que uma empresa pode oferta”.

A inovação está relacionada ao processo de desenvolvimento do crescimento, com os fatores microambiente e macroambiente, que impulsionará para a geração de novos modelos de negócios a partir de um surgimento de uma “ideia”, que foram elaborados partindo de grupos internos quanto externos, ou seja, uma tarefa para os colaboradores, funcionários, consumidores, acionista, investidores e todas as partes interessadas, garantindo uma disputa no mercado competitivo (BESSANT; TIDD, 2009).

Desse modo, a capacidade de inovação reflete na competitividade da empresa, pois há, constantemente, preocupações em introduzir habilidades de inovações, que irão gerar lucratividade e expansão da concorrência da empresa no que se refere aos seus competidores (ZEN et al., 2017).

Assim, a inovação é um diferencial competitivo, pelo qual a organização irá se destacar na capacidade de inovar constantemente com a implementação de novas tecnologias para o processo de melhoria contínua, ou seja, por meio de um ciclo de aperfeiçoamento e melhoramento, objetivando sempre regenerar-se perante os seus competidores.

2.2 Desenvolvimento sustentável

O conceito de desenvolvimento sustentável foi tratado inicialmente no Relatório da

Brundtland Commission, em 1987, nomeado “Nosso Futuro Comum”. O relatório, que foi

resultado dos trabalhos da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, evidenciou o desenvolvimento sustentável “como aquele que utiliza os recursos naturais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas necessidades” (SEIFFERT, 2011, p.26).

Em sua percepção lógica, sustentabilidade é a capacidade de auto sustentar-se, e de manter-se. Uma função sustentável é aquela que pode ser conservada em todo tempo, ou melhor, que com a exploração dos recursos naturais exercida de forma sustentável, terá durabilidade permanente e jamais desaparecerá (MIKHAILOVA, 2004).

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O desenvolvimento sustentável é o que procura atender às necessidades do presente sem comprometer as futuras gerações, avaliando os seus interesses de acordo com as suas necessidades (ONU, 1987).

Para Robles Jr e Bonelli (2012, p.45)

Nessa definição estão dois conceitos: o primeiro é o conceito das necessidades, que podem variar de sociedade para sociedade, mas que devem ser satisfeitas para assegurar as condições essenciais de vida a todos, indistintivamente. O segundo conceito é o de limitação, que reconhece a necessidade da tecnologia de desenvolver soluções que conservem os recursos limitados atualmente disponíveis e que permitam renová-los na medida em que eles sejam necessários às futuras gerações.

Isso significa que o desenvolvimento sustentável é capacidade de causar menos impactos ambientais presentes, garantindo às gerações futuras o atendimento às suas necessidades, com a autopreservação do meio ambiente, em consonância com a melhoria das condições socioeconômicas.

De acordo com Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), o desenvolvimento sustentável é “um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações” (CMMAD, 1991, p. 48-49).

Desenvolvimento sustentável é aquele que melhora a qualidade da vida dos seres humanos no ambiente em vivem e que, ao mesmo tempo respeita a capacidade produtiva do ecossistema sob as quais compartilhamos e vivemos o mesmo ambiente (MIKHAILOVA, 2004).

O desenvolvimento sustentável baseia-se nas dimensões socioeconômicas e ambientais, permitindo autopreservação humanitária e ecológica e, ao mesmo tempo, com a atribuição dos valores econômicos. Ele está relacionado a um conjunto de reciprocidade, ou seja, é um processo de interação do gênero “humano” com meio ambiente. O conceito de desenvolvimento sustentável traz consigo a questões dos recursos renováveis e, para que esses recursos realmente sejam utilizados pela sociedade, faz-se necessário implementar uma cultura ambientalista, o que ocorre por meio da educação ambiental, para que seja parte de uma prática cotidiana das pessoas. Assim, o desenvolvimento sustentável está fundamentado em três dimensões ou Triple Bottom Line das quais são: dimensão social, dimensão ambiental, dimensão econômica, descritas a seguir.

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dimensão social – preocupação com os impactos sociais das inovações nas comunidades humanas dentro e fora da organização (desemprego; exclusão social; pobreza; diversidade organizacional etc.); dimensão ambiental – preocupação com os impactos ambientais pelo uso de recursos naturais e pelas emissões de poluentes; dimensão econômica – preocupação com a eficiência econômica, sem a qual elas não se perpetuariam. Para as empresas essa dimensão significa obtenção de lucro e geração de vantagens competitivas nos mercados onde atuam (BARBIERI et al, 2010, p. 150).

Assim, o desenvolvimento sustentável depende da atitude de cada gênero humano, sendo a colaboração mútua essencial para que esse ocorra, com a geração de novas ideias em prol da melhoria do meio ambiente, da economia, da sociedade e, até mesmo, da vida política. Portanto, para garantir o desenvolvimento sustentável é necessário avaliar corretamente o capital natural. “Para não prejudicar as gerações futuras é preciso saber a qual parte do estoque de capital natural que já foi perdida como resultante da degradação ambiental, quanto é disponível hoje e quanto é ameaçado pela destruição irreversível, no futuro” (MIKHAILOVA, 2004, p. 29). Entretanto, “A ideia de desenvolvimento sustentável está focada na necessidade de promover o desenvolvimento econômico satisfazendo os interesses da geração presente, sem, contudo comprometer a geração futura” (OLIVEIRA; SOUZA-LIMA, 2006, p. 22).

O desenvolvimento sustentável pode ser bem conceituado quando se adota uma estratégia utilizada de longo prazo para melhorar nas condições para o bem-estar global do indivíduo na sociedade. Essa estratégia deve conter os aspectos socioambientais, e econômicos, mas também considerando as limitações ambientais, em relação aos recursos naturais de forma contínua e duradoura (FEIL; SCHREIBER, 2017).

Enfim, o tripé da sustentabilidade é a transição para o desenvolvimento sustentável ambos não são dicotômicos, mas contribui de forma holística e harmônica para o processo colaborativa socioambiental e econômica.

2.3 Inovação sustentável

A inovação, em especial a inovação tecnológica, tem sido atualmente incorporada na contemporaneidade em relação às estratégias de diferenciação, no que se refere à competitividade e crescimento em um número cada vez maior de comercialização. O acolhimento das estratégias e práticas inovadoras nas empresas está estreitamente associado à busca de diferenciações capazes de produzir produtos e serviços para o mercado que geram

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um diferencial competitivo sustentável em comparação aos seus competidores (VILHA; QUADROS, 2012 p.33).

De acordo, com Barbieri (2007), a organização inovadora sustentável não é aquela que vai introduzir novidades de qualquer tipo, mas aquela novidade que está sempre em conjuntura com as dimensões da sustentabilidade condizentes com as bases sistemáticas. Para Barbieri et al. (2010, p. 150) “A expressão “bases sistemáticas” significa a realização de inovações com autonomia, intencionalidade e proatividade”.

A inovação sustentável é uma sintonia harmônica, ou seja, com elementos indispensáveis que buscam desenvolver ideias de progresso tanto para as organizações como ao meio ambiente, social, político e econômico, de forma conjunta. Ao mesmo tempo visa criar novos pensamentos idealizados, por meio da educação ambiental e desenvolverem estímulos criativos sustentáveis, para sociedade e nas organizações que obrigatoriamente precisam da inovação sustentável para competir e sobreviver no mercado interno e externo.

Portanto, o processo de reciclagem dos produtos, melhoria contínua e a durabilidade dependem da inovação sustentável, que poderão evitar impactos ambientais de curto prazo e de longo prazo, mas ao mesmo tempo as organizações trazem consigo o desenvolvimento socioeconômico. Verifica-se então, que o caminho para o desenvolvimento da inovação sustentável, é necessariamente compartilhamento e a colaboração de todo os evolvidos.

A “Inovação sustentável é a introdução [...] de produtos, processos produtivos, métodos de gestão ou negócios, novos ou significativamente melhorados para a organização e que traz benefícios econômicos, sociais e ambientais, comparados com alternativas pertinentes” (BARBIERI et al, 2010, p.151).

A inovação sustentável está inserida ainda na gestão da qualidade ambiental, na qual, o conceito de qualidade ambiental consiste no atendimento ligado aos requisitos da natureza físico-química, socioeconômicas e tecnológicas, das quais irão proporcionar-se um equilíbrio ambiental e no ecossistema para convergir com as atividades na empresa (ROBLES JR; BONELLI, 2012).

Porém, para que a inovação sustentável possa realmente ocorrer nas organizações é necessário observar o ciclo de vida dos produtos e dos serviços desde a sua entrada e saída durante todo o processo produtivo, isto significa, que “A análise do Ciclo de Vida de um Produto compreende desde a extração dos recursos naturais ou matérias primas, necessários à sua produção, até a disposição final do produto ao fim de sua vida útil” (VALLE, 2004, p. 145).

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Cria-se, então, uma ponte de intermediação ao conceito da inovação ambiental pela qual, segundo Angelo, Jabbour e Galina (2011), as inovações ambientais devem ser efetivadas dentro do ambiente das organizações que considera as dimensões dos produtos e processos dentro do mercado competitivo, com diferentes tipos de novidades, podendo ser através da melhoria incremental, que intensifica o processo de desempenho já existente. Ou ainda, podem ser concretizadas com a inovação radical, que promove algo completamente inédito (novo). Desataca-se que que o seu principal objetivo é minimizar os impactos ambientais causados pelas organizações.

2.4 Agronegócio

Com a modernização, em meados do Século XX, ocorre um processo de transição referente à “industrialização da agricultura”, que acaba se tornando uma atividade empresarial, abrindo caminho para o mercado de consumo, nas indústrias de máquinas e de matérias-primas ou insumos modernos, com novas técnicas e equipamentos avançados. Dessa maneira, o produtor passa a depender menos da “benevolência” que a natureza vinha oferecendo e se adaptando mais facilmente, de acordo, com seus interesses. Porém, o que acontece nesse caminho é que agricultura está gradativamente submissa à indústria (ANDRADE, 2014).

Graziano Neto (1985) afirma que a modernização da agricultura corresponde ao processo de transformação capitalista da agricultura, que ocorre inserido nas transformações gerais da economia brasileira.

Após a modernização na agricultura, passa ocorrer processo transitório para o conceito de agronegócio, pelo qual irá viabilizar e rever todos os processos produtivos “antes”, “durante” e “após a porteira” na agricultura, com objetivo de trilhar um novo caminho para industrialização (GRAZIANO NETO, 1985; ANDRADE, 2014).

O agronegócio se sobressairá no mercado competitivo mediante a transformação vanguardista (moderna), através de incentivos governamentais, regimentos legislatórios e inovações tecnológicas. Essas ferramentas propulsoras traçarão um destino econômico no âmbito nacional e internacional perante o mercado globalizado, se alimentando do ciclo do retorno monetário para um processo de reinvestimento agrícola viabilizando inputs e outputs (GRAZIANO NETO, 1985; ANDRADE, 2014). ,

O agronegócio é um conjunto de elementos interligados que compreende todos os agentes envolvidos com a produção, processamento e distribuição de um produto. Como sistema inclui o mercado de matérias-primas agrícolas, o processo de produtividade agrícola,

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as operações de estocagem, o processamento, o atacado e o varejo, marcando um fluxo que vai desde os insumos até o consumidor final. Portanto, o conceito do agronegócio integra todas as organizações que afetam a coordenação das fases contínuas do fluxo de produtos, tais como as instituições governamentais, futuros mercados e associações de comércio (DAVIS; GOLDBERG, 1957).

Para Campos (2007, p.4), o “Agronegócio é a soma de todas as cadeias produtivas desde a produção e distribuição de insumos até a comercialização de alimentos, fibras e energia. Ou seja, é um conjunto de atividades que está intimamente ligado a todos os setores da economia e da sociedade”.

Dessa maneira, a característica conceitual do agronegócio vai ser inserida aos fornecedores de bens/serviços para agricultura, os produtores rurais, processadores, transportadores, distribuidores e todos que colaborarem no comprometimento na geração e no processo dos produtos de origem agrícola até a chegada ao consumidor final. Neste processo atuarão inclusive os agentes (intermediários em negociação), que afetam e lideram o fluxo dos produtos, juntamente com o governo, mercados, instituições comerciais e financeiras e de serviços (MENDES; PADILHA JUNIOR, 2007).

Com base nesta contextualização, o conceito do agronegócio e sua visão sistemática ganharam espaço no Brasil, na recuperação e na importância da agricultura para o setor de “dentro da porteira”. Atualmente, o agronegócio é visto de forma profundamente associada às atividades que a precedem (antes da porteira) e se sucedem (pós-porteira). Na modernização do agronegócio, cada vez mais se desenvolvem atividades “pós-porteira”, ou seja, as atividades no estágio final da produção de alimentos. Neste sentido, a definição do agronegócio deverá estar correlacionada às organizações para o apoio da educação, pesquisa, auxílio técnico, financiamento, no processo de estocagem e armazenamento, marketing, comercialização, seja através de órgãos públicos ou privados (SENAR, 2015).

Em 2017, o agronegócio brasileiro alavancou o crescimento, registrou alta de 1% e colaborou no controle do sistema inflacionário. Conforme as pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em colaboração com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o PIB brasileiro teve aumento de cerca de 7,6% em comparação a 2016 com envolvimento contributivo do agronegócio. Além disso, o setor agrícola é quem foi propulsora para o PIB-volume, visto que cresceu cerca de 9,2% em 2017. Para o setor pecuário, o crescimento foi de 3,8%. De acordo com pesquisadores do CEPEA, investimentos, das quais, estão inseridas as entras de recursos e climas favoráveis que

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auxiliaram para elevarem o processo de produtividade na zona rural, contribuindo para o extraordinário desempenho da produção agrícola brasileira. Já o PIB total, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), teve aumento 1,1% no primeiro semestre de 2018 em relação ao ano anterior de 2017, resultado a qual foi esperado pelo mercado. Conforme o último relatório Focus do Banco Central, a estimativa de que o crescimento do PIB está em 1,4% para 2018, muito abaixo dos 3,14% esperados no primeiro relatório Focus do Banco Central, publicado no início de janeiro de 2018 (CEPEA, 2018).

A perspectiva para 2019 é de uma safra maior de grãos, com clima propício, para o crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio e um aumento cerca de 4,3% no Valor Bruto da Produção (VBP), que vai mensurar o faturamento do funcionamento da agropecuária de “dentro da porteira” (CNA, 2018).

Portanto, a importância do agronegócio para o PIB é gradualmente essencial para o crescimento econômico do país, contribuindo para capitação de recursos e no processo de produtividade de manejo e no desenvolvimento tecnológico para agricultura. Fatores preponderantes (econômico, social, politico), podem influenciar na variação do produto interno bruto (PIB) brasileiro, à qual resultaram relativamente no declíno ou na maximização do PIB. Com resultados positivos do PIB, mudará o contexto econômico perante o ambiente interno e externo do mercado, proporcionando uma melhor competitividade e a modernização dos equipamentos, máquinas agrícolas, laboratórios no desenvolvimento de fertilizantes e entre outros (SENAR, 2015; CEPEA, 2018).

Enfim, Batalha (2014) considera, que o agronegócio são conjuntos de cadeias produtiva, que vão desde a entrada de insumos, produção e até comercialização, um ciclo que envolve fortemente o processo de agroindustrialização tendo segmentada em três macrossegmentos (comercialização, industrialização, produção).

2.5 Agricultura de precisão

Segundo o MAPA (2009), a Agricultura de Precisão (AP) analisa um conjunto de procedimentos metodológicos e o modelo de técnicas, na qual, visa aperfeiçoar o manuseio de cultivos e aproveitamento das matérias-primas agrícolas, proporcionando o aumento da efetividade econômica. Sendo assim, com utilização das ferramentas de AP irão permitir, de forma lógica, o uso de adubagem, agrotóxicos para garantir a diminuição dos impactos no ecossistemas decorrentes da atividades na agricultura.

Deste modo, surgiram os primeiros conceitos teóricos da “Agricultura de Precisão” em 1929, nos Estados Unidos da América (EUA), quando se tornou mais popular no período de

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1980, devido ao desenvolvimento e da expansão dos sistemas de posicionamento geográfico e o processo de comunicação geográfico, monitoramento da ceifa ou colheita e também à informática. Vale ressaltar que os Estados Unidos da América ganhou grande fama (notoriedade) em países como Alemanha, Argentina, Austrália, Inglaterra, Brasil. Porém, no Brasil, as primeiras pesquisas na área da AP foram executadas na década de 1990. No primeiro momento, a AP, foi norteada pela chegada das máquinas agrícolas, tais como, as colheitadeiras e semeadeiras, embarcando-se a elas receptores Global Navigation Satelite

System (GNSS), avançados computadores de bordo e processos das quais possibilitam na

geração de mapas de produtividade. Aperfeiçoou-se o mapeamento da variação do solo, plantas e entre outros, resultando numa aplicação do aperfeiçoamento dos insumos, minimizando custos e os impactos ambientais, consecutivamente, aumentando o retorno econômico, socioambiental (EMBRAPA, 2018).

“Por isso, a agricultura de precisão não pode ser tratada como a resolução de todos os problemas da produção agrícola, visto que se não houver grandes variabilidades espaciais e do sistema de produção, sua aplicação poderá ser nula e até apresentar um retorno econômico negativo” (MIRANDA; VERÍSSIMO; CARLA CEOLIN, 2017, p.130).

A AP comprova a sua eficiência, a partir do produtor que está mais habilitado tecnicamente e que possui um capital monetário para financiar tal sistema desde sua efetivação, até a colheita, terá a capacidade de assumir os riscos com algum possível fracasso em sua instalação (SANTOS, 2014).

Para o MAPA (2009, p.5),

“A agricultura de precisão (AP) é um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial de propriedades do solo e das plantas encontradas nas lavouras e visa à otimização do lucro, sustentabilidade e proteção do ambiente. Trata-se de um conjunto de tecnologias aplicadas para permitir um sistema de gerenciamento que considere a variabilidade espacial da produção”.

No Brasil foi criada, em 2012, a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP). A Comissão conta com a participação das principais representações do setor da “Agricultura de Precisão”. A CBAP tem como objetivo de fortalecer o conjunto de ações relacionadas às pesquisas, na educação e no desenvolvimento de tecnologias direcionadas ao setor. A Comissão tem como missão de estimular o “desenvolvimento sustentável” e social e a competitividade do agronegócio para o benefício da sociedade, a CBAP terá como finalidade de atuação, a propagação e o fomento dos equipamentos tecnológicos voltados para “Agricultura de Precisão”, tal como a criação de programas de treinamento para o melhoramento da mão-de-obra, também levando em consideração o levantamento das demandas no setor AP, que busca a geração de conhecimentos e tecnologias com custos e

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vantagens para o processo de equilíbrio, no que se refere ao mercado econômico (BRASIL, 2018).

A AP também significa trabalhar o conceito de sustentabilidade, da qual, vai buscar minimizar os impactos ambientais e os desperdícios, maximizando os ganhos na produção agrícola e na geração de receitas. A finalidade da AP é facilitar os produtores na compra e a análise dos dados coletados com objetivo de aperfeiçoar os manejos feitos nas propriedades rurais (MENDES, 2018).

Estudo de Cirani et al (2010) sobre a adoção e uso de práticas da AP na indústria sucroalcooleira no estado de São Paulo apontou benefícios para as empresas tais como melhoria no gerenciamento, incrementos de produtividade, diminuição de custos e de impactos ambientais, além da melhoria da qualidade da cana-de-açúcar. Desta maneira, há reflexos positivos de ordem não apenas econômica, mas também ambiental.

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3 METODOLOGIA

As ciências são caracterizadas pela utilização de métodos científicos e não há ciência sem o uso desses métodos (LAKATOS E MARCONI, 2003). Partindo de uma concepção em que método ou estudo é o caminho para alcançar determinado desígnio e que tem como finalidade a ciência, na qual, irá influenciar na busca incessante pelo conhecimento, sendo assim se pode argumentar que o método científico tem por objetivo de atingir o conhecimento (PRODANOV; FREITAS, 2013). Portanto, “Pode-se definir método como caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento” (GIL, 2008, p.8). Oliveira (2011, p.7) acrescenta que “O método científico é fundamental para validar as pesquisas e seus resultados serem aceitos”.

A pesquisa deste TCC foi uma pesquisa exploratória e qualitativa. A pesquisa exploratória, conforme Vergara (2005), é adotada quando há pouco conhecimento acumulado e sistematizado em determinada área. Para Marconi e Lakatos (2011, p.272), “Na pesquisa qualitativa, primeiramente faz-se a coleta dos dados a fim de poder elaborar a “teoria de base”, ou seja, o conjunto de conceitos, princípios e significados. O esquema conceitual pode ser uma teoria elaborada, com um ou mais constructos. Desse modo, faz-se necessário correlacionar a pesquisa com o universo teórico”. Richardson (1999, p.102), destaca ainda que “o objetivo fundamental da pesquisa qualitativa não reside na produção de opiniões representativas e objetivamente mensuráveis de um grupo; está no aprofundamento da compreensão de um fenômeno social por meio de entrevistas em profundidade e análises qualitativas da consciência articulada dos atores envolvidos no fenômeno”. As categorias estabelecidas a priori para o estudo referem-se ao conceito de AP (limitado à produção vegetal) e as dimensões do desenvolvimento sustentável, conforme o que se apresentou na fundamentação teórica.

Empregou-se o método do estudo de casos múltiplos. O estudo de caso é um método bastante utilizado nas ciências sociais, área que administração pertence, pois se insere nas ciências sociais aplicadas, e que consiste em análise profunda e árdua de um objeto ou poucos, de modo que permitem amplitude geral e o detalhamento dos seus conhecimentos, estando, em geral, presente em pesquisa em que se buscam responder “como” e por que” (GIL, 2002; YIN, 2010). Como uma extensão do estudo de caso, tem-se o estudo de casos múltiplos em que se investigam mais de um caso para se chegar objetivo da pesquisa (SILVA; MERCÊS, 2017). Os casos selecionados para presente pesquisa foram os casos de AP das

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unidades da EMBRAPA da região centro-oeste, considerando o grande contingente de unidades na região e o seu expressivo papel no agronegócio brasileiro.

Os dados foram coletados em documentos públicos da EMBRAPA e enviados por seus representantes, em artigos sobre AP e em entrevista semi-estruturada. Segundo Triviños (1987), a entrevista semiestruturada parte de questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, sedo possível a abertura para novas interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante, sendo o informante, também participante na elaboração do conteúdo da pesquisa. A pesquisa seguiu o roteiro que se encontra no Apêndice, sem, contudo, se limitar às questões nele contidas. Na última semana de abril e duas primeiras semanas de maio de 2019, foram realizadas ligações telefônicas a todos os dirigentes gerais da EMBRAPA. Todas as ligações forma realizadas em viva voz, com gravador à disposição, caso houvesse o consentimento dos entrevistados para a gravação. Totalizando 10 unidades, ou seja, 10 dirigentes entrevistados. Houve muita dificuldade no acesso aos dirigentes. Já, na primeira semana, todos estavam na EMBRAPA Geral (sede) em Brasília e participando de reunião com membros do governo federal. A maioria das ligações era atendida por secretários (as) que solicitavam o envio das questões por e-mail. O quadro 2 , no capítulo de Apresentação dos Resultados e Discussões apresenta as unidades em que se obteve retorno.

Para responder o problema de pesquisa e objetivos propostos, os dados da entrevista, de documentos e de artigos publicados foram reunidos de maneira complementar, utilizando-se a análiutilizando-se qualitativa de conteúdo, utilizando-seguindo as fautilizando-ses de Bardin (2011): a pré-análiutilizando-se, a descrição analítica e a interpretação referencial. Na pré-análise os conteúdos de cada fonte foram lidos de forma vertical (individualmente) e separados conforme as categorias pré-estabelecidas; na descrição analítica, buscou-se inter-relacioná-los, evidenciando similaridades ou não e, na interpretação referencial, buscou-se a relação com a teoria apresentada no capítulo 2.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 A EMBRAPA

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) surgiu em 26 de abril de 1973, a qual esta vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Desde o seu surgimento a “EMBRAPA”, teve como desafio de desenvolver uma parceria com Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), para servir de modelo na agricultura e pecuária para se torna originalmente brasileiro, com objetivo de superar barreiras que geraram deficiências no processo da produtividade de alimentos, e na geração de energia para o estado brasileiro. Perante a esse esforço auxiliou a transformar o Brasil. Atualmente, a agropecuária tornou-se mais eficientes e sustentáveis dentro do mercado internacional (EMBRAPA, 2018).

Portanto, “A Embrapa lidera uma rede nacional de pesquisa agropecuária que, de forma cooperada, executa pesquisas nas diferentes áreas geográficas e campos do conhecimento científico. Além das 42 Unidades Descentralizadas de Pesquisa, a rede é constituída por 16 Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Oepas), universidades e institutos de pesquisa de âmbito federal ou estadual, empresas privadas e fundações” (EMBRAPA, 2018 p.25).

A Figura 1 apresenta as unidades da EMBRAPA no território nacional.

Figura 1: Unidades da EMBRAPA no Brasil Fonte: Embrapa números ( 2018, p.24).

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4.2 A EMBRAPA no Centro-Oeste

O centro-oeste é a região com maior número de Unidades da Embrapa, e onde está a Sede da Empresa, localizada em Brasília – Distrito Federal (DF). Ao todo são 10 Unidades na região Centro-Oeste, das quais cinco estão no DF (Embrapa Agroenergia, Embrapa Café, Embrapa Cerrados, Embrapa Hortaliças e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia), três em Mato Grosso do Sul (Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Gado de Corte e Embrapa Pantanal), uma em Mato Grosso (Embrapa Agrossilvipastoril) e uma em Goiás (Embrapa Arroz e Feijão) (EMPRAPA, 2019).

O quadro 1 apresenta as funcionalidades das 10 unidades da EMBRAPA da região centro-oeste.

Quadro 1: Funcionalidades das EMBRAPAS da região Centro-Oeste

EMBRAPA Local Especificação da Unidade

Embrapa Agroenergia

Brasília/DF Direciona seus principais esforços para as atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação em processos de transformação, conservação e utilização de energia de biomassa.

Embrapa Café Brasília/DF Desenvolve pesquisas em áreas estratégicas para a cafeicultura brasileira e coordena o Programa de Pesquisa Café, o maior do mundo, do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, que integra cerca de 50 instituições consorciadas de pesquisa, ensino e extensão.

Embrapa Cerrados Brasília/DF Visa a geração de conhecimento que assegure a qualidade ambiental sustentável do Cerrado, e de tecnologias apropriadas a diferentes sistemas de produção, validadas e disponibilizadas para difusão junto a pequenos, médios e grandes produtores rurais.

Embrapa Hortaliças Brasília/DF Visa à eficiência e à competitividade do agronegócio de hortaliças, sendo reconhecida como um centro de referência no Brasil e no exterior por sua contribuição técnico-científica e capacidade de articulação para a sustentabilidade do espaço rural.

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Brasília/DF Realiza pesquisas relacionadas a recursos genéticos, biotecnologia, controle e segurança biológica.

Embrapa

Agropecuária Oeste

Dourados/MS Protagonista na geração de tecnologias que consolidaram a agropecuária no Mato Grosso do Sul, pesquisa sobre sistemas integrados de produção, zoneamento de riscos climáticos, sanidade e nutrição de organismos aquáticos, agricultura familiar e agroecologia, agronegócios, monitoramento ambiental e zoneamento agrícola. Embrapa Gado de

Corte

Campo Grande/MS

Investe em pesquisas nas áreas de sanidade e nutrição do rebanho, melhoramento, reprodução e manejo animal para aumentar a produção, qualidade, rentabilidade e eficiência dos sistemas produtivos da bovinocultura de corte.

Embrapa Pantanal Corumbá/MS Foca na sustentabilidade do agronegócio envolvendo o Pantanal, considerado hoje o bioma mais conservado do País. Realiza pesquisas relacionadas à pecuária, meio ambiente, aquicultura, pesca e agricultura familiar.

Embrapa

Agrossilvipastoril

Sinop/MT Localizada em região de transição entre Cerrado e Amazônia, desenvolve pesquisas para viabilizar sistemas de produção integrados entre lavoura, pecuária e floresta, contribuindo para o desenvolvimento da agropecuária de baixa emissão de carbono.

Embrapa Arroz e Feijão

Santo Antônio de

Desenvolve diversas tecnologias de destaque, dentre elas o Arroz Primavera e o Feijão Pérola, considerados referências tanto no Cerrado

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Goiás/GO quanto em outras regiões do País.

Fonte: EMBRAPA (2019).

4.3 As inovações de AP nas EMBRAPAS do Centro- Oeste

Das EMBRAPAS participantes da pesquisa, todas as10 unidades da região centro-oeste, o quadro 2 apresenta a relação das unidades com as que retornaram às indagações e, dentre as que responderam, as que afirmaram possuir desenvolvimento de inovação para a agricultura de precisão.

Quadro 2: Retorno das EMBRAPAS e o desenvolvimento de inovações de AP

EMBRAPA Retorno Inovações com AP – produção

vegetal

Embrapa Agroenergia Sim Não possui

Embrapa Café Não Não respondeu

Embrapa Cerrados Não Não respondeu

Embrapa Hortaliças Não Não respondeu

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Sim Não possui

Embrapa Agropecuária Oeste Sim Não possui

Embrapa Gado de Corte Sim Não possui

Embrapa Pantanal Sim Não possui

Embrapa Agrossilvipastoril Sim Possui

Embrapa Arroz e Feijão Não Não respondeu

Fonte: elaborado pelo autor, com base nos dados da pesquisa (2019).

Das EMBRAPAS que embora tenham respondido afirmando não terem AP, algumas teceram observações. A EMBRAPA Pantanal respondeu não trabalhar a AP em agricultura, recomendando o contato com as EMBRAPAS Oeste e Gado de Corte. A EMBRAPA Gado de Corte afirmou não ter AP voltada para a produção vegetal, do modo que a pergunta foi feita, com o conceito que se limita a esse tipo de produção, deixando a entender que possui inovações de precisão voltadas à produção animal. Já a EMBRAPA Agroenergia afirmou ser uma Unidade voltada para a pesquisa em agroenergia, ou seja, trabalha para encontrar soluções tecnológicas para conversão de matérias primas renovável em ativos biotecnológicos e que, dessa forma, fornece alternativas sustentáveis de bioprodutos e bioenergia à sociedade, não tendo como, portanto trabalhar diretamente a AP.

Diante das respostas dessas três EMBRAPAS que não possuem inovações com AP de agricultura, percebe-se que ter ou não inovações dessa natureza, também dependem da vocação de cada unidade.

Dentre as sete unidades que responderam aos questionamentos, apenas a Agrossilvipastoril afirmou ter a AP.

O MAPA, em 2012, instituiu a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), considerando que a AP como “um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial e temporal da unidade produtiva e visa ao aumento de retorno econômico, à

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sustentabilidade e à minimização do efeito ao ambiente” (BERNARDI, 2014; BRASIL, 2012, p. 6).

Na EMBRAPA, a AP é considerada tão importante que, segundo Bernardi (2014), há uma a rede de AP específica: a Rede de AP da EMBRAPA, formada em 2012. Essa Rede de AP da EMBRAPA tem relevância na qualidade no processo produtivo das lavouras com relação à sustentabilidade, tendo amplitude expansionista nas diversas unidades da empresa.

Por meio da Rede, a AP na EMBRAPA é representada por três etapas importantes: (1ª) desenvolvimento gerencial, (2ª) tecnologia de informação (TI), e (3ª) agregação de valor da produção. Portanto, estas três etapas estão empenhadas para que se estabeleçam o desenvolvimento da produtividade, da qualidade e da quantidade a ser produzida e a diminuição dos preços dos produtos para competir diretamente ou indiretamente no mercado interno e externo globalizado e competitivo. Enfim, os meios tecnológicos, planejamento e gerenciamento estão fundamentados na AP (EMBRAPA, 2019).

Conforme a representante da Unidade da EMBRAPA Agrossivipastoril entrevistada, a AP na Unidade está voltada às técnicas de precisão, por meio do trabalho que tem realizado relativo a monitores de colheitas mediante a utilização das técnicas geoestatísticas pela quais se atribuirão as coletas de dados.

“técnicas geoestatísticas podem ser usadas para diferentes etapas, específicas e complementares. Estas incluem: a) descrever e modelizar quantitativamente os padrões espaciais da variação espacial (i.e.: modelagem do variograma); b) predizer valores em locais não amostrados (i.e.: interpolação por krigagem); c) dimensionar a incerteza associada a uma estimativa em locais não amostrados (i.e.: variância da krigagem); e d) auxiliar no planejamento e otimização de esquemas amostrais” (OLIVEIRA; GREGO; BRANDÃO, 2015 p. 22).

De acordo com a representante da Unidade da EMBRAPA Agrossivipastoril, a unidade fez, recentemente, parceria com um grupo de Sorriso, município de Mato Grosso, para trabalhar no desenvolvimento de “software” para identificação das plantas daninhas (são plantas indesejadas, que podem impedir no processo de produção e crescimento diretamente ou indiretamente da lavoura).

Segunda a entrevistada, o desenvolvimento do software acontecerá por meio por meio da utilização de drones na captação de imagens das lavouras principalmente na safra de milho RR, após o reconhecimento ou identificação das imagens, e, havendo uma macha na lavoura,

(32)

podem, então, ser tomadas medidas preventivas com aplicação do herbicida independente de ter ou não plantas daninhas a área a qual foi mapeado.

Em suma, a entrevista com a representante da unidade, destacou duas experiências de AP na Unidade Agrossilvipastoril: (1) o desenvolvimento de técnicas de precisão, com monitores de colheitas pela utilização de técnicas geo-estatísticas, que contribuem nas coletas de dados e (2) a recente parceria estabelecida com um grupo de Sorriso-MT, para o desenvolvimento de software para a identificação das plantas daninhas, por meio da utilização de drones na captação de imagens das lavouras, principalmente na safra de milho RR; assim, com o reconhecimento ou identificação das imagens, havendo machas na lavoura, poderão ser implementadas medidas preventivas com aplicação do herbicida independente de ter ou não plantas daninhas nas áreas mapeadas.

Além da entrevista para a pesquisa, com base na busca de artigos sobre a AP na EMBRAPA Agrossilvipastoril, verificou-se que outro pesquisador que, de acordo o seu Currículo lattes (CNPQ, 2019) não trabalha mais na EMBRAPA desde 2017 e que hoje, conforme a entrevistada, leciona em instituição de ensino superior nos Estados Unidos, desenvolveu inovações de AP na unidade. Segundo a entrevistada, este pesquisador teve importante contribuição para a AP da EMBRAPA.

O referido pesquisador atuou na área de AP com o sensoriamento remoto, tendo como ferramenta a utilização de Veículo Leve Não Tripulado (VANTS), conhecidos como drones inseridos na lavoura. O VANT permite ao produtor rural proceder avaliações por meio das imagens da evolução do cultivo, com o processo de mapeamento na identificação de erros ou falhas no plantio e, na adubação, ou seja, para acompanhar e analisar todo processo e desenvolvimento relacionado ao cultivo e ao manejo da produtividade de qualidade (MESQUITA, 2014).

Mesquita (2014, p. 21) complementa que

[...] um drone pode substituir aviões ou satélites na produção de fotos georreferenciadas de propriedades rurais e de suas lavouras, permitindo o dimensionamento das áreas de reserva legal ou de proteção permanente. Suas imagens e dados permitem ao produtor rural gerar mapas topográficos e modelos para nivelamento e drenagem, medir a altura das plantas e condições gerais da lavoura, localizar plantas daninhas, infestações de pragas e até mesmo detectar deficiências de macronutrientes, como o nitrogênio.

Segundo o ex-pesquisador da EMBRAPA,

O potencial é enorme! Recentemente, com apenas 15 minutos de vôo, fiz o mapeamento de clorofila em uma área de 120 hectares de feijão, coberta por pivô

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central, na Fazenda Lagoa Vermelha, em Sorriso, aqui no Mato Grosso”, esta, segundo ele, seria atualmente uma das principais virtudes deste instrumento para a agricultura de precisão, desde que seja possível a captação de imagens NIR (infravermelhos próximos). A clorofila está linearmente relacionada com a quantidade de nitrogênio na planta, portanto posso calcular a demanda deste macronutriente para a produção de um volume determinado de grãos por hectare de uma determinada lavoura. A clorofila também é um indicador de rendimento, ou seja, me permite estabelecer a produtividade que vou obter em uma determinada área”, explica o pesquisador (MESQUITA, 2014 p. 22).

No entanto, um eventual mapeamento de clorofila é considerado, por enquanto, uma função avançada de um Vant para a agricultura brasileira, sobretudo pela existência de poucos programas (softwares) capazes de auxiliar na leitura e interpretação das imagens. “Em todo o país, o uso dos drones no campo está, em sua maioria, limitado ao que o olho humano vê”, ressalta Shiratsuchi (MESQUITA, 2014, p. 22).

O quadro 3 apresenta as experiências de inovações dirigidas à AP na EMBRAPA Agrossivipastoril.

Quadro 3: Experiências voltadas à inovação de AP na EMBRAPA Agrossilvipastoril

Experiências voltadas de AP

Especificação Fonte

1 Técnicas de precisão através de monitores de colheitas pela utilização geoestatísticas, que contribuem nas coletas de dados

Dados primários (entrevista) 2

No desenvolvimento de software para a identificação das plantas daninhas, por meio da utilização de drones na captação de imagens das lavouras, principalmente na safra de milho RR

Dados primários (entrevista) 3 Utilização de Veículo Leve Não Tripulado (VANTS) na lavoura (MESQUITA,

2014)

Fonte: elaborado pelo autor, com base nos dados primários (entrevista) e secundários (MESQUITA, 2014).

4.4 A relação entre as inovações de AP e as dimensões fundamentais do DS

Com base nas inovações identificadas, apresentam-se as relações de cada uma delas com as dimensões do DS, especialmente com o que assevera Barbieri et al (2010) sobre os benefícios atrelados à dimensões fundamentais do DS: ambiental, econômica e social.

Sobre a experiência 1, o desenvolvimento de técnicas de precisão com monitores de colheitas aliado ao uso da geoestatística de forma a contribuir nas coletas de dados, quanto à dimensão ambiental, os benefícios podem ser, pela menor quantidade, com a automação tecnológica adotada, do uso de materiais poluentes pela utilização do monitoramento da colheita, além da diminuição no uso de papel na coleta de dados geoestatísticos. Na dimensão econômica, verifica-se a maior qualidade dos dados e maior eficiência na sua coleta, ou seja, mais rapidez no resultado, além de dados mais precisos para embasar decisões e, em virtude do uso dos dados coletado, menos perdas na produção. Já na dimensão social, constata-se a possibilidade Social: a possibilidade aberta pela Embrapa aos produtores rurais em utilizar

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