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A ELETRONORTE promoveu entre o período de 1985 a 1995, ou seja, após a edificação de obras civis de barramento do rio Tocantins, formação do lago de Tucuruí e inicio de operação da 1ª etapa de motorização da UHE, a realização de estudos ambientais sobre as alterações que o empreendimento causou e ainda estaria causando na região do Médio-Tocantins.

Estes estudos ambientais, em escala bem menor do que seria exigido, a partir de 1986, com a regulamentação da lei federal nº 6.938/81, da Política Nacional do Meio Ambiente, orientaram a formulação pela ELETRONORTE de um Plano de Ações Ambientais, com diversos programas e focos compartimentados, visando atenuar impactos ambientais já cristalizados e outros ainda por manifestarem-se no ambiente local.

Após sistemáticas reuniões de discussões do plano com a equipe técnica de licenciamento ambiental da SECTAM, houveram alguns ajustes, com sugestões de retirada de alguns programas e incorporação de outros. O plano foi revisado, juntado a outros documentos inerentes ao processo de licenciamento ambiental e encaminhado oficialmente a SECTAM.

O documento encaminhado pela ELETRONORTE à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente-SECTAM, destacava que o Plano de Ações Ambientais, constituído de 14 Programas, tinha por objetivo, fornecer elementos que possibilitassem a SECTAM o acompanhamento das ações relativas a execução desses programas.

O empreendedor ressalvava ainda no documento, que o órgão estadual de meio ambiente, deveria considerar o fato de que os 14 programas ambientais estariam sendo desenvolvidos simultaneamente, com enfoques, abrangências, logística e custos muito distintos, justificando a ocorrência de estágios diferenciados na execução dos programas. O Quadro n. x apresentado abaixo, evidencia os programas constantes do Plano de Ações Ambientais.

10 PIRTUC-Plano de Inserção Regional da UHE Tucuruí, tem por objetivo apoiar os municípios localizados a montante da barragem na implementação de projetos de educação, saúde, saneamento, agricultura e piscicultura. 11 PIRJUS-Plano de Inserção Regional de Jusante, tem por objetivo apoiar os municípios localizados a jusante da barragem na implementação de projetos de educação, saúde, saneamento, agricultura e piscicultura.

PROGRAMA / AÇÃO AMBIENTAL

Programa de Pesca e Ictiofauna.

Programa de Limnologia e Qualidade da Água.

Programa de Mitigação dos Efeitos do Deplecionamento do Reservatório. Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

Programa de Revitalização do Banco de Germoplasma. Programa de Unidades de Conservação..

Programa de Fiscalização dos Recursos Naturais. Programa de Exploração de Madeira Submersa. Programa Indígena Parakanã.

Programa de Educação Ambiental. Programas Relativos à Fauna. Programa de Comunicação.

Programa de Revitalização de Áreas Ecologicamente Relevantes. Programa de Zoneamento Ecológico-Econômico.

Quadro 11 -Programas do Plano de Ações Ambientais da ELETRONORTE. Fonte: ELETRONORTE, 2000.

Embora não apresentados no bojo do Plano de Ações Ambientais, o documento fazia referência a outros estudos que estariam, concomitantemente, sendo realizados. Dentre estes, destacavam-se, i) estudos hidrossedimentológicos, destinados a caracterizar o estágio do processo de assoreamento do reservatório da UHE Tucuruí e prever a sua evolução, indicando medidas para amenizar seus efeitos e ii) estudos relativos a definição de indicadores ambientais para os programas implantados pela ELETRONORTE, objetivando proporcionar a empresa um instrumento de avaliação do desenvolvimento e eficácia desses programas. Os

outros estudos citados estavam mais vinculados ao apoio da ELETRONORTE a projetos de pesquisa de instituições cientificas.

Posteriormente, com a elevação do nível máximo normal de operação do reservatório de Tucuruí para a cota 74m, foram realizados novos estudos visando á proposição de novas medidas mitigadoras e/ou de compensação ambiental, cujos resultados foram encaminhados à SECTAM em janeiro de 2002.

Além de indicar medidas que foram implantadas no âmbito de programas ambientais já existentes, os estudos relativos à elevação do nível do reservatório até a cota 74 propuseram outros seis programas, que foram incorporados ao Plano de Ações Ambientais.

Atualmente, as ações socioambientais conduzidas pela ELETRONORTE em Tucuruí podem ser divididas em:

Plano de Ações Ambientais incluindo ações relativas á 1ª e 2ª etapas da usina e incorpora as ações ambientais previstas quanto da elevação da cota.

No quadro a seguir são apresentados os programas ambientais em andamento e a fase em que os mesmos se encontram (planejamento, implantação, execução e finalizados).

PROGRAMA / AÇÃO AMBIENTAL FASE

Programa de Pesca e Ictiofauna. Execução

Programa de Limnologia e Qualidade da Água. Execução

Programa de Mitigação dos Efeitos do Deplecionamento do

Reservatório. Execução

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. Execução

Programa de Germoplasma Florestal. Execução

Programa de Unidades de Conservação (Áreas de soltura 3 e 4 e Mosaico de Unidades de Conservação do Lago de Tucuruí- compensação ambiental).

Execução

Programa de Fiscalização dos Recursos Naturais. Execução

Programa de Exploração de Madeira Submersa. Encerrado

Programa Indígena Parakanã. Execução

Programa de Educação Ambiental. Execução

PROGRAMA / AÇÃO AMBIENTAL FASE

Programa de Comunicação. Inserido na comunicação da

Empresa Programa de Revitalização de Áreas

Ecologicamente Relevantes.

Inserido no Plano de Manejo do Mosaico (planejamento) Programa de Monitoramento da Operação Hidráulica do

Reservatório e Mitigação de seus Efeitos. Planejamento

Projeto de Reintegração do Canteiro Planejamento

Programa de Remanejamento da População. Finalizado

Programa de Saúde. Finalizado

Programa de Remanejamento da Infra-Estrutura

Local. Finalizado

Programa de Vigilância Entomológica. Finalizado

Estudos Hidrossedimentológicos Finalizado (periodicidade

decenal)

Quadro 12 – Estagio dos Programas do Plano de Ações Ambientais da ELETRONORTE. Fonte: ELETRONORTE, 2005.

Sob a ótica do empreendedor e do órgão estadual de meio ambiente, o plano apresenta direcionamento e objetivos concomitantes, porém os resultados são interpretados de maneira distinta. Sob a ótica dos residentes na área mais diretamente impactada e, portanto, aqueles que deveriam ser os beneficiários ou protegidos através das medidas mitigatórias, há desconhecimento do plano e divergências quanto á execução de poucos programas conhecidos e seus resultados.