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3. AVALIAÇÃO EDUCACIONAL:TENDÊNCIAS-PERSPECTIVAS E DESAFIOS

3.2 As perspectivas da avaliação do ensino-aprendizagem

Dada a contextualização do ato de avaliar em suas diversas fases e gerações, observa-se que a concepção de avaliação é um assunto de grande relevância na atualidade, Andriola (2005, p.152) contextualiza “a avaliação [...] como um processo que permite a reflexão sob a realidade estudada” e dessa forma possibilita “a emissão de um juízo de valor permitindo uma tomada de decisão”.

A avaliação do ensino e aprendizagem na Educação a distância semipresencial, assume novo paradigma na educação superior em que se torna, portanto, como parte integrante do contexto no ato pedagógico, ao avaliar a formação docente na atuação do tutor à distância na educação a distância semipresencial.

Bentes (2009, p.166), advoga que “todos são constantemente avaliados por outros”. Para que a atuação tutorial seja realizada com eficácia, é indispensável que os elementos dessa formação na atuação do tutor sejam avaliados em processo contínuo.

Para Luckesi (1996, p.6), “a avaliação é um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisões”. Quando se reporta ao juízo de qualidade, se depara com a realidade, o histórico, o resultado e as qualidades do sujeito. Na atividade do tutor essa realidade se constitui na aula presencial, no ambiente virtual de aprendizagem, momentos em que tutor e educando constroem a sua própria história, adquirem e aprimoram suas qualidades em busca de resultados no que foi planejado para conceber a aprendizagem.

Segundo Hoffman (1997, p. 61), “avaliação é movimento, é ação é reflexão”, a autora parte de uma premissa em que a aprendizagem promove mudanças.

Avaliar a atuação do tutor caracteriza este movimento, no deslocamento de um pólo a outro, a saída de um estado inerte do conhecimento para uma evolução pedagógica, assimilado nos saberes atitudinais, conceituais e procedimentais adquiridos.

A ação reflete no desenvolvimento do tutor e na sua capacidade de intervir, participar no processo educativo, e a reflexão leva-o a contribuir com o seu saber próprio, o senso comum, a experiência de vida, sua cultura, aplicados ao saber didático ao saber procedimental .

Este ato do movimento, ação, reflexão contrapõe a todo método tradicional da avaliação e proporciona ao tutor o direito à argumentação, à investigação, à discussão de ideias ao ato de motivar os alunos exercendo os saberes atitudinais .

O ato avaliativo consiste na relação de dois sujeitos cognoscentes que têm uma visão de mundo individuais, porém subjetivas e que podem ser compartilhadas para a concretização da construção do conhecimento.

Avaliar é exercer um ato político, portanto, se exime de todo processo seletivo e eliminatório promovendo um enfoque crítico da educação e do seu papel social, formar sujeitos dignos conscientes dos seus direitos e deveres; é importante problematizar os paradigmas estruturais dentro dessa ação avaliativa libertadora que envolve boa qualidade de ensino, aprendizagem asseguradas e práticas pedagógicas adequadas e ainda assegura a reflexão qual sociedade se deseja construir? Que tipo de homem se deseja formar? Que escola, universidade se quer erguer? Que tipo de atuação a EaD espera dos seus tutores ? Essas reflexões vão determinar os meios pelos quais se pode alcançar os fins.

A concepção de avaliação do ensino-aprendizagem com uma consciência crítica e uma noção coletiva e consensual, fundamenta-se numa concepção libertadora, logo, se pode correlacionar às causas e efeitos que são decorrentes do fazer pedagógico nas seguintes indagações: o que avaliar? Indaga-se sobre o conteúdo, os saberes. Porque avaliar? As atitudes. Para que avaliar? Os objetivos. Como avaliar? Os procedimentos.

Depresbiteris (1989, p.58) advoga que ”a avaliação é um instrumento [...] para verificar em que nível os alunos [tutores ] grifo nosso se encontram e com isto planejar ou replanejar as atividades de ensino quer imediata quer imediatamente”. Surge então a avaliação processual, contínua, reguladora, enfim formativa.

Balzan (2003, p.45), contextualiza que: “avaliar é importante para repensar objetivos, modos de atuação e resultados”. A avaliação sinaliza e serve como apoio para fazer essa reparação com brevidade do processo ensino-aprendizagem que está sendo realizado na aula presencial e no ambiente virtual de aprendizagem.

Viana (2000, p.109), evoca que “a avaliação é uma atividade com múltiplos aspectos, a ser usada em diversos momentos do processo educacional e que o mesmo modelo pode ser classificado de diversas maneiras, dependendo da ênfase naturalmente que lhe é dada”.

Esta estrutura metodológica, que torna possível o reconhecimento de relações verificáveis entre fatos ou conjuntos de fatos, o modelo de multiplicidade se caracteriza como eclético, holístico, com uma visão abrangente e deve ser utilizado em consonância com os objetivos delineados nesta proposta de avaliação tutorial em EaD semipresencial.

Bentes (2009, p.166) ainda evoca que “avaliação tem de ser muito próxima das práticas sociais de referência e deve contar com elementos capazes de dar ao sujeito avaliado a chance de avaliar o seu desempenho, sem preconceitos, sem ser submetido à pressão social, [...].” É muito importante, essa dimensão da avaliação que se apresenta, a dimensão ética em que o próprio tutor se constitui o sujeito do processo avaliativo e gerencia a sua própria formação docente com autonomia e liberdade.

A avaliação tem o seu papel social e político mediante o seu resultado e se constitui um fato social. Durkheim (1993 p. 44) contextualiza que “com efeito os fato s sociais não se realizam senão através dos homens; são um produto da atividade humana”. E essa atividade avaliativa na educação superior a distância semipresencial se consolida na atuação tutorial.

Bentes (2009, p.166), ainda focaliza que a função da avaliação é “contribuir para que o sujeito avaliado assuma poder sobre si mesmo, tenha consciência do que já é capaz e no que deve melhorar”. Essa postura da conscientização promove ao tutor mediante o processo ensino-aprendizagem a motivação necessária a formação contínua para poder mediar com legitimidade e ser avaliado pelos alunos.

Convém observar que, em um processo de avaliação, não há uma receita de algo pronto, definido; embora se tenha os parâmetros, cada instituição, cada fato social e cada fenômeno que se apresenta precisam ser discutidos dentro de uma flexibilidade e coerência visando à qualidade, que é a questão central da avaliação.

A avaliação do ensino e aprendizagem, na educação a distância se apresenta também com um caráter de construir, por isso se pode considerar como um processo pedagógico, pois atua na articulação de promover as interações das estruturas acadêmicas. Enfim é uma prática social com caráter pedagógico não é só diagnóstica, mas também formativa e diante dos resultados é somativa. Contribui então para que a a educação semipresencial tenha um tutor autônomo e reflexivo, criativo e inovador.

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