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Avaliação do ensinoaprendizagem na formação docente do tutor a distância nos cursos de graduação em educação a distância na Unisidade Federal do Ceará

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

NAIOLA PAIVA DE MIRANDA

AVALIAÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DOCENTE DO TUTOR A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SEMIPRESENCIAIS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FORTALEZA-CE

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NAIOLA PAIVA DE MIRANDA

AVALIAÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DOCENTE DO TUTOR A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SEMIPRESENCIAIS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira da Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal do Ceará (UFC) como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação.

Orientador: Prof. Dr. Nicolino Trompieri Filho

Co-Orientador: Prof.Dr. Robson Carlos Loureiro

(3)
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NAIOLA PAIVA DE MIRANDA

AVALIAÇÃO DO ENSINO-APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DOCENTE

DO TUTOR A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SEMIPRESENCIAIS

NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OCEARÁ

Esta dissertação foi submetida à apreciação da Comissão Examinadora como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Educação outorgado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca do Centro de Humanidades da mencionada instituição.

A citação de qualquer trecho desta dissertação é permitida desde que seja feita em conformidade de acordo com as normas da ética científica.

DATA DE APROVAÇÃO: / /

Prof. Dr. Nicolino Trompieri Filho (Orientador) Universidade Federal do Ceará

Prof. Dr. Robson Carlos Loureiro (Co-Orientador) Instituto Universidade Virtual- UFC

Profª. Drª. Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca Universidade Federal do Ceará - UFC

Prof. Dr. Gilvandenys Leite Sales

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Ao único que é digno de receber a honra e a glória a força

e o poder, ao Rei eterno, imortal, invisível, mas real.

A Ele ministramos o louvor. Coroamos a ti, oh Rei Jesus.

Adoramos o teu nome, nos rendemos a teus pés.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, fonte de toda inspiração!

Aos meus Pais (IN MEMORIAN)

João Batista de Paiva e Alzira Ferreira Paiva Razão de chegar até aqui...!

Ao meu esposo Francisco Bitencourt de Miranda

Pelo incentivo, apoio e paciência.

A minha filha Quézia Paiva de Miranda

Pelo carinho, compreensão e ajuda.

A minha irmã Ivanda Santos

Pela cooperação

A Profª. Drª. Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca

Pela oportunidade no NAVE - Núcleo de Avaliação Educacional

A Profª. Drª. Tania Vicente Viana

Pela Escrita acadêmica

A Prof ª. Drª. Sueli Maria de Araújo Cavalcante

Pela amizade duradoura

Ao Prof. Dr. Wagner Bandeira Andriola

Pela acolhida em suas aulas

Ao Prof. Dr. Robson Carlos Loureiro

Pela acolhida no Instituto Universidade Virtual

A amiga Iracema Pinho

Pela ajuda na hora certa

Aos meus professores do Mestrado

que marcaram esta linda trajetória

Aos meus colegas de sala de aula

Pela amizade construída

A CAPES/PROPAG

Por contribuir com a Bolsa para a realização desse estudo

Ao Caro Prof. Dr. Nicolino Trompieri Filho,

Meu orientador, nosso decano que só faz o bem a todos Pelo conhecimento, cultura e experiência.

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“Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.

(8)

RESUMO

A tutoria é uma das atividades docentes que acompanha, media e orienta o aluno na Educação a Distância (EaD) semipresencial. Este estudo busca, de modo geral, avaliar a atuação do tutor a distância. Especificamente, visa conhecer os saberes que são necessários na formação docente para uma atuação eficaz; analisar a aplicação desses saberes e avaliá-los na atuação do tutor a distância nos cursos de graduação em EaD semipresenciais da Universidade Federal do Ceará (UFC). Realizou-se, para esses propósitos, uma revisão de literatura contextualizando a Educação em três dimensões: Educação Superior e Educação a Distância; formação docente: tutoria e elementos formadores com a discussão dos saberes nas dimensões atitudinais, conceituais e procedimentais conforme as perspectivas pedagógica, didática e tecnológica; e a Avaliação Educacional, no que diz respeito à avaliação do ensino-aprendizagem e à avaliação formativa. A natureza da investigação caracterizou o estudo como exploratório, transversal e quantitativo, realizado no Instituto Universidade Virtual. A amostra foi aplicada em 175 tutores e 1.957 alunos matriculados em 7 cursos de graduação oferecidos no semestre letivo 2011.1, na modalidade EaD semipresencial. Os dados foram obtidos através de uma escala de avaliação do tipo likert com 16 itens e analisados através do software SPSS versão 15.0. O instrumento aplicado apresentou precisão de sensibilidade alta e erro padrão da medida inferior a 10% da amplitude da escala. A validade de conteúdo através da análise fatorial indicou que a escala é unifatorial. A distribuição do escore total na escala de avaliação foi transformado para a escala de notas [0;10]; apresentou, na amostra, média 7,7, mediana 8,4 e coeficiente de variação 28,2, com a média populacional variando no intervalo [7,6;7,8] para uma confiança de 95%. A distribuição das notas é não-normal, conforme teste de normalidade de Kolmorogov-Smirnov, com as notas se concentrando em valores superiores à média (mediana 8,4). Na análise de regressão linear múltipla dos saberes, os coeficientes padronizados indicaram que a dimensão conceitual apresentou maior peso na composição da nota de avaliação. A dimensão atitudinal ficou em segundo lugar e a dimensão procedimental apresentou menor peso. Essa dimensão merece ser objeto de estudo e ser investigada com maior profundidade, pois trata do saber didático, do saber-fazer na atuação do tutor a distância. A análise dos resultados indicou que os alunos avaliaram a atuação dos tutores classificando-a nos níveis de regular a bom.

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ABSTRACT

Tutoring is one of the educational act ivities that accompanies, mediates and guides the student at the semipresential Distance Education (D.Ed.). This study intends, in general, to evaluate the performance of the tutor. Specifically, this study intends to know the necessary knowledges in teaching formation for an effective performance; to analyze the application of those knowledges and evaluate them in the performance of the tutor of semipresential courses of D.Ed. in Universidade Federal do Ceará (UFC). Thus, it was accomplished a literature revew about Education in three dimensions: Higher Education and D. Ed.; teaching formation: tutoring and formation with a discussion of the knowledges in its attitudinal, conceptual and procedural dimensions, under pedagogical, didact and technological perspectives; and Educational Assessment concerning to learning evaluation and formative evaluation. The nature of this investigation characterized the study as an exploratory, traverse and quantitative one, achieved in Instituto Universidade Virtual. The sample was applied in 175 tutors and 1.957 students enrolled in 7 undergraduate courses at the first semester of 2011, in the modality of D. Ed. The data were obtained through a likert scale with 16 items and analyzed by the software SPSS version 15.0. The applied scale presented a precision of high sensibility and standard error lower than 10% of the amplitude of the scale. The content validity was accomplished through factorial analysis that indicated that the scale is unifatorial. The distribution of total scale scores was converted into a scale of grades [0;10]; it presented, in the sample, average 7,7, median 8,4 and coefficient of variation 28,2, with the population average varying in the interval [7,6;7,8] for a confidence interval of 95%. The distribution of the grades is nonstandard, according to test of normality of Kolmorogov-Smirnov, with the concentration of the grades in values above the average (median 8,4). In the linear regression analysis of the knowledges, the standard coefficients indicated that the conceptual dimension was stronger in the composition of the grade. The attitudinal dimension came in second place and the procedural presented was weaker. Therefore, this dimension deserves to be more studied and investigated, because is related to didact knowledge, to doing knowledge in the performance of the tutor in D. Ed. The analysis of the results indicated that the students evaluated the performance of the tutors classifying it in levels from regular to good.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Nota de Avaliação do tutor em intervalos de classe ... 68

Tabela 2- Nota na Dimensão 1- Atitudinal ... 77

Tabela 3- Nota na Dimensão 2- Conceitual ... 78

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Gráfico 1- Distribuição das Notas na Escala de Avaliação...69

Gráfico 2- Dimensão Atitudinal ...77

Gráfico 3- Dimensão Conceitual ...79

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LISTAS DE QUADROS

Quadro 1- Estatísticas da distribuição dos itens da Escala de Avaliação ...65

Quadro 2- Coeficientes de discriminação dos itens da Escala de Avaliação ...66

Quadro 3- Estatísticas da distribuição da nota na Escala de Avaliação ...68

Quadro 4- Teste de Normalidade da distribuição da nota na Escala de Avaliação ...70

Quadro 5- Médias das Notas na Escala de Avaliação segundo o Curso ...70

Quadro 6-Composição entre as médias dos Cursos ...71

Quadro 7- Médias segundo os Cursos agrupados em subconjuntos homogêneos ...71

Quadro 8- Médias das notas na escala de Avaliação segundo a Disciplina ...72

Quadro 9- Composição entre as médias das Disciplinas ...73

Quadro10- Médias segundo as Disciplinas agrupadas em subconjuntos homogêneos ...73

. Quadro11- Médias na Escala de Avaliação segundo os Polos ...75

Quadro12- Médias segundo os Polos agrupados em subconjuntos homogêneos ...76

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LISTAS DE ABREVIATURAS

ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância

ABT - Associação Brasileira e Teleducação

ANATED - Associação Nacional dos Tutores da Educação a distância

ATD - Avaliação do tutor a distância

AVA - Ambiente virtual de aprendizagem

CF - Constituição Federal

CONSUNI - Conselho Universitário

EaD - Educação a Distância

FUNTEVÊ - Fundação Centro Brasileiro de Tv educativa

IAT - Instrumento de avaliação Tutorial

IPAE - Instituto de Pesquisas e Administração da Educação

LDB- Lei de Diretrizes e bases da Educação PRONTEL - Programa Nacional de Teleducação

RQESAD - Referenciais de qualidade da EAD

SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

TIC’S - Tecnologias da informação e comunicação

UFC - Universidade Federal do Ceará

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... ...16

1.CONTEXTUALIZANDO EDUCAÇÃO EM TRÊS DIMENSÕES ... 19

1.1 A concepção de educação ... 19

1.2 O papel cultural e social da educação superior ... 22

1.3 A educação a distância: histórico - leis e concepções ... 23

1.3.1Breve histórico ... 23

1.3.2 Legalização e funcionamento da Educação a distância ... 26

1.3.3 Concepção em EaD ... 28

2. FORMAÇÃO DOCENTE : TUTORIA E ELEMENTOS FORMADORES ... 36

2.1 Tutoria a distância ...36

2.2 Tutoria e docência Elementos formador... 38

2.3 Saberes na aprendizagem do tutor ... 41

2.3.1 Saberes na atuação tutorial ... 43

3. AVALIAÇÃO EDUCACIONAL:TENDÊNCIAS-PERSPECTIVAS E DESAFIOS 48 3.1 As tendências históricas da avaliação educacional ... 48

3.2 As perspectivas da avaliação do ensino-aprendizagem ... 56

3.3 Os desafios da avaliação formativa ... 59

4. METODOLOGIA ... 61

4.1 População ...61

4.2 A amostra ... 61

4.3 Instrumento ... 63

4.4 Análise dos dados ... 64

4.4.1 Levantamento e organização dos dados... 64

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5. RESULTADOS ... 65

5.1 Análise métrica e validação da escala de avaliação ... 67

5.2 Apresentação e análise dos dados da escala de avaliação ... 67

CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 82

REFERÊNCIAS ... 83

APÊNDICE ... 87

(16)

INTRODUÇÃO

Ao longo da história as sociedades humanas vivenciaram quatro importantes transformações, tais como: transformação na fala, na escrita, na impressão e na tecnologia.

Esse processo social gerou o consumismo, a competição, o individualismo, o utilitarismo, a marginalização, a discriminação racial, a seletividade meritocrática e a divisão de classes em incluídos e excluídos (sistemas de cotas), valores esses, desumanos, discutíveis e que contribuem para a exacerbação do ser humano , mas oportunizam também o desenvolvimento do conhecimento.

Ressalta-se que essa visão generalista, favoreceu o surgimento de uma nova sociedade que se cognominou de sociedade do conhecimento ou sociedade da economia global.

A globalização e suas inovações tecnológicas que sensibilizam o espaço e o tempo, atualmente têm direcionado a sociedade e as instituições, inclusive a escola e a universidade, a passarem por momentos de mudanças e transformações rápidas e imprevisíveis.

Para Daniel (2003, p.119) “as tecnologias de informação e comunicação tem duas virtudes principais. Em primeiro lugar, elas apoiam as experiências de aprendizagem [...]. Em segundo lugar, apoiam o acesso a uma ampla gama de meios e de oportunidade de aprendizagem”.

Considera-se que a utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) influenciou a criação de novos paradigmas de aprendizagem e ensino, através da educação a distância (EaD), concebendo a oportunidade para uma nova visão de mundo à educação em se constituir como prática social, educativa e emancipatória, centrada no aluno, com o acesso à construção do conhecimento compartilhado, garantia da acessibilidade e autonomia no ensino personalizado.

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Este estudo no que concerne ao tutor a distância que atua na aula presencial e no ambiente virtual de aprendizagem mediando o conhecimento e precisamente por em ser um gestor do conhecimento, o seu trabalho se constitui como prática social junto ao educando, à universidade e à sociedade. Destarte, a eficácia da sua aprendizagem com enfoque nos saberes reflete na sua atuação, isto é, na sua prática docente.

Partindo deste pressuposto enuncia-se o questionamento que norteia este trabalho: Na perspectiva dos alunos que saberes o tutor a distância deve construir em sua formação para exercer a docência e atuar por meio das mídias digitais no s cursos de graduação semipresenciais da Universidade Federal do Ceará - UFC?

As respostas ao questionamento estão inseridas nas reflexões que originaram a pesquisa desta dissertação sob o tema: Avaliação do ensino - aprendizagem na formação docente do tutor a distância nos cursos de graduação semipresenciais na Universidade Federal do Ceará - UFC.

Os objetivos se constituem em: Avaliar a atuação do tutor a distância, especificamente, conhecer os saberes necessários na formação docente desse tutor, analisar a aplicação desses saberes em sua atuação e avaliar os saberes na atuação do mesmo.

O interesse por este estudo despertou ao cursar as disciplinas Educação a distância e Didática na graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia. Quanto a disciplina em educação à distância, através das aulas no ambiente virtual de aprendizagem, surgiram questionamentos a respeito dos saberes na atuação do tutor a distância. E, na disciplina de didática, as discussões foram muito pertinentes em relação à avaliação do ensino- aprendizagem.

Considera-se relevante o enfoque deste trabalho em relação aos saberes do tutor a distância devido a escassez de estudos em relação à formação docente tutorial e, por conseguinte, pode contribuir através do ponto de vista conceitual, com a construção do embasamento teórico no campo do conhecimento em EaD com a possibilidade de enriquecer o debate e a escrita acadêmica.

(18)

O estudo desperta o interesse acadêmico em aprofundar no referencial teórico o diálogo na tessitura das categorias de análise. Desse modo, no primeiro capítulo aborda- se a respeito da Educação, Educação superior e Educação a distância semipresencial. Já no segundo capítulo, a formação docente do tutor à distância com enfoque nos saberes e no terceiro capítulo comenta-se a avaliação educacional com enfoque na avaliação do ensino - aprendizagem e avaliação formativa.

A pesquisa de natureza transversal e exploratória com abordagem quantitativa, realizada no Instituto Universidade Virtual - UFC, com os dados coletados através de um instrumento de avaliação tutorial em que os alunos no ambiente virtual de aprendizagem, através do Sistema SOLAR, avaliaram os saberes na atuação do tutor a distância.

(19)

1 CONTEXTUALIZANDO EDUCAÇÃO EM TRÊS DIMENSÕES

Esta seção descreve os aportes teóricos que norteiam esta dissertação nas abordagens sobre Educação, Educação Superior e Educação a Distância (EaD) semipresencial.

1.1 A concepção de Educação

Quando se decide falar em educação se indaga: O que é educação? Várias concepções se apresentam na contextualização desse fenômeno social.

Vieira Pinto (1984, p.29 a 41), preconiza que Educação:

É um constructo complexo explicitado por vários caracteres: é um fato histórico; é um fato existencial; é um fato social; é um fenômeno cultural; desenvolve-se sobre o fundamento do processo econômico da sociedade; é uma atividade teleológica, ontológica e mesológica; é uma modalidade de trabalho social; é um fato de ordem consciente; é um processo exponencial; é por essência concreta; e é por natureza contraditória.

A Educação se insere em todas as instâncias da vida humana. Teoricamente consiste em uma filosofia de vida e se constitui como fato histórico, uma vez que realiza a história de vida de cada indivíduo, que constrói a sua própria história e contribui para a historicidade em que dentro de uma realidade concreta, evolui e se enraíza nas instituições básicas, tais como: família, igreja, escola, estado e na sociedade em geral.

É um fenômeno cultural, pois se apropria da cultura, dos valores, das tradições, dos usos e costumes, das raízes e da própria essência do povo. Pode-se dizer uma educação que se transforma em saberes no processo ensino-aprendizagem.

A Educação é considerada como atividade teleológica1, que deve ter como fim a instrução na formação do homem para o exercício da cidadania com consciência nos direitos e responsabilidade nos deveres. Como atividade ontológica2, que deve observar a constituição do indivíduo e seu ser num processo historicamente acumulado que, ao adquirir o saber, consegue ter uma visão do mundo e de si mesmo. E atividade mesológica3, que deve contemplar a maneira como se conduz o processo das relações

1 Teleológica - estudo filosófico dos fins, do propósito, objetivo e finalidade 2 Ontológica - estudo da natureza do ser

3

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em que permeia o meio e o ambiente em que o educando vive e convive quer seja na família, na escola e na sociedade.

Durkheim (1993, p.63), ainda define Educação como fato social em “toda maneira de agir ou não suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria independente das manifestações individuais que possa ter”.

Observa-se que o ser humano nasce com esses fatos sociais estabelecidos, em que tudo já está posto, coercitivamente, o educando percorre o seu período de escolarização tal como, salas de aula, horário, integralização curricular e professores. Freitag (1980, p.16), contextualiza que “a educação é um fato social”. Entende-se então que é movida pela contingência da forma social vigente.

A educação nessas diversas facetas se constitui em um processo social em que possibilita ao homem adentrar através da idade cronológica e mental a sua formação como homem e como cidadão, consigna a transmissão de valores que são indispensáveis ao seu convívio e desenvolvimento na sociedade.

Esse fenômeno social invade as relações sociais entre os sujeitos com objetivos comuns. Segundo Brandão (2005, p.24 e 26), “a educação aparece sempre que há relações entre pessoas e intenções de ensinar-e-aprender”. Há de se pensar que a relação educador e educando contextualiza este enigmático processo dialógico e interativo. E ainda, “aparece sempre que surgem formas sociais de condução e controle na aventura de ensinar-e-aprender”.

Quando se consigna na Constituição Federal (Brasil, 1988), no seu artigo 205,

“educação é direito de todos e dever do Estado[...]’’, percebe-se que a própria organização da sociedade ainda se encontra diluída em classes dominantes e dominadas, refletindo esse quadro na escola e na universidade que se caracterizam na qualidade de pública e privada. Dessa forma, a educação se veicula como instituição social na construção política da estrutura do processo educacional no ensino-aprendizagem. (LIBÂNEO,1994).

(21)

(2003, p.12), manifesta com muita propriedade o que pensa a respeito de educação.

Para mim, educação abrange todos os momentos do ser, conscientes ou inconscientes. Seus atos, seus pensamentos, seus desejos - manifestação da compreensão do que lhe falta - em todos os momentos de sua vida. O momento restrito que a pessoa de todas as idades dedica ao estudo [...] é para mim uma parte muito pequena do que vem a ser educação.

A educação quanto a sua natureza envolve a educação informal, formal e não formal. A informal é a que o homem adquire no berço, na família, célula mater da sociedade e que se estende à comunidade e a sociedade.

Caracteriza-se como educação formal, a que perpassa as instituições escolares no sentido de ser regulamentada, sistematizada, hierarquizada e democratizada com objetivos definidos. Essa classifica seus níveis em Educação Básica e Educação Superior.

A educação que se conjuga esforços na atividade educativa, com objetivos definidos nas instituições extra-escolares e que contribuem para a formação da cidadania se denomina de educação não formal.

Belloni (2001, p.54), assegura que “a educação é e sempre foi um processo complexo que utiliza a mediação de algum tipo de meio de comunicação como complemento ou apoio à ação do professor em sua interação pessoal e direta com os estudantes”.

O advento e uso das tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) contribuiu com essa interação nas mudanças da forma de se ensinar e aprender e se constituiu como um processo social que se consolida na experiência humana. Na educação superior, ampliou a diversificação na oferta de cursos na forma presencial, a distância e semipresencial.

1.2 O papel cultural e social da Educação Superior

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doutorado (pós-graduação stricto sensu) 5 - Os cursos de extensão, representados por cursos livres e abertos a candidatos que atendam aos requisitos determinados pela s instituições.

Esses tipos de cursos superiores são ministrados em instituições diversas como as universidades, os centros universitários e asfaculdades. Existem ainda outras denominações como institutos superiores, escolas superiores e faculdades integradas.

As instituições de educação superior são públicas ou privadas. As instituições públicas são criadas e mantidas pelo poder público nas três esferas - Federal, Estadual e Municipal. As instituições privadas são criadas e mantidas por pessoas jurídicas de direito privado com ou sem fins lucrativos.

Em se falando de educação superior toma-se como base teórica a universidade que é o centro de produção da cultura, do conhecimento e das tecnologias em seu tripé, ensino, pesquisa e extensão, voltada para a formação do cidadão e para inserção da crítica produzida no mundo do trabalho e da sociedade.

A universidade tem autonomia científica, tecnológica, pedagógica, administrativa, financeira e patrimonial para exercer a sua função social. Esta autonomia não significa isolamento, mas inserção relacional e articulada entre as áreas da educação superior e nos demais níveis de ensino na sociedade civil.

Não se trata de uma instituição passiva, abstrata e acomodada, mas uma instituição de uma visão pluralista e multidimensional que, como advoga Balzan (2003, p.9), “se constrói nos movimentos das relações e das forças que se produzem em seu cotidiano”. Por isso nessa dinamicidade se caracteriza dentro dos processos e relações que são públicos, mas também processos e relações sociais que se reproduzem em fatos

sociais.

Alguns fatos sociais, embora acadêmicos, surgem para compreender e analisar a atuação da educação superior assim como: O crescimento das instituições superiores, no que concerne a abertura de novas instituições públicas e privadas; quanto ao aumento de cursos, vagas e matrículas; quanto à permanência e no que se refere ao abandono, trancamento de matrícula, reprovação, repetência, fatores estes que colaboram para a existência da evasão; a situação dos egressos, a formação docente, sua qualificação e a qualidade desse profissional em seus saberes.

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garantir não só o acesso, mas a permanência, o sucesso do educando e a universalização do conhecimento.

Litwin (2001, p.46), contextualiza que “O desafio para universidade consiste hoje em oferecer novas formas de acesso aos conhecimentos, favorecendo a compreensão de ideias e o pensamento analítico e crítico através do uso das novas tecnologias da informação”.

Percebe-se que a Universidade tem se mobilizado na expansão da educação superior e se inserido nesse novo momento de profundas mudanças advindas da globalização e nas novas demandas de modalidades de educação. Rosco (2011, p.16) contextualiza esse momento a respeito dessas mudanças e evoca que,

O novo vocabulário da educação superior evidencia que a sociedade moderna está chegando a outras definições de conhecimento e raciocínio. As noções e habilidades, vocação, capacidade de transmissão, competências, resultados, aprendizagem pela experiência, capacidade e iniciativa tomadas em conjunto, são sinais de que as definições tradicionais de conhecimento já não são consideradas adequadas para os problemas da sociedade contemporânea.

Percebe-se ainda, que a inserção da Universidade nessa evolução tecnológica veio dar um avanço a fase da oralidade, a fase da escrita e agora a fase digital. Nova linguagem, novos comportamentos, enfim novo modo de aprender e ensinar permeia a educação superior através da Educação a distância (EaD). Mas o que é mesmo educação a distância? Qual a sua história? Como se legalizou? Quais os fundamentos que a edificam? Como funciona? Como se apresenta? Quais as suas características?

1.3 Educação a distância: Histórico - Leis e Concepções

1.3.1 Breve histórico

Considera-se então que ao longo do tempo o avanço das tecnologias tem marcado uma nova era da virtualidade para a educação no que diz respeito a novas práticas de ensinar e aprender.

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Nunes (2009, p.2), conta um pouco do início da história da EaD enfatizando que em 20 de Março de 1728 na Gazeta de Boston, (EUA), foram anunciadas aulas por correspondência ministradas por Caleb Philips, que enviava as lições semanais para os alunos inscritos no curso de taquigrafia.

Na Grã-Bretanha em 1840, Isaac Pitman também ministrou um curso de taquigrafia por correspondência. Em 1880, Skerry’s College ofereceu cursos preparatórios para concursos públicos e em 1884 O Foulken Lynch Correspondence Tuition Service ministrou cursos de contabilidade. E Thomas J. Forster,em 1891 ofereceu curso sobre segurança de minas nos Estados Unidos.

Em meados do século XX, as Universidades de Oxford e Cambridge na Grâ- Bretanha, ofereceram cursos de extensão. E em 1924 Fritiz Reinhardt criou a Escola Alemã por Correspondência de Negócios. Em 1910, a Universidade de Queensland, na Austrália, iniciou programas de ensino por correspondências.

A comunicação foi se desenvolvendo e começa-se a utilização do rádio em cursos de extensão para educação de adultos em 1928 através da rádio BBC (British Broadcasting Corporation), emissora pública de rádio e televisão do Reino Unido fundada em 1922.

Considerando o início do período republicano, no Brasil, a educação a distância foi se desenvolvendo, c om a invenção do rádio e em 1923, realizou-se a fundação da rádio Sociedade do Rio de janeiro, que apesar de uma entidade de iniciativa privada transmitia programas de educação popular. Observa-se que a instrução pública até 1930 não tinha ainda sido sistematizada, era cuidada por outros órgãos que exerciam outras funções.Em 1936 a emissora foi transferida para o domínio do governo.Em 1937 foi criado o serviço de Radiofusão Educativa do Ministério da Educação. Como se pode mencionar o Instituto Monitor, desde 1939, e o Instituto Universal Brasileiro, desde 1941 e que este ainda continua capacitando brasileiros para o mercado de trabalho, realizavam o ensino feito por correspondências e o material didático era remetido pelo correio. Observa-se que o aluno estudava a distância, porém, esse estudo promovia flexibilidade de tempo e espaço, mas sem muita troca interativa.

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Ressalta-se também a televisão que teve a sua participação especialmente nas décadas de 1960 e 1970. Com a criação do Código Brasileiro de Telecomunicações em 1967, foram instalados para as Universidades e fundações canais de difusão educacional. Em 1969 criaram o Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais que utilizava a rádio, televisão e outros meios.

Em 1972 foi criado o Programa Nacional de Teleducação (Prontel), em seguida foi criado o Centro de TV Educativa (Funtevê). Em 1994, o Sistema Nacional de Radiofusão Educativa foi reformulado ficando a Fundação Roquete Pinto com a coordenação das atividades. Vale mencionar que a Fundação Roberto Marinho contribuiu também com a iniciativa do Telecurso.

Algumas Instituições foram pioneiras na EaD: A UnB, que em 1973 constitui-se na educação superior uma referência com programas de projeção, ainda se pode mencionar a ABT- Associação Brasileira e Teleducação, o IPAE - Instituto de Pesquisas e Administração da Educação e a ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância.

A ABT foi criada em 1971 por um grupo de profissio nais da radiofusão onde, até então, atuam e editam a Revista Tecnologia Educacional. E que em 1980 foi credenciada para ministrar cursos de pós-graduação lato sensu, através do ensino tutorial.

O IPAE, fundado em 1973, foi o responsável pela realização dos primeiros encontros nacionais de Educação a distância e Congressos Brasileiros de Educação a Distância. Esse órgão articulou as disposições normativas a respeito da Educação a distância na LDB 9394/96 e na criação de uma secretaria referente aos assuntos da EaD.

A ABED foi fundada em 1995 e se constitui de uma sociedade científica sem fins lucrativos que reúne educadores e pesquisadores que estão envolvidos na Educação a distância. Atua na qualidade de implantar a cultura e na expansão da Educação a distância no país em relação ao processo ensino-aprendizagem, tutorias, material didático, ao educando, professores, tutores, instituições e empresas. Atua ainda no desenvolvimento e gerenciamento de projetos de pesquisa com relação às mídias digitais.

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Universidade Aberta do Brasil (UAB) com o seguinte teor:

O Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB - é um programa do ministério da Educação, criado em 2005, no âmbito do Fórum das Estatais pela Educação e possui com prioridade a capacitação de professores da educação básica. Seu objetivo é estimular a articulação e integração de um sistema nacional de educação superior. Esse sistema é formado por instituições públicas de ensino superior, as quais se comprometem a levar ensino superior público de qualidade aos municípios brasileiros.

No Ceará, destaca-se a Universidade Federal do Ceará através do Instituto Universidade Virtual4 que tem como missão atuar nas modalidades de educação presencial e a distância semipresencial, utilizando e desenvolvendo projetos com ações tecnológicas e metodológicas com a finalidade de garantir a qualidade e inovação do processo de ensino e aprendizagem por meio de múltiplas linguagens e tecnologias.

Ao longo de quase 14 anos de trabalho a equipe de colaboradores do Instituto Universidade Virtual tem promovido ações voltadas à educação a distância, como cursos de Extensão, Formação inicial e continuada para Tutores, Graduação, Pós- Graduação, Lato sensu e Stricto sensu, além de intercâmbios internacionais e desenvolvimento de ferramentas de apoio à aprendizagem e ensino à distância.

Dentre os trabalhos desenvolvidos destaca-se o que realiza em conjunto com a Universidade Aberta do Brasil, que é um dos maiores programas nacionais de Educação superior voltados à formação de professores da Educação Básica com funcionamento legalmente sistematizado. Contribuindo com a sua inserção no contexto social, das áreas de atuação acadêmica e na responsabilidade social.

Em 2010 foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni), a mudança de regime do Instituto Universidade Virtual, que se tornou a 16ª unidade acadêmica da Universidade Federal do Ceará (UFC).

1.3.2 Legalização e funcionamento da Educação superior a distância

A modalidade de Educação a distância obteve respaldo regulamentar na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) – Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece em seu artigo 80, a possibilidade de uso orgânico da modalidade de Educação

4 O histórico do Instituto UFC virtual se encontra literalmente disponível em www.virtual.ufc.br acesso

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a distância em todos os níveis e modalidades de ensino.

Observa-se que esse artigo foi regulamentado pelos Decretos 2494 de 10 de Fevereiro de 1998 e Decreto 2561 de 27 de abril de 1998 ambos revogados pelo Decreto 5622 de 20 de Dezembro de 2005 em vigência.

Através da Portaria 4059 de 10 de Dezembro de 2004, foi autorizado a introdução de disciplina no modo presencial em até 20% da carga horária total de cursos superiores reconhecidos.

No Decreto 5.622 de 20 de Dezembro de 2005 ficou estabelecido a política de garantia de qualidade no tocante aos variados aspectos ligados à modalidade de Educação à distância, notadamente ao credenciamento institucional, supervisão, acompanhamento e avaliação, harmonizados com padrões de qualidade enunciados pelo Ministério da Educação.

Cita-se na íntegra o Decreto 5622 (Brasil, 2005) artigo 2º V, que integra o item b ao objeto de estudo deste projeto de pesquisa.

Art. 2o A educação a distância poderá ser ofertada nos seguintes níveis e modalidades educacionais:

V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: a) seqüenciais;

b) de graduação; c) de especialização; d) de mestrado; e

e) de doutorado.

O Decreto 5800 de 08 de junho de 2006 constituiu o projeto Universidade Aberta do Brasil criado para ofertar cursos superiores na modalidade a distância em colaboração com as esferas federais, estaduais e municipais e de iniciativa privada, expandindo e interiorizando dessa forma a educação superior com prioridade na formação de professores para a Educação Básica, formação de gestores públicos e formação continuada de professores.

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Os Referenciais de qualidade para a educação superior à distância apresentam tópicos relevantes, a saber:

I) A concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem II) Sistemas de comunicação

III) Material didático IV) Avaliação

V) Equipe multidisciplinar VI) Infra-estrutura de apoio

VII) Gestão acadêmica-administrativa VIII) Sustentabilidade financeira.

No item V Equipe multidisciplinar, discorre-se sobre o papel do tutor a distância, objeto deste estudo, como um sujeito diretamente envolvido na prática pedagógica e que obviamente necessita de saberes para atuar no desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem de seus educandos.

Esse novo olhar de educação de qualidade é o grande mote da Educação superior que valida o processo do ensino-aprendizagem na articulação do conhecimento como prática social que evidencia um processo sócio histórico e cultural, interativo, colaborativo e dialógico na forma a distância ou semipresencial.

1.3.3 Concepções em EaD

Devido à evolução tecnológica a Educação superior tem desenvolvido o processo ensino-aprendizagem na forma de Educação presencial, Educação a distância e Educação a distância semipresencial, este se realiza quando o estudo é mediado através de encontros presenciais e com o acompanhamento pedagógico no ambiente virtual de aprendizagem.

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Há ainda controvérsias sobre ensino a distância e educação a distância. Admite- se que essas expressões ainda não estejam bem definidas e adequadas para essa modalidade que cresce em todos os níveis e formas de educação. Concebe-se então que o ensino a distância é a instrução o acompanhamento que é feito pelo tutor a distância através do ambiente virtual de aprendizagem.

Educação a distância constitui a formalização desse ensino que inclui gestão, planejamento e coordenação pedagógica, organização e sistematização do processo educacional. A EaD, apesar de ser considerada legalmente como uma modalidade de educação, engloba todos os níveis de educação e de uma maneira abrangente, atende a todas as formas de educação, assim se queira ou se necessite utilizá-la para a formação humana e intelectual.

Mas o termo Educação a distância se consagrou legalmente conforme a legislação vigente, LDB 9394/96 - Artigo 80, em uma nova modalidade de Educação que, por conseguinte, tem o seu poder de alcance, garante o livre acesso, constitui-se de finalidade, de uma forma de organização, viabiliza o processo de ensino-aprendizagem e se apresenta como um processo educativo desenvolvendo a relação dialógica do educando e tutor.

a) Seu alcance

Moraes (2010, p. 13) evoca que “Desse modo, ela amplia o poder de fogo da educação em sentido geral, como fator de desenvolvimento. Ela é uma arma a mais e uma arma de considerável alcance, que muda o caráter da guerra, como o avião no meio do século”.

Quando se reflete sobre Educação a distância se tem a ideia do seu poder de alcance que se desloca, que se movimenta, motiva e proporciona dessa forma a oportunidade para aqueles que, nos mais longínquos domicílios e dificuldades de acesso, possam realizar os seus sonhos de aprendizagem. Concede também uma nova oportunidade para aqueles que, devido uma agenda excessiva de trabalhos e ou no tempo oportuno, não puderam estudar.

b) O acesso

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e faixa etária que contribuem para atingir o seu objetivo. Moore e Kearsley (2007, p.55) comentam que:

Qualquer pessoa pode se matricular, sem levar em conta sua educação anterior; o estudo é feito em casa, no trabalho ou em qualquer lugar que o aluno escolher; os materiais do curso são desenvolvidos por equipe de especialistas; a orientação é proporcionada por outros especialistas; [...].

c) A finalidade

Entende-se que o surgimento da educação a distância tem uma finalidade para atender as diversas necessidades educacionais, como se apontam para algumas delas:

O que inclui: acesso crescente a oportunidades de aprendizado e treinamento; melhorar a capacitação do sistema educacional; nivelar desigualdades entre grupos etários; aumentar as aptidões para a educação em novas áreas de conhecimento [...]. (Op.cit .,p.8)

d) Sua organização

Essa nova forma de aprendizagem, não se trata de uma educação isolada, mas sistematizada no seu contexto pedagógico, visa a aprendizagem do educando, que de acordo com o seu ritmo, administra o tempo de estudo na construção do seu conhecimento.

Esta nova proposta de ensino e aprendizagem move os profissionais da educação a exercerem uma nova postura pedagógica, didática e tecnológica, assim como requer conhecimento para poder atuar com eficácia. A “educação a distância é um processo de ensino e aprendizagem planejado que exige tecnologias e metodologias especiais capazes de contemplar os processos de comunicação e interação entre os sujeitos envolvidos”. (Op.cit.,p.8).

e) Sua viabilização

Com a inserção das novas tecnologias da informação e comunicação o processo ensino-aprendizagem encontrou várias formas de recursos educacionais os quais Belloni (2001, p. 35) discorre que:

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Esses recursos viabilizam ao educando a consolidar a sua formação nessa modalidade em educação a distância, quer seja da forma a distância ou semipresencial.

f) Como processo

Permite ao educando a tomar as suas próprias decisões, ter disciplina e gerenciar o seu processo de aprendizagem. Ao organizar o seu estudo, tanto em relação ao material didático, postagens de trabalhos, assim como na interação ao acesso nas atividades no ambiente virtual de aprendizagem, administrar e disponibilizar o seu tempo para o cumprimento do cronograma estabelecido.

Belloni( 2001,p.20), ainda advoga que:

Educação a distância é uma espécie de educação baseada em procedimentos que permitem o estabelecimento de processos de ensino e aprendizagem mesmo onde não existe contato face a face entre professores e aprendentes - ela permite um alto grau de aprendizagem individualista.

Esse processo é mediado por tecnologias interativas e os sujeitos desse processo se articulam na interlocução. A interlocução é a base para que a dialogicidade se estabeleça nesse processo de ensino - aprendizagem uma vez que permite a interação entre educando e tutor na troca de saberes; entre educando e o material didático no momento da leitura, da reflexão, da aquisição de novos conhecimentos através da pesquisa e entre educando-educando em que o saber da experiência e saberes aprendidos nos conteúdos fluem e convergem para a aprendizagem colaborativa.

Freire (1993 p.52) evoca que:

O que se pretende com o diálogo em qualquer hipótese (seja em torno de um conhecimento científico e técnico, seja de um conhecimento ‘experiencial’), é a problematização do próprio conhecimento em sua indiscutível reação com a realidade concreta na qual se gera e sobre a qual incide, para melhor compreendê-la, explicá-la, transformá-la.

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g) A autonomia

No ato pedagógico a autonomia evidencia uma nova postura dos sujeitos envolvidos que se fundamenta no diálogo. Essa concepção de educação se constitui como um processo de auto-aprendizagem em que o aluno se torna capaz de gerir o seu estudo. (BELLONI,2001).

A questão da autonomia propõe ao tutor permitir ao aluno adquirir a sua independência e seu desenvolvimento. Convém observar que ser autônomo não é aprender ou estar sozinho, mas ter a liberdade, a iniciativa em se descobrir como o sujeito da aprendizagem, o seu próprio potencial e ampliar a construção do seu próprio conhecimento.

Pretti (2005, p.131) advoga que essa relação pedagógica em que brota e nasce dessa autonomia faz,

[...] de um lado reconhecer no outro sua capacidade de ser, de participar, ter o que oferecer, de decidir, de não desqualificá-lo, pois a educação é um ato de liberdade e de compartilhamento, [...]. Por outro lado, significa a capacidade que o sujeito tem de “tomar para si” sua própria formação, seus objetivos e fins [...] ser autor da própria fala e do próprio agir.

Essa interação produz a relação dialógica que se torna necessária em qualquer atividade em que seres humanos participem se inserindo no contexto da educação a distância ou semipresencial no momento em que o educando acessa ao ambiente virtual, para compartilhar com os seus saberes, registrar suas dúvidas, seus limites seus anseios e suas angústias.

Enfim, a autonomia desperta no sujeito da aprendizagem a liberdade, a emancipação no desejo de aprender e exercer cidadania.

A autonomia na EaD se apresenta em várias dimensões que se considera importante mencionar neste trabalho, tais como: a dimensão ontológica, a dimensão política, a dimensão afetiva, a dimensão metodológica, a dimensão técnico - instrumental e a dimensão operacional. (DIAS & LEITE2010).

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A dimensão política integra a um compromisso que envolve ética profissional, relação essa desenvolvida entre educando e professor na educação presencial e entre educando e tutor a distância na educação semipresencial. ( DIAS & LEITE,2010).

A dimensão metodológica envolve a atuação do tutor no momento do saber fazer, em orientar o educando em relação a compreensão do seu material didático, ao fazer as atividades para serem postadas e na interação dos temas que são discutidos no ambiente virtual de aprendizagem. Mas, também permitir o educando a se pronunciar, expressar os seus saberes.

A dimensão técnico-instrumental reside no fato de que o educando se encaminha para efetuar a aplicabilidade da sua aprendizagem. É o momento prático em que pesquisa em outras fontes de conhecimento e posta seus trabalhos, compartilha com o grupo essas pesquisas e exerce dessa forma com segurança a sua autonomia.

A dimensão operacional é a utilização e o domínio no uso dos recursos tecnológicos que redimensionam o tempo e o espaço em que o educando constrói a sua aprendizagem no ato educativo.

h) Como ato educativo

Gomez (2004, p.54), afirma que “assim, pode-se considerar a educação a distância um ato educativo significativo”. Concebe-se também que o aluno gerencia a sua própria aprendizagem e desenvolve a sua autonomia nesse ato educativo com ferramentas síncronas, atividades que ocorrem em tempo real, assim como chats e nas ferramentas assíncronas, atividades que não ocorrem em tempo real, tais como fóruns e portfólios no ambiente virtual de aprendizagem.

i) A responsabilidade

Esse ato pedagógico na educação semipresencial se reveste de uma relação em que os sujeitos exercem responsabilidades afins. Freire (2005, p.21), contextualiza que

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j) Como prática pedagógica, contextualiza-se que,

A educação a distância não pode ser simplesmente confundida com instrumental, com as tecnologias a que recorre. Deve ser compreendida como prática pedagógica, isto é uma prática social, situada, contextualizada, mediada e midiatizada uma maneira de se fazer educação, de democratizar o acesso ao conhecimento de socializá-la e provocar a práxis. (PRETI, 2005, p.11)

Considera-se que essa prática pedagógica viabilizada pela práxis que é a ação e a reflexão sobre a ação, deve ser acompanhada de uma formação docente de qualidade com saberes que perpassem as perspectivas didáticas, pedagógicas e tecnológicas.

Pensa-se que não se trata de um jeito ou um tipo de educação isolada, mas que permeia todos os níveis e modalidades de educação. Nesta discussão merece observar que a educação a distância e ou a educação semipresencial não tem o objetivo em resolver os problemas da educação de um país. Tem a possibilidade de um maior alcance, propor e persistir a atingir metas, porém com alguns limites que devem ser cuidados para primar pela qualidade desse ensino-aprendizagem.

Esses limites estão voltados para a qualidade da formação docente dos atores envolvidos, o material didático, estratégias metodológicas que envolvem comunicação e interatividade nas tecnologias da informação e comunicação assim como a gestão do processo escolar que articula o planejamento dos cursos, tais como matriz curricular, cumprimento de carga horária, créditos de disciplinas, atos e fatos que circundam a gestão e que envolvem as atividades inerentes ao curso em andamento.

k) Sua compreensão

Moore e Kearsley (2007, p.20) asseguram que: “A educação a distância é ao mesmo tempo, uma causa e um resultado de mudanças significativas em nossa compreensão do próprio significado da educação [...]”, entende-se que compreender educação a distância é considerar que as mudanças de paradigmas educacionais implicam diretamente nessa nova forma de aprender e ensinar.

Porém, concebe-se que a educação a distância não se constitui só nas mudanças de paradigmas educacionais conforme os autores acima preconizam, mas se constitui de uma prática social que sofre influências do contexto social, político e econômico.

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elementos que contribuem para o seu desenvolvimento, porém, o que vai caracterizar a sua essência, a sua relevância em relação aos objetivos pretendidos e alcançados é a qualidade do seu projeto pedagógico e a qualidade da formação do seu corpo docente.

Considera-se que nesse projeto pedagógico se possa definir uma filosofia de educação. Isto é o que o educando precisa aprender, já que é o sujeito desse processo ensino-aprendizagem, que é articulado através das mídias digitais. Deve se considerar nesse processo os meios em como apresentar esses conteúdos? Quais as estratégias metodológicas necessárias e adequadas para que haja aprendizagem? Quanto a finalidade, o Porquê? E indaga-se nesse contexto que cidadão desejo formar? Como atingir uma educação de qualidade? (BELONI, 2001).

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2. FORMAÇÃO DOCENTE: TUTORIA E ELEMENTOS FORMADORES

Neste capítulo será discutida a formação docente utilizando-se da categoria profissional na figura do tutor a distância. Serão discutidas a docência na tutoria, suas bases legais e teóricas e os seus elementos formadores, enfocando a questão dos saberes docentes na atuação desse ator que se constitui docente e mediador e que participa ativamente do processo ensino- aprendizagem na educação on line.

2.1 Tutoria a Distância

A tutoria é uma das atividades docentes na educação a distância semipresencial que media, acompanha e orienta o educando quer seja na aula presencial e ou no ambiente virtual de aprendizagem.

Os Referenciais de qualidade da educação superior a distância, BRASIL (2007, p.19 e 20) abordam a respeito da Equipe Multidisciplinar no item 05, com o seguinte teor:

Em educação à distância, há uma diversidade de modelos, que resulta em possibilidades diferenciadas de composição dos recursos humanos necessários à estruturação e funcionamento de cursos nessa modalidade. No entanto, qualquer que seja a opção estabelecida, os recursos humanos devem configurar uma equipe multidisciplinar com funções de planejamento, implementação e gestão dos cursos à distância, onde três categorias profissionais, que devem estar em constante qualificação, são essenciais para uma oferta de qualidade: docentes, tutores e pessoal técnico administrativo.

Dessa forma, as categorias profissionais na qualidade dos docentes se constituem de professor conteudista e professor formador e tutores.

A figura do tutor a distância ainda é questionável no exercício dessa função no que concerne a profissionalização na educação a distância. Conforme pronunciamento do Deputado Ricardo Izar constante no anexo A deste trabalho, há acerca de trinta e cinco mil tutores sendo dez mil atuando somente na Universidade Aberta do Brasil para cerca de duzentos mil alunos e outros vinte e cinco mil tutores são responsáveis por 1,2 milhões de alunos em outras instituições .

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Percebe-se que até o presente momento o tutor não tem garantias individuais e trabalhistas caso haja acidentes ou por motivo afastamento por doenças. Considera-se então como um profissional autônomo, um colaborador. Porém com responsabilidades a rigor, em mediar o conteúdo da disciplina nos encontros presenciais e aplicar provas presenciais, cumprir horários, efetuar deslocamentos para outras cidades, acompanhar o aluno diariamente no ambiente virtual de aprendizagem, garantir e mediar a aprendizagem, motivar o aluno a encerrar a disciplina e a continuar no curso.

Nessas atividades de tutoria a Universidade Aberta do Brasil (UAB) relaciona as atribuições conforme a seguir:

Mediar a comunicação de conteúdos entre o professor e os estudantes;

Acompanhar as atividades discentes, conforme o cronograma do curso; Apoiar o professor da disciplina no desenvolvimento das atividades docentes; Manter regularidade de acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA e

responder às solicitações dos alunos no prazo máximo de 24 horas;

Estabelecer contato permanente com os alunos e mediar as atividades discentes; Colaborar com a coordenação do curso na avaliação dos estudantes;

Participar das atividades de capacitação e atualização promovidas pela instituição de ensino;

Elaborar relatórios mensais de acompanhamento dos alunos e encaminhar à coordenação de tutoria;

Participar do processo de avaliação da disciplina sob orientação do professor responsável;

Apoiar operacionalmente a coordenação do curso nas atividades presenciais nos

pólos, em especial na aplicação de avaliações. (UAB/CAPES).

Considera-se que todas essas atribuições que constituem na atuação desse profissional da educação, denominado de tutor, se resumem em mediar, ensinar, avaliar, enfim realizar a gestão pedagógica da aprendizagem.

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Esta articulação política ainda está voltada para exigências ao tutor, no que concerne suas atribuições, habilitações e certificações na sua formação docente. Porém, ainda não estabelece as garantias individuais salariais, enfim, a valorização que esse profissional da educação precisa e merece ter pelas atividades de docência que exerce na tutoria.

2.2 Tutoria e Docência - Elementos Formadores

A Tutoria é um ato de docência e a docência tem sido motivo de freqüentes discussões e inquietações no mundo pós moderno. A globalização e as desigualdades sociais, a diversidade cultural e a pluralidade de indivíduos emitem conceitos e questionamentos que influenciam diretamente na pessoa, na formação, no trabalho e na profissão do professor e também do tutor .

Tardiff e Lessard (2008, p.55) evocam que “Desde que a docência moderna existe, ela se realiza numa escola, [...]”. Entende-se que onde há unidade escolar, seja de que nível, a figura do docente é presente e requer uma formação. Considera-se que, a temática é de grande relevância no contexto do cenário educacional vigente. O grande desafio da educação superior a distância é oferecer uma educação de qualidade e a universidade como instituição social, tem um papel relevante na apropriação, disseminação, e construção desse conhecimento através da formação docente.

Considera-se que os elementos formadores na docência presencial, integram também a docência semipresencial no que se refere a história de vida, a identidade, os saberes e a prática docente.

Nóvoa cita Jennifer (1992, p.7) e contextualiza em que “o professor é uma pessoa: e uma parte importante da pessoa é o professor”. Levando em consideração o tutor a distância que se considera um professor, pois exerce a docência também na sala de aula presencial e virtual, não se trata de uma figura estática, trata-se então de uma pessoa que vive encantos e desencantos, subidas e descidas, tristezas e alegrias, de carne e osso, enfim tem a sua história de vida a contar.

Os contextos dessa história de vida são representados pelas lembranças de infância, juventude, solteirice, nas relações familiares, na escola, na igreja, na quermesse, na cidade ou na zona rural são elementos culturais que influenciam na identidade do professor.

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passam de geração em geração aos seus educandos e que se constituem de saberes da experiência. Na vida profissional se constituem como marco que servem como referência no exercício da docência.

A história de vida se torna relacional a identidade no quadro da história de vida dos tutores. Constitui-se como uma bagagem, um arcabouço de práticas vivenciadas em que o docente enriquece o seu dia a dia na formação dos seus educandos.

A identidade se forma por experiências que ao longo da vida ou da profissão deixaram marcas que consignaram a maturidade do agora. Silva (2007, p.19), cita os argumentos de Jonathan Rutherford e evoca que:

[...] a identidade marca o encontro de nosso passado com as relações sociais, culturais e econômicas nas quais vivemos agora... a identidade é a interseção de nossas vidas cotidianas com as relações econômicas e políticas de subordinação e dominação.

Essa identidade se constitui como um construto de ordem dialógica na relação educador e educando em que dentro da cultura escolar ressignifica, aprimora e influencia a identidade do educando.

Portanto, o processo de formação pessoal reflete diretamente na identidade do professor e tutor no que ele é e no que ele faz partindo de um princípio de que a formação da sua identidade pessoal e profissional contribui para a sua formação acadêmica e a de seus educandos. (FARIAS,2008).

A prática docente constitui-se também como elemento identitário, da formação docente, pois integra o processo de educar. Freire contextualiza em que educar é politizar, logo a prática docente é política em si mesma, um processo político, de emancipação, em que o tutor e educando na sala de aula presencial e virtual exteriorizam as suas convicções do que pensam e a visão de mundo que cada um tem. Quer seja na mediação, na participação do educando na escrita e na problematização em que os conteúdos são apresentados. Exercem enfim a sua autonomia numa desenvoltura de saberes que o próprio mundo globalizado tem requerido de seus transeuntes.

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cada vez se aproxima de uma prática docente livre, crítica, reflexiva a serviço da aprendizagem do educando.

O trabalho docente sofreu várias mudanças no contexto capitalista, o que se pode observar nas estratégias, nos métodos de ensino e aprendizagem, o que irá refletir em uma contínua formação da identidade na docência. Vale ressaltar que as constantes mudanças requerem nova postura do profissional da educação, o tutor a distância, que recebe essa influência no dia a dia na sua prática educativa, e desencadeia diretamente na formação do educando como cidadão crítico, reflexivo e ético para a sociedade e em toda a sua vida.

Por isso, não se deve considerar mais o professor e ou o tutor como o detentor do saber, mas que no seu trabalho precisa mediar saberes, ou seja precisa saber, saber fazer e saber ser em uma relação dialógica em que o fazer pedagógico se desenvolve através de um trabalho educativo em que é realizado através da observação do contexto escolar no dia a dia, o nível social e cultural dos alunos, o nível de aprendizagem que os educandos apresentam na unidade de ensino que é a escola a universidade ou a sala de aula virtual .

A sala de aula quer seja presencial ou virtual é o lugar em que é desvendado e construído o saber na vida dos sujeitos, mas é um lugar em que a prática docente é quem vai nortear as perspectivas e tendências de mudanças através dos saberes adquiridos e estratégias adequadas para cada aluno, pois se deve cuidar de aluno por aluno. Por isso acrescenta Pimenta (2009, p.115) que, a prática educativa é de “modo consciente, intencional, sistemático, para finalidades sociais e políticas[...] postas à humanização”.

Quando se aborda a prática docente visualiza-se fazer educação como prática social, um processo de mudança social como contextualiza Freire (1993 p.30), que “o homem tende a captar uma realidade, fazendo-a objeto de seus conhecimentos. Assume a postura de um sujeito cognoscente de um objeto cognoscível”.

E ainda acrescenta, “Isto é próprio de todos os homens e não privilégio de alguns por isso a consciência reflexiva deve ser estimulada: conseguir que o educando reflita sobre a sua própria realidade.”(op.cit.,p.31)

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2.3 Saberes na Aprendizagem do tutor

Na formação docente do tutor se leva em consideração os conhecimentos adquiridos ao longo de sua experiência de vida e profissional, o saber da experiência. E a aprendizagem se constitui um continuun, promove uma diversidade de novos saberes que colaboram para a construção do conhecimento e atuação com eficácia no ambiente virtual de aprendizagem e nos encontros presenciais.

Freire (2005, p.23) evoca que “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Para a garantia de um bom trabalho docente com eficácia na tutoria, é imprescindível que o tutor esteja sempre em processo de aprendizagem.

O Relatório de Jacques Delors contextualizado por Wertthein & Cunha (2000, p. 18 a 21), expõe os 04 (quatro) pilares da educação em aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. A aprendizagem portanto, obteve novos parâmetros e fundamentos da Educação para o século XXI.

Rosco (2011, p.206), ratifica o relatório de Delors e relaciona “aprender a conhecer” ao “desenvolvimento da razão”; “aprender a fazer” às “habilidades práticas e técnicas”; “aprender a viver juntos” à “ habilidades de comunicação”; “aprender a ser”; à “habilidades de gestão da própria vida”.

Notadamente que Sacristan (2011) explicita o papel da aprendizagem e observa que na postura do tutor, em meio a sua própria formação docente, a aprendizagem é indispensável. Pois aprender a conhecer, notifica a capacidade de mostrar uma cultura geral, no potencial do conhecimento pedagógico, didático e tecnológico adquirido.

Aprender a fazer identifica o grau de habilidades em que se adquire nas práticas educativas e na formação continuada em que a própria sociedade da informação e comunicação atualmente desafia esse profissional da educação a ousar e ser criativo e inovador.

Aprender a viver juntos conduz a reflexão do contexto sociológico e aponta para a visão de mundo em sentir o outro o grau de interação que se deve ter para novas adaptações, mudanças, no compartilhar de experiências, ideias, saberes, enfim, uma relação dialógica em que o próprio processo educativo requer na atuação das mídias digitais.

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David Ausubel consigna essa teoria, em Nunes e Silveira (2008 p.69), que evocam: “Para ele a aprendizagem é um processo de organização das informações e organização e de integração dos conteúdos à estrutura cognitiva do aluno, podendo ser classificada em duas dimensões: aprendizagem memorística e aprendizagem significativa”.

Essa aprendizagem do tutor não se customiza em uma aprendizagem memorística de uma reprodução literal, repetitiva, tradicional, mas em uma aprendizagem significativa, pois sua ideia central como contextualiza Coll et all (1998, p.32), “trata-se de um processo no qual o que aprendemos é o produto da informação nova interpretada à luz daquilo que já sabemos”. Por isso os conhecimentos anteriores interagem de forma a produzir e absorver novos conhecimentos.

A aprendizagem significativa se embasa no conhecimento prévio. O tutor para exercer a prática docente na sala de aula virtual precisa ter conhecimentos prévios e elaborados, requer o saber docente, com domínio de conteúdo para poder ministrar o conteúdo com segurança em sua prática docente.

Quando se trabalha a aprendizagem em relação aos saberes necessários à docência no que concerne a tutoria se tem em relação à aprendizagem significativa a presença dos saberes didáticos, pedagógicos e tecnológicos que são perspectivas que se interligam numa compreensão interdisciplinar. Esses saberes docentes devem estar presentes na formação docente do tutor a distância para que possa atuar com eficácia no ambiente virtual de aprendizagem.

Belloni (2001, p.85), ratifica que “Para fazer frente a essa nova situação, o professor terá necessidade muito acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica, quanto em relação às metodologias de ensino e novas tecnologias”.

Essa contextualização de Belloni, em frisar a “necessidade acentuada de atualização constante”, requer aquisição sempre de novos saberes que sejam passíveis de uma aprendizagem constante e de formação continuada nessa nova forma de ensinar e aprender.

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Tabela 1 - Nota da avaliação do tutor em intervalos de classe
Gráfico 1  –  Distribuição das notas na escala de avaliação
Gráfico 2  –  Dimensão Atitudinal
Tabela 3 - Nota na dimensão 2 - CONCEITUAL - Escala [0 ; 10]
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Referências

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