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ASPECTOS EMERGENTES PARA/DA CIDADE SUSTENTÁVEL: A NATUREZA, A EDUCAÇÃO, A

No documento livro-cidades-sustentaveis (páginas 60-72)

JUSTIÇA E A ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA

Carlos RS Machado* Eder Dion de Paula Costa** Francisco Quintanilha Véras Neto*** Antônio Carlos Porciúncula Soler****

Este trabalho apresenta as bases teóricas de uma atividade de extensão que culminou na articulação de professores à produção de uma pesquisa sobre a cidade sustentável. A partir da realização de evento com cinquenta pesquisadores e acadêmicos, e de Introdução

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Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), coordenador e membro do grupo de pesquisa GPNC (Grupo de Pesquisa Política, Natureza e Cidade – karlmac@ig.com.br.

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Professor de Direito da FURG, membro fundador do GTJUS (Grupo Transdisciplinar de Pesquisa Para a Sustentabilidade Jurídica), Coordenador do Projeto Agricultura Ecológica Urbana e Peri-Urbana e da INTECOOP (Incubadora de Cooperativas), ambos ligados ao Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (NUDESE), da Pró-Reitoria de Extensão da FURG – ederdion@yahoo.com.br.

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Professor de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da FURG, líder do GTJUS – quintaveras@yahoo.com.br.

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Professor de Direito Ambiental, Coordenador Institucional do Centro de Estudos Ambientais (CEA), membro fundador do GTJUS, Coordenador do Projeto Agricultura Ecológica Urbana e Peri-Urbana (NUDESE), discente no Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da FURG – acpsoler@gmail.com.

reuniões entre os pesquisadores, geramos um projeto de pesquisa a ser desenvolvido de 2007-2009, que deverá culminar na criação de um observatório na/da cidade em Rio Grande/FURG. Isto porque, partimos da conclusão de que a cidade é estratégica no sistema- mundo capitalista, como espaço de transformação e superação do sistema produtor de mercadorias e de suas relações sociais e com a natureza. E diante disso urge a articulação da pesquisa, da ação política e cidadã, em todos os espaços sociais de superação de tal realidade em nossas cidades e relações.

Neste sentido, a produção de uma cidade sustentável, na sua relação com a natureza e na produção dos meios necessários à vida, resultantes de um processo de efetivação de uma democracia sem fim e de alta intensidade (SANTOS, 1998, 2001, 2007), perpassando todas as relações sociais, educativas e com a natureza poderia ser uma utopia articuladora das ações desses pesquisadores-cidadãos e educadores ativos e rebeldes. Além de inconformados com as condições de miséria, exclusão e de exploração de nosso povo há 500 anos.

Argumentaremos nas partes seguintes do por que ser a cidade estratégica, bem como sobre alguns aspectos importantes de tal estratégia na cidade e dos fundamentos teóricos ao estudo da/na cidade. Ao final apresentaremos algumas conclusões provisórias sobre a temática desenvolvida.

1 A cidade como estratégica

A cidade é o local no qual as pessoas vivem e relacionam- se em/com determinado ambiente natural, social, econômico e sob determinado arcabouço jurídico e sob determinadas formas de produção dos meios de sua subsistência. Nela se produz e re- produz a vida como um todo. Cada qual tem uma história, tradições e culturas constituídas através dos tempos que lhes dão "um charme particular". Mas ela é obra dos cidadãos, daqueles que

agem, mas também daqueles que nela apenas habitam.1

A produção desta "base" desenvolve-se, por exemplo, nas atividades de ensino (nas redes de ensino e escolas), e também através das leis da (in)justiça e da/na produção material e/ou manifestações artísticas

Neste sentido, desenvolve-se na cidade um processo educativo que se assenta numa determinada realidade social, econômica e natural.

2

A configuração do Estado, da economia e das classes sociais sempre esteve condicionada pela forma histórica de integração da região à

como produção de hegemonia, de consenso, etc., “traduzindo-se” nas relações sociais no cotidiano e no vivido. Isto porque, na sociedade/cidade como há divisões sociais, territoriais, classes e grupos diferenciados em termos de lugar em que vivem, no acesso aos benefícios das políticas, dos bens produzidos e à justiça, bem como aos centros de decisões e de poder, a percepção e o vivido de todos e de cada um é diferente (e diferenciado). Mas, além disso, a cidade é o "lugar de combate entre as classes” (LOWY, 2006, p. 59-60).

Ao mesmo tempo, devemos considerar as cidades, em suas particularidades, mas também onde se localizam, ou seja, na América do Sul (Rio Grande, Santa Clara, Cienfuegos, Montevidéu, etc.) são cidades capitalistas (Rio Grande, Montevidéu) ou socialistas (Santa Clara e Cinefuegos), como exemplos. Nas cidades, ou em nosso continente, invadido em 1500 pelos europeus, diz Ouriques e Rampinelli (2000, p. 86) devemos considerar o que chamam de conquista interminável:

1

Diferenciaríamos os seres humanos que vivem na cidade como cidadãos (ativos, os quais podem ser divididos entre aqueles que desenvolvem ações rebeldes e aqueles que desenvolvem ações conformistas) e moradores/habitantes. Estes são como árvores, pedras, animais, pois apenas vivem, comem, dormem e fazem sexo, além é claro, de serem “mão de obra” do sistema. Tais definições e/ou separações inspiram-se em Boaventura de Sousa Santos (2001, 2007).

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A sustentabilidade ecoestética é tema de estudos do prof. Dr Pablo René Estevez, autor de artigo deste livro intitulado “Lo Estético En La Naturaleza Humana”.

economia mundial. O velho colonialismo foi superado e a dependência afirmou-se de maneira completa revelando que as elites são historicamente incapazes de romper o círculo de ferro que determina a exploração e a alienação de milhões de seres humanos em nosso continente. A dependência transformou-se na única mercadoria que constantemente se renova em negociatas intermináveis no mercado mundial (OURIQUES e RAMPINELLI, 2000, p. 9).

Tais aspectos são importantes, pois a cidade (sociedade) em que vivemos – neste sistema-mundo (WALLERSTEIN, 2001) – é uma cidade capitalista decorrente de um processo de urbanização que se revelou/ampliou desde os anos 60 do século passado. E, sendo assim, as políticas urbanas (e/ou sociais na cidade) criam e re-criam "constantemente os lugares" e novas centralidades que se deslocam produzindo novas formas de uso/consumo do espaço (GONÇALVES, 2004, p. 11).

Tal processo deve ser inserido na nova subordinação constituída nos últimos tempos com o chamado neoliberalismo. Este em decorrência da globalização capitalista nas últimas décadas passou por cima dos estados nacionais, avançou mais profundamente sobre todos os espaços da vida e sobre a natureza. Chegamos à mercantilização de tudo – portanto, a barbárie total - na/da sociedade e na/da natureza e na/da vida. Mas, ao mesmo tempo, o local e a cidade, o lugar onde as pessoas vivem "parece" emergir como importante componente de suas identidades e envolvimentos em processos participativos nas últimas décadas em nosso país. Sendo assim, devemos contextualizar a cidade em sua história nacional e internacional (sistema-mundo) em sua especificidade sociopolítico-econômica dentre outros aspectos para percebermos suas diferenças, mesmo em relação a temas e lutas aparentemente comuns.

Finalmente, pensar a cidade como estratégica, implica de um lado não se esquecer dos processos globais, mas pensá-los articulados com os espaços e as lutas locais que se localizam e desenvolvem na cidade, em cada cidade. Neste sentido, as próprias estratégias transformadoras devem ser reestudadas buscando nelas

o lugar da cidade, e de forma crítica buscar elementos à sua inclusão de forma diferente nas estratégias futuras. Por quê? Levantaremos uma hipótese.

As estratégias de transformação social ao longo do século XX, sempre tiveram o local como parte da estratégia final, e não também, como momento de iniciar-se a efetivação nesta das utopias propostas ao nacional e ao mundial. Mas, concretamente, diríamos que as lutas dos trabalhadores, dos socialistas e dos comunistas, sempre tiveram o espaço nacional como ponto de partida para as transformações mundiais, e que se não superarmos o modo de produção de mercadorias não haverá futuro para a humanidade.

E foi assim na URSS (1917) e em Cuba (1959), por exemplo, ou seja, os processos revolucionários desenvolveram-se em diferentes lugares no interior até chegar ao nacional. Para ampliarmos um pouco, também podemos citar o caso de Portugal e de suas cidades que, inserem-se na crise do “colonialismo português” e da ditadura militar nos anos 1973-74 através da Revolução dos Cravos (1973-74) (Secco, 2006); o caso, da Venezuela, também é sui generis visto desenvolver-se a partir de uma ação militar (grupo de militares) que é derrotada, e seus líderes junto com a crise da dominação e com a organização popular, derrotam eleitoralmente as classes dominantes, e dizem caminhar para o socialismo.

Nos primeiros processos revolucionários (URSS e CUBA, por exemplo), o local era parte da transformação do nacional, parte do momento da transformação do todo e a ocupação de espaços e de instituições (sindicatos, associações de moradores, partidos, entidades estudantis, etc.) como momentos de acúmulo de forças à transformação nacional. Ao chegar neste, leia-se ao "estado central" iniciavam-se as transformações pela estatização dos meios de produção, os quais deveriam produzir novas relações, mentalidade, valores, etc.

No entanto, a história do socialismo mostra que predominou a estatização dos meios de produção, e não sua

socialização, e menos produção de novas relações sociais, de valores, ideologias, etc. ou, procedimentos rumo ao fim do estado e a autogestão generalizada da sociedade. Já o ocorrido, nos anos 70 em Portugal e, mais recentemente, na Venezuela, evidencia estratégias ou movimentos diferentes dos citados acima. A cidade nessas diferentes situações e processos históricos certamente vivenciou-os, também, de forma diferente.

2 Aspectos da estratégia na cidade

Pensar a efetivação da cidade sustentável implicaria levarmos em consideração suas diferenciações (semelhanças e diferenças), bem como o lugar (contexto no país e na história) de cada uma. Por exemplo, o caso de Rio Grande. A possibilidade da entrada de inúmeras empresas de celulose visando explorar o biopampa do Rio Grande do Sul com seus eucaliptos e pinheiros usufruindo as águas do Aquífero Guarani, de portos para escoar a produção de celulose e de governo subservientes em diferentes níveis, coloca-nos inquietações acadêmicas e cidadãs3. Ou seja, a questão acima, terá impacto na educação, na justiça, na produção econômica, enfim na cidade como um todo e é, neste sentido, que os aspectos particulares (temas e lutas) devem se pensar enquanto totalidade que se articula a outros temas e lutas. Mas, cada tema em sua particularidade é um mundo por si só. Assim, por exemplo, o GTJUS e o CEA4

Outro exemplo, no relacionado à produção material. Neste caso, para além da economia tradicional (ou da produção econômica tradicional, que devemos lutar para transformá-la)

tratam e acompanham aspectos da legislação e das lutas ambientais na cidade, mas aspectos dessas temáticas dizem respeito também à educação e à produção econômica.

3

Um subgrupo dos pesquisadores desenvolverá estudos sobre a questão ambiental e a justiça sustentável no espaço da cidade.

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O CEA é a primeira ONG da região Sul, fundada oficialmente em 1983, em Rio Grande, atualmente com foco de abrangência regional.

devemos pensar e desenvolver as bases econômico-sociais e de produção dos meios necessários à vida na cidade numa perspectiva alternativa. Nesse caso, seguimos as contribuições da economia popular e solidária, da qual diz Tedesco (2001, p. 11) “as ações de colaboração solidária, tendo a cooperação, a integração e a democratização nas decisões, nos lucros e no saber, dão-se nas esferas locais, regionais, nacionais e mundiais; abarcam horizontes econômicos políticos e culturais” (TEDESCO, 2001, p. 17).

Pensar no trabalho, hoje, é ir além de suas históricas macro- organizações; é voltar a pensar em noções de necessidade, de utilidade, de apropriação da riqueza produzida socialmente; é pensar no fator substituição, no fator integração social, no fator autonomia; é colocar na ordem do dia questões de gênero, de informalidade, de precarização, da exploração, da extração de formas cada vez mais aperfeiçoadas de mais-valia; é, enfim, pensar no seu significado vital para o ser humano (TEDESCO, 2001, p. 11).

Os empreendimentos “econômicos solidários [...] começam a ganhar forças e amplitude regional, estadual, influenciando econômica e politicamente. Tornam-se atores cada vez mais importantes no processo de transformação das relações de dominação entre o capital e o trabalho para relações de autogestão” (TEDESCO, 2001, p.38).5

no decorrer da história, o capitalismo tem se caracterizado pela forma como consegue desenvolver as capacidades produtivas. Contudo, sua

Na cidade de Porto Alegre, BARROS (2005) evidenciou experiências e alternativas que se desenvolviam no campo da economia solidária, de cooperativas e grupos de produção que tiveram apoio/incentivo do governo da cidade (de 1989-2004). Dizem as promotoras do livro (Agência de Desenvolvimento solidário da CUT, Cáritas/RGS e Instituto Popular Porto Alegre) que:

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O NUDESE/PROEXT/FURG, desenvolve pesquisas e atividades de extensão relacionadas a esta temática.

produtividade tem sido acompanhada por uma constante concentração de riqueza e renda, resultando em crescentes desigualdades sociais, miséria e, principalmente, exclusão (p. 1).

Ignácio Ramonet (2004) já destacara outros aspectos do desenvolvido em Porto Alegre, mas também, em decorrência dos Fóruns Sociais Mundiais ocorridos nessa cidade. E MACHADO (1999, 2005) estudou as políticas educacionais e a gestão nessa cidade destacando avanços e limites dessa experiência contra- hegemônica.

Finalmente, em parte inspirados em Boaventura de Sousa Santos (2006), que ao ser perguntado sobre quais seriam as grandes questões que deveríamos enfrentar, aproveitamos para aprofundá-las em nossos estudos e atividades. Diz Santos (2006):

A água [...] e a terra, pois as transformações ambientais vão levar à escassez de água potável. E todas essas questões são dimensões das novas questões ambientais. Questões pouco mapeadas pelas forças de esquerda e pela teoria crítica é a militarização do planeta, a religião e a educação. Em relação a esta última, é preciso fazer uma profunda transformação da universidade, que lhe permita realizar articulações virtuosas entre a ciência moderna e a ecologia de saberes populares (SANTOS, 2006, p. 21).

3 Fundamentos teóricos da cidade como estratégica

Sposito e Whitacker (2006), em 2003, ao desenvolverem estudos em “cidades médias e pequenas”, analisando as relações “entre o urbano e o rural, o campo e a cidade”, constatam diferenças entre o campo e cidade, as dimensões das cidades ou características específicas de tal ou qual cidade. Fernanda Sanchez (2003), a partir de inquietações relacionadas às “políticas de promoção da cidade” em escala mundial, ao desvelar os diferentes meandros e aspectos envolvidos neste processo – constata a produção de cidades mercadorias, às quais são “vendidas” no mercado mundial nos anos 90 (SÁNCHEZ, 2003, p. 26-27). Ambos os estudos contribuem às nossas reflexões em

determinados aspectos. No entanto, se de um lado situamos a cidade, de forma explícita, no contexto do capitalismo global constituído nas últimas décadas, de outro, buscamos perceber as potencialidades de cada cidade em sua particularidade, articulações e em relação aos temas concretos de nossos estudos e reflexões. Além disso, como buscamos diferentes cidades (capitalista, em transição e socialista) outros aspectos emergem como diferenciador dos aspectos estudados pelos pesquisadores acima.

Sendo assim, partimos, inicialmente, das reflexões de Henri Lefebvre (1901-1991), que entre os anos 1960-975, desenvolveu estudos sobre a cidade6

Outros direitos deveriam se tornar reais aos cidadãos pela superação da realidade atual ao entrarem para a prática social como o "direito ao trabalho, à instrução, à educação, à saúde, à habitação, aos lazeres, à vida" (LEFEBVRE, 1969, p. 131). Noutra obra, intitulada em português como A cidade do Capital (1973), ele sistematiza obras de Marx e Engels destacando o lugar e os processos de constituição das cidades ao longo dos processos históricos e na emergência do capitalismo. E numa obra chamada A Produção do Espaço (1974), desenvolve aspectos relacionados a transformações da natureza do/no espaço da cidade, articulando-as em decorrência das transformações e de mudanças que ocorriam na região em que tinha vivido em criança (LEFEBVRE, 1975, p. 226). Em 1968, no primeiro livro (1989), ao se referir ao direito à cidade menciona que esse “manifesta-se como forma superior dos direitos: direito à liberdade, à individualização na socialização, ao habitat e ao habitar. O direito à obra (à atividade participante) e o direito à apropriação (bem distinto à propriedade) estão implicados no direito à cidade” (LEFEBVRE, 1969, p. 124).

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São seis livros: Le droit à la ville (1968), Du rural à l'urbain (1970), La

révolution urbaine (1970), La pensée marxiste el la ville (1972), Espace et politique, second volume du Droit à la ville (1973), en enfin, sorte de

couronnement du tout, La production de l'espace (1974) (HESS, 2000, p. IX). Estes livros e contribuições serão estudadas/desenvolvidas no primeiro ano, por subgrupo desta pesquisa.

com o processo de produção das relações sociais e o capitalismo. Portanto, tendo tais questões sobre a cidade (no caso, do conjunto dos cidadãos) e dos diferentes temas que pretendemos desenvolver nesta pesquisa, podemos contribuir na problematização da cidade existente – a cidade capitalista, a cidade em transição e a cidade socialista – visando com isso relacionar aspectos à produção da cidade sustentável enquanto utopia acadêmica e dos pesquisadores envolvidos neste empreendimento. Considerações finais

Tendo, portanto, os fundamentos resenhados nas partes anteriores, diríamos ser necessário a estudo, a sistematização e o acompanhamento das lutas da/na cidade numa perspectiva de totalidade e de forma que articule diferentes “olhares” e “saberes” no que Santos (2006, 2007) vem chamando de “ecologia dos saberes”. Por outro lado, é necessário aprofundarmos o estudo e as particularidades de cada cidade (no caso, das cidades que elegemos e com as diferenciações sugeridas). No caso da cidade capitalista (Rio Grande, Montevidéu, Porto Alegre, ou outras) ou da cidade socialista (Santa Clara, Cienfuegos, ou outras) buscando nos aspectos relacionados à educação, à natureza, à justiça e à economia popular solidária.7

Do projeto de extensão desenvolvido, e de seus resultados, no caso os projetos que foram desenvolvidos nos anos seguintes, e que este livro apresenta parte de suas reflexões, articulações e algumas contribuições, avançamos no debate e na produção coletiva, participativa e solidária de ações de pesquisa, intercâmbio e atividades que apontam para ampliarmos nossas reflexões para a

7

Estes temas avançaram em suas explicitações e foram traduzidos em projetos em desenvolvimento pelos autores, em particular, num elaborado sob a coordenação do professor Dr. Jaime Ruiz (Cuba, Universidade Marta Abreu de Las Villas) e professor Dr. Francisco Quintanilha Veras Neto (Brasil, Universidade Federal do Rio Grande), onde este livro insere-se como parte das reflexões individuais e coletivas.

produção/criação de nossa cidade como sustentável e socialista. Enfim, afirmaríamos que, a atividade de extensão foi a possibilitadora da “sinergia” entre os participantes e organizadores, ao gerar o que em decorrência do mesmo produzimos em seguida. Este livro e as informações e reflexões nele presentes é um exemplo disso.

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CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E LEGITIMIDADE

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