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3. O NORDESTE PARAENSE: ASPECTOS GERAIS

3.3 Aspectos Geoambientais e Recursos Naturais

3.3.1 Vegetação, Solo e Clima

A região do Nordeste Paraense tem sua cobertura vegetal formada por Floresta Equatorial Latifoliada, representada pelos subtipos Floresta Densa dos platôs (Altos e Baixos) do Pará - Maranhão, Densa dos terraços e Floresta densa de planície aluvial (Várzea). O intenso período de exploração vegetal fez com que se formasse uma extensa área de Vegetação Secundária (Capoeira), enquanto o processo de Pecuarização ocorrido na região fez com grandes áreas de florestas fossem transformadas em pastagem. Existe pouca preocupação com a exploração degradante da floresta, são raros os Planos de Manejo Florestal.

Em relação ao Solo, no território, são encontrados solos horizontes B Latossólicos, caracterizados pelos seguintes tipos: Latossolo Amarelo, textura média, textura argilosa, textura muito argilosa; Latossolo Amarelo Cascalhento, textura média; Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico; solos Concrecionários Lateríticos; Areias Quartzosas; Podzólico Vermelho-Amarelo, Vermelho textura argilosa e Hidromórfico; Plintossolo e Gley Pouco Húmico; solos Aluviais e solos Hidromórficos indiscriminados nas áreas de várzea. De maneira Geral há no território uma predominância de Solos Distróficos, Solos Ácidos com necessidade de Calagem e Adubação com possibilidades de Exploração extrativista de materiais como Areia, Seixo, Pedreira, Brita, Piçarra e Argila.

O Relevo da região acompanha a geologia, apresentando áreas de tabuleiros, terraços; formas colinosas dissecadas; várzeas e colinas baixas do Cristalino. Além do Planalto Rebaixado da Zona Bragantina, o Planalto Setentrional Pará - Maranhão e o Planalto Sul do Pará/ Maranhão.

Quanto ao clima, encontramos climas do tipo Mesotérmico e úmido, Megatérmico e úmido. A temperatura média anual é elevada, ficando em torno de 20º a 25º C. O período mais quente, com médias mensais em torno de 25,5º C coincide com os meses de primavera no Hemisfério Sul. A precipitação pluviométrica fica, geralmente, no intervalo de 2.250 a 2.500 mm anuais. As chuvas, apesar de regulares, não se distribuem igualmente durante o ano, sendo de janeiro a junho sua maior concentração (cerca de 80%), implicando em grandes excedentes hídricos e, conseqüentemente, em grandes escoamentos superficiais e cheias dos rios. A umidade relativa do ar gira em torno de 85% a 91%.

Na região do Nordeste Paraense, são encontrados diversos ecossistemas, terrestres e aquáticos, dispondo de recursos renováveis e não renováveis, num crescente processo de alteração que leva à degradação e destruição de microorganismos e espécies nativas, tanto da flora quanto da fauna.

3.3.2 Ecossistemas

9 Capoeira - São áreas degradadas pela ação humana aproveitadas na formação de pastagens e roçados, utilizando-se principalmente a queimada. Pode-se encontrar capoeira alta, a mais antiga, e capoeira baixa, a mais nova. Cerca de 90% destas áreas são de capoeiras baixas, sobre um solo arenoso e fraco. Sua vegetação é formada por árvores de grande, médio e pequeno porte como o piquiá, o ipê, a tiririca e a sapucaia e sua fauna composta por uma grande variedade de animais de médio e pequeno porte como o veado, a preguiça e a paca.

9 Mata de terra firme - Este ecossistema apresenta solo arenoso com relevo plano, ondulado e levemente ondulado. Sua vegetação é composta por uma diversidade de árvores: faveira, jarana, marupá. Em seu interior é comum a presença de pequenos animais como o gambá, a cutia, o coelho. Sendo, ainda, habitat de muitas espécies de pássaros: inambu, papagaio, coruja, curió, entre outros.

9 Várzea baixa - Área baixa inundada por influência da maré e que possui um solo argiloso, presente principalmente nos municípios banhados pelos maiores rios do Território (São Domingos do Capim, São Miguel do Guamá, Irituia, Ourém, Nova Esperança do Piriá, Cachoeira do Piriá, Santa Luzia do Pará, Ipixuna do Pará, Aurora do Pará). Sua vegetação é composta por plantas como açaí, corticeira e virola. Encontrando-se, também, plantas medicinais muito utilizadas pela população local como é o caso da verônica, da andiroba e da copaiba. Dentre os animais que vivem nesta área estão macacos, pato selvagem e quati. Quando inundada a várzea baixa é visitada por peixes em busca de alimentação, como o aracu, o cará e o pacamu.

9 Várzea alta - Área alta que sofre influência da maré, ficando alagada em média quatro meses durante o período chuvoso mantendo-se seca no restante dos meses do ano. Localiza-se às margens direita e esquerda dos rios Capim, Guamá, Piriá, Gurupi e Caeté, tendo como uma de suas peculiaridades, o solo lamacento. Suas plantas mais comuns são o mururé, o aguapé, a aninga, o junco e o açaí. Dentre as espécies medicinais se encontra a faveira, o ananim e a andiroba. Sua fauna é composta, basicamente, por socó, arancoã, garça, saracura, e jacaré. Sendo que as aves se alimentam de peixes como arraia, pescada, cará, sarapó e comem, ainda, flores, folhas, frutos, sementes e insetos. Com exceção da cobra sucuri que se alimenta de ambos.

3.3.3 Recursos Hídricos

Poucos municípios da Região possuem recursos hídricos em abundância, os que têm não o utilizam de forma racional e equilibrada degradando e desperdiçando, nota-se, ainda uma subutilização dos recursos hidrológicos na região, verificando-se formas de extrativismo, irrigação, transporte e lazer dentre outros.

Cursos naturais de água doce, constituídos de uma calha e suas margens esquerda e direita que se deslocam de nível mais alto para o mais baixo,

aumentando progressivamente até desaguar num mar, num lago ou noutro rio. Os principais rios possuem água de cor escura e barrenta, tendo como vegetação aquática o mururé e o aguapé que dão condições para a proliferação de plânctons, servindo também de abrigo para a desova e alimentos de crustáceos (camarão cascudo) e peixes como traíra, dourada, caratipioca e piaba. Coabitam também nesse espaço as cobras, das quais citamos as mais comuns: coral, jibóia, salamandra, sucuri, papagaio, surucucu e cipó. Além de outros animais como perema, jacaré, arraia, poraquê e uruá.

A região é banhada pelos rios Guamá que banha os municípios de Ourém, São Miguel do Guamá e São Domingos do Capim; Rio Capim que banha os municípios de São Domingos do Capim, Aurora do Pará, Ipixuna do Pará e Paragominas; Rio Piriá que banha os municípios de Nova Esperança do Piriá e Garrafão do Norte; Rio Caeté que banha os municípios de Santa Luzia do Pará e Ourém; Rio Gurupi que banha o município de Nova Esperança do Piriá e Rio Irituia que banha o município de Irituia.

Alguns desses rios são imprescindíveis meios de acesso a outros municípios, além de elo entre o meio urbano e rural. Por sua alta navegabilidade esses rios são fundamentais para a economia dos municípios situados às suas margens, através de barcos e canoas tornam-se importantes vias de escoamento da produção.

Temos ainda na região rios de menor porte: Itinga, Surubijú, Bananal, Marajoara, Sarapeú, Caxiú, Grande, Curi, Peritoró, Taurari, rio Ararandeua, rios Candiru-Açu e rio Candiru - Miri, Coité, Uraim, Mãe do Rio.

3.3.4 Passivo Ambiental

O uso e a ocupação do solo são caracterizados pelo extrativismo vegetal e animal – incluindo a extração da madeira – pela pecuária, por madeireiras e pela agricultura de subsistência, bem como pelo cultivo de espécies vegetais arbustivo- arbóreas. A produção de grãos recobre parcelas contínuas expressivas. A mineração e o garimpo (atividades pontuais) e a infra-estrutura regional (atividades

pontuais e lineares) também são responsáveis pela alteração dos ecossistemas naturais.

Por conta desse modelo de uso dos recursos naturais adotado até o presente, a região enfrenta, atualmente, uma gama de problemas ambientais decorrentes da sua exploração irracional.

3.4 Caracterização dos Sistemas de Produção Agrícola dos Projetos de

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