• Nenhum resultado encontrado

Os resultados obtidos são perfeitamente aderentes ao marco teórico escolhido, tendo em vista que nortearam com precisão a conduta seguida na condução da pesquisa de campo, tratando adequadamente os dados obtidos e sinalizando o rumo a ser seguido na interpretação dos resultados econométricos. Tal modelo externou precisamente os principais fatores determinantes da inadimplência do crédito rural na área sob estudo, objetivo geral desta pesquisa.

Nas hipóteses consideradas foram ratificadas como principais fatores determinantes da inadimplência a baixa renda familiar, o baixo nível de escolaridade, gênero, bem como fatores referentes a preços dos produtos, tais como meios de comercialização da produção. Estes fatores atuam diretamente na determinação do nível de inadimplência, além destes, outros importantes foram identificados, tais como, a utilização de maquinários e equipamentos, experiências anteriores (plantio/criação) e tamanho da área (hectares).

A pesquisa alcançou seu objetivo na medida em que possibilita elementos para subsidiar a formulação de políticas públicas e de gestão do crédito agrícola em assentamentos pontuando os aspectos mais relevantes do tema e de que forma estes se relacionam.

A criação de um programa adequado de assistência técnica integral que considere as peculiaridades sócio-econômicas dos agricultores familiares assentados em projetos de reforma agrária poderia reduzir substancialmente a inadimplência, pois em seu bojo pode ser inserida toda sorte de informação técnica e educacional que no médio prazo poderia aumentar a produtividade e melhorar sensivelmente a gestão dos assentamentos.

Um melhor nível educacional permitiria aos agricultores compreender melhor a composição de seus custos e a formação de seu preço possibilitando uma definição mais vantajosa e realista do ponto de vista econômico-financeiro no planejamento da produção e destinação de suas receitas, conduzindo a uma

melhora na qualidade de vida e renda dos assentados e alavancando sua ascensão social, bem como, o exercício de uma cidadania mais plena.

Durante a pesquisa foi detectada uma carência de pesquisas agronômicas em sistemas produtivos característicos da pequena produção familiar em áreas de assentamentos, isto se deve principalmente a sua diferenciação em relação aos sistemas produtivos tradicionais. Recomendamos que este campo deva ser mais bem estudado pelos órgãos governamentais afetos.

Outro elemento importante a ser trabalhado seria melhora as precárias condições estruturais dos assentamentos, como estradas, energia elétrica e comunicações que devem receber maiores investimentos por parte do estado visto que estes são de primordial importância para o escoamento e gestão da produção, bem como são um fator de fixação do homem ao campo, possibilitando o crescimento da estrutura social dos assentamentos.

Outro fator a ser lembrado seria com relação a questão da violência pois o Estado do Pará, dados alarmantes de assassinatos de lideranças rurais no campo. Um dos fatores que possivelmente leve a isso, seria a própria luta pela posse da terra e a ação ilegal de madeireiras na região, pois o desmatamento sem controle gera conflito no campo. Cabe ao Estado adotar medidas pertinentes para combater as injustiças socais reduzindo as desigualdades regionais.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARRAES, Ronaldo A. ; TELES, Vladimir Kühl. Fatores Causadores e Mantenedores da Inadimplência Agrícola no Brasil. Fortaleza: UFC/CAEN, 1999. (Texto Para Discussão, 186).

ARRAES, Ronaldo A. ; TELES, Vladimir Kühl. . Trajetória Recente da Inadimplência Rural: Nordeste versus Brasil. Revista Econômica do Nordeste. Fortaleza/CE, n. especial, p. 402-418, dez. 1999.

BARBETTA.P.A. Estatística Aplicada às Ciências Sociais, 5.ed. Florianópolis: UFSC, 2002.

BONELLI, Regis. Impactos Econômicos e Sociais de longo prazo da Expansão Agropecuária no Brasil: Revolução invisível e Inclusão Social. Rio de Janeiro: IPEA, 2001. (texto para Discussão, 838).

BUAINAIN, Antônio M. & SOUZA FILHO, Hildo M. Procera: impactos produtivos e capacidade de pagamento. Projeto de Cooperação Técnica FAO/INCRA. Campinas/SP:1998.

CASTRO, E.R. Efeitos dos gastos com a equalização das taxas de juros do crédito rural na economia brasileira. Dissertação (Mestrado em Economia Aplicada) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2004. 81 p.

DEFUMIER. Marc. Análise Diagnóstico em Sistemas Agrários. Brasília: FAO/INCRA/MDA,1997.

DESER. Manual do Pronaf – sua história, as modalidades de crédito disponíveis e como viabilizar o crédito pelo programa. DESER. Curitiba/PR:1997.

EISENBEI, R. A. Pitfalls in the Application of Discriminant Analysis in Business, Finance, and Economics. The Journal of Finance, v.32,n.3, p.875-900, 1977.

EISENBEI, R. A. Problems in Applying Discriminant Analysis in Credit Scoring Models. Journal of Banking and Finance, n.2, p.205-219, 1978.

FANEP. Fundação Sócio Ambiental do Nordeste Paraense. Diagnóstico Territorial do Nordeste Paraense. Capanema-PA, 2004.

FASE. Federação de Órgãos para a Assistência Social e Educacional. Diagnostico da Agricultura Familiar nos Projetos de Assentamento: CIDAPAR II e Arapuá Simeira. Capanema-PA, 1999.

FATA. Fundação Agrária Tocantins-Araguaia. Relatório de Gestão nos Assentamentos Rurais da Região Sul do Pará. Marabá-PA, 2006.

FAVARET FILHO, Paulo. Evolução do Crédito Rural e Tributação sobre alimentos na Década de 1990: Implicações sobre as Cadeias de Aves, Suínos e Leite. In. BNDES Setorial no. 16. p. 31-56. BNDES. Rio de Janeiro/RJ, 2002.

GASQUES, José G. & CONCEIÇÃO, Júnia C. Financiamento da Agricultura – experiências e propostas. In. Transformações da Agricultura e Políticas Públicas, 2001.

GASQUES, José e CONCEIÇAO, Júnia (org.). pp. 95-155. IPEA. Brasília/DF.

GUJARATI, D. N. Econometria básica. São Paulo: MAKRON Books,2000. 845 p.

HELFAND, Steven & REZENDE, Gervásio C. A Agricultura Brasileira nos anos 90: O impacto das reformas de Políticas Públicas. In. Transformações da Agricultura e Políticas Públicas. GASQUES, José e CONCEIÇAO, Júnia C. (org.) Brasília: IPEA, 2001. p. 247-301.

HOMMA, A. K. A Pimenta-do-Reino: potencialidades e mercado algumas especulações. In: WORKSHOP SOBRE AS CULTURAS DE CUPUAÇU, PIMENTA- DO-REINO E PUPUNHA NA AMAZÔNIA, 1, 1996, Manaus. Anais... Manaus: EMBRAPA/CPAA, 1996. p.86-91-127, (Documentos, 6).

HOMEM DE MELO, Fernando. A Liberação Comercial e a Agricultura Familiar no Brasil. São Paulo: FIPE, 2001.

HOSMER, D e LEMESHOW, S. Applied Logistic Regression. New York: John Wiley & Sons, 1989.

MELO, C. F. M. de; BARBOSA, W. C.; ALVES, S. de M. Obtenção de açaí desidratado. Belém, PA: Embrapa-CPATU, 1988. 13p. (Embrapa-CPATU. Boletim de Pesquisa, 92).

MDA/SAF. Manual de Operacionalização da Planilha do PRONAF “A”. Brasília, cadernos do MDA, 2005.

MARTINS, Jose de Souza. Reforma Agrária: O Impossível Diálogo. São Paulo: Edusp, 2000.

McCullagh, P. and Nelder, J. A. Generalized Linear Models. 2.ed. London: Chapman and Hall, London, 1989.

NAVARRO, Zander. Mobilização sem Emancipação – as lutas sociais dos semterra no Brasil. In: Santos, Boaventura de Sousa, Reinventando a emancipação social. Lisboa e São Paulo, 2001.

NETER e JOHN et al. Applied Linear Statistical Models. 4. ed. Illinois: Burr Ridge, 1996.

NUNES, Rubens & NASSAR, André. Agricultura, Crédito e Securitização. In Descentralização, Autonomia e Geração de Renda Rural: Proposta para o Sistema Brasileiro de Crédito Rural. DIAS, Guilherme L. e ABRAMOVAY, Ricardo (coord.). Relatório Parcial. pág. 09 a 39. FIPE - MDA. São Paulo/SP: 2000.

OGLIARI, P. J; 2004. Regressão Logística. Disponível em:

http://www.inf.ufsc.br/~ogliari/. Acesso em 05 Novembro 2007.

OLIVEIRA, J. A Gestão do Crédito Rural no Brasil sob a Globalização Financeira – o período de 1995/2001. Tese de Doutorado na Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz/USP.Piracicaba/SP. 2003

PNERA. Pesquisa Nacional da Educação na Reforma Agrária. INCRA, Brasília, 2004.

PINTO, Luís Carlos Guedes. Reflexões sobre a Política Agrária Brasileira no Período 1964-1994. Ensaios e Debates, jan/abr/1995.

REZENDE, Gervásio C. Política de Crédito Rural e Expansão Agrícola dos Cerrados.In. Transformações da Agricultura e Políticas Públicas. GASQUES, José e CONCEIÇAO, Júnia C. (org.). pp. 95-155. IPEA. Brasília/DF: 2001.

SAYAD, João. Crédito Rural no Brasil: Avaliação das Críticas e das Propostas de Reforma. São Paulo: FIPE/Pioneira, 1984.

SILVA, José Graziano da, Tecnologia e Agricultura Familiar.Porto Alegre: UFRGS, 2ª ed. SILVA, Lígia Maria Osório (2004). Terra, direito e poder -O latifúndio

improdutivo na legislação agrária brasileira. In

http://www.unicamp.br/aba/boletins/b27/04, acesso em 28/09/2006.

SEREA, Carlos R. Pronaf – Legislação, evolução e resultados. Relatório gerencial para MBA Agronegócio. USP. Piracicaba-SP: 2002.

SAF/MDA. SAF/MDA. Banco de Dados do Pronaf. Secretaria da Agricultura Familiar – Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília/DF. Relatório extraído em 13/03/2006com dados disponíveis até 06/2006 -Brasília/DF: 2002a.

_________. Manual operacional do Crédito Rural – Pronaf. Secretaria da Agricultura Familiar – Ministério do Desenvolvimento Agrário. Brasília/DF: 2002b.

SORJ, Bernardo. A reforma agrária em tempos de democracia e globalização. Novos Estudos Cebrap, n. 50 (março). 1998.

SPSS for Windows: CHAID, Release 6.0, Magidson, J.: SPSS Inc. 1993.

SPSS for Windows: Advanced Statistics, Release 6.1, Nourish, M. J.: SPSS Inc. 1994.

SPSS for Windows: Advanced Statistics, Release 7.1, Nourish, M. J.: SPSS Inc. 2003.

Documentos relacionados