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Após o contato inicial com o voluntário, era agendado o dia da avaliação. Todos os voluntários eram orientados a não praticar atividade física 24 horas antes dos testes e a não consumir bebidas estimulantes por um período mínimo de 12 horas anteriores aos testes. Os voluntários foram orientados quanto ao sono, no qual era solicitado um período de sono de pelo menos 6 horas na noite anterior aos testes.

Com relação ao desjejum os voluntários foram orientados a ingerir um café da manhã “leve” com no mínimo 1 hora de intervalo da hora agendada para o inicio do protocolo experimental.

As avaliações clínicas e o teste de função autonômica cardíaca na condição de repouso (basal) foram realizados no Laboratório Cardiovascular da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília. O registro do ECG e a gravação dos intervalos R-R eram realizados sempre no período matutino em um ambiente climatizado (21 a 24ºC) sem interferência de sons e/ou ruídos externos. O registro foi sempre feito, entre 8 horas e 10 horas da manhã, durando cada sessão cerca de 60 minutos, compreendendo a anamnese, coleta das medidas antropométricas e funcionais, o registro do eletrocardiograma de repouso, avaliação clínica, e os testes de caracterização da função autonômica cardíaca na condição de repouso. Todos os testes autonômicos foram conduzidos por um único observador – o autor do presente estudo. O posterior processamento dos dados, bem como sua análise, foi supervisionado pelo Prof. Dr. Luiz Fernando Junqueira Jr, orientador do trabalho, com larga experiência nesta atividade.

Durante o procedimento de registro dos intervalos R-R na condição de repouso sobre uma maca acolchoada, os participantes recebiam orientações prévias para se manterem o mais relaxado possível, não dormirem, evitarem alterações conscientes no

ritmo respiratório (inspirações e/ou expirações profundas) e não falarem (exceção à situação em que eventualmente estivessem se sentindo mal por qualquer motivo).

O teste de esforço cardiopulmonar foi realizado no Laboratório de Fisiologia do Exercício da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília. Após a coleta dos dados na condição de repouso (basal), os voluntários eram conduzidos ao Laboratório de Fisiologia do Exercício para então proceder ao teste cardiopulmonar máximo.

Os registros das variáveis cardiopulmonares, da freqüência cardíaca, além dos intervalos R-R na condição de recuperação após o esforço (recuperação), eram realizados cerca de 40 minutos após o término da avaliação clínica e dos testes de FAC na condição de repouso (basal). O teste cardiopulmonar foi dividido em dois momentos funcionais distintos para a análise. O esforço máximo, propriamente dito e a recuperação imediatamente após o esforço. Este procedimento durava cerca de 40 a 60 minutos entre o início (chegada ao laboratório) e o término do procedimento (saída do laboratório). Os testes eram realizados em um ambiente climatizado (21 a 24ºC) sem interferência de sons e/ou ruídos externos. Todos os testes cardiopulmonares foram conduzidos por um único observador - o autor do presente estudo. A análise posterior dos dados, bem como a sua avaliação, foi supervisionada pela Prof. Dra. Keila Elizabeth Fontana, especialista em fisiologia do exercício e coordenadora do Laboratório de Fisiologia do Exercício que tem larga experiência nesta atividade.

Antes de iniciar o procedimento de esforço os participantes recebiam orientações prévias quanto ao protocolo experimental. Os voluntários foram orientados quanto ao tempo total de esforço (entre 8 e 12 minutos), e que durante os procedimentos (esforço e recuperação) a comunicação seria por meio de sinais (previamente combinados) e por meio da escala subjetiva de esforço (BORG), além de

orientação para não falar durante o procedimento (exceção à situação em que eventualmente estivessem se sentindo mal por qualquer motivo).

A variabilidade da freqüência cardíaca foi analisada por meio do registro dos intervalos R-R obtidos por meio do cardiotacômetro ou frequencímetro da marca Polar®, modelo RS800CX, fabricado pela Polar Electro Oy – Finlândia (Figura 1). A escolha para o registro das séries temporais dos intervalos R-R por meio deste frequencímetro se deu em razão de ser um instrumento anteriormente validado em nosso Laboratório Cardiovascular (PORTO e JUNQUEIRA, JR, 2009) como alternativa válida para este fim, além de sua facilidade de operação e potenciais desdobramentos de pesquisas futuras.

Figura 1: Ilustração do receptor/monitor Polar RS800CX®(www.polar.com.br)

Quanto à utilização do cardiotacômetro Polar@, alguns critérios foram adotados antes do início dos registros. O ajuste da correia elástica (Figura 2) - ao diâmetro do tórax de cada indivíduo, de forma que ficasse firme, sem causar qualquer incômodo e/ou eventual inibição ao movimento respiratório normal. A captação dos intervalos R- R do ECG foi realizada pelo dispositivo Polar wearlink transmitter®. Para evitar

problemas na transmissão do sinal, a correia (parte sensível do equipamento, que capta os intervalos R-R do ECG) era molhada em abundância antes de todos os registros (procedimentos), evitando assim, a ocorrência de interferências especialmente durante o esforço físico, conforme orientação do fabricante.

Figura 2: Ilustração da correia WearLink® e do transmissor que é fixada a correia e capta os intervalos R-R do ECG para o receptor, acoplada a uma correia elática para a colocação do aparelho em volta do tórax (www.polar.com.br)

Após a obtenção das séries individuais de intervalos R-R, o processamento dos dados para a obtenção dos índices temporais, espectrais, tempo-frequenciais e de Poincaré da variabilidade da frequência cardíaca foi realizado tendo como base a série temporal de intervalos R-R obtida por meio do frequencímetro Polar®.

Após a obtenção das séries temporais, o processamento digital foi realizado empregando-se o software próprio (ECGLAB), desenvolvido no Laboratório Cardiovascular da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, em parceria com o departamento de Engenharia Elétrica da mesma instituição (CARVALHO e

cols., 2003; CARVALHO e cols., 2002) conforme detalhamento a seguir.

Após completar todos os registros na condição basal, os participantes foram submetidos ao teste de esforço cardiopulmonar. O teste cardiopulmonar tinha como objetivo induzir o estresse cardiovascular máximo e avaliar a potência aeróbia máxima

dos participantes. Na seqüência, imediatamente após o esforço máximo iniciava-se a fase do protocolo experimental chamada de recuperação, que tinha como objetivo obter o registro do decremento da FC ao longo de 5 minutos de recuperação, bem como a obtenção dos intervalos R-R durante todo esse período.

1.5 - CARACTERIZAÇÃO DA FUNÇÃO AUTONÔMICA