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3.1 Aspectos teóricos sobre a análise de sustentabilidade de projetos e empreendimentos

Entende-se por projetos e empreendimentos, àqueles destinados às instalações de superfície para a produção de petróleo.

Em relação ao ciclo de vida do projeto (design), o PMBOK(2004) cita que a organização ou os gerentes de projetos podem dividir projetos em fases para oferecer melhor controle gerencial. Coletivamente, essas fases são conhecidas como o ciclo de vida do projeto. Muitas organizações identificam um conjunto específico de ciclos de vida para serem usados em todos os seus projetos.

A Figura 3.2 ilustra uma divisão hipotética do ciclo de vida do projeto em 03 fases: (i) fase inicial; (ii) fase intermediária e (iii) fase final.

Figura 3.2. Ciclo de vida típico de um projeto (Fonte: PMBOK, 2004)

O objetivo da Figura 3.2 é de ajudar a compreender as etapas da abordagem da análise de sustentabilidade no ciclo de vida do projeto.

Em relação a abordagem da análise de sustentabilidade nas atividades de projeto, recomenda-se que seja desde as Fases Iniciais (concepção das instalações), como na etapa do Projeto Conceitual. Pois é a fase em que estão se definindo as tecnologias, métodos operacionais, a localização das instalações, as capacidades, os tipos de processo, os principais tipos de equipamentos, as premissas das instalações, as especificações, etc. Enfim, todas as características principais das instalações.

Na fase intermediária, vem o Projeto Básico, onde se definem os fluxogramas, leiaute, os arranjos gerais da instalação, as especificações dos materiais e equipamentos e na fase final, seria o Projeto Executivo (Projeto de Detalhamento), que contém todas as exigências e especificações para a construção da instalação.

Tal observação tem destacada importância, pois, os requisitos de sustentabilidade devem ser incorporados nas premissas do projeto no início das tomadas de decisões técnicas. Estas ações pró-sustentabilidade é que irão fazer a diferença entre as instalações feitas com as análises convencionais das instalações submetidas a uma análise de sustentabilidade.

i. PROJETO CONCEITUAL, que trata das premissas técnicas básicas das instalações, e que se encontra na Fase INICIAL, da Figura 3.2 (e que foi utilizado no estudo de caso deste trabalho);

ii. PROJETO BÁSICO estaria na Fase INTERMEDIÁRIA, da Figura 3.2;

iii. PROJETO EXECUTIVO (ou Projeto de Detalhamento) que corresponderia a Fase FINAL, da Figura 3.2.

Outras etapas do ciclo de vida do empreendimento seriam: iv. CONTRATAÇÕES e COMPRAS;

v. CONSTRUÇÃO; vi. OPERAÇÃO;

vii. DESMOBILIZAÇÃO (desativação);

3.1.1 - Projeto Conceitual

Toma-se como projeto conceitual (aquela que compreende a fase inicial na Figura 3.2), é a etapa do projeto onde são estabelecidas as premissas técnicas iniciais, as especificações necessárias para definir as instalações.

De acordo com o “PMBOK”(práticas recomendadas para a gestão de projetos, 2004),

trata-se da etapa do projeto, logo após a identificação da idea da oportunidade de negócio. A partir destas etapas iniciais, são verificadas as viabilidades de execução do empreendimento em relação as suas principais premissas técnicas, econômicas, ambientais e de riscos.

Esta é a primeira etapa de um empreendimento e sua formatação seria de um memorial descritivo, que abrange genericamente quase todos os aspectos do empreendimento, como: alternativas técnicas, estudo de viabilidade técnico-econômica, aspectos de segurança do processo, fluxogramas, leiaute, instalações principais, sistemas auxiliares, principais equipamentos, tratamento dos efluentes, aspectos de SMS (Segurança/Meio ambiente/Saúde), premissas de projeto, demanda de energia, escoamento da produção, custos, tributos, mapas, sistemas de gestão, estimativa de produção, cronograma, pode-se resumir que seria um memorial descritivo para subsidiar decisões técnicas e gerenciais. Como exemplo de projeto conceitual, veja no estudo de caso deste trabalho, o projeto da plataforma, o qual tem este tipo

de formatação. No entanto, salienta-se que esse estudo de caso, trata de um projeto simplificado e voltado para os propósitos deste estudo.

3.1.2 - Projeto básico e executivo

Projeto básico no entendimento desta pesquisa, seria a etapa do ciclo de vida do projeto, estruturada a partir do projeto conceitual. Nesta fase, o projeto conceitual já foi consolidado, com as alternativas técnicas já escolhidas, definidas as especificações dos equipamentos, bem como as demais definições necessárias para dar suporte ao processo principal. No projeto básico, como o nome já diz, é base técnica do projeto final. Equivaleria assim a fase intermediária da Figura 3.2, e nesta etapa são elaborados: fluxogramas de engenharia, folhas de dados de equipamentos e de instrumentos para compra, leiaute e as demais definições necessárias para determinar as instalações.

A documentação do projeto básico é suficiente para especificar os equipamentos principais e dá uma visão relativamente bem definida do escopo das instalações em geral.

Já o Projeto Executivo (PE) é a etapa do ciclo de vida do projeto estruturada a partir do Projeto Básico. No PE é efetuado o detalhamento das instalações que irão suportar a etapa de construção e montagem. (representada pela fase final na Figura 3.2). Nesta fase são elaborados todos os detalhes e procedimentos necessários para as aquisições, execução das obras, contratações, montagens das instalações e sua efetiva operação.

3.1.3 - Grupos de revisão de projeto

Entende-se como “grupos de revisão de projeto”, o evento que é praticado em empreendimentos com investimentos relativamente expressivos. Trata-se de um grupo multidisciplinar de especialistas nas principais disciplinas envolvidas nas atividades do empreendimento, o qual é formado para uma verificação geral das premissas do projeto conceitual.

Nesta etapa são feitas as verificações das alternativas de projeto, de forma a criar oportunidades para comentar, corrigir, otimizar e definir o projeto proposto.

Nesta fase, também são avaliados os riscos relacionados às estratégias do empreendimento. O PMBOK (2004) cita que, análises de risco são verificações sistemáticas das atividades relativas ao projeto.

Além disso, também podem ser discutidas nesta etapa, as possíveis alternativas para o empreendimento. VARGAS (2003) propõe uma forma direta e relativamente simples para a seleção das melhores alternativas para o projeto. Este autor propõe a utilização de atribuição de notas e também faculta o uso de pesos para dar ênfase aos principais atributos do projeto, e através da média ponderada, seleciona as alternativas que obtiverem os melhores resultados. Esta proposta para a seleção das melhores alternativas para o projeto será útil para a escolha das soluções mais adequadas para melhorar os índices de sustentabilidade global do empreendimento.