• Nenhum resultado encontrado

Filosofia Moderna

68. Assinale a alternativa INCORRETA.

Segundo John Locke (1632-1704), são proprietários

A) todos que são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus trabalhos, isto é, todos são proprietários.

B) todos os operários, pois fazem parte da sociedade civil, portanto, podem governar como qualquer cidadão, pois é sua prerrogativa.

C) todos os homens, já que a primeira coisa que o homem possui é o seu próprio corpo; assim, todo homem é proprietário de si mesmo e de suas capacidades.

D) somente aqueles que podem governar, isto é, os homens de fortuna, pois somente esses podem ter plena cidadania.

69.

John Locke (1632-1704), vigoroso adversário do absolutismo, nos seus escritos políticos partiu da situação de que os homens isolados no estado de natureza buscaram se reunir por intermédio de um contrato social, tendo em vista a

edificação da sociedade civil. Esta ação política associativa, quando concretizada, confere soberania ao:

A)Poder Legislativo. B)Poder Executivo. C)Poder Federativo. D)Povo.

70.

Marque a alternativa correta, considerando aquela que melhor completa o enunciado abaixo. Locke (final do séc. XVII e início do séc. XVIII) legitima a propriedade privada como direito natural, porque

A) os homens, por natureza, nascem com o direito de possuir o que já existe e lhe é doado. Esse direito é dado por Deus.

B) Deus é o artífice do mundo que, como obra do trabalhador divino, a ele pertence. O mundo é sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe a possibilidade de, através do trabalho, ter direito à propriedade privada.

C) os homens, sendo lobos dos homens, cercam as terras que ocupam e as defendem com armas, porque Deus permite aos homens conquistar e conservar a propriedade pela força do mais forte, a única lei.

D) os homens, em estado de natureza, vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, grito e canto.

71.

Locke foi o defensor do Liberalismo político, que pretendeu instaurar algumas garantias para o cidadão frente ao poder soberano. Sobre este assunto, leia o texto abaixo.

―Verdade é que os governos não podem sustentar-se sem grande dispêndio, sendo natural que todos quantos gozam de uma parcela de proteção paguem do que possuem a proporção necessária para mantê-lo. Todavia, será ainda com o seu próprio consentimento, isto é — o consentimento da maioria, dado diretamente ou por intermédio dos seus representantes. Se alguém pretender possuir o poder de lançar impostos sobre o povo, pela autoridade própria sem estar por ele autorizado, invadirá alei fundamental da propriedade e subverterá o objetivo do governo; porque qual a propriedade que terei naquilo que outrem tiver o direito de tomar para si quando lhe aprouver?‖

LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o governo. In: Locke . 3.ed. SãoPaulo:Abril Cultural, 1983. Coleção Os Pensadores. p. 89-90.

Considere as assertivas abaixo.

I-O texto acima descreve a política econômica de Locke, sustentada pela cobrança indiscriminada de tributos régios, pois, a cada novo endividamento do rei, novos tributos passavam a ser incorporados à carga tributária.

II-Partidário da lei natural como fundamento para o funcionamento do Estado, Locke defende o interesse da burguesia em expansão, ao afirmar que os impostos dos súditos devem ser proporcionais ao seu patrimônio e regulamentados pelo parlamento.

III-A cobrança de impostos é uma prerrogativa do rei, cabendo a ele a criação de novos tributos que incidam sobre a propriedade e a renda dos seus súditos, principalmente em relação à propriedade, pois essa é subsidiada pelo tesouro real.

IV-O imposto é um tributo necessário para o funcionamento do Estado e, em última instância, é a garantia dos direitos naturais, sendo a preservação da vida e a proteção da propriedade privada, juntamente com a liberdade, os essenciais.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas verdadeiras. A) II e IV

B) I e IV C) II e III D) I e II 72.

John Locke justificou a existência do Estado com estas palavras:

O motivo que leva os homens a entrarem em sociedade é a preservação da propriedade; e o objetivo para o qual escolhem e autorizam um poder legislativo é tornar possível a existência de leis e regras estabelecidas como guarda e proteção às propriedades de todos os membros da sociedade, a fim delimitar o poder e moderar o domínio de cada parte e de cada membro da comunidade; pois não se poderá nunca supor seja vontade da sociedade que o legislativo possua o poder de destruir o que todos intentam assegurar-se, entrando em sociedade e para o que o povo se submeteu a legisladores por ele mesmo criado. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo . Trad. de E. Jacy Monteiro.3 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 121. Coleção .Os Pensadores..

Analise as assertivas em conformidade com a citação acima.

I . A propriedade privada é contratual, isto é, ela é subseqüente ao nascimento do Estado, que institui o direito à propriedade, distribuindo a cada um aquilo que era propriedade comunal no estado de natureza.

II . A propriedade privada surge com o aparecimento da sociedade civil, a geradora do Estado, que é a instituição suprema que tem, inclusive, a prerrogativa de suprimir a propriedade em benefício da segurança do Estado. III . A propriedade privada é parte do estado de natureza, pois o homem possuía propriedade de si mesmo e, comisso, tem o direito de tornar como sua propriedade aquilo que está vinculado com seu trabalho.

IV . A propriedade privada é anterior à sociedade civil, portanto, a propriedade antecedeu ao Estado, cuja existência resultou do contrato social e teve a finalidade de preservar e proteger a propriedade privada de cada um.

Assinale a alternativa que tem as assertivas corretas. A) III e IV

B) I e II C) II e III D) II e IV

73. Maquiavel esteve empenhado na renovação da política em um período ainda dominado pela teologia cristã com os seus valores que atribuíam ao poder divino a responsabilidade sobre os propósitos humanos. Em sua obra mestra, O príncipe, escreveu: ―Deus não quer fazer tudo, para não nos tolher o livre arbítrio e parte da glória que nos cabe‖. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 108.

Assinale a alternativa que fundamenta essa afirmação de Maquiavel.

A) Deus faz o mais importante, conduz o príncipe até o trono, garantindo-lhe a conquista e a posse. Depois, cabe ao soberano fazer um bom governo submetendo-se aos dogmas da fé.

B) A conquista e a posse do poder político não é uma dádiva de Deus. É preciso que o príncipe saiba agir, valendo-se das oportunidades que lhe são favoráveis, e com firmeza alcance a sua finalidade.

C) Os milagres de Deus sempre socorreram os homens piedosos. Para ser digno do auxílio divino e alcançar a glória terrena é preciso ser obediente à fé cristã e submeter-se à autoridade do papa.

D) Nem Deus, nem o soberano são capazes de conquistar o Estado. Tudo que ocorre na História é obra do capricho, do acaso cego, que não distingue nem o cristão nem o gentio.

74. A relação homem-natureza consome a maior parte das obras de Rousseau, que seguiu uma direção peculiar assentada na crítica ao progresso das ciências e das artes. A este respeito, pode-se afirmar que I - prevalece, nos escritos de Rousseau, a moral fundada na liberdade, a primazia do sentimento sobre a razão e, principalmente, a teoria da bondade natural do homem.

II - o bom selvagem ou o homem natural é dotado de livre arbítrio e sentido de perfeição, sentimentos esses corrompidos com o surgimento da propriedade privada.

III - o bom selvagem, descrito por Rousseau, possui uma sabedoria mais refinada que o conhecimento científico, o que confirma a completa ignorância da cultura letrada.

IV - Rousseau não defende o retorno do homem à animalidade, ao contrário, é preciso conservar a pureza da consciência natural, isto é, alcançar a verdadeira liberdade.

Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas. A) I, III e IV

B) II, III e IV C) I, II e IV D) I, II e III

75.

Para Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o contrato social que seja verdadeiro e legítimo é aquele que:

A) os indivíduos pelo pacto, reconhecem, como seus, os atos e decisões de alguém, não podendo, legitimamente, celebrar entre si um novo pacto no sentido de obedecer a outrem, seja no que for, sem sua licença.

B) o indivíduo pelo pacto, abdica de sua liberdade, mas sendo ele próprio parte integrante e ativa do todo social, ao obedecer à lei, obedece a si mesmo sendo, portanto, livre.

C) pelo pacto, todos os homens associados se alienam totalmente, abdicam, sem reserva, de todos os seus direitos em favor da comunidade, mas somente os proprietários nada perdem, porque, somente eles, participam plenamente da sociedade civil.

D) pelo pacto, os homens deixam de ser livres, pois o poder soberano deve ser absoluto, ilimitado, sendo que o pouco que seja conservado da liberdade natural do homem, instaura de novo o estado de guerra.

76.

A Itália do tempo de Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) não era um Estado unificado como hoje, mas fragmentada em reinos e repúblicas. Na obra O Príncipe, declara seu sonho de ver a península unificada. Para tanto, entre outros conceitos, forjou as concepções de virtú e de fortuna. A primeira representa a capacidade de governar, agir para conquistar e manter o poder; a segunda é relativa aos ―acasos da sorte‖ aos quais todos estão submetidos, inclusive os governantes. Afinal, como registrado na famosa ópera de Carl Orff: Fortuna imperatrix mundi (A Fortuna governa o mundo). Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Coleção os Pensadores. São Paulo: Abril Cultura, 1973, p. 79 - 80.

Com base nas informações acima, assinale a alternativa que melhor interpreta o pensamento de Maquiavel.

A) Trata-se da fortuna, quando Maquiavel diz que ―as causas que o determinaram cessem de existir‖; e de virtú, quando Maquiavel diz que o príncipe deve ser ―prudente‖.

B) Trata-se da virtú, quando Maquiavel diz que as ―causas mudaram‖; e de fortuna quando se refere ao príncipe prudente, pois um príncipe com tal qualidade saberia acumular grande quantidade de riquezas.

C) Apesar de ser uma frase de Maquiavel, conforme o texto introdutório, ela não guarda qualquer relação com as noções de virtú e fortuna.

D) O fragmento de Maquiavel expressa bem a noção de virtú, ao dizer que o príncipe deve ser prudente, mas não se relaciona com a noção de fortuna, pois em nenhum momento afirma que as ―circunstâncias‖ podem mudar.

77.

―Portanto, um príncipe deve gastar pouco para não ser obrigado a roubar seus súditos; para poder defender-se; para não se empobrecer, tornando-se desprezível; para não ser forçado a tornar-se rapace; e pouco cuidado lhe dê a pecha de miserável; pois esse é um dos defeitos que lhe dão a possibilidade de

bem governar.‖ MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 66.

Assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento do filósofo florentino.

A) O príncipe não precisa roubar os súditos, porque a ele é reservada a fortuna, toda riqueza possível de ser acumulada graças à capacidade de poupar os tesouros. Esta definição de fortuna, cunhada por Maquiavel, é típica da época em que havia o apego às riquezas materiais, especialmente, a prata e o ouro da América.

B) A visão política de Maquiavel era a mesma dos seus contemporâneos, favorável ao poder absoluto dos governantes e defensora da opressão do Estado sobre os súditos, o que resultou na manutenção do Estado feudal, caracterizado pela expropriação da sociedade, por meio de tributos elevado se injustos

C) A defesa da sobriedade administrativa do príncipe evidencia a forte ligação que unia Maquiavel à Igreja Católica, ambos imbuídos na defesa do poder divino dos soberanos. Prova disso é que, em seu livro O Príncipe, Maquiavel exorta o novo príncipe a ser sempre piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso. D) Maquiavel identifica o príncipe com o homem de ação, cujo caráter é formado pela ética que lhe permite ouso dos meios apropriados para a organização do seu Estado; o novo príncipe deve ser corajoso e inteligente, evitando a opulência e a ostensão em favor de seu poder político.

Documentos relacionados