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A Filosofia nos vestibulares da Universidade Federal de Uberlândia Curso preparatório para os alunos do Colégio Cenecista Dr.

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Academic year: 2021

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A Filosofia nos

vestibulares da

Universidade Federal

de Uberlândia

Curso preparatório para os alunos do

Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

Departamento de Filosofia e Sociologia

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Prezados alunos,

A Universidade Federal de Uberlândia foi a primeira instituição de ensino federal do Brasil a adotar a disciplina de filosofia como integrante da primeira e da segunda fase de seus processos seletivos. Neste sentido, existe um acúmulo suficiente de questões que nos permite determinar com precisão os conteúdos, além das habilidades e competências que deverão ser dominadas por seu futuro aluno. Em geral a UFU adota uma visão cronológica da filosofia, ou seja, o estudante deverá ter proficiência dos autores fundamentais em diferentes períodos da história da filosofia. Assim os autores clássicos são evocados como pontos fundamentais tanto na primeira quanto na segunda fase do vestibular UFU. A periodização adotada pela Universidade se coloca dentro da seguinte distinção por tempo histórico, contemplando os seguintes autores: Filosofia Antiga (Mito e o nascimento da filosofia / Pré-Socráticos / Sócrates / Platão / Aristóteles) ; Filosofia Medieval ( Santo Agostinho e Tomás de Aquino); Filosofia Moderna ( Hume, Descartes, Hegel, Nietzsche e Kant); Filosofia Política ( Marx, Hobbes, Locke, Rousseau e Maquiavel); Filosofia Contemporânea ( Sartre) ; esta relação expressa os autores adotados pela UFU até o ano de 2014, entretanto, a instituição não possui uma tradição em inovar para além dos autores listados acima. Dentro do contexto da resolução das questões estaremos trabalhando as estruturas de leitura e interpretação de textos filosóficos como metodologia chave para o domínio dos conceitos fundamentais para a realização das questões objetivas, bem como apresentando elementos centrais para a construção argumentativa da segunda fase.

Bons Estudos!!!!

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Filosofia Antiga:

1. (UFU) No poema Teogonia, as Musas aparecem ao poeta Hesíodo e dizem-lhe o seguinte: ―sabemos dizer muitas mentiras semelhantes aos fatos e sabemos, se queremos, dar a ouvir verdades‖ (vv. 25-6)

Com base neste trecho é correto afirmar:

I) A Filosofia assemelha-se ao mito por entender que a verdade baseia-se na autoridade de quem a diz.

II) No mito, há espaço para contradições e incoerências, pois a verdade nele se estabelece em um plano diverso daquele em que atua a racionalidade humana. III) O mito entende que a verdade é, por um lado, uma conformidade com alguns princípios lógicos e, por outro, a verdade deve ser dita em conformidade com o real.

IV) A crença e a confiança no mito provêm da autoridade religiosa do poeta que o narra.

A) I e III são corretas. B) II e III são corretas. C) II e IV são corretas. D) III e IV são corretas.

2. (UFU) Leia o texto abaixo:

―…Princípio dos seres…ele [Anaximandro] disse (que era) o ilimitado…Pois donde a geração é para os seres, é para onde também a corrupção se gera segundo o necessário ; pois concedem eles mesmos justiça e deferência uns aos outros pela injustiça, segundo a ordenação do tempo.‖ Pré-Socráticos. Coleção ―Os Pensadores‖. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

A partir da análise do texto de Anaximandro, é correto afirmar que a filosofia, em contraposição ao mito, se caracteriza por:

A) conceber o tempo como um passado imemorial sem relação com o presente.

B) os seres divinos concedem, por alianças ou rompimentos, justiça e deferência uns aos outros.

C) o mundo ser explicado por um processo constante e eterno de geração e corrupção, cujo princípio é o ilimitado.

D) narrar a origem do mundo por meio de alianças e forças geradoras divinas. 3. (UFU) Leia o texto abaixo:

―(…) Assim, a magia e a mitologia ocupam a imensa região exterior do desconhecido, englobando o pequeno campo do conhecimento concreto comum. O sobrenatural está em todas as partes, dentro ou além do natural; e o

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conhecimento do sobrenatural que o homem acredita possuir, não sendo da experiência direta comum, parece ser um conhecimento de ordem diferente e superior. É uma revelação acessível apenas ao homem inspirado ou (como diziam os gregos) ‗divino‘ — o mágico e o sacerdote, o poeta e o vidente‖.

CORNFORD, F.M. Antes e Depois de Sócrates. Trad. Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp.14-15.

A partir do texto acima, é correto afirmar que

A) o campo do conhecimento mítico limita-se ao que se manifesta no campo concreto comum.

B) a magia e a mitologia não se confundem com o conhecimento concreto comum.

C) o conhecimento no mito, por ser uma revelação, é acessível igualmente a todos os homens.

D) o mito não distingue o plano natural do sobrenatural, sendo o conhecimento do sobrenatural superior.

4. (ENEM/2010) Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis

de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evita-la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia.

Disponível em: http://www.culturabrasil.org. Acesso em 28 ago. 2010 (adaptado).

No mito Édipo Rei, são dignos de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam a relação entre liberdade humana e providência divina. A expressão filosófica que toma como pressuposta a tese do determinismo é:

A) "Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo." Jean Paul Sartre.

B) "Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser." Santo Agostinho.

C) "Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte." Arthur Schopenhauer.

D) "Não me pergunte quem sou eu e não me diga para permanecer o mesmo." Michel Foucault.

E) "O homem, em seu orgulho, criou a Deus a sua imagem e semelhança." Friedrich Nietzsche.

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5. (UFU) Leia atentamente o texto abaixo.

Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição, mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento. NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os

pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores

Marque a alternativa INCORRETA.

A) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito. B) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos. C) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos.

D) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência.

6. (UFU) De acordo com o pensamento do filósofo Parmênides de Eléia, marque a alternativa correta.

A) A identidade é uma característica inerente ao domínio da opinião, uma vez que a pluralidade das opiniões é o que atesta a identidade de cada indivíduo. B) Segundo Parmênides, um mesmo homem não pode entrar duas vezes em um mesmo rio, posto que a mutabilidade do mundo impede que o mesmo evento se repita.

C) Uma das leis lógicas, presente no pensamento de Parmênides, é o princípio de identidade, segundo o qual todas as coisas podem ser e não ser ao mesmo tempo.

D) O caminho da verdade é também a via da identidade e da não contradição. Nesse sentido, somente o Ser – por ser imóvel e idêntico – pode ser pensado e dito.

7. (UFU) Heráclito nasceu na cidade de Éfeso, região da Jônia, e viveu aproximadamente entre 540 e 480 a.C. Ficou conhecido como ―o obscuro‖, porque seus escritos eram, em geral, aforismos, isto é, frases enigmáticas que condensam a idéia transmitida. Dentre suas idéias mais destacadas está a do ―eterno devir‖.

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A partir dessas informações, marque a alternativa que descreve corretamente o significado de ―eterno devir‖.

A) O princípio de que tudo é água ou o elemento úmido. B) A permanência do ser.

C) Transformação incessante das coisas. D) O Mundo das Idéias.

8. (UFU) Leia atentamente o seguinte verso do fragmento atribuído a

Parmênides.

―Assim ou totalmente é necessário ser ou não.‖ SIMPLÍCIO, Física, 114, 29, Os Pré-Socráticos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 2000, p. 123.

A partir do fragmento apresentado, escolha a alternativa que representa corretamente o princípio parmenideano da verdade.

A) O Ser é e o Não-Ser é Não-Ser. Ambos podem ser pensados e afirmados, pois é possível pensar e dizer falsidades e o que não existe.

B) Somente o Ser é, pode ser pensado e afirmado. O Ser coincide com o pensamento e com a verdade. O Não-Ser não é e não pode nem ser pensado, nem exprimido.

C) O Ser é (existe) necessariamente na Natureza, mas pode não existir no pensamento, enquanto não é pensado. A relação entre o Ser e o pensamento não é necessária.

D) O caminho da verdade é a via da opinião, que comporta ao mesmo tempo o Ser e o Não-Ser. Afirmar totalmente o Ser e o Não-Ser implica a opinião verdadeira.

9. (UFU) Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI e V a. C. e sua doutrina, apesar de criticada pela filosofia clássica, foi resgatada por Hegel, que recuperou sua importante contribuição para a Dialética. Os dois fragmentos a seguir nos apresentam este pensamento.

I) ―Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será um fogo eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida.‖ (fragmento 30). II) ―Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água,

morrer é transformar-se em terra. Da terra, contudo, forma-se a água, e da água a alma.‖ (fragmento 36).

De acordo com o pensamento de Heráclito, marque a alternativa INCORRETA. A) As doutrinas de Heráclito e de Parmênides estão em perfeito acordo sobre a imutabilidade do ser.

B) Para Heráclito, a idéia de que ―tudo flui‖ significa que nada permanece fixo e imóvel.

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C) Heráclito desenvolve a idéia da harmonia dos contrários, isto é, a permanente conciliação dos opostos.

D) A expressão ―devir‖ é adequada para compreendermos a doutrina de Heráclito.

10. (UEL) ―Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‗imposição religiosa‘, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.‖ (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario.

Présocráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000. p. 24.) Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos.

a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.

b) A discussão crítica das ideias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas.

c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião.

d) A confiança na tradição e na ―imposição religiosa‖ como fundamentos para o conhecimento.

e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da ―proliferação de óticas‖ conflitantes entre si.

11. (UFU) Leia os fragmentos abaixo:

―Muitos não percebem tais coisas, todos os que as encontram, nem quando ensinados conhecem, mas a si próprios lhes parece que as conhecem e percebem.‖ (DK 22 B 17)

―Más testemunhas para os homens são os olhos e ouvidos, se almas bárbaras eles têm‖ (DK 22 B 107)

A partir destes dois textos de Heráclito, pode-se afirmar que, para ele,

A) as sensações, como as águas de um rio, são infalíveis e nos proporcionam nelas mesmas a apreensão do real.

B) o conhecimento é obtido unicamente a partir da percepção sensível. C) as sensações por si só não são garantias de conhecimento.

D) o conhecimento é proporcionado pelo ensino obtido pela atividade da alma, qualquer que esta seja.

12. (UFU) Leia o texto abaixo:

―Só resta o mito de uma via, a do ser; e sobre esta existem indícios de que sendo não gerado é também imperecível, pois é todo inteiro, inabalável e sem

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fim; nem jamais era nem será, pois é agora todo junto, uno, contínuo (…)‖ Sobre a Natureza, 8, 2-5

A partir deste trecho do poema de Parmênides, é possível afirmar que A) a continuidade, a geração e o imobilismo estão presentes na via do ser. B) o ser, por não poder não ser, não é gerado nem deixa de ser, não tendo princípio nem fim.

C) a via do ser é aquela percebida pelos nossos sentidos.

D) o ser, para o autor, de certo modo não é, pois nunca foi no passado nem será no futuro.

TEXTO I

Anaxímenes de mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água quando mais condensada, se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).

TEXTO II

Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: ―Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.‖ GILSON, E.;BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).

Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que

A) eram baseadas nas ciências da natureza. B) refutavam as teorias de filósofos da religião. C) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. D) postulavam um princípio originário para o mundo. E) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. R: d

13. (UFU) Marque a alternativa que está de acordo com a célebre frase de Cícero: ―Sócrates foi o primeiro que desceu a filosofia do céu e colocou-a ncolocou-as cidcolocou-ades, e, tcolocou-ambém, introduziu-colocou-a ncolocou-as ccolocou-ascolocou-as e obrigou-colocou-a colocou-a indcolocou-agcolocou-ar sobre a vida, os costumes e sobre as coisas boas e más.” (Tusculanae, 5,4)

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A) Cícero refere-se ao fato de que Sócrates fundamentou toda a filosofia grega na teoria das Ideias de Platão.

B) Cícero afirma que, graças a seu método empirista, Sócrates retirou as características mitológicas da investigação filosófica.

C) Segundo Cícero, Sócrates foi o primeiro a alterar a temática da filosofia grega, mudando o foco das investigações cosmológicas para o domínio das coisas humanas.

D) Cícero refere-se à grande inovação introduzida por Sócrates em Atenas, a saber: ministrar aulas de filosofia nas próprias casas de seus discípulos.

14. (UFU) Sócrates é tradicionalmente considerado como um marco divisório da filosofia grega. Os filósofos que o antecederam são chamados pré-socráticos. Seu método, que parte do pressuposto "só sei que nada sei", é a maiêutica que tem como objetivo:

I- "dar luz a ideias novas, buscando o conceito".

II- partir da ironia, reconhecendo a ignorância até chegar ao conhecimento. III- encontrar as contradições das ideias para chegar ao conhecimento. IV- "trazer as ideias do céu à terra".

Assinale

A) se apenas I e II estiverem corretas. B) se apenas I e III estiverem corretas. C) se apenas II, III e IV estiverem corretas. D) se apenas III e IV estiverem corretas. E) se apenas I e IV estiverem corretas.

15. O método argumentativo de Sócrates (469-399 a.C.) consistia em dois momentos distintos: a ironia e a maiêutica. Sobre a ironia socrática, pode-se afirmar que:

I- tornava o interlocutor um mestre na argumentação sofística.

II- levava o interlocutor à consciência de que seu saber era baseado em reflexões, cujo conteúdo era repleto de conceitos vagos e imprecisos.

III- tinha um caráter purificador, à medida que levava o interlocutor a confessar suas próprias contradições e ignorâncias.

IV- tinha um sentido depreciativo e sarcástico da posição do interlocutor. Assinale

A) se apenas a afirmação III é correta. B) se as afirmações I e IV são corretas. C) se apenas a afirmação IV é correta. D) se as afirmações II e III são corretas.

16. (UFU) Leia o texto abaixo:

―(…) enquanto tiver ânimo e puder fazê-lo, jamais deixarei de filosofar, de vos advertir, de ensinar em toda ocasião àquele de vós que eu encontrar,

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dizendo-lhe o que costumo: ‗Meu caro, tu, um ateniense, da cidade mais importante e mais reputada por sua sabedoria, não te envergonhas de cuidares de adquirir o máximo de riquezas, fama e honrarias, e de não te importares nem pensares na razão, na verdade e em melhorar tua alma?‘ E se algum de vós responder que se importa, não irei embora, mas hei de o interrogar, examinar e refutar e, se me parecer que afirma ter adquirido a virtude sem a ter, hei de repreendê-lo por estimar menos o que vale mais e mais o que vale menos (…).‖ PLATÃO. Apologia de Sócrates, 29 d-e.

A partir do trecho acima de Platão, é correto afirmar que para Sócrates:

I - a Filosofia é um saber que se transmite como lições morais, visto ele conheça a verdade.

II - o filosofar é uma atividade que busca a verdade e a melhora da alma pela refutação de falsos saberes.

III - o questionamento ao interlocutor só ocorre se este espontaneamente se dispuser a responder às questões formuladas por Sócrates.

IV - a posse de bens materiais é para ele um valor inquestionável. Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas.

A) Apenas II e III. B) Apenas I e II. C) Apenas I e IV. D) Apenas III e IV.

17. (UFU) Leia atentamente o excerto do diálogo platônico Eutífron.

Recorda, porém, que não te pedi para demonstrar-me uma ou duas dessas coisas, dessas que são piedosas, mas que me explicasse a natureza de todas as coisas piedosas. Porque disseste, salvo engano, que existe algo característico que faz com que todas as coisas ímpias sejam ímpias, e todas as coisas piedosas, piedosas... PLATÃO. Eutífron. In: Platão. São Paulo: Abril Cultural, 1999. Col. Os Pensadores, p. 41.

A partir do texto acima, escolha a alternativa correta quanto ao procedimento filosófico empregado por Sócrates.

A) A investigação socrática caracteriza-se pela pesquisa das Formas inteligíveis que seriam as causas de todas as manifestações particulares de uma noção. Os seres sensíveis existem porque ―imitam‖ um modelo imutável e eterno que determina a ―natureza de todas as coisas‖. A aporia decorre da impossibilidade de se encontrar, nos seres sensíveis, um exemplo que corresponda perfeitamente à Ideia inteligível.

B) A investigação socrática usa a pergunta: ―o que é...?‖, que tipifica a investigação das características gerais e das formas distintivas invariáveis de uma noção. A pesquisa de uma definição adequada exerce um papel regulador para as respostas aceitáveis e inaceitáveis. A refutação consiste em descartar, mediante contradições, definições insuficientes, e a aporia manifesta a impossibilidade de uma definição concludente.

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C) A investigação socrática configura o exame filosófico sobre a ―piedade‖ e a ―natureza característica‖ da alma. Ao contrário dos Filósofos da Natureza, Sócrates preocupa-se com o ―exame da alma‖ e estabelece um modelo tri-partite da psykhé: uma parte apetitiva, uma irascível e outra racional. A refutação socrática consiste em induzir os adversários da Filosofia à contradição e levá-los ao estado de aporia.

D) A investigação socrática é delimitada pelo exame de noções éticas como, por exemplo, a piedade, ou a coragem. Esse gênero de pesquisa resulta na distinção de uma ―realidade sensível‖, formada por todos os particulares, e uma ―realidade inteligível‖, representada pelas Formas. A refutação socrática consiste na negação do devir como única e verdadeira realidade, o que resulta num estado de aporia.

18. A opinião (doxa, em grego), no pensamento de Platão (427-347 a.C.) representa um saber sem fundamentação metódica. É um saber que possui sua origem

A) nos mitos religiosos, lendas e poemas da Grécia arcaica.

B) nas impressões ou sensações advindas da experiência sensível. C) no discurso dos sofistas na época da democracia ateniense.

D) num saber eclético, proveniente de algumas ideias dos filósofos pré-socráticos.

19. (UFU) A Alegoria da Caverna de Platão, além de ser um texto de teoria do conhecimento, é também um texto político. No sentido político, é correto afirmar que Platão sustentava um modelo:

A) monárquico, cujo governo deveria ser exercido por um filósofo e cujo poder deveria ser absoluto, centralizador e hereditário.

B) aristocrático, baseado na riqueza e que representava os interesses dos comerciantes e nobres atenienses, por serem eles os mecenas das artes, das letras e da filosofia.

C) democrático, baseado, principalmente, na experiência política de governo da época de Péricles.

D) aristocrático, cujo governo deveria ser confiado aos melhores em inteligência e em conduta ética.

20. (UFU) Sobre a alegoria da caverna de Platão pode-se afirmar que A) o filósofo deve ter uma vida exclusivamente contemplativa.

B) a educação do filósofo visa também à atividade política. C) os sentidos são fundamentais para o conhecimento.

D) qualquer um pode encontrar em si mesmo, pela intuição, a luz para o conhecimento.

21. (UFU) ―Mas a faculdade de pensar é, ao que parece, de um caráter mais

divino, do que tudo o mais; nunca perde a força e, conforme a volta que lhe derem, pode tornar-se vantajosa e útil, ou inútil e prejudicial. Ou

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ainda não te apercebeste como a deplorável alma dos chamados perversos, mas que na verdade são espertos, tem um olhar penetrante e distingue claramente os objetos para os quais se volta, uma vez que não tem uma vista fraca, mas é forçado a estar a serviço do mal, de maneira que, quanto mais aguda for sua visão, maior é o mal que pratica?‖ (Platão, A República, trad. Maria Helena Rocha Pereira, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987, 518e-519a)

A partir da leitura do texto acima, é correto afirmar que, para Platão,

A) a faculdade de pensar necessita da educação, para que, assim, a vista mais penetrante alcance, pela luz, a visão do que deve ser conhecido.

B) o conhecimento para esse filósofo só depende da capacidade visual daquele que conhece.

C) a natureza, favorecendo alguns, diferencia os mais aptos, e é unicamente por esta distinção que se devem estabelecer os governantes da cidade.

D) os homens com maior capacidade de pensar jamais praticam o mal, pois descobrem, por si mesmos, a diferença entre o justo e o injusto.

22. (UFU) ―Mas quem fosse inteligente (…) lembrar-se-ia de que as

perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz. Se compreendesse que o mesmo se passa com a alma, quando visse alguma perturbada e incapaz de ver, não riria sem razão, mas reparava se ela não estaria antes ofuscada por falta de hábito, por vir de uma vida mais luminosa, ou se, por vir de uma maior ignorância a uma luz mais brilhante, não estaria deslumbrada por reflexos demasiadamente refulgentes [brilhantes]; à primeira, deveria felicitar pelas suas condições e pelo seu gênero de vida; da segunda, ter compaixão e, se quisesse troçar dela, seria menos risível esta zombaria do que aquela que descia do mundo luminoso.‖ A República, 518 a-b, trad. Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.

Sobre este trecho do livro VII de A República de Platão, é correto afirmar. I - A condição de quem vive nas sombras é digna de compaixão.

II - O filósofo, sendo aquele que passa da luz à sombra, não tem problemas em retornar às sombras.

III - O trecho estabelece uma relação entre o mundo visível e o inteligível, fundada em uma comparação entre o olho e a alma.

IV - No trecho, é afirmado que o conhecimento não necessita de educação, pois quem se encontraria nas sombras facilmente se acostumaria à luz.

Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas. A) II e III

B) I e IV C) I e III D) III e IV

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―(…) Que pensamentos então que aconteceria, disse ela, se a alguém ocorresse contemplar o próprio belo, nítido, puro, simples, e não repleto de carnes, humanas, de cores e outras muitas ninharias mortais, mas o próprio divino belo pudesse em sua forma única contemplar? Porventura pensas, disse, que é vida vã a de um homem olhar naquela direção e aquele objeto, com aquilo [a alma] com que deve, quando o contempla e com ele convive? Ou não consideras, disse ela, que somente então, quando vir o belo com aquilo com que este pode ser visto, ocorrer-lhe-á produzir não sombras de virtude, porque não é em sombras que estará tocando, mas reais virtudes, porque é no real que estará tocando?‖ Platão. O Banquete. Trad. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979, pp.42-43.

A partir do trecho de Platão, analise as assertivas abaixo:

I – O belo verdadeiro para Platão encontra-se no conhecimento obtido pela observação das coisas humanas.

II – A contemplação do belo puro e simples é atingida por meio da alma.

III – Cores e sombras são virtudes reais, visto que se possa, ao tocar nelas, tocar no próprio real.

IV – Há, como na Alegoria da Caverna, uma relação direta para Platão entre o conhecimento e a virtude.

Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas. A) I e II são corretas.

B) II e IV são corretas. C) III e IV são corretas. D) I, II e III são corretas.

24. (UFU) Leia o texto abaixo:

Todo aquele que ama o saber conhece por experiência que, quando a filosofia toma conta de uma alma, vai encontrá-la prisioneira do seu corpo, totalmente grudada a ele. Vê que, impelida a observar os seres, não em si e por si, mas por meio desse seu caráter, paira por isso na mais completa ignorância. Mas mais se dá ainda conta do absurdo de tal prisão: é que ela não tem outra razão de ser senão o desejo do próprio prisioneiro, que é assim levado a colaborar da maneira mais segura, no seu próprio encarceramento. Platão, Fédon. Trad. Maria Tereza S. de Azevedo. Brasília: UnB, 2000, p. 66.

Após analisar o texto acima, assinale a alternativa correta. A) A ignorância é fruto da observação do que é em si e por si.

B) A filosofia para Platão é inata, não sendo necessário nenhum esforço de quem a ela se dedica para obtê-la.

C) A alma encontra-se prisioneira do corpo por desejo do próprio homem. D) A alma do filósofo encontra-se desde o início liberta dos entraves do corpo como o demonstram, claramente, a Alegoria da Caverna e o texto acima.

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25. (ENEM/2012) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. PLATÃO e ARISTÓTELES: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado)

O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?

A) estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.

B) privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.

C) atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.

D) afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.

E) rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. R: d

26. (UFU) A filosofia de Aristóteles representou uma nova interpretação sobre o problema do ser. Nesse sentido, Aristóteles define a ciência como:

A) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento que se fundamenta apenas na compreensão do mundo inteligível porque as ideias, enquanto entidades metafísicas, não mudam.

B) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento pelas causas, capaz de compreender a natureza do devir e superar os enganos da opinião.

C) conhecimento relativo porque o ser é mobilidade, eterno fluxo e a verdade não pode, portanto, ser absoluta.

D) conhecimento relativo porque a ciência, enquanto produção do homem, é determinada pelo desenvolvimento histórico.

27. (UFU) Leia o silogismo abaixo: Todos os homens são mortais.

Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal.

Sobre o silogismo em geral e, sobre este em particular, é correto afirmar que: I - é um raciocínio indutivo, pois parte de duas premissas verdadeiras e chega a uma conclusão também verdadeira.

II - o termo médio homem liga os extremos e, por isso, não pode estar presente na conclusão.

(15)

III - é um raciocínio válido, porque é constituído por proposições verdadeiras, não importando a relação de inclusão (ou de exclusão) estabelecida entre seus termos.

IV - as premissas, desde que uma delas seja universal, devem tornar necessária a conclusão.

Marque a alternativa que contém todas as afirmações corretas. A) II e IV

B) I e II C) II e III D) III e IV

28. (UFU) Leia o texto abaixo:

Substância – aquilo a que chamamos substância de modo mais próprio, primeiro e principal – é aquilo que nem é dito de algum sujeito nem existe em algum sujeito, como, por exemplo, um certo homem ou um certo cavalo. Chamam-se substâncias segundas as espécies a que as coisas primeiramente chamadas substâncias pertencem e também os gêneros dessas espécies. Por exemplo, um certo homem pertence à espécie homem, e animal é o gênero da espécie; por conseguinte, homem e animal são chamados substâncias segundas‖. Aristóteles. Categorias. Trad. Ricardo Santos. Porto: Porto Editora, 1995, p. 39.

Tendo o texto acima como referência, é correto afirmar que, segundo Aristóteles,

A) a substância primeira, assim como o acidente, existe em algum sujeito e é dito dele.

B) as substâncias segundas assemelham-se às Formas de Platão por ambas existirem em si e por si mesmas.

C) as substâncias segundas são universais que não existem por si mesmos, mas que podem ser conhecidos.

D) a substância primeira diferencia-se da substância segunda por esta última englobar todos os acidentes a ela pertencentes.

29. (UFU) ―A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a

escolha e consistente numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. E é um meio-termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta; pois que, enquanto os vícios ou vão muito longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e paixões, a virtude encontra e escolhe o meio-termo.― ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco, II, 6. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Col. Os Pensadores, p. 33.

Considerando o trecho acima e a concepção aristotélica de virtude, assinale a alternativa correta.

(16)

A) A virtude consiste na rejeição de todo prazer, resultado do uso da razão do homem sábio e corajoso que, contendo suas paixões, escolhe viver de modo ascético e agir sempre com piedade e compaixão, dispondo-se a sacrificar a qualquer momento a própria vida pelo próximo, pois, pleno de audácia e entusiasmo, não teme de forma alguma a morte.

B) A virtude é a firme e irrefletida determinação para superar uma condição viciosa, como a coragem que, por se opor totalmente à covardia, define-se como temeridade ou audácia.

C) A virtude consiste numa capacidade equilibrada e racional de agir, como, por exemplo, a verificada na coragem, medianeira entre o excesso de audácia que caracteriza a temeridade e a falta de audácia ou excesso de medo do covarde.

D) A virtude é a capacidade ou força do político corajoso que usa racionalmente os seus recursos para conservar o seu poder.

Filosofia Medieval

30. Leia o trecho extraído da obra Confissões.

Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores.

Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta.

A) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável.

B) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem.

C) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo.

D) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação.

31. O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus. As cinco vias consistem em cinco grandes linhas de argumentação por meio das quais se pode provar a existência de Deus. Sua importância reside sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir da consideração do mundo natural, do cosmo, entendido como criação divina. MARCONDES, D. Textos

(17)

básicos de filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67.

A partir do texto, marque a alternativa correta.

A) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus. B) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as passagens bíblicas para fundamentar seus argumentos.

C) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo natural.

D) Tomás de Aquino formula as argumentações que provam a existência de Deus sob a influência do pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia, mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego.

32. (UFU) Leia com atenção o texto abaixo:

Nos três primeiros artigos da 2ª questão da Suma de Teologia, Tomás de Aquino discute sobre a existência de Deus. Suas conclusões são: 1) a existência de Deus não é auto evidente, sendo preciso demonstrá-la; 2) a existência de Deus não pode ser demonstrada a partir de sua essência (pois isso ultrapassa a nossa capacidade de conhecimento); 3) a existência de Deus pode ser demonstrada, contudo, a partir de seus efeitos (demonstração quia), isto é, a partir da natureza criada podemos conhecer algo a respeito do seu Criador. A partir disso, ele desenvolve cinco argumentos ou vias segundo as quais se pode mostrar, a partir dos efeitos, que Deus existe. Adaptado de: MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. p. 126-130.

Sobre as cinco vias da prova da existência de Deus, elaboradas por Tomás de Aquino, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Nos argumentos de Tomás de Aquino sobre a existência de Deus, pode-se perceber a influência dos escritos de Aristóteles em seu pensamento.

B) Segundo a prova teleológica, tudo que obedece a uma finalidade pressupõe uma inteligência que o criou com tal finalidade, como o carpinteiro em relação a uma mesa; ora, percebemos a finalidade no Universo (todas as criaturas têm uma finalidade); logo, Deus é o princípio que dá essa finalidade ao Universo. C) Segundo a prova que se baseia no movimento, Deus é considerado o motor imóvel, isto é, como a causa primeira do movimento que percebemos no mundo, e deve ser imóvel para evitar o regresso ao infinito.

D) Qualquer pessoa que consiga compreender os argumentos das cinco vias conhecerá, com certeza evidente, a essência de Deus.

33. (UFU) Na medida em que o Cristianismo se consolidava, a partir do século II, vários pensadores, convertidos à nova fé e, aproveitando-se de elementos da filosofia greco-romana que eles conheciam bem,

(18)

começaram a elaborar textos sobre a fé e a revelação cristãs, tentando uma síntese com elementos da filosofia grega ou utilizando-se de técnicas e conceitos da filosofia grega para melhor expor as verdades reveladas do Cristianismo. Esses pensadores ficaram conhecidos como os Padres da Igreja, dos quais o mais importante a escrever na língua latina foi santo Agostinho. COTRIM, Gilberto. Fundamentos de Filosofia: Ser, Saber e Fazer. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 128. (Adaptado) Esse primeiro período da filosofia medieval, que durou do século II ao século X, ficou conhecido como:

A) Escolástica. B) Neoplatonismo. C) Antiguidade tardia. D) Patrística.

36. (UFU) A filosofia grega se expandiu para além das fronteiras do mundo helênico e influenciou outros povos e culturas. Com o cristianismo não foi diferente e, aos poucos, a filosofia foi absorvida. Conforme Chalita, um dos motivos dessa absorção foi: [...] a necessidade de organizar os ensinamentos cristãos, de reunir os fatos e conceitos do cristianismo sob a forma de uma doutrina e elaborar uma teologia rigorosa. (CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 94.)

Uma das características da patrística é a busca da conciliação entre a fé e a filosofia, e Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.), influenciado pelo neoplatonismo, tornou-se uma referência para a filosofia cristã. Em relação ao desenvolvimento das ciências naturais, porém, o pensamento de Agostinho não deu grande impulso uma vez que sua filosofia – tal como a do mestre Platão – não adotava os fenômenos naturais como objeto de reflexão.

37. (UFU) Com base nos textos acima e em seus conhecimentos sobre a obra de Agostinho de Hipona, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Agostinho de Hipona criou a doutrina da iluminação divina baseado na teoria da reminiscência de Platão, conciliando de modo original a fé cristã e o pensamento filosófico.

B) A observação, a experimentação e a aplicação dos princípios da geometria sobre os fenômenos naturais foi uma das principais características da filosofia de Santo Agostinho.

C) Conforme Agostinho de Hipona, a filosofia grega é um instrumento útil para a fé cristã.

D) As verdades eternas e imutáveis, que têm sua sede em Deus, só podem ser alcançadas pela iluminação divina.

38. (UFU) A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por

(19)

Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77.

Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças.

A) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.

B) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.

C) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.

D) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.

39. (UFU) Para responder a questão, leia o seguinte texto.

O universal é o conceito, a ideia, a essência comum a todas as coisas (por exemplo, o conceito de ser humano). Em outras palavras, pergunta-se se os gêneros e as espécies têm existência separada dos objetos sensíveis: as espécies (por exemplo, o cão) ou os gêneros (por exemplo, o animal) teriam existência real? Ou seriam apenas ideias na mente ou apenas palavras? (ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. Filosofando. 3ª edição. São Paulo: Moderna, 2003, p. 126.)

A resposta correta à pergunta formulada no texto acima, sobre os universais, é: A) Segundo os nominalistas, as espécies e gêneros universais são meras palavras que expressam um conteúdo mental, sem existência real.

B) Segundo os nominalistas, os universais são conceitos, mas têm fundamento na realidade das coisas.

C) Segundo os nominalistas, os universais (gêneros e espécies) são entidades realmente existentes no mundo das Ideias, sendo as coisas deste mundo meras cópias destas Ideias.

D) Segundo os nominalistas, os gêneros e as espécies universais existem realmente, mas apenas na mente de Deus.

40. Assinale a alternativa verdadeira no que se refere ao tomismo

A) não a conflito entre razão e fé, pois a fé ultrapassa os limites de julgamento da razão

(20)

B) a fé deve sempre prevalecer sobre a razão, porque Deus assim o estabelece

C) somente as verdades filosóficas são suficientes para julgar as verdades da religião

D) quando o homem alcançar a revelação das verdades religiosas, haverá o predomínio da razão

E) Tomás de Aquino despreza as verdades da filosofia, preocupando-se somente com as verdades da teologia.

41. A relação entre as palavras, que designam idéias gerais e as coisas, foi um problema filosófico que marcou a Idade Média. Foi grande a discussão sobre a existência real ou não daquelas palavras, isto é, os chamados ―universais‖. Nessa discussão, os filósofos nominalistas defenderam a posição que os ―universais‖ são

A) idéias gerais que só existem na mente de Deus B) apenas palavras sem existência real

C) nomes que Deus põe nas coisas particulares

D) nomes com existência real de coisas que já não existem E) apenas os axiomas matemáticos

42. Para Santo Tomás de Aquino, um dos princípios do conhecimento humano era o princípio da causa eficiente. Esse princípio da causa eficiente exigia que o ser contigente:

A) não exigisse causa alguma

B) fosse causado pelo intelecto humano C) fosse causado pelo ser necessário D) fosse causado por acidentes casuais E) fosse causado pelo nada

43. Em suas reflexões sobre a questão da fé, Santo Agostinho considerava que

I) é preciso crer acima de tudo, mesmo que não se entenda por que acreditar

II) a razão e a fé são duas disposições do espírito que devem ser consideradas no mesmo grau de importância

III) Deus é a voz interior daqueles homens que se dedicam à busca do conhecimento; Ele os inspira em suas investigações

IV) A razão deve sempre estar acima da fé, só assim se chega à verdade Assinale a única opção que apresenta as afirmativas corretas

A) I e II B) I e III C) III e IV D) I e IV

(21)

E) II e IV

Filosofia Moderna

44. Leia com atenção o texto abaixo:

―Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso, sumamente astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de que eu, eu sou, também, se me engana: que me engane o quanto possa, nunca poderá fazer, porém, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo‖. DESCARTES. Meditações sobre Filosofia Primeira. Campinas: Editora da UNICAMP, 2004. p. 45.

Para atingir o processo extremo da dúvida, Descartes lança a hipótese de um gênio maligno, sumamente poderoso e que tudo faz para me enganar. Essa radicalização do processo dubitativo ficou conhecida como dúvida hiperbólica. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação estabelecida por Descartes entre a dúvida hiperbólica (exagerada) e o cogito (eu penso).

A) Descartes sustenta que o ato de pensar tem tamanha evidência, que eu jamais posso ser enganado acerca do fato de que existo enquanto penso. B) A dúvida hiperbólica é insuperável, uma vez que todos os conteúdos da mente podem ser imagens falsas produzidas pelo gênio maligno.

C) Com o exemplo dos juízos matemáticos, que são sempre indubitáveis, Descartes consegue eliminar a hipótese do gênio maligno.

D) Somente a partir da descoberta da ideia de Deus é que Descartes consegue eliminar a dúvida hiperbólica e afirmar a existência do pensante.

45.

Em O Discurso sobre o método, Descartes afirma: Não se deve acatar nunca como verdadeiro aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência, ou seja, evitar acuradamente a precipitação e a prevenção, assim como nunca se deve abranger entre nossos juízos aquilo que não se apresente tão clara e distintamente à nossa inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida. (REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: Do humanismo a Descartes. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2004. p. 289.)

Após a leitura do texto acima, assinale a alternativa correta.

a) A evidência, apesar de apreciada por Descartes, permanece uma noção indefinível.

b) A evidência é a primeira regra do método cartesiano, mas não é o princípio metódico fundamental.

c) Ideias claras e distintas são o mesmo que ideias evidentes.

(22)

46. Leia com atenção a citação e, em seguida, analise as assertivas.

"E, tendo notado que nada há no eu penso, logo existo, que me assegure de que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, julguei poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos mui clara e mui distintamente são todas verdadeiras, havendo apenas alguma dificuldade em notar bem quais são as que concebemos distintamente." (DESCARTES, Discurso do Método. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 55. Coleção "Os Pensadores")

I- Este "eu" cartesiano é a alma e, portanto, algo mais difícil de ser conhecido do que o corpo.

II- O "eu penso, logo existo" é a certeza que funda o primeiro princípio da Filosofia de Descartes.

III- O "eu", tal como está no Discurso do Método, é inteiramente distinto da natureza corporal.

IV- Ao concluir com o "logo existo", fica evidente que o "eu penso" depende das coisas materiais.

Assinale a alternativa cujas assertivas estejam corretas. A) Apenas II e IV.

B) I, II, IV.

C) Apenas III e IV. D) Apenas II e III.

47.

Sobre a filosofia de Descartes, pode-se afirmar, com certeza, que as suas mais importantes consequências foram

I- a afirmação do caráter absoluto e universal da razão que, através de suas próprias forças, pode descobrir todas as verdades possíveis.

II- a adoção do Método Matemático, que permite estabelecer cadeias de razões.

III- a superação do dualismo psicofísico, isto é, a dicotomia entre corpo e consciência. Assinale a alternativa correta.

A) II e III B) III C) I e III D) I e II 48.

Na obra Discurso sobre o método, René Descartes propôs um novo método de investigação baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria: evidência, análise, síntese, controle.

Assinale a alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de análise e síntese.

(23)

A) A regra da análise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a regra da síntese orienta decompor o problema em seus elementos últimos, ou mais simples.

B) A regra da análise orienta a decompor cada problema em seus elementos últimos ou mais simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos.

C) A regra da análise orienta a remontar dos objetos mais simples até os mais complexos; a regra da síntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos aos mais simples.

D) A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que é evidente; a regra da análise orienta descartar o que é evidente e só orientar-se, firmemente, pela opinião.

49.

Descartes (1596-1650) é importante para a Filosofia Moderna porque foi quem superou o ceticismo da filosofia do século XVI. Embora tenha se servido do recurso dos céticos: a dúvida. Descartes utilizou este recurso para atingir a ideia clara e distinta, algo evidente e, portanto, irrefutável.

Com base neste argumento:

I- a evidência não diz respeito à clareza e à distinção das coisas; II- a análise é o procedimento que deve ser realizado para dividir as

dificuldades até a sua menor parte;

III- a enumeração é a primeira regra do método para a investigação da verdade;

IV- a síntese proporciona a ordem para os raciocínios, desde o mais simples até o mais complexo.

Estão corretas as afirmações: A) I, II e III

B) I, III e IV C) II e IV D) II e III 50.

David Hume escreveu que "podemos, por conseguinte, dividir todas as percepções do espírito em duas classes ou espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de força e vivacidade". (HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 69.)

Assinale a ÚNICA alternativa, que apresenta estas duas classes de percepções:

A) os pensamentos e as impressões. B) as idéias inatas e os dogmas religiosos. C) as certezas evidentes e os hábitos sociais. D) as superstições e as intuições intelectuais. 51.

(24)

Podemos, por conseguinte, dividir todas as percepções do espírito em duas classes ou espécies, que se distinguem por seus diferentes graus de força e vivacidade. As menos fortes e menos vivas são geralmente denominadas pensamentos ou ideias. A outra espécie (...) pelo termo impressão, [pelo qual] entendo, pois, todas as percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões diferenciam-se das ideias, que são as percepções menos vivas, das quais temos consciência, quando refletimos sobre quaisquer das sensações ou dos movimentos acima mencionados. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. Trad. de João Paulo Gomes Monteiro. São Paulo: Nova Cultural, p. 69-70. (Os Pensadores)

Para Hume, podemos afirmar que o conhecimento deve ser entendido como A) possível unicamente quando as impressões são reduzidas às ideias simples das quais se originam.

B) descrição da realidade pautada pela ideia de substância e pela impressão de causalidade.

C) uma associação de ideias, que são, em última instância, formadas por impressões.

D) resultado da associação de ideias, que se originam exclusivamente do intelecto.

52.

A respeito da filosofia de David Hume (1711-1776), escolha entre as alternativas abaixo a única que oferece, respectivamente, uma característica empirista e uma característica cética do pensamento deste filósofo escocês. A) Nenhuma ideia complexa pode ser derivada das sensações; a ideia de eu pode ser representada pelo pensamento puro.

B) As ideias simples são inatas e independem dos sentidos; a causalidade é uma conexão necessária e facilmente observável.

C) As ideias se originam da experiência sensível; as impressões não são constantes e invariáveis a ponto de constituir a ideia de eu.

D) A relação causa-efeito é apreendida pelo raciocínio a priori; as impressões são variáveis, por isso não há nada de regular no mundo.

53.

Para David Hume, a negação da validade universal do princípio de causalidade e da noção de necessidade que tal princípio implica, é fundamentada:

A) na observação dos fenômenos que permite a compreensão e o conhecimento do mecanismo interno das coisas reais. Assim, qualquer ciência pode atingir o conhecimento pleno e definitivo dos fenômenos.

B) na observação dos fatos e no hábito que permitem a afirmação mais geral quando a observação permite a associação de situações semelhantes; o hábito, portanto, vai além da experiência.

(25)

C) em toda relação de causa e efeito, porém, é a causalidade que permite a passagem de um objeto para outro objeto, cada associação permite o conhecimento da natureza íntima das coisas, ou seja, da sua realidade interior. D) no conhecimento que só é possível pela refutação de todas as crenças; isto significa purificar o entendimento dos hábitos que o condicionam, permitindo o fluir das idéias inatas e independentes da experiência.

54.

Hume escreveu: ―Quando pensamos numa montanha de ouro, apenas unimos duas ideias compatíveis, ouro e montanha, que outrora conhecêramos. Podemos conceberam cavalo virtuoso, pois o sentimento que temos de nós mesmos nos permite conceber a virtude e podemos uni-la à figura e forma de um cavalo, que é um animal bem conhecido‖

HUME. ―Investigações acerca do entendimento humano‖ — Seção II. In: Da origem das idéias. Coleção ―Os Pensadores‖. São Paulo: Abril Cultural, 1989. (Grifos do autor).

Observando os exemplos empregados pelo filósofo escocês, analise as assertivas abaixo.

I - Todas as ideias utilizadas pela razão originam-se, diretamente, do pensamento puro, sem nenhuma relação com as sensações.

II - A vinculação de uma coisa — o ouro, com outra — a montanha, não depende da vontade de querer associá-las.

III - Tudo aquilo que está no pensamento deriva das sensações externas e internas: o cavalo e a virtude do exemplo acima.

IV - Toda composição das coisas, conhecidas em separado, depende do espírito e da vontade que as empregam.

Assinale a alternativa que contém as assertivas verdadeiras. A) Apenas II e III.

B) Apenas I, III e IV. C) Apenas I e II. D) Apenas III e IV.

55.

O criticismo de Kant representa a reação do pensamento do Século das Luzes à polarização decorrente do racionalismo e do empirismo do século anterior. Logo, na introdução da sua obra Crítica da razão pura, Kant defende a realização da revolução copernicana na filosofia. Sobre esta revolução, analise as assertivas abaixo.

I - A filosofia, até então, sempre se guiou pelos instintos, deixando sempre no plano inferior o objeto do conhecimento.

II - Nas atividades filosóficas é preciso que o objeto seja regulado pelo conhecimento humano, o conhecimento a priori.

III - O conhecimento a priori resulta da faculdade de intuição, cuja comprovação é alcançada com a experiência.

IV - Só é verdadeiro o conhecimento resultante da experiência, quando esta toma o objeto como a coisa em si mesma, sem o auxílio da razão.

(26)

A) Apenas II e IV. B) Apenas I, II e IV. C) Apenas II e III. D) Apenas I, III e IV.

56.

O esclarecimento exige liberdade. Kant associou a liberdade ao exercício da razão em todas as circunstâncias da vida. Frente às informações apresentadas, analise as assertivas abaixo.

I-A liberdade consiste no uso público da razão, ou seja, cada um faz uso de sua própria razão e fala em seu próprio nome.

II-O uso privado da razão é, sempre e em todas as circunstâncias, o impedimento do progresso do esclarecimento.

III-A prática de uma profissão, a do professor por exemplo, quando destituída de crítica, ela é tão só o uso privado da razão.

IV-O sábio é aquele que, além de desempenhar uma função profissional, exerce sua liberdade de expor publicamente suas ideias.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmações corretas. A) II, III e IV

B) I, II e III C) I, III e IV D) II e IV

57.

Kant (séc. XVIII) distinguiu duas modalidades de conhecimentos: os empíricos e os apriorísticos. Segundo ele, esses dois tipos de conhecimentos se exprimem como juízos sintéticos e juízos analíticos. Assim,

I- juízo analítico é aquele em que o predicado é a explicitação do conteúdo do sujeito.

II- juízo sintético é aquele no qual o predicado não acrescenta novos dados sobre o sujeito.

III- um juízo, para ter valor científico ou filosófico, deve ser universal e necessário e verdadeiro.

IV- juízo sintético, a priori, é o conhecimento universal, necessário e verdadeiro.

Estão corretas as afirmativas. A) I, II e III

B) I, III e IV C) I, III, e IV D) I e II

58.

A respeito da distinção entre o conhecimento puro e o conhecimento empírico, tal como são apresentados na Crítica da Razão Pura de I. Kant, analise as assertivas abaixo:

(27)

I) O conhecimento empírico resulta da experiência sensível e é expresso pelas impressões, portanto, trata-se de um conhecimento a priori.

II) O conhecimento a priori é um conhecimento puro e independente de todas as impressões dos sentidos, portanto, livres dos elementos empíricos.

III) O conhecimento puro, a priori, é um juízo pensado com universalidade rigorosa, de modo que tal juízo não aceita nenhuma exceção.

IV) O conhecimento empírico, a posteriori, é um juízo analítico, pois ele só é possível por intermédio de um conhecimento analítico dos conceitos. Assinale alternativa que contém as assertivas verdadeiras:

A) II e III B) I, II e IV C) I, III e IV D) III e IV 59.

Na Crítica da razão pura, Kant vincula o sistema da moralidade à felicidade. Assinale a alternativa que explica no que consiste a relação moralidade — subjetividade.

A) A esperança de ser feliz e a aspiração por tornar-se feliz podem ser conhecidas pela razão prática, desde que o fundamento da ação e a norma da conduta sejam a máxima do ―não faça aos outros aquilo que não queres que te façam‖.

B) A convicção da felicidade humana decorre da certeza de que todos os entes racionais comportam-se com a mais rigorosa conformidade à lei moral, de maneira que cada um age orientado pela sua vontade, ou seja, pela razão prática do arbítrio individual.

C) Quando a liberdade é dirigida e restringida pelas leis morais, é possível pensar na felicidade universal, pois a observância dos princípios morais pode proporcionar não só o bem estar para si, como também ser o responsável pelo bem estar dos outros.

D) A felicidade implica na transcendência do mundo moral, pois somente na esfera sensível é possível o conhecimento pleno das ações humanas, já que somente nesse mundo sensível é possível a conexão entre moralidade e felicidade.

60.

O texto abaixo comenta alguns aspectos da reflexão de Immanuel Kant sobre a ética.

E por que realizamos atos contrários ao dever e, portanto, contrários à razão? Kant dirá que é porque nossa vontade é também afetada pelas inclinações, que são os desejos, as paixões, os medos, e não apenas pela razão. Por isso afirma que devemos educar a vontade para alcançar a boa vontade, que seria aquela guiada unicamente pela razão. COTRIM, G.; FERNANDES, M. Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 301.

(28)

A) A ação por dever é aquela que exclui todas as determinações advindas da sensibilidade, como os desejos, as paixões e os medos.

B) A ação por dever está fundada na autonomia, ou seja, na capacidade que todo homem tem de escolher as regras que sua própria razão construiu.

C) A ação por dever é uma expressão da boa vontade, na medida em que exige que a mesma regra, escolhida para um certo caso, possa ser utilizada por todos os agentes racionais.

D) A ação por dever é aquela que reflete um meio termo ou um equilíbrio entre as determinações das inclinações e as determinações da razão.

61.

O que há de comum entre as teorias dos filósofos contratualistas é que

A) eles partem da análise do homem em estado de natureza, isto é, antes de qualquer sociabilidade, tendo direito a tudo.

B) no estado de natureza, o homem possui segurança e paz, pois é dono de um poder ilimitado.

C) os interesses egoístas não existem no estado de natureza, pois os homens realizam todos os seus desejos.

D) as disputas evitam a guerra de todos contra todos, pois os homens desfrutam de todas as coisas.

62.

Podemos afirmar que

I) segundo Rousseau, os indivíduos aceitam perder a liberdade civil; aceitam perder a posse natural para ganhar a individualidade civil, isto é, a cidadania. II) para Hobbes, o soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoa moral coletiva livre e corpo político de cidadãos.

III) para Locke, o poder está fundamentado nas instituições políticas e não no arbítrio dos indivíduos.

Assinale

A) se apenas II e III estiverem corretas. B) se apenas I e II estiverem corretas. C) se apenas I e III estiverem corretas. D) se I, II e III estiverem corretas.

63.

A filosofia política de Thomas Hobbes combatia as tendências liberais de sua época. Hobbes sustentava que o poder resultante do pacto político deveria ser

I- ilimitado, julgando sobre o justo e o injusto, acima do bem e do mal e em que a alienação do súdito ao soberano deveria ser total.

II- dividido entre o rei e o parlamento, superando as discórdias e disputas em favor do bem-comum da coletividade.

III- absoluto, podendo utilizar a força das armas para manter a soberania e o silêncio dos súditos.

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A) I e III B) II e III C) I e II D) II

64. Segundo Hobbes (séc. XVII), para cessar o estado de vida em que os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, onde ―homem é o lobo do homem‖,

A) os homens reafirmam a liberdade natural e a posse natural de bens, riquezas e armas.

B) os homens inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. C) os homens aceitaram que a única lei é a força do mais forte, que conquista e conserva tudo quando usa.

D) os homens decidem passar à sociedade civil e ao Estado Civil, criando as leis e o poder político.

65.

Thomas Hobbes escreveu que ―Uma lei de natureza (lex naturalis) é um preceito ou regra geral, estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios necessários para preservá-la, ou omitir aquilo que pense poder contribuir melhor para preservá-la.‖ HOBBES, Thomas. Leviatã, ou matéria, forma e poder de um Estado Eclesiástico e Civil. São Paulo: Nova Cultural, 1988. Coleção ―Os Pensadores‖. p.79.

Assinale a alternativa correta.

A) A condição natural do homem é a perfeita harmonia em relação ao seu semelhante.

B) A lei primeira e fundamental da natureza é procurar a paz e segui-la. C) No estado de natureza, os homens são governados pela razão divina.

D) No estado de natureza, o homem não tem direito a todas as coisas, por isso, ele tem segurança.

66.

Para Hobbes (1588-1679), o homem reconhece a necessidade de renunciar ao seu direito sobre todas as coisas em favor de um "contrato". Isso implica também na abdicação de sua vontade em favor de "um homem ou assembleia de homens, como representantes" da sua pessoa.

Assim para Hobbes o contrato social se justifica porque

A) a situação dos homens, entregues a si próprios, é de segurança, de estabilidade e de felicidade, graças a esta organização primitiva, os homens vivem sempre em paz e harmonia.

B) as disputas são importantes para o desenvolvimento da indústria, da agricultura, da ciência, da navegação, enfim, é ela a responsável pelas comodidades e por todo o bemestar dos homens.

(30)

C) os interesses egoístas predominam entre os homens, a ponto de cada indivíduo representar um perigo eminente aos outros indivíduos, de modo que o homem se torna o lobo do próprio homem.

D) o homem é sociável por natureza e, por meio dela, é levado a fundar um estado social pautado pela autoridade política, abdicando dos seus direitos em favor de um corpo político.

67.

As assertivas abaixo referem-se ao pensamento político de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).

I- No estado de natureza os indivíduos vivem isolados e vagueando pela imensa selva, sobrevivem com aquilo que a natureza lhes oferece, desconhecem as lutas; este estágio equivale ao estado de felicidade original: o homem é o bom selvagem.

II- O que originou o estado de sociedade foi o aparecimento da propriedade privada, isto é, a divisão arbitrária que define o que é meu e o que é teu; tal situação, acarretou o rompimento do estado de felicidade original.

III- O governante é o indivíduo que está investido da soberania, é ele que representa a vontade geral; sob esta situação política, o povo transfere de livre e espontânea vontade os seus direitos civis ao governante.

Assinale a única alternativa que contém as afirmativas corretas. A) Apenas I e II.

B) Apenas I e III. C) Apenas II e III. D) I, II e III.

68. Assinale a alternativa INCORRETA.

Segundo John Locke (1632-1704), são proprietários

A) todos que são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus trabalhos, isto é, todos são proprietários.

B) todos os operários, pois fazem parte da sociedade civil, portanto, podem governar como qualquer cidadão, pois é sua prerrogativa.

C) todos os homens, já que a primeira coisa que o homem possui é o seu próprio corpo; assim, todo homem é proprietário de si mesmo e de suas capacidades.

D) somente aqueles que podem governar, isto é, os homens de fortuna, pois somente esses podem ter plena cidadania.

69.

John Locke (1632-1704), vigoroso adversário do absolutismo, nos seus escritos políticos partiu da situação de que os homens isolados no estado de natureza buscaram se reunir por intermédio de um contrato social, tendo em vista a

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