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O ASSISTENTE SOCIAL E A OPERACIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS NA DEFICIÊNCIA

4.1 – A realidade do assistente social na deficiência em Vila Real

Abordados os aspectos metodológicos da investigação é chegado o momento de revelar os seus principais resultados. Assim, seguidamente será retratada a realidade do profissional de Serviço Social em Vila Real, sendo expostas a questão da intervenção do assistente social nas várias áreas de actuação dos profissionais entrevistados, da articulação e trabalho em rede desenvolvido pelos mesmos e do seu conhecimento relativamente às políticas sociais existentes na área da deficiência.

4.1.1 – Intervenção nas diversas áreas de actuação

A partir das entrevistas realizadas, torna-se evidente que a intervenção social na deficiência não é desempenhada de forma totalmente clara e coerente pela maioria dos profissionais entrevistados. No contacto inicial e desde que era exposto o tema da entrevista, poucos foram aqueles que referiram que desenvolviam uma intervenção directa e regular na área e que não tentaram abster-se de uma eventual exposição acerca do assunto. Não só devido ao facto de se tratarem de profissionais de áreas generalistas mas também das pessoas com deficiência se dirigirem frequentemente às instituições especializadas (onde encontram profissionais com formação específica na área), estes profissionais manifestaram algum desconforto, pouco à vontade e falta de informação, atitudes estas reflexo da sua então pontual intervenção.

Com isto, à excepção das entrevistas no âmbito da Educação (mais propriamente do ensino superior) e do Terceiro Sector, a intervenção na área da deficiência pelos assistentes sociais nos vários contextos de actuação apresenta-se como pontual, ou escassa, ou reduzida, ou indirecta ou mesmo inexistente ou fora das suas competências.

Abordando particularmente cada um dos contextos, primeiramente no que diz respeito à Saúde e a nível dos centros de saúde especificamente, os entrevistados afirmaram que a intervenção social na deficiência se manifesta como pontual e geral, isto é, pontual dada a escassez de situações que surgem e geral uma vez que os Cuidados Primários são generalistas e embargam uma multiplicidade de públicos-alvo onde os procedimentos de intervenção se manifestam idênticos:

“Em termos de deficiência propriamente dita, que eu considero deficiência, que é um handicap do ponto de vista motor ou físico ou mental adquirido ou não, inato ou adquirido, não temos assim uma grande intervenção…” (E5 – Saúde)

“…nós somos no fundo generalistas, os Cuidados Primários são uma área generalista trabalhamos com n coisas.” (E1 – Saúde)

Desta forma, apresentam-se neste âmbito como funções do assistente social a articulação com as instituições especializadas e posterior encaminhamento da pessoa com deficiência para as mesmas. Já a nível hospitalar, concretamente num serviço especializado em situações de deficiência física adquirida – Serviço de Medicina Física e Reabilitação, o assistente social apresenta uma intervenção mais específica na área. Assim, a entrevistada mencionou que a sua intervenção não é “…tanto na deficiência em si mas muitas vezes no

início de uma deficiência, que são coisas diferentes” (E4 – Saúde), ou seja, não é quando a

deficiência já está instituída mas no momento em que a mesma surge. Com isto, expõe como funções fundamentais neste âmbito a sensibilização e motivação das pessoas a enfrentarem o problema, a prestação de informação acerca dos direitos que detém face à sua nova condição (nomeadamente dos Produtos de Apoio) e o desenvolvimento de visitas domiciliárias para perceber a dinâmica familiar dos utentes com deficiência e identificação de possíveis problemas, apresentando-se neste quadro o profissional de Serviço Social o elo de ligação entre as famílias, os serviços hospitalares e os serviços externos, desenvolvendo para isso uma articulação entre os mesmos sempre que necessário:

“…a assistente social é aqui um pouco o pivô (…) para sabermos o ponto de situação, se já há orçamento, se não há orçamento, quais são as dificuldades que estão a ser surgidas para eu depois junto da família ou dos serviços da administração ou dos serviços externos também, fazermos nós a ponte.” (E4 – Saúde)

Já na Educação, no âmbito do ensino básico e secundário, a profissional entrevistada referiu que desempenha algumas funções a nível das famílias dos alunos com deficiência como a prestação de apoio informacional e encaminhamento em casos de carência económica, o acompanhamento das famílias com problemas financeiros e funcionais (famílias estas que segundo a mesma se verificam em número reduzido e são por regra estáveis), uma intervenção indirecta sempre que um professor do Ensino Especial necessita de informação mais pormenorizada de alguma família (com a articulação com vários organismos) e a uma intervenção voltada para a inclusão e bem-estar dos alunos na escola através do apoio no desenvolvimento de várias actividades lúdicas:

“O Serviço Social aqui na escola em relação à deficiência a única coisa que faz é promover actividades para os incluir na escola – inclusão, ou então dar-lhes alguns miminhos, que já foi o caso este ano, levei-os à Terra dos Sonhos a Santa Maria da Feira… (…) Pronto, tentar mostrar-lhes que eles não são uma coisa à parte, muito pelo contrário, fazem coisas extraordinárias, incentivá-los…” (E9 – Educação)

No âmbito do ensino superior, Vila Real possui uma universidade com um Serviço de Acção Social destinado ao apoio social de todos os estudantes. Tal como mencionado no capítulo 2, apesar das instituições de ensino universitárias em Portugal não apresentarem legalmente qualquer responsabilidade pelos estudantes com deficiência que ingressam no

ensino superior, progressivamente muitas delas foram criando mecanismos próprios de apoio e fazem actualmente parte do GTAEDES, representando a UTAD uma delas. Assim, a intervenção social realizada pelo assistente social neste âmbito manifesta-se bastante estruturada e organizada. Segundo os entrevistados, o processo de intervenção com estudantes com deficiência inicia-se com a sinalização dos casos (no momento da matrícula ou previamente) e posterior diagnóstico social. Nesta fase é avaliado o nível de autonomia do aluno e realizado um levantamento das suas necessidades a nível da alimentação, do alojamento e dos serviços de saúde, sendo posteriormente efectuadas as adaptações necessárias, nomeadamente na residência universitária, e cedido o material de apoio necessário pelo Centro de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade (CERTIC)78, desde

cadeiras de rodas, camas articuladas, programas informáticos adaptados a vários tipos de deficiências, entre outros materiais de apoio:

“…identificar as necessidades de cada um, se conseguem fazer tudo autonomamente ou não e o que não fazem nós apoiamos, se ficarem nas residências, saber se é necessário fazer alguma adaptação, temos quartos adaptados mas por vezes dependendo da incapacidade de cada um é necessário fazer adaptações… (…) Actualmente há o CERTIC na UTAD que…pronto, tem muito material para pessoas com deficiência desde cadeiras de rodas… (…) há programas informáticos que já estão a ser utilizados pelos alunos e que vão resultando e que vão resolvendo as necessidades dos estudantes.” (E3 – Educação)

Reunida a informação anterior, o assistente social elabora um plano individual para cada estudante onde constam todos os aspectos referidos. Ao mesmo tempo, tal como a todos os estudantes, é atribuída uma Bolsa de Estudos em situações de carência económica, sendo esta bolsa em casos de carência e deficiência reforçada com alguns complementos com o intuito de minimizar os gastos adicionais que estes estudantes apresentam, nomeadamente em termos de alimentação e transporte:

“…o que nós costumamos fazer é, para além da bolsa normal a que têm direito por ser economicamente carenciado é atribuído um complemento para a alimentação, e como é que é calculado este complemento? É calculado pelo diferencial da refeição de um aluno, não é? Um aluno com deficiência e sem deficiência, mas por exemplo um aluno com deficiência tem dificuldade a fazer a alimentação por exemplo na cantina de Prados, tem de fazer a alimentação nos bares…as refeições nos bares são mais caras e nós calculamos então a diferença entre o preço da refeição do bar e da cantina de Prados, não é? Para ficarem em igualdade de circunstâncias com os restantes alunos. E é a mesma coisa nos transportes…” (E3 – Educação)

Após todo este processo, é desenvolvido um acompanhamento do estudante com deficiência ao longo do ano lectivo. Além destes aspectos, os entrevistados referiram também exercer um papel de mediador e fomentador das redes de suporte social fazendo assim a ligação entre os estudantes e o curso que vão frequentar e entre outros

78 Pertencente à UTAD e parceiro dos SASUTAD, este centro desenvolve a sua actividade para a melhoria da qualidade de

vida de populações com necessidades especiais, nomeadamente pessoas com deficiência, idosos e acamados, em áreas como o acesso a tecnologias de informação, comunicação e mobilidade (CERTIC, 2015).

profissionais ou instituições sempre que necessário. Promovem também o acesso destes estudantes à cultura e ao desporto:

“…fazemos um papel assim de mediador, tentar arranjar solução (…) O acesso à cultura e ao desporto, que também é uma das nossas áreas de intervenção e onde se calhar ainda há muito a fazer também…porque muitas das actividades que existem, provavelmente muitas delas não estão adaptadas a pessoas com deficiência.” (E3 – Educação)

Desta forma, neste âmbito o Serviço Social desempenha uma intervenção directa (atribuição dos apoios da bolsa de estudo, alojamento e com o CERTIC no âmbito dos materiais de apoio) e indirecta (trabalho e parceria desenvolvida com outras instituições).

No que se refere à área do Emprego e Formação Profissional, no Centro de Formação de Vila Real não existe qualquer formação destinada às pessoas com deficiência:

“Neste momento o Serviço de Formação não tem qualquer, nem faz parte do plano, acções específicas para pessoas com deficiência.” (E8 – Emprego e Formação Profissional)

Desta forma, a profissional entrevistada afirmou que a sua intervenção com este público- alvo actualmente é inexistente, tendo apenas desempenhado funções neste âmbito aquando a existência de uma (e única) formação específica para estas pessoas no ano de abertura do Centro de Formação há 25 anos atrás. Assim, a mesma apontou como base da sua intervenção o apoio dos formandos em termos de alojamento, alimentação e transportes e o seu acompanhamento ao longo da formação:

“Tivemos no início de actividade deste centro que foi em 1990, duas turmas, duas acções de formação dirigidas para pessoas com deficiência em que os formandos tinham deficiências desde deficientes mentais ligeiros, a paraplégicos, mais essas partes. Os grupos não eram todos de cá, a maior parte dos formandos eram todos de fora…nessa altura houve intervenção da minha parte porque tivemos que arranjar alojamentos (…) Nós trabalhamos mais com os formandos, sejam deficientes ou não, é no acompanhamento e na integração deles, …” (E8 – Emprego e Formação Profissional)

Posteriormente, a nível do Poder Local a profissional entrevistada relevou que a intervenção social que desempenha na área é indirecta, uma vez que se cinge apenas a eventuais casos de deficiência que surjam a nível das famílias dos bairros sociais da cidade pois a sua principal função é o acompanhamento dos agregados familiares desses bairros:

“…nós aqui não fazemos intervenção directamente na área da deficiência. O que é que acontece? Como nós gerimos, somos uma empresa municipal que gere os bairros sociais, o que nós fazemos é acompanhar os agregados familiares e nesse sentido sempre que se identifica uma situação em que algum elemento é deficiente nós tentamos perceber se ele está a ter a resposta adequada quer ao nível da família, quer ao nível institucional e se assim não for nós fazemos o devido encaminhamento para que isso aconteça…” (E2 – Poder Local)

No entanto, sempre que se verifique algum tipo de carência de uma pessoa com deficiência ou da sua família, o papel do assistente social é o de encaminhá-la para a área/instituição

mais conveniente e adequada e posteriormente ir acompanhando a situação do agregado familiar para prevenir futuros problemas:

“…normalmente o que acontece é encaminhar a situação se for de carácter anormal ou porque a pessoa não está a fazer a medicação, ou porque a pessoa está a ter comportamentos desajustados que a família já não está a conseguir saber gerir, nós encaminhamos quer para a parte da saúde, quer para a parte dos serviços da segurança social para se equacionar uma possível institucionalização…” (E2 – Poder Local)

Além disto, a mesma apontou como função específica que realiza em situações de deficiência a execução do cálculo do subsídio de Renda de Casa:

“Uma ou outra coisa que nós obrigatoriamente temos de ter em atenção sempre que temos elementos portadores de deficiência é no cálculo do valor da renda, ou seja, a própria lei que regulamenta o regime de renda apoiada estabelece uma percentagem, digamos assim, uma taxa de desconto para estes elementos…” (E2 – Poder Local)

No que respeita à área da Segurança Social, a profissional entrevistada desempenha funções no âmbito do Acolhimento Familiar de pessoas idosas e pessoas com deficiência, sendo desta forma o contacto com a deficiência regular. Assim, a sua intervenção social nesta área baseia-se na avaliação das potenciais famílias de acolhimento (perceber se as mesmas estão preparadas e capacitadas para acolher e atender às necessidades específicas de uma pessoa com deficiência), no acompanhamento das famílias e pessoas com deficiência acolhidas (principalmente crianças e jovens) e na articulação com as instituições com as quais a pessoa acolhida interage com o intuito de reunir informação relativamente ao seu desempenho e à postura e interesse manifestado pela família de acolhimento nessa vertente:

“…por exemplo, tenho acolhidos que frequentam o CAO da APC, tenho acolhidos que frequentam o CAO do Instituto Piaget, eu trabalho na área de Vila Real e portanto vou frequentemente às instituições para saber como estão os utentes de Acolhimento Familiar, como é que estão a evoluir, se estão bem, se as famílias de acolhimento têm correspondido ao apoio, à colaboração que a instituição dá, se não há, se surgiu ali algum problema, se não surgiu…portanto, faço o acompanhamento às famílias e também vou à instituição para saber como é que eles se estão a integrar, como é que o percurso deles está a decorrer dentro da instituição.” (E10 – Segurança Social)

Além disso, a profissional mencionou como o processo de intervenção que realiza se desenvolve. Neste caso, quando é sinalizada uma situação de necessidade (por exemplo quando se verifica falta de retaguarda familiar, maus-tratos ou sobrecarga e cansaço do cuidador), procede-se uma avaliação da mesma e a elaboração de uma informação por parte do assistente social, sendo feita previamente uma entrevista aos sujeitos em questão e uma visita domiciliária para averiguar a situação:

“…normalmente o que nos surgem é situações de pessoas que precisam de alguém que preste cuidados que as pessoas já não são capazes de prestar à pessoa adulta com deficiência que tem a seu cargo, não é? Ou que então sinalizaram, que viram que aquele está mal tratado, que os elementos da comunidade vêem que as pessoas não estão a ser devidamente acompanhadas, não lhes está a ser garantido aquilo que é necessário para a sua sobrevivência, que estão desapoiados (…) As situações que são sinalizadas pelas instituições, normalmente as instituições depois fazem uma informação, se tiverem técnicos fazem uma informação técnica, uma informação social, a explicar-nos o contexto, a situação…nós depois fazemos uma visita domiciliária ou marcamos uma entrevista, normalmente fazemos as duas coisas e vamos ver…normalmente fazemos primeiro uma visita domiciliária e depois marcamos entrevistas para recolher mais elementos se for necessário…pronto e depois encaminhamos para a resposta que consideramos adequada.” (E10 – Segurança Social)

Assim, posteriormente o utente é encaminhado para a resposta mais adequada à sua situação, dependendo nestes casos a resposta do grau de autonomia das mesmas, podendo desta forma ser encaminhadas para respostas como CAO’s, Lares Residenciais ou Famílias de Acolhimento, estes dois últimos indicados essencialmente em situações de falta de retaguarda familiar (problema mais identificado segundo a entrevistada). A sinalização pode ser através de serviços externos à Segurança Social como hospitais, IPSS’s, Juntas de Freguesia ou mesmo pessoas anónimas e a nível interno a partir dos técnicos que trabalham nos Serviços Locais de Segurança Social e presencialmente ou telefonicamente pelo utente ou família.

Já na área de actuação do Terceiro Sector foram entrevistadas duas profissionais de uma IPSS especializada na área da deficiência, uma delas responsável pelas respostas sociais Reabilitação, Apoio em Regime Ambulatório e pertencente a uma equipa multidisciplinar de Intervenção Precoce (tendo também já exercido funções no CAO) e outra pela resposta Lar Residencial. Tratando-se assim de uma instituição dirigida para as pessoas com deficiência, esta representa a área de actuação de todas as entrevistas onde a intervenção do assistente social é directa, eminente e constante. Assim, nos âmbitos da Reabilitação e da Intervenção Precoce (respostas destinadas a crianças entre os 6 e os 16 anos e dos 0 aos 6 anos, respectivamente), segundo a profissional o assistente social apresenta funções em diversas áreas, ou seja, na Saúde, na área económica, na área ocupacional e na área da Educação (destacando-se mais a da saúde na Intervenção Precoce). Assim, na Saúde a intervenção é realizada com o intuito de minimizar os efeitos negativos da deficiência através do apoio à família (nomeadamente no âmbito da aquisição de Produtos de Apoio) e de sensibilizá-la para a importância da reabilitação:

“…o Serviço Social tenta é minimizar os efeitos negativos que a deficiência possa ter nesta família como por exemplo a atribuição de Produtos de Apoio que vão fazer com que a família se canse menos, se preocupe menos, estou a falar de coisas básicas desde uma colher, colheres adaptadas para eles comerem, desde cadeirinhas de posicionamento onde as mães possam dar a comida ao bebé, coisinhas muito básicas até coisas muito mais elaboradas como camas articuladas, elevadores, etc., material que possa vir aqui a reduzir o efeito negativo que

a deficiência possa ter no cuidador (…) o Serviço Social então orienta para a sensibilização da importância da reabilitação, …” (E7 – Terceiro Sector)

Na área económica, apresenta como funções a elaboração do cálculo económico-financeiro das famílias para pagamento das comparticipações familiares pela frequência da resposta social e o ajuste dessas comparticipações em casos de precariedade económica, ajuste onde o assistente social assume um papel de mediador entre a própria instituição e as famílias. Além disto, em situações de precariedade é também efectuado o encaminhamento da família para outras instituições de apoio:

“Nós fazemos o cálculo económico-financeiro das famílias para o pagamento das comparticipações familiares (…). O Serviço Social entra aqui como o quê? Como a tentativa de mediar entre um gestor de uma IPSS, porque apesar de ser uma IPSS sem finalidade lucrativa, é uma IPSS e tem gente, é preciso gerir e controlar postos de trabalho (…). Mas por outro lado está uma família, actualmente super endividadas, com créditos até às orelhas, não chegam para pagar tudo, e que precisam de ter uma reabilitação e o que nós aqui fazemos é uma recolha anual de documentação, recolha esta que vai fazer com que nós consigamos ajustar a comparticipação familiar à capacidade económica da família (…) …uma família que tem muitas dificuldades económicas e que neste momento está a passar por dificuldades de limite, encaminhamos obviamente…estamos a trabalhar agora muito com Câmara Municipal (que está apertadíssima, lotadíssima), a Cáritas, há algumas instituições que estão delimitadas na zona e que fazem a atribuição de alimentos secos e depois temos as outras da Cantina Social que também encaminhamos…encaminhamos para a Segurança Social para o RSI…” (E7 – Terceiro Sector)

Já na vertente ocupacional, a profissional refere que articula e encaminha casos para o IEFP, nomeadamente de utentes mais autónomos e capacitados para desenvolver algum tipo de formação ou emprego e de elementos da própria família (principalmente o cuidador) para os cursos que essa entidade concede, contribuindo desta forma para que o mesmo beneficie do apoio económico que este tipo de formações apresentam e para que não fique confinado ao espaço doméstico onde tudo gira à volta do seu filho com deficiência. Além disso, neste âmbito o assistente social também apresenta um papel fundamental na sensibilização das entidades patronais dos cuidadores, entidades estas que frequentemente não cedem o tempo necessário aos pais para poderem acompanhar os filhos:

“…nós também fazemos uma coisa que é muito interessante que é sensibilizar as entidades patronais, que é um problema. Se por um lado o patrão precisa de lucro, por outro lado os pais precisam de ter tempo. Ter tempo para virem falar comigo, ter tempo para irem a consultas, ter tempo para vir à Reabilitação, o que não acontece. (…) estamos num momento de muita competitividade económica e o empregador não quer ver mais nada a não ser dinheiro na caixa e perde-se tudo, perde-se sensibilidades, perde-se tudo.” (E7 – Terceiro Sector)

No âmbito da Educação, o assistente social apresenta uma intervenção direccionada para a minimização dos problemas que as crianças com NEE’s enfrentam na escola, nomeadamente falta de recursos materiais e humanos e de sensibilização da própria escola para a realidade da deficiência:

“Trabalhamos quando há um problema qualquer de um miúdo por exemplo na

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