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- Marcas Particulares, Cicatrizes e Tatuagens. - Identificar as marcas particularidades, cicatrizes e tatuagens.

Marcas Particulares, Cicatrizes e Tatuagens Estruturação nas Fichas de Identidade

Antes de entrarmos no assunto propriamente dito, é necessário que se conheça a distinção das partes do corpo humano, ou melhor as suas faces. Estas são em número de quatro: uma da frente ou anterior; outra de trás ou posterior e duas laterais, a direita e a esquerda. Para os membros superiores, segundo os lados estejam ou não voltados para o tronco, as faces são interna e externa.

Na mão direita ou esquerda a face anterior é a que está voltada para a frente, considerando a mão aberta, com o dedo polegar virado para fora, o mínimo encostado na perna e o braço pendente ao longo do corpo. Nesta posição, a face palmar vem a ser a região anterior e a dorsal a posterior.

O bordo ou face interna, estende-se, para todo o braço, desde a axila até o dedo mínimo (considerando a posição já mencionada), a externa, desde a cabeça do úmero até o polegar, na postura já referida, e assim, em relação a estes dois pontos de referência se acham os demais órgãos da mão.

Da mesma maneira, necessário se torna conhecermos antes de iniciarmos o estudo, o que vem a ser LINHA MEDIANA, cuja definição é a seguinte:

LINHA MEDIANA _ É a linha imaginária, que partindo da raiz da implantação do cabelo, divide o corpo humano em duas partes iguais. Essa linha deve sempre ser tomada como ponto de referência para a localização, posição e distâncias das cicatrizes e sinais particulares situados na cabeça.

A medida ou dimensão de uma cicatriz ou marca, deve ser tomada de um extremo a outro, sempre que por suas proporções exceder de meio centímetro. Nas medidas das cicatrizes ou marcas, a unidade é o centímetro.

Marcas Particulares

As marcas particulares que o indivíduo apresentar nas partes descobertas (mãos e cabeça) devem ser anotadas nas fichas de identidade.

As marcas particulares mais comuns são os Nevos Maternos ou Manchas Pigmentares, as quais tem uma coloração firme (quase sempre), isto é, continuam da mesma cor desde o nascimento até a velhice.

As Manchas Pigmentares ou Nevos Maternos apresentam varias cores: escura, violeta, vermelha, branca, roxa, etc, diferindo de forma e dimensão, sendo que algumas se tomam notáveis pelo tamanho e em outros se manifesta a Hipertricose (pêlos), que se denominam de Nevos Pilosos.

Os quistos de várias espécies, verrugas de diversas cores e conformações, as pintas, as manchas sardentes, são outros tantos sinais particulares que devem ser devidamente anotados.

Inútil insistir sobre o valor sinalético das amputações, das desarticulações e qualquer outra deformação de órgão ou membro.

O exame do pescoço, nos oferece muitas vezes a descoberta de marcas e fístula, escrófulas, rugas occipitais, etc.

Havendo indivíduos que possuem grande quantidade de marcas particulares, cicatrizes e tatuagens, basta que se anotem quatro ou cinco principais e das mais visíveis na vida ordinária.

Cicatrizes

No exame das cicatrizes, marcas particulares e tatuagens, o identificador, deve começar pela cabeça, passando depois para a mão direita e desta para a esquerda. Nas mãos inicia-se o exame pela face palmar, passando em seguida para a dorsal.

O critério que deve primar nesse assinalamento é o caráter permanente, imutável, da marca ou cicatriz. O pior que poderia fazer um identificador seria anotar, qualquer marca ou cicatriz que com o tempo, viesse a desaparecer. E na dúvida ou receio quanto a sua perenidade, o melhor é não anotar, ou mencioná-la apenas. Exemplo: recente, nova ou em cicatrização, para futuros confrontos, sabido que as cicatrizes de segundo grau, sempre deixam na pele o cunho de sua passagem, por mais perfeita que seja a cicatrização e a recomposição dos tecidos.

É de capital importância a localização exata das cicatrizes nas regiões em que se encontram, sendo imprescindível que o identificador as anote com precisão, esclarecendo, inclusive as suas origens, que podem ser: de Corte, Intervenções Cirúrgicas, Inflamações e Queimaduras. As provenientes de operações são denominadas de Post-Operatórias e assim que deverá ser anotada nas fichas de identidade.

O exame das marcas particulares, cicatrizes, etc, segundo o método de Vucetich, limita-se somente as partes descobertas ou visíveis na vida ordinária, sendo dispensável o desnudamento da pessoa para qualquer outra pesquisa nas regiões cobertas pelo vestuário.

Para avaliar-se a distância de uma cicatriz à linha mediana, toma-se como referência o ponto da cicatriz que mais próximo ficar, da supra citada linha. Numa cicatriz oblíqua interna, o ponto mais próximo da linha mediana é a sua extremidade superior; numa oblíqua externa, a inferior.

Tatuagens

A mania da tatuagem, registrada principalmente nos países da Europa e também nos Estados Unidos (onde sempre foi popular) chegou ao Brasil timidamente, depois dos hippies e através das crianças, que entram na onda da tatuagem industrializada, que é removível com álcool ou acetona e muitas vezes com água.

O uso de tatuagem entre os brasileiros é pouco freqüente; no entanto, damos algumas notas sobre este singular ornamento humano.

A tatuagem, define Lacassagne, é quando matéria corante, vegetal ou mineral, são introduzidos sob a epiderme para efeito de produzirem uma coloração ou desenhos, de longa durabilidade. São inteiramente indeléveis.

As substâncias mais empregadas e mais duradouras são a tinta da China e o vermelhão, o carvão de madeira pilado e dissolvido na água e a tinta azul comum.

Mayrac, chega às seguintes conclusões sobre a tatuagem:

“A tatuagem apresenta-se raramente na mulher. Ela é apanágio quase exclusivo da “ rameira, e mais freqüente entre os criminosos”.

A tatuagem costuma facilitar a identificação de pessoas, para as autoridades policiais, e é por essa razão que tem levado muitos a mandarem retirá-las através de cirurgia plástica.

A destatuagem (meio para fazer desaparecer a tatuagem), ainda não foi resolvida. Todos os processos até agora usado são inseguros e falhos. Dizem os clínicos que a intervenção cirúrgica é paliatíva.

Assim, pois, quer exista a tatuagem, quer tenha sido tentada ou mesmo operada a destatuagem, a pele oferecerá sempre campo seguro para observação do operador. Nessa observação cuidadosa, que num, quer noutro, é que assenta o critério do exame pericial.

Escrituração nas Fichas

1. Cabeça

a) Cicatriz de corte, oblíqua interna, com 3 cm na região bucinadora direita, a 5 cm mais ou *menos da linha mediana.

b) Cicatriz de origem ignorada, curva externa, com mais ou menos 5 cm na região malar esquerda, a 3 cm mais ou menos da linha mediana.

c) Cicatriz de queimadura, de forma irregular, com mais ou menos 3 cm na região frontal, lado esquerdo, a 3 cm mais ou menos da linha mediana.

d) Nevo materno, cor castanha e de forma oval, com mais ou menos 2 cm na região malar direita, a 3 cm mais ou menos da linha mediana.

2. Mãos

a) Cicatriz de corte oblíqua interna, com mais ou menos 3 cm, na região tenar, a 4 cm mais ou menos do pulso, da mão direita.

b) Cicatriz de origem ignorada, curva superior, com mais ou menos 5 cm, na região hipotenar, a 4 cm mais ou menos no pulso, da mão esquerda.

c) Tatuagem representando uma caveira, encimada por dois punhais cruzados, na região hipotenar, a 3 cm do pulso, da mão direita.

d) Cicatriz vertical, post-operatória com mais ou menos 3 cm, interessando às 1a e 2a falanges do

indicador, da mão esquerda.

Os exemplos acima servirão de orientação para a escrituração das diversas formas de cicatrizes conhecidas, bem assim, de marcas particulares e tatuagens.

ASSUNTO: OBJETIVO:

- Lábios - Analisar a morfologia dos lábios.

- Identificar as particularidades dos lábios.

Lábios

Exame e Particularidades

Para fins de exame, a Região Labial, dividi-se em Superior e Inferior, Externa e Interna. Somente a parte Externa ou seja a visível, é que interessa ao exame morfológico.

No exame dos lábios o identificador deve ter em vista:

1_- A altura do espaço naso labial, compreendido entre a base do nariz e o lábio superior, altura esta, que pode ser pequena ou grande.

2_- A proeminência ou saliência de um dos lábios em relação ao outro.

3_A altura labial, ou melhor, a saliência visível da mucosa apresenta dois casos: Lábios sem bordos e lábios de bordos desenvolvidos.

4_- A espessura, isto é, o desenvolvimento dos bordos superior e inferior. Se a espessura for mínima, os lábios apresentam-se colados à arcada dentária. Apreciados ainda em espessura os lábios podem ser Delgados ou Espessos.

Lábios - Resumo

1) DIVISAO... - Superior (interna - fig. 1 - A) Inferior (externa - fig. 1 - B) 2) ALTURA NASO-LABIAL... - Pequena (fig. 2)

Grande (fig. 3) 3) PROEMINENCIA... - Superior (fig. 4)

4) LARGURA DOS BORDOS... - Sem bordos (fig. 6)

Bordos desenvolvidos (fig. 7) 5) ESPESSURA... - Delgados (fig. 6)

Espessos (fig. 7)

6) PARTICULARIDADES... - Superior vultoso (fig. 8) Inferior pendente (fig. 9) 7) ANOMALIAS... - Leporinos superior

Inferior (fig. 10)

Lábio Leporino

Quando o lábio apresenta uma fissura vertical, semelhante ao de uma lebre. Embora a maior incidência registrada seja no lábio superior, essa anomalia pode também ocorrer no inferior. Apresenta-se ainda, com uma ou duas fissuras (bipartido). É uma anomalia de origem congênita.

ASSUNTO: OBJETIVO:

- Fronte - Analisar a morfologia da fronte.

- Identificar as particularidades da fronte.

Fronte

Exame e Particularidades

No exame da Fronte, o identificador deve levar em consideração a sua INCLINAÇÃO, ALTURA, LARGURA e PARTICULARIDADES.

No espaço compreendido entre as letra A - B (considerada a face de perfil) determina a Inclinação, apreciada a linha maior ou menor obliqüidade que ela descreve sobre um plano horizontal imaginário, passando pela raiz nasal.

A altura é considerada sobre o ponto de maior elevação entre as letras A - B da figura 1. A largura é apreciada no afastamento entre as letras C - D, ou seja, de uma têmpora a outra, ou ainda, entre as bossas parietais.

A fronte pode apresentar as seguintes particularidades:

BOSSAS PARIETAIS PROEMINENTE e ARCADAS SUPERCILIARES DESENVOLVIDAS (letras E e F da figura 1).

Fronte – Resumo

DIMENSÃO... - Altura (A - B) Largura (C - D)

INCLINAÇÃO... - Fugitiva (fig. 2) Intermediária (fig. 3) Vertical (fig.4)

Proeminente ou Convexa (Fig.5) Convexa-reta (fig. 6)

BOSSAS PARIETAIS...- (letras E da fig. 1)

ARCADAS SUPERCILIARES...- (letra F da fig. 1)

PARTICULARIDADES... - Bossas parietais proeminentes Arcadas superciliares desenvolvidas

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Altura e Largura da Fronte

A altura e a largura da fronte são apreciadas sob o ponto de vista de uma seriação tricotômica, em PEQUENA, MÉDIA e GRANDE.

Nota: A ARCADA SUPERCILIAR DESENVOLVIDA ou ARCO SUPERCILIAR, é a proeminência oblíqua externa frontal, sobre a qual se implantam as sobrancelhas.

ASSUNTO: OBJETIVO:

- Nariz - Analisar a morfologia do nariz.

- Identificar as particularidades do nariz.

Nariz

Exame e Particularidades

Este é o órgão de mais valor na caracterização da fisionomia.

Por sua variedade e fixidez de suas formas, apresenta um dos melhores caracteres para distinguir as raças. É também de grande importância na determinação da identidade.

Os indivíduos de nariz estreito e mais ou menos alto, como os europeus, os judeus, os árabes, chamam-se LEPTORRÍNICOS

Os indivíduos de nariz chato e grosso, como os negros africanos, os melanésios e mongóis, são chamados de MESORRÍNICOS.

Os indivíduos de nariz achatados na raiz de implantação, comum nos faiodermos, são chamados de PLATIRRÍNICOS.

Nas suas instruções sinaléticas Bertillon distingue 15 variedades de formas de nariz. Para estudo e classificação do nariz o identificador deve ficar de frente e depois de perfil para o identificador, conforme a necessidade, anotar as suas variedades.

O exame no nariz limita-se a:

FORMA... Raiz... Estreita Larga Alta Baixa Decrescente. Dorso... Côncavo (fig. 1, 2 e 3) Reto (fig. 4, 5 e 6) Convexo (fig. 7, 8 e 9) Adunco (fig. 10, 11 e 12) Sinuoso (fig. 13, 14 e 15) Base... Horizontal (fig. 1,4,7, l0 13) Levantada (fig. 2, 5, 8, 11 e 14) Abaixada (fig. 3, 6, 9; 12 e 15) DIMENSÕES Altura, Saliência ... e Largura Pequena Média Grande PARTICULARIDADES Do Dorso... Esborrachado Desviado à direita Desviado à esquerda Largo

Achatamento do lado direito Achatamento do lado esquerdo Delgado ou franzino Da Base... Grossa Fina Pontuada Bilobada Desviada

Forma da Raiz

A forma da raiz do nariz é apreciada segundo o maior ou menor espaço inter-ocular e sob esta relação pode ser ESTREITA ou LARGA (esta classificação é tomada de frente ao identificando), e classifica-se também a forma da raiz do nariz como ALTA, BAIXA ou MUITO BAIXA (esta classificação é tomada de perfil do identificando), isto é, em forma DESCRESCENTE até quase o meio do dorso, como exemplo a dos negros, alguns de tal modo que dificulta a descrição da linha dorsal, que mais se assemelha a um “S”.

Variedades da Forma do Dorso

Todas as variedades da forma geral do nariz se resumem na seguinte série:

Côncavo (fig. 1, 2 e 3) - A parte óssea desce em obliqüidade mais ou menos retilínea; depois a parte inferior correspondente a base, avança para a frente e o conjunto do perfil, descreve uma linha côncava em prognatismo bucal.

Reto (fig. 4, 5 e 6) - A projeção do dorso é retilínea desde a raiz até a ponta..

Convexo (fig. 7, 8 e 9) - O dorso desenha uma curva de convexídade, quase uniforme, desde a raiz até a base..

Adunco (fig. 10, 11 e 12) - A parte óssea apresenta uma convexidade curta e acentuada, daí segue sem flexão até a base, em linha mais ou menos reta. Bertillon denominou-o BUSQUE.

Sinuoso (fig. 13, 14 e 15) - A parte superior torna-se côncavo no meio e volta a ser convexa até a ponta. Todavia esta não é mais que uma variedade das formas típicas, segundo o conjunto da linha dorsal.

Formas da Base

A base é a linha da parte inferior do nariz que forma um ângulo com o lábio superior, ou seja, o ângulo naso-labial.

Considerada em sua relação de obliqüidade, a base pode ser: HORIZONTAL (fig. 1, 4, 7, 10 e 13)

LEVANTADA(fig. 2, 5, 8,11 e 14) ABAIXADA (fig. 3,6,9, 12 e 15)

Dimensões do Nariz

As dimensões não se anotam por medidas métricas tomadas a compasso ou com outro instrumento qualquer, mas unicamente a olho, aplicando-se os termos PEQUENO, MEDIO ou GRANDE e, em casos extraordinários, MUITO PEQUENO ou MUlTO GRANDE.

A apreciação da ALTURA nasal não é baseada na maior ou menor elevação do dorso em relação ao plano da face (o que seria um erro), mas unicamente pela extensão da linha imaginária que se traçasse entre uma das asas até a raiz, isto é, transversalmente.

Deste modo evitam-se os possíveis enganos na apreciação dos narizes caídos (base abaixada) com aparência de mais alto do que são realmente, ao passo que os de base levantada tem aspecto de mais curtos.

A LARGURA nasal é a maior distância transversal compreendida entre as duas asas. Neste caso o nariz é examinado de frente.

Particularidades do Nariz

As particularidades nasais referem-se especialmente à linha dorsal e à base. Neste caso, o exame e feito de frente. Estas particularidades são:

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