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PARTE II – ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Capítulo 4 – Avaliação de atividades com TIC

3.2 Atividade “Como te Sentes?”

A segunda atividade a ser implementada foi a atividade “Como te sentes?” que é indicada para crianças com cinco, ou mais anos de idade e é fundamental para o seu desenvolvimento emocional.

Nesta atividade os alunos analisam, essencialmente, imagens e fotografias com o objetivo de reconhecerem os seus próprios sentimentos, e também, os dos outros. A educadora introduziu a atividade com alguns conceitos fundamentais para a realização da mesma.

Começou por apresentar aos alunos uma cara composta por várias figuras geométricas, em cartolina. As figuras geométricas estavam presas por colchetes, pelo que era possível rodá-las. O intuito desta primeira fase foi que os alunos conseguissem identificar emoções simples por exemplo, a alegria, a tristeza, ou ainda a raiva, através da rotação dos vários elementos que compunham a cara.

Os alunos identificaram facilmente a que elementos da cara correspondiam as figuras geométricas, e intuitivamente reconheceram a emoção de alegria que estava

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presente. Quando a educadora questionou os alunos acerca da razão porque achavam que a cara estava alegre, os mesmos referiram a posição da boca, que simulava um sorriso.

O desafio seguinte foi perceber se os alunos seriam capazes de reorganizar os elementos da cara de modo a que esta passasse a expressar outra emoção. A educadora pediu a um aluno para colocar a cara com uma expressão de medo e o mesmo apesar de não ter alterado a posição das sobrancelhas de modo a dar uma dinâmica diferente aos olhos, moveu a boca para baixo, bem como o triângulo que formava o nariz, dando assim a expressão de tristeza.

A segunda fase da atividade foi centrada nos emoticons e nas emoções e sentimentos que os mesmos representam. No geral, todos os alunos conheciam os emoticons e apesar de não terem conseguido verbalizar da forma mais correta, sabiam que eram utilizados para conversar com outras pessoas e expressar emoções e sentimentos. A educadora mostrou aos alunos várias imagens de emoticons e desafiou alguns deles a escolherem os que mais se adequavam às emoções e sentimentos que a mesma referiu.

O primeiro aluno deveria escolher um emoticon que expressasse tristeza, mas revelou um pouco de dificuldade pois não conseguiu distinguir claramente os emoticons que apenas demonstravam tristeza, de outros que também expressavam sentimentos menos positivos, como o “estar confuso”. As emoções seguintes foram simples de reconhecer, mas ainda assim, ao longo de toda esta fase os alunos foram sempre conversando entre si e discutindo as hipóteses, também com o objetivo de ajudarem os colegas responsáveis pelas escolhas.

Na fase seguinte desta atividade a educadora juntou um pequeno grupo de alunos numa mesa e começou por pedir-lhes para escolherem um emoticon e identificarem a emoção ou sentimento presente no mesmo. Os alunos estavam tão entusiasmados com a atividade que apesar de terem escolhido o seu emoticon não conseguiam evitar de ir escolhendo também outros para os analisarem.

Durante a interpretação das imagens os alunos revelaram pequenas dificuldades, tendo sido notoriamente mais simples para eles a identificação das emoções mais básicas como a alegria e a tristeza. Por essa mesma razão os alunos parecem ter escolhido o emoticon de que gostaram mais independentemente de saberem interpretá-lo, ou não. Sempre que os emoticons incluiam elementos mais complexos os alunos mostravam alguma hesitação na identificação das suas emoções e sentimentos. Sempre que tal

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acontecia os alunos pareciam tender a escolher as emoções mais básicas, tais como a alegria e a tristeza, através da análise da posição da boca.

A educadora foi sempre tentando considerar e desconstruir todas as respostas dadas pelos alunos de forma a auxiliá-los na elaboração do raciocínio mais correto. No que toca à representação das emoções e sentimentos os alunos apesar da sua postura quase sempre tímida, não revelaram grandes dificuldades nesse processo.

Após o estudo dos emoticons foi a vez de identificar emoções em pessoas, através da análise de fotografias de crianças. Mais uma vez, os alunos não tiveram dificuldades na identificação das emoções mais básicas, no entanto, quando se tratavam de emoções um pouco mais complexas já se revelavam algumas hesitações. Os alunos não conseguiram identificar a emoção de vergonha, e confundiram também, a emoção de espanto com medo, no entanto, a educadora foi sempre introduzindo exemplos práticos da vida real e tentando colocar os alunos nessas perspetivas de modo a ajudá-los a compreender melhor as emoções representadas.

Após a análise dos emoticons e das imagens das crianças a educadora disse aos alunos que agora seriam eles a tirarem fotografias uns aos outros o que os deixou bastante ansiosos e entusiasmados. De um modo geral, os alunos escolheram representar a emoção de alegria, no entanto, houve um dos alunos que decidiu expressar o sentimento de “estar aborrecido”.

Com o segundo grupo de alunos esta fase da atividade acabou por decorreu de uma forma um pouco diferente. Desta vez os alunos em vez de escolherem abertamente um emoticon e o analisarem juntamente com os restantes colegas, optaram por fazer as suas escolhas em segredo para que através das suas representações os restantes pudessem adivinhá-las. Ao mesmo tempo que tentavam representar a emoção ou sentimento, alguns dos alunos iam dando dicas para ajudar os colegas, o que acabou por tornar a atividade numa espécie de jogo e divertir os alunos.

Na sessão das fotografias este grupo de alunos foi, também, mais criativo que o anterior na medida em que escolheram representar emoções e sentimentos menos básicos. Ao contrário do primeiro grupo de aluno que maioritariamente representou a emoção de alegria, este grupo representou outras emoções e sentimentos tais como o choro, o piscar o olho e até mesmo um ar pensativo.

A última parte da atividade “Como te sentes?” esteve reservada à projeção das fotografias tiradas pelos alunos para análise e debate conjunto. De um modo geral os alunos não revelaram muitas dificuldades na análise final das fotografias. A educadora

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foi sempre auxiliando o raciocínio e dando exemplos práticos quando o mesmo se justificava. Os próprios alunos iam dando opiniões e a turma entreajudava-se o que tornou todo o processo positivo e bastante construtivo.

A implementação da atividade correu bastante bem, os alunos colaboraram de forma positiva e pareceram visivelmente entusiasmados, principalmente na fase da sessão fotográfica.

Após a realização das duas propostas de atividades com TIC numa sala de pré- escolar, foi realizada uma entrevista semi-diretiva à educadora com o principal objetivo de avaliar a implementação das mesmas em contexto educativo.