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As quatro maiores economias desenvolvidas, refl etindo a heterogeneidade da recuperação das respectivas demandas internas, em especial do consumo das famílias e dos investimentos empresariais, registraram ritmo de crescimento distinto no primeiro trimestre do ano. Nesse sentido, as taxas anualizadas de expansão do PIB do Japão e dos EUA totalizaram, na ordem, 6,1% e 3,7% no trimestre, enquanto as relativas ao Reino Unido e à Área do Euro atingiram 0,8% e 1,6%, respectivamente.

Nos EUA, em cenário de estabilização da renda real disponível e redução da poupança pessoal, o consumo das famílias registrou aumento anualizado de 1,9% no período, enquanto, na Área do Euro, a despeito da gradual exaustão dos efeitos dos incentivos à aquisição de automóveis e o rigoroso inverno, o consumo das famílias assinalou expansão de 1,4%. No Japão, evidenciando os estímulos à demanda por automóveis e bens duráveis, e no Reino Unido, registraram-se, na ordem, expansão de 2,1% e contração de 0,3%.

A FBCF das empresas apresentou aumento trimestral anualizado de 7,8% nos EUA e de 34,3% no Reino Unido. Na Área do Euro, a FBCF total registrou contração anualizada de 0,9%. No mesmo período, os investimentos empresariais do Japão cresceram 2,7%. Na ótica residencial, os investimentos apresentaram expansões anualizadas no Reino Unido, 5,3%, e no Japão, 6,5%, enquanto que registraram contrações de 6,2% e de 12,3%, respectivamente na Área do Euro e nos EUA. As exportações de bens e serviços, em cenário de recuperação da demanda fi nal e esgotamento do processo de ajustes nos estoques, registraram, no primeiro trimestre do ano, crescimentos anualizados no Japão, 29,3%; na Área do Euro, 12,7%; e nos EUA, 11,4%, e recuo anualizado de 4% no Reino Unido. As importações da Área do Euro, refl etindo os reduzidos níveis dos estoques na região, experimentaram elevação anualizada de 15,2% no trimestre, enquanto as aquisições do Japão e dos EUA, traduzindo a recuperação mais acentuada da demanda interna destes países, cresceram, na ordem, 12,7% e 11,2%. As compras externas do Reino Unido elevaram-se 7,7%, no período.

A variação de estoques exerceu contribuição positiva generalizada para o crescimento anualizado do PIB no trimestre encerrado em março de 2010. Esse desempenho, aliado ao processo de expansão das exportações e, nos EUA e Japão, também à evolução favorável do consumo das famílias, favoreceu a aceleração do crescimento da produção manufatureira, que registrou, no trimestre, taxas anualizadas de 32,7% no Japão, 13,7% na Área do Euro, 7,1% nos EUA e 4,1% no Reino Unido.

Na China, a variação anual do PIB trimestral atingiu 11,9% nos primeiros três meses do ano, o maior crescimento desde o segundo trimestre de 2007, refl exo do forte consumo doméstico e do aumento das exportações, mesmo diante de nova desaceleração no crescimento da formação bruta de capital fi xo. O crescimento do consumo foi estimulado pela recuperação do mercado de trabalho e pela manutenção dos incentivos governamentais à aquisição de bens duráveis. No período, as vendas no varejo expandiram-se 16,2%, enquanto que as vendas de veículos aumentaram 72,5%. No mesmo intervalo de tempo, a produção industrial cresceu 19,6% refl etindo não somente o crescimento do consumo doméstico, mas também o bom momento das exportações, que avançaram 28,7% em relação ao mesmo período um ano antes. As importações reais do país aumentaram 65,1%, benefi ciando o crescimento da atividade econômica nos países do sudeste asiático, no Japão e nos países exportadores de matérias-primas.

As quatro maiores economias desenvolvidas voltaram a apresentar ritmo de crescimento diferenciado no segundo trimestre do ano. Entretanto, em oposição ao observado nos

Quadro 6.1 – Maiores economias desenvolvidas

Componentes do PIB e outros indicadores

Taxa % anualilzada I II III IV I II III IV PIB Estados Unidos -4.9 -0.7 1.6 5.0 3.7 1.7 2.6 3.1 Área do Euro -9.6 -0.6 1.6 0.8 1.6 4.0 1.4 1.1 Reino Unido -8.6 -3.2 -1.1 1.9 0.8 4.3 2.9 -1.9 Japão -20.0 10.7 -1.9 7.2 6.1 2.1 3.3 -1.3

Consumo das famílias

Estados Unidos -0.5 -1.6 2.0 0.9 1.9 2.2 2.4 4.0

Área do Euro -2.1 0.1 -0.8 1.1 1.4 0.8 0.7 1.6

Reino Unido -5.4 -2.8 0.1 3.9 -0.3 2.2 -0.1 -1.1

Japão1/ -7.4 5.2 0.4 3.9 2.1 -0.1 3.6 -3.2

Formação Bruta de Capital Fixo das empresas

Estados Unidos -35.2 -7.5 -1.7 -1.4 7.8 17.2 10.0 7.7 Área do Euro2/ -19.1 -8.6 -5.1 -4.2 -0.9 8.5 -0.9 -2.0 Reino Unido -31.1 -33.9 -14.3 -10.9 34.3 0.8 17.2 -0.1 Japão3/ -23.5 -18.2 -8.3 6.3 2.7 12.0 5.6 2.0 Investimento residencial Estados Unidos -36.2 -19.7 10.6 -0.8 -12.3 25.6 -27.3 3.3 Área do Euro4/ -2.0 -6.8 -6.9 -6.8 -6.2 3.9 -4.0 -4.8 Reino Unido -44.0 -17.2 6.8 -10.6 5.3 32.8 18.5 -14.2 Japão -23.6 -30.4 -27.9 -15.0 6.5 -1.3 7.5 12.3

Exportações de bens e serviços

Estados Unidos -27.8 -1.0 12.2 24.4 11.4 9.1 6.7 8.6

Área do Euro -30.6 -4.0 11.1 9.0 12.7 19.0 8.6 6.3

Reino Unido -25.5 -6.9 3.5 15.5 -4.0 12.5 6.7 7.1

Japão -68.4 45.1 40.1 28.1 29.3 22.9 6.3 -3.0

Importações de bens e serviços

Estados Unidos -35.3 -10.6 21.9 4.9 11.2 33.5 16.8 -12.6 Área do Euro -24.7 -10.6 7.3 4.4 15.2 18.0 6.2 3.9 Reino Unido -25.8 -8.8 4.4 17.7 7.7 8.8 7.8 13.5 Japão -49.4 -19.7 24.0 4.1 12.7 16.8 12.0 -0.5 Taxa de desemprego5/ Estados Unidos 8.6 9.5 9.8 9.9 9.7 9.5 9.6 9.4 Área do Euro 9.2 9.5 9.9 10.0 10.1 10.1 10.1 10.0 Reino Unido 7.1 7.8 7.9 7.8 8.0 7.8 7.7 7.9 Japão 4.8 5.2 5.3 5.2 5.0 5.2 5.0 4.9

Fontes: BEA, Thomson, Cabinet Office, Eurostat e elaboração própria 1/ Consumo privado.

2/ FBCF total.

3/ Investimentos empresariais (inclui variação de estoques) 4/ Gastos totais com contruções.

5/ Taxa ao final do período.

2010 2009

dois trimestres anteriores, as taxas anualizadas de expansão dos PIBs dos EUA 1,7%, e do Japão, 2,1%, situaram-se em patamar inferior às relativas ao Reino Unido, 4,3%, e à Área do Euro, 4,0%, esta favorecida pelo crescimento de 9% registrado na Alemanha. Nos EUA, embora a taxa anualizada de crescimento da renda real disponível atingisse 4,4% no trimestre encerrado em junho, o consumo das famílias aumentou 2,2%, favorecendo que a poupança das famílias crescesse 0,7 p.p., para 6,2% da renda disponível. Na Área do Euro, mesmo em ambiente de incertezas derivadas da crise de endividamento soberano e de gradual eliminação dos incentivos à aquisição de veículos, o consumo das famílias assinalou expansão anualizada de 0,8%. No Japão, a exaustão de incentivos ao consumo de bens duráveis contribuiu para que o consumo registrasse contração anualizada de 0,1% no trimestre.

A taxa de crescimento da FBCF das empresas atingiu 17,2% nos EUA e 0,8% no Reino Unido. Na Área do Euro, a FBCF total apresentou a primeira expansão desde o primeiro trimestre de 2008, crescendo 8,5%, com ênfase na recuperação dos gastos com máquinas e equipamentos e na expansão da atividade da construção. No Japão, os investimentos empresariais cresceram 12%. No mesmo período, os investimentos residenciais registraram aumentos respectivos de 3,9%, 25,6% e 32,8% na Área do Euro, nos EUA e no Reino Unido e recuo de 1,3% no Japão. Ressalte-se que o resultado registrado nos EUA traduziu, em parte, a prorrogação dos incentivos tributários à aquisição da primeira moradia. As exportações de bens e serviços registraram, no período, crescimentos anualizados de 22,9% no Japão, 19% na Área do Euro, 9,1% nos EUA e 12,5% no Reino Unido, enquanto as importações de bens e serviços experimentaram variações respectivas de 16,8%, 18%, 33,5% e 8,8%, nas economias mencionadas.

A produção manufatureira na Área do Euro registrou crescimento anualizado de 9,6% no segundo trimestre do ano; seguindo-se as expansões assinaladas nos EUA, 8,7%; no Japão, 2,8%; e no Reino Unido, 6,2%.

Na China, a taxa de crescimento anual do PIB atingiu 10,3% no trimestre encerrado em junho, ante 11,9% naquele fi nalizado em março. As vendas no varejo, impactadas pelo arrefecimento das vendas de veículos, cresceram 15,2%, enquanto o aumento dos investimentos em ativos fi xos totais desacelerou para 20,5%, quarta retração trimestral consecutiva, e o crescimento trimestral anualizado da produção industrial totalizou 16%. As exportações aceleraram o ritmo de crescimento para 40,8% e as importações, infl uenciadas adicionalmente pela exaustão das políticas de acumulação dos estoques de commodities, desaceleraram para 43,7%, na mesma base de comparação. Considerando o enfraquecimento da demanda doméstica e as perspectivas de desaceleração do crescimento do comércio internacional, as autoridades chinesas divulgaram, em julho, medidas suplementares de estímulo a investimentos em infraestrutura envolvendo cerca de US$100 bilhões, e à demanda doméstica por veículos.

Evidenciando recuperação relativa do mercado de trabalho e continuidade da expansão do consumo privado, a taxa de crescimento anualizada do PIB do Japão atingiu 3,3% no trimestre encerrado em setembro, seguindo-se as expansões assinaladas no Reino Unido, 2,9%; nos EUA, 2,6%; e na Área do Euro, 1,4%.

Nos EUA, a taxa de crescimento anualizada do consumo das famílias aumentou pela terceira vez consecutiva, atingindo 2,4% no trimestre encerrado em setembro. O crescimento da renda real disponível cresceu 1,0%, contribuindo para que a taxa de poupança das famílias decrescesse 0,2 p.p. No mesmo período, a taxa anualizada de crescimento do consumo das famílias atingiu 0,7% na Área do Euro, 3,6% no Japão, esta evidenciando o impacto da introdução de medidas de transferência de renda e da prorrogação de incentivos ao consumo de bens duráveis, e -0,1% no Reino Unido. A taxa de crescimento da FBCF das empresas desacelerou para 10% nos EUA e voltou a acelerar no Reino Unido, para 17,2%. Na Área do Euro, a FBCF registrou nova contração, de 0,9%. No Japão, a taxa de crescimento dos investimentos empresariais desacelerou para 5,6%. Ainda no terceiro trimestre, os investimentos residenciais expandiram-se 7,5% e 18,5% no Japão e no Reino Unido, respectivamente, e contraíram-se 4% e 27,3%, nessa ordem, na Área do Euro e nos EUA, neste caso traduzindo o efeito defasado do fi nal, em abril, dos incentivos governamentais à aquisição da primeira moradia. Nos EUA, o setor externo exerceu contribuição de -1,8 p.p. para a variação anualizada do PIB no trimestre encerrado em setembro, contrastando com os impactos respectivos de 1,5 p.p., 0,3 p.p. e 0,1 p.p. assinalados no Reino Unido, na Área do Euro e no Japão. As importações de bens e serviços registraram aumento anualizado de 16,8% nos EUA, seguindo-se as expansões observadas no Japão, 12%; na Área do Euro, 6,2%; e no Reino Unido, 7,8%, ressaltando-se que as exportações de bens e serviços destas economias experimentaram expansões anualizadas de 6,7%, 6,3%, 8,6% e 6,7%, respectivamente, no período.

No terceiro trimestre, o crescimento da produção manufatureira desacelerou para 5,1%, 3,1% e 3,6, respectivamente, nos EUA, na Área do Euro e no Reino Unido e registrou contração de 4,1% no Japão.

Na China, a taxa de crescimento em doze meses do PIB atingiu 9,6%. As vendas reais no varejo aumentaram 15%, terceira desaceleração consecutiva e consistente com a continuidade do arrefecimento nas vendas de veículos. A taxa de expansão dos investimentos em ativos fi xos totais também registrou a quinta desaceleração consecutiva, para 18,3%, enquanto a produção industrial aumentou 13,5%, representando a segunda desaceleração em sequência. As exportações chinesas registraram crescimento de 32,2%, no trimestre, enquanto as importações, evidenciando impacto da política de acumulação de estoques de commodities, em igual período de 2009, aumentaram 27,1%.

As taxas de crescimento anualizadas dos PIBs dos EUA e da Área do Euro atingiram 3,1% e 1,1%, respectivamente, no trimestre encerrado em dezembro, ressaltando-se que a expansão registrada nos EUA refl etiu, em especial, a ocorrência de redução nas importações e de aumento no consumo privado. De forma distinta, ocorreram recuos respectivos de 1,3% e 1,9% nos PIBs do Japão e do Reino Unido, resultados decorrentes da exaustão de incentivos à aquisição de bens de consumo e da desaceleração do comércio internacional, no Japão; e do rigor do inverno em dezembro, no Reino Unido. A taxa de crescimento anualizada do consumo das famílias aumentou pela quarta vez consecutiva nos EUA, atingindo 4% no último trimestre de 2010, enquanto a renda real disponível cresceu 1,8% e a poupança das famílias recuou 0,5 p.p., para 5,5% da renda pessoal disponível. Adicionalmente, o consumo das famílias registrou variações trimestrais anualizadas de -3,2% no Japão, 1,6% na Área do Euro e de -1,1% no Reino Unido. No mesmo período, a FBCF das empresas, cresceu 7,7% nos EUA e 2% no Japão e contraiu 0,1% no Reino Unido. Os investimentos residenciais aumentaram 12,3% no Japão e 3,3% nos EUA.

As importações de bens e serviços registraram variação anualizada de -12,6% nos EUA, 3,9% na Área do Euro, -0,5% no Japão e 13,5% no Reino Unido. As exportações de bens e serviços dos EUA, do Reino Unido e da Área do Euro experimentaram aumentos respectivos de 8,6%, 7,1% e 6,3%, no período, enquanto as vendas externas do Japão recuaram 3%.

A taxa de crescimento anualizada da produção manufatureira dos EUA desacelerou para 3,5% trimestre encerrado em dezembro, enquanto as taxas relativas à Área do Euro e ao Reino Unido aceleraram, na ordem, para 9,3% e 4,6% e a produção manufatureira do Japão recuou 2,6%.

Na China, apesar dos esforços governamentais para restringir o crédito, atenuar o ritmo de crescimento e intensifi car o combate à infl ação, a taxa de crescimento anual do PIB atingiu 9,8% no trimestre encerrado em dezembro. O resultado em dezembro refl etiu, em especial, o desempenho das vendas no varejo, que, embora em desaceleração pelo quinto trimestre consecutivo, expandiram-se 14%, e dos investimentos em ativos fi xos totais, que aumentaram 16,8% no período.

Commodities

As cotações internacionais das commodities, após registrarem volatilidade acentuada até meados do ano, foram sensibilizadas pelo cenário de forte demanda chinesa e de outros importantes países emergentes, elevada liquidez internacional, recuperação das principais economias desenvolvidas e deterioração da oferta de diversos produtos

agrícolas. Como resultado, as cotações de diversas commodities encerraram o ano em patamar superior ao vigente antes da intensifi cação da crise fi nanceira mundial em 2008. O Índice Commodities – Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central do Brasil, aumentou 35,4% em 2010, resultado de variações respectivas de 45,7%, 25,9% e 17,1% no segmentos de commodities agropecuárias, metálicas e energéticas. Consideradas médias anuais, o indicador registrou crescimento anual de 20,8% em 2010.

Os preços das commodities agropecuárias, que, refl etindo os resultados favoráveis da safra 2009/2010, recuaram no primeiro semestre, iniciaram processo de forte

60 80 100 120 140 160 180 Dez

2005 2006Abr Ago Dez 2007Abr Ago Dez 2008Abr Ago Dez 2009Abr Ago Dez 2010Abr Ago Dez

2000 =

100

Fonte: BCB

Gráfico 6.1 Índice IC-Br

IC-Br IC-Br Agropecuária IC-Br Metal IC-Br Energia

Quadro 6.2 – China

Componentes da demanda e outros indicadores

Taxa % [T/(T-4)]

I II III IV I II III IV

China

PIB 6,5 7,9 9,1 10,7 11,9 10,3 9,6 9,8

Consumo das famílias

Vendas no varejo 21,6 22,7 23,2 19,6 16,2 15,2 15,0 14,0

Vendas de veículos1/ 3,6 31,6 73,8 85,7 72,5 29,0 16,0 23,2

Investimento em ativos fixos totais 30,3 41,2 38,2 25,8 23,2 20,5 18,3 16,8

Exportações de bens2/ -19,8 -23,5 -20,4 0,1 28,7 40,8 32,2 24,9

Importações de bens2/ -31,0 -20,3 -11,7 22,8 65,1 43,7 27,1 29,4

Taxa de desemprego urbano3/ 4,3 4,3 4,3 4,3 4,2 4,2 4,1 4,1

Fontes: Bloomberg, Thomson e elaboração própria

1/ Inclui vendas a empresas.

2/ variações calculadas em US$ correntes. 3/ Taxa ao final do período.

2010 2009

valorização a partir de julho de 2010. Esse processo traduziu tanto a elevação da demanda mencionada anteriormente quanto os impactos da forte estiagem na Rússia, que culminou na suspensão das exportações de trigo desse país em agosto de 2010, e de ocorrências climáticas adversas na Austrália, na China, nos EUA, na Argentina e no Brasil, que sensibilizaram a oferta de milho, soja, açúcar, café e algodão. Nesse cenário, os índices médios de dezembro de 2010 e 2009 da S&P Goldman Sachs, registraram elevações, em dólares, nos preços do algodão, 88,9%; do café, 54,8%; do milho, 47,1%; do trigo, 43,1%; da soja, 27,6%; e do açúcar, 24,8%.

O aumento nos preços das commodities metálicas refl etiu o avanço da recuperação econômica nos países desenvolvidos e o forte crescimento das economias emergentes, com destaque para a China. Adicionalmente, contribuíram o impacto da elevada liquidez mundial sobre a demanda por ativos de maior risco e a ocorrência de problemas específi cos na oferta de níquel e cobre. A média mensal dos índices S&P Goldman Sachs de dezembro de 2010 e do ano anterior registrou variações respectivas de 40% e 30,4% nas cotações do níquel e do cobre, seguindo-se as relativas a alumínio, 7,3%; chumbo, 3,1%; e zinco, -4,6%.

O preço médio mensal do minério de ferro de teor 63,5%, no mercado à vista chinês, registrou valorização de 60,1% em 2010, de acordo com dados do Metal Bulletin, resultado da combinação de demanda aquecida na China e problemas no fornecimento da commodity em importantes exportadores. A partir de primeiro de abril, entrou em vigor o novo sistema de precifi cação contratual para o minério de ferro, substituindo o sistema de negociações anuais por um novo sistema de revisões trimestrais. De acordo com o preço à vista do minério de ferro de teor 63,5%, o novo sistema resultou em reajuste de 100% no valor contratual para o segundo trimestre de 2010, em relação ao preço vigente em 2009, seguido de aumento de 33,4% no terceiro trimestre e recuo de 11,5% nos três meses seguintes.

A despeito da forte demanda nas economias emergentes, os preços do petróleo apresentaram relativa estabilidade no primeiro semestre de 2010, refl etindo o patamar elevado dos estoques mundiais da commodity. No segundo semestre, a combinação de elevada liquidez internacional, sinais de robustez da recuperação de importantes economias desenvolvidas e inverno rigoroso no hemisfério norte impulsionou os preços da commodity. Nesse contexto, as cotações médias dos barris de petróleo dos tipos Brent e WTI atingiram, respectivamente, US$91,80 e US$89,15 em dezembro de 2010, elevando-se, na ordem, 22,9% e 19,7% em relação a igual período de 2009.