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CAPÍTULO III | Atividades decorrentes do estágio

2.6. Atividades aquáticas

A priori da inserção, nesta área de intervenção, delinearam-se objetivos concretos a

alcançar no decorrer do estágio curricular. Aqui, inseriam-se duas distintas áreas, a AMA

e ensino da natação, e a hidroginástica. De facto, esta última foi alvo de uma intervenção

profícua, e que de seguida se apresenta com todos os pressupostos inerentes às metodologias de otimização incutidas, no entanto na primeira não se verificou uma homogeneidade do processo em causa. A dissemelhança assenta no facto de não existir qualquer intervenção, à exceção de duas coorientações e observações, na AMA, decorrentes da fase de integração e planeamento.

Contextualizando, nos últimos anos, as atividades de grupo aquáticas, no caso particular da hidroginástica, têm assumido um papel preponderante na promoção da aptidão física e na prevenção primária da saúde (Barbosa & Queirós, 2005). É certo que a evidência científica afirma que à medida que mais pessoas aderem e se envolvem em programas de atividade física ou programas estruturados de exercício físico, verifica-se uma maior incidência de pequenas lesões e de incidentes articulares (Atalaia, Pedro, & Santos, 2009). Neste seguimento, o exercício físico em meio aquático acaba por ser solicitado, em grande massa, muito devido às propriedades constituintes do meio líquido (e.g. pressão hidrostática), oferecendo uma redução da carga mecânica sobre o aparelho locomotor, e devido às suas influências fisiológicas.

2.6.1. Hidroginástica

A hidroginástica é uma opção de exercício físico importante para suprimir as necessidades de diferentes grupos de sujeitos, seja pela diferenciação na questão de géneros (masculino e feminino), faixa etária, nível de condição física ou segundo os objetivos intrínsecos de cada um. Embora a hidroginástica não seja exclusiva a idosos, é neste público que se encontra um maior número de praticantes. A importância do aproveitamento das condições, dos materiais específicos bem como a prescrição, com base na intensidade e volume, tendem a aumentar significativamente a resposta fisiológica aguda na Hidroginástica (Costa et al., 2008).

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psicológica, subjazem a hidroginástica (Barbosa & Santarém, 2000).

2.6.1.1. Planificação da Hidroginástica

Para uma intensidade de exercitação otimizada urgem adaptações fisiológicas crónicas fundamentais para a melhoria da ApF, sendo as mais evidenciadas a melhoria da composição corporal, a melhoria da capacidade cardiorrespiratória, o aumento da resistência muscular e o aumento da flexibilidade (Bartolomeu, 2013).

O controlo da intensidade de exercitação deverá incidir na predição de uma zona alvo, incidindo num intervalo de intensidade ideal para atingir um conjunto de adaptações agudas significativas. A zona alvo é caraterizada por um limite superior e um limite inferior, caso o trabalho se encontro a jusante deste último (carga insuficiente) as adaptações não serão induzidas de forma lenta. No entanto, se a carga é excessiva, a solicitação das vias bioenergéticas pode ser contraditória aos objetivos delineados e a probabilidade de ocorrência de lesões é aumentada exponencialmente (Barbosa & Queirós, 2005).

No que diz respeito ao método de aferição da avaliação e controlo da intensidade utilizado em contexto prático e tendo em conta o meio envolvente e os recursos disponíveis, recorreu-se à mensuração que tem por base a utilização de uma escala de PSE (Tabela Nº24), no contexto do projeto da atividade de promoção, e o teste de fala. De facto são métodos bastante subjetivos o que pressupõe uma menor validade e/ou fiabilidade, no entanto primam pela facilidade de se incutirem no terreno.

Considerando a estruturação evidenciada por Barbosa & Queirós (2005) procedeu-se à planificação tendo em conta as diversas partes de uma aula de hidroginástica e a respetiva duração. Cada parte da aula tem como alicerce o desenvolvimento de uma determinada componente da ApF.

A fase que determina o início da aula caracteriza-se como sendo uma fase de preparação e orientação física, psicológica e pedagógica para as atividades e designa-se de aquecimento. Seguidamente, a parte fundamental é composta por um condicionamento

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cardiorrespiratório e alteração da composição corporal, e por um condicionamento

muscular, visando o desenvolvimento da força resistente. Por fim, a parte final, de alongamentos (flexibilidade) e retorno à calma (Tabela Nº29).

Relativamente à música utilizada, esta variou de ritmo entre os 120 e 150 batimentos por minuto (bpm), de acordo com as distintas partes da aula. Num estudo realizado em 2010 (Barbosa et al.) concluíram que a cadência musical cria um aumento na resposta fisiológica, afirmando que os instrutores devem escolher as cadências das músicas de acordo com os objetivos da sessão, que levam a atingir a intensidade desejada. No decorrer da colocação em prática, dos conhecimentos previamente adquiridos de forma autodidata, a música afirmou-se como tendo uma função de elemento caracterizador, visto que se assevera como uma determinante não só motivacional mas como também estrutural, na realização das aulas. No entanto, numa primeira abordagem esta estava presente somente enquanto elemento motivacional, não sendo determinante na realização da aula, contudo após algumas intervenções persuadidas pelo à vontade na dissecação da música, tornou-se fator primordial para a respetiva realização.

É neste sentido que se efetua um transfer para os métodos de ensino que, de uma forma prototípica, se relaciona com a seleção musical. Durante a lecionação prevaleceu a utilização dos seguintes métodos de montagem coreográfica: (a) estilo livre e o (b) método da pirâmide invertida.

A justificação, da utilização dos mesmos, prende-se pelo simples facto de se verificar uma disparidade entre os sujeitos, no que respeita à idade e à condição física.

(a) Estilo livre: define-se por contemplar um conjunto de movimentos realizados de forma aleatória, sem um padrão cíclico e apenas com a harmonia entre a transição de exercícios;

Parte da aula Duração

1. Aquecimento

2. Condicionamento cardiorrespiratório 3. Condicionamento muscular

4. Alongamentos e retorno à calma

5-10´ 20-30´ 5-15´ 5-10´ Total 45´

Tabela Nº30 – Partes da aula de Hidroginástica | Atividades aquáticas

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número de repetições, gradualmente e sucessivamente (múltiplos de 2) os mesmos serão reduzidos até culminar num produto final pretendido.

De um ponto de vista prático, os exercícios utilizados em Hidroginástica são agrupados em seis (6) grupos principais: andar, correr, balanços, chutar, saltar e tesouras apresentando-se, deste modo, uma panóplia de exercícios inseridos na realização dos planos de aulas (ANEXO XII) e na colocação dos mesmos em contexto prático. É ainda habitual o recurso a materiais de impulsão, de peso, de arrasto, de borracha e de flutuação, para oferecer resistência, tais como o esparguete, halteres, luvas, entre outros. Assim, recorreu-se, em grande escala, a estes mesmos nas situações em que as aulas não possuíam um número muito elevado de indivíduos praticantes. Por fim, importa ressaltar, que a fase de iniciação da lecionação desta atividade de grupo aquática teve o seu início no decorrer do mês de janeiro, findando no mês de maio de dois mil e dezoito (2018), e contabilizando dezanove (19) aulas dirigidas de forma autónoma.

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